Formato de campanha
É bom
lembra que as intenções de voto medidas nas pesquisas de opinião refletem as
mudanças no processo eleitoral, que desta vez reduziu à metade a duração das
campanhas, impediu doações de empresas aos candidatos e partidos, e tornou mais
rígida a prestação de contas dos recursos movimentados durante o período da campanha.
As pessoas mais conhecidas levam maior vantagem na disputa eleitoral.
A atual
campanha certamente trará para a classe política elementos para avaliação desse
novo formato, e poderá estimular mudanças na legislação. É no município que as
coisas acontecem, e são os vereadores e os prefeitos o alvo das demandas
populares. Com a nova legislação os candidatos de 2016 foram impactados
primeiro. Neste período curto de campanha os deputados estaduais e
federais são obrigados a dar assistência aos seus candidatos em dezenas de
cidades, pois em 2018 precisarão do apoio deles. Então os deputados federais
poderão observar ‘in loco’ as dificuldades evidenciadas no processo deste ano,
e pelo que já se ouve surgirão projetos de alteração da legislação eleitoral
em vigor.
Segundo turno
O segundo
turno, aquele que deve se processar no último domingo de outubro, é uma outra
eleição, não totalmente independente da anterior, mas com ingredientes capazes
de torná-la bem diferente. E com outras virtudes definidas, a começar pelo fato
de impedir que o prefeito seja eleito por uma votação que não represente o
conjunto do eleitorado. Por isso, no dizer de Villas-Boas Corrêa, o segundo
turno “arruma a casa”, ao mesmo tempo em que dá ao eleito melhores condições
para dialogar com o Legislativo.
Outro
aspecto a considerar é que o segundo embate controla a carga emocional. Não é
fácil para o candidato que venha na crista de um populismo barato, ainda na
argumentação de Villas-Boas.
E essa
experiência vem de longe e de há muito. Na França, De Gaulle ensinava que
no primeiro turno vota-se com emoção; no segundo com a razão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário