quinta-feira, 3 de agosto de 2023

 

Eleição 2024 em pauta (XXXI)

1- Num momento em se levantam dúvidas sobre a necessidade do rigor da operação policial em Guarujá, da qual resultou a morte de 14 pessoas, a deputada Ione Barbosa (Avante-MG) antecipou-se e saiu em defesa dos policiais, por entender que, se os suspeitos morreram, era preciso que morressem. Foi depoimento que prestou na Comissão de Direitos Humanos da Câmara, onde o assunto continua rendendo, além de desgastes para o governador Tarcísio de Freitas.

As redes sociais dividem-se. Mas parece que a deputada somou pontos junto ao eleitorado da direita.

2 - O portal UOL Notícias informou que câmaras e prefeituras paulistas iniciaram movimento para turbinar os salários de vereadores e prefeitos, no ano que antecede a eleição.  

Os reajustes variam entre 40% e 179%, e há casos em que a remuneração mensal pode chegar a R$ 34 mil para o Executivo, e até R$ 20 mil para o Legislativo. A lei estabelece que os salários dos mandatários municipais, que tomarão posse em 2025, receberão os proventos aumentados pelos atuais. Mas o que chama a atenção são os percentuais elevados, o que - é claro ! - não encontra paralelo na recomposição salarial de profissionais da iniciativa privada.

Em Juiz de Fora não se tem notícia do aumento para vereadores e prefeito para vigorar em 2025. Entretanto, a expectativa é que os membros dos dois poderes sejam bastante austeros, quando derem aumentos para si mesmos .

3 - A disputa pela prefeitura, ainda distante, mas não tanto para os grupos que dela pretendem participar, pode ganhar algum progresso nos próximos dois meses. A começar pelo PMDB, com o ensaio de conversa com o grupo do ex-prefeito Tarcísio Delgado, que estaria de volta à sigla. O projeto inicial de grupo é lançar a candidatura do ex-deputado Júlio Delgado.

4- A prefeitura realizou reunião com moradores do Bairro Industrial para apresentar a primeira etapa das obras de prevenção aos alagamentos. As intervenções começariam nesta semana.

Alguns observadores políticos comentaram a notícia como medida também política da prefeita, que precisa mostrar que está realizando obras e serviços, e, assim, poder pleitear a reeleição no ano que vem.

5 - Sobre o protagonismo feminino na política nacional, CNN Brasil destacalguma simetria nos projetos eleitorais de 2024 pelos atuais partidos antagônicos na cena política brasileira: o Partido Liberal (PL) e o Partido dos Trabalhadores (PT). Ambos têm cuidado, de forma planejada, os próximos passos de Michelle Bolsonaro e Rosângela Silva, para alavancar as forças partidárias com vistas às próximas eleições. No PT, a ideia é que, diante dos compromissos oficiais do presidente Lula, a primeira-dama o represente em municípios com candidaturas de esquerda. A previsão é de que o presidente deve focar sua presença nas capitais, e Janja estaria presente nos municípios com população maior que 100 mil habitantes.

No caso de Michelle, o PL quer a presença dela em regiões em que o ex-presidente Bolsonaro enfrenta maior rejeição, como nas regiões Norte e Nordeste. A ideia é que tenha uma agenda eleitoral paralela à do marido.

Enfim, o objetivo tanto do PT como do PL é estar presente no máximo de municípios, na tentativa de ampliar o número de prefeitos dos partidos, inclusive nos municípios em que têm maior rejeição. Segundo levantamento da CNN, o PL é a sexta legenda com maior número de prefeitos, enquanto o PT é a décima primeira.

Cabe um comentário premonitório a respeito das iniciativas de ambos os partidos, proporcionando protagonismo de duas mulheres no cenário político nacional, com repercussões eleitorais em 2026.

6- Em BH, o ex-prefeito Márcio Lacerda, lembrado positivamente pelos dois mandatos que exerceu,surge como possibilidade de pré-candidato para 2024. Considerado de notável capacidade de gestão, ele vem sendo procurado, com insistência, por diversos partidos.

Em 2018, quando era pré-candidato ao governo de Minas, esteve em Juiz de Fora, a convite de seu amigo Vitor Valverde, para explanar suas propostas. Mas o PSB não permitiu que concorresse naquele ano, frustrando parcela do eleitorado que aderiu ao seu programa de governo. Há quem acredite que a não candidatura de Márcio Lacerda favoreceu a vitória de Romeu Zema, pois os mineiros buscavam candidato com perfil de bom gestor.

Faz 25 anos que a Comissão de Reforma Política do Senado Federal aprovou projeto de Sérgio Machado (PSDB-CE) introduzindo o voto facultativo nas eleições, o que correspondia, segundo pesquisas da época, ao desejo de 64% da população consultada. Esse percentual não estaria muito diferente nos dias atuais. Mas nem por isso a decisão da comissão prosperou o suficiente para ir ao plenário. Quatro anos antes, os votos nulos e em branco haviam atingido 36.5%. Em apoio ao projeto, o senador José Fogaça (PMDB-RS) lembrou que o voto obrigatório é quase uma farsa: o eleitor é obrigado a comparecer, mas anula ou vota em branco...

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