quarta-feira, 16 de agosto de 2023

 


Eleição 2024 em pauta (XXXIII)

G1 - Zona da Mata noticia que o Hospital Universitário receberá R$ 180 milhões para conclusão das obras na unidade de saúde do Bairro Dom Bosco, recurso proveniente do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

A informação foi divulgada na terça-feira pela UFJF e prefeitura, durante entrevista coletiva da prefeita Margarida e o reitor Marcus David. Todos sorridentes na apresentação da boa-nova para Juiz de Fora e região, mas também pensando no impacto disso nos projetos políticos do grupo da prefeita, que tem duas eleições pela frente em 2024: a eleição para a reitoria e sua candidatura à reeleição na PJF.

2- Nos bastidores aumentam as apostas de que o reitor David, que está concluindo mandato na universidade, tem possibilidade de ser o vice de Margarida na chapa do projeto de reeleição.

3 – Muita discussão - e como sempre inconclusa – sobre a discrepância entre o número de eleitores do município, quando comparado com o volume da população. No segundo turno da eleição passada, eram 418 mil para votar, enquanto o IBGE custa a nos tirar dos pouco mais de 540 mil habitantes. É antigo o contraste. Pode ser que tenha muita gente” votando” do outro lado da vida…

4 - Foisancionada pela prefeita alei originária de projeto de lei complementar (PLC) de autoria do vereador Maurício Delgado (União) permitindo a expedição de alvará de localização e funcionamento e/ou sanitário (mesmo que não haja escritura, mas outro documento comprobatório do uso do imóvel) para o desenvolvimento de atividades econômicas na área rural de Juiz de Fora.

A lei começa a valer no dia 10 de novembro. O comércio local será beneficiado em Torreões, Humaitá de Minas, Monte Verde, Rosário, Penido, Valadares, Sarandira, Caeté, Toledo, Pirapitinga, Angolinha e Pires.

São mecanismos criados para que empresários, comerciantes e prestadores de serviços possam gerar novos empregos e renda, além de obterem a regularidade perante os órgãos públicos e a possibilidade de participar de licitações.

O vereador Maurício Delgado pretenderia, na eleição de 2024 disputar a prefeitura, segundo se ouve nos bastidores, mas sabe também da mesma pretensão do primo Júlio Delgado. Com dois pré-candidatos a prefeito, a família Delgado precisará, primeiramente, construir o consenso em família.

5 - O deputado Lafayette Andrada é o relator do projeto que aceita legalmente e regulamenta a profissão de lobby, que passa a ser definida como “representação de interesses“, eliminando-se uma atividade muitas vezes exercita ocultamente. Para que se tenha ideia de como é antigo o assunto, basta lembrar que já se falava nisso quando Lafayette foi vereador em Juiz de Fora.

6 - Destaca o Jornal Folha de São Paulo que os líderes partidários no Congresso e os dirigentes partidários querem que o fundo eleitoral seja aumentado.

Relembrando a campanha de 2022 (eleições gerais), foram usados quase R$ 5 bilhões de dinheiro público para financiar despesas de candidatos à presidência da República, governador, senador, deputado federal e deputado estadual

Para 2024, os líderes envolvidos na discussão do Orçamento argumentam que o valor do fundo eleitoral precisa aumentar, pois o quantitativo de vagas e de candidatos será ainda maior.

7 - Os defensores da majoração do valor do fundo eleitoral lembram que em 2020, última eleição municipal, foram disputados 58.208 cargos de vereador, além dos postos de prefeito e vice-prefeito em 5.568 municípios. Com o fim das coligações em eleições proporcionais (no caso de vereadores), a campanha precisaria de mais financiamento. Segundo eles, em 2020, devido às restrições da pandemia, os gastos foram limitados.

Conclui-se. Os parlamentares não estão preocupados com o desgaste junto à opinião pública. E mais: oargumento de que o financiamento público igualaria os concorrentes na eleição não vingou; pelo contrário, concentrou mais recursos nas mãos dos dirigentes partidários, que geralmente são parlamentares. Não se evitou a existência de caixa dois, mesmo com proibição legal. Por consequência, fica cada vez mais consolidada a presença de políticos veteranos comandando o parlamento, e, por conseguinte, o país.

9 - Notícia de ontem é que, vencendo dificuldades, os partidos de esquerda de Belo Horizonte caminham para indicar candidato único à prefeitura, embora ainda sem um nome consensual. Pelo andar da carruagem, e pelo que se ouve, essa unidade pode ser, em Juiz de Fora, diferentemente, o principal desafio para a direita…

10 – Uma reflexão sobre o desempenho eleitoral. Alguns pretendentes à prefeitura, conforme notícias das redes sociais, participaram do processo eleitoral do ano passado, concorrendo ao cargo de deputado federal. Ao pesquisar o noticiário da época (G1 Zona da Mata), verifica-se o seguinte desempenho: 1- Ione Barbosa, 44.084 votos (15,33%); 2 - Sargento Mello, 13.598 votos (4,73%); 3 - Júlio Delgado, 9.899 votos (3,44%); 4 - Charlles Evangelista, 9.139 votos (3,18%). E registrados votos brancos 7,15%, e nulos 6,32%.

Antes que algum leitor estranhe, é importante frisar que as eleições gerais são diferentes das municipais. As conjunturas são diversas e os tempos são outros. Não há total identidade entre os dois processos. Entretanto, os dados mencionados sobre o desempenho dos candidatos junto ao eleitorado revelam sua capacidade de inserção naquela ocasião. O resultado eleitoral recente é indicador a ser considerado no cálculo eleitoral do candidato, do partido e dos concorrentes para as eleições de 2024.

11 – Ontem, centenário de nascimento do genial Millôr Fernandes, vale lembram muitas coisas sábias que ele andou dizendo pela vida afora. Por exemplo: o poder é sempre da direita. Vença quem vencer a eleição, quem manda são os homens da direita,

Sempre, quando se aproximam as eleições, observadores políticos gostam de formular uma observação de prudência. É o cuidado na avaliação dos candidatos a vice, na maioria das vezes escolhidos com base nos interesses do momento e das conveniências partidárias. Vale para as chapas de candidatos a prefeito, governador e presidente da República. Vejamos no cenário nacional, de 1889 a 1930, tornaram-se presidentes os vices Floriano Peixoto, Afonso Pena, Nilo Peçanha, Wenceslau Braz e Delfim Moreira. Depois de 30, Nereu Ramos, Café Filho, João Goulart, José Sarney. Itamar Franco e Michel Temer. O vice é sempre uma esperança de plantão.

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