quarta-feira, 5 de outubro de 2016






Cotas cruéis


Maldade que os partidos precisam corrigir, e sempre há tempo para isso, é a que praticam quando chega a hora de construir as chapas de candidatos a vereador. Caçando mulheres para cumprir a cota de 30% que se reserva legalmente para elas, mas esbarrando no grande desinteresse que manifestam as que poderiam ter melhor desempenho nas urnas, partem em busca de pessoas humildes, as que ocupam pequenas e modestas atividades, muitas – coitadas – para serem minimamente conhecidas atrelam ao nome a referência do bairro onde moram, do botequim que frequentam.  As mirinhas do tiãozinho, as dolores da estação, as joanas da cocada cedem às ilusões e acabam condenadas a votações medíocres.

A primeira maldade é essa humilhação. A segunda é despertar nas candidatas, invariavelmente pobres, o sonho de chegar a um lugar onde possam ganhar muito dinheiro.

Melhor seria os partidos deixem vagas na cota, mesmo sem poder preenchê-las com homens.




Para refletir


Considerando-se que Michel Temer foi eleito vice-presidente em chapa liderada por Dilma;

Considerando-se que todos os votos que teve foram votos dados a Dilma e ao PT;

Considerando-se que na ruptura provocada pelo impeachment da presidente ele perdeu os votos que também eram dela,

Considerando-se que na formação de seu novo governo Temer certamente não poderia arregimentar ministros e assessores nos quadros petistas,

conclui-se que o governo Temer é quase todo formado por gente que não votou nele...

(mera divagação para as conversas com o amigo Marcelo Frank)






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