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César Romero, em sua coluna
dominical na “Tribuna de Minas”, convidou o redator do blog a resumir, em 18
linhas, o que pensa e o que deseja nos tempos que se seguirão ao impeachment.
Transcrevo:
“O Senado ainda não havia trazido
à luz o impeachment, após a acidentada gestação de nove meses que deixou o Pais
tenso à espera do demorado parto, e já se ouviam vozes responsáveis advertindo
que o afastamento da presidente não é episódio que se encerra em si mesmo; antes,
projeta sobre o cenário das instituições nacionais novos desafios e
questionamentos.
De fato. Não é suficiente
enterrar maus políticos, mas necessário atacar as fontes que facilitam suas
maldades. É na mesma cova sepultemos o surrado modelo parlamentar republicano
que conduz à corrupção, ao tráfico de influências, ao corporativismo.
O modelo esgotou-se, depois de
febricitante produção de vícios e desvios. A começar pela legislação eleitoral,
que acata e abençoa o espúrio das coligações proporcionais entre partidos,
facilitando os grandes e corrompendo os pequenos, em “casamentos duvidosos e
concubinatos adulterinos”, no dizer do ministro Saulo Ramos.
É ao embalo dessas amigações
passageiras, ajuste de conveniências, que começa a desmoralização do sistema
que se reflete pesadamente no Congresso. Então o Brasil e suas lideranças são
chamados a romper com esses defeitos. É o primeiro desafio. O segundo desafio,
na esteira do primeiro, encontrar o jeito de conter o crescente corporativismo
no Parlamento, onde em um terço das cadeiras tomam assento convicções
religiosas intolerantes. Outra parcela das bancadas, também expressiva, se
fecha nos agronegócios e nos prestadores de serviços. Não faltando os que
desejam reduzir tudo e todos a um discurso que divide as raças. Os partidos e o
Congresso não podem se prestar a isso”.
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