Eleição 2024 em pauta ( XLII)
Verdade
Uma verdade nem sempre reconhecida pelos políticos e candidatos, adeptos do assistencialismo, acaba de ser revelada, com toda clareza, pelo ex-deputado Marcus Pestana, na Câmara dos Deputados. Na semana passada, em palestra, representando o Senado e a Instituição Fiscal Independente, disse ele que a população pobre brasileira jamais teve ganho com as renúncias fiscais, tão fartamente distribuídas. Custo-benefício inexistente.
Preocupante
No Rio de Janeiro, capital e arredores, um levantamento do jornal O Globo mostra que, nos últimos 20 anos, 43 parlamentares e candidatos foram assassinados, todos com indícios de possível participação do crime organizado. A maior parte das execuções se deu na Baixada Fluminense, com 31 das 43 mortes, sendo 10 em Magé. Os anos eleitorais concentram as execuções: foram 29 mortes, sendo 21 em anos de eleições municipais e oito em anos de pleitos gerais. Desde 2003, sete assassinatos, um dos quais tirou a vida da vereadora Marielle Franco (PSOL).
Duvidoso
Depreende-se das conversas que prosperam no MDB uma dúvida sobre o caminho que melhor o partido devia trilhar em 2024. Se para alguns o projeto da candidatura própria deve ser mantido, a qualquer custo, outra ala, mais preocupada em armar robusta chapa de candidatos a vereador, pensa que melhor é, desde já, examinar opções para uma aliança viável na eleição majoritária.
Seja como for, nada seria mais proveitoso para o partido se entrasse nas discussões mostrando ao eleitorado um vigoroso plano de desenvolvimento para o futuro imediato de Juiz de Fora. Excelente ponto de partida.
Tema prioritário
Para o MDB ou qualquer outro partido que se aventure na campanha eleitoral, tema de absoluta prioridade é debater e propor a retomada do desenvolvimento municipal. Há muitas razões para isso, e uma delas acaba de ser revelada pelo Centro de Liderança Pública, mostrando que nos últimos meses Juiz de Fora caiu 12 pontos na escala de competitividade entre os municípios brasileiros. Estamos agora em 107º lugar. Em Minas, 14º, perdendo para Barbacena, Belo Horizonte, Poços de Caldas, Uberlândia, entre outros.
Articulações
A preparação eleitoral para 2024 já demonstra dificuldades para os partidos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ex-presidente Jair Bolsonaro, na tentativa de liderar a disputa de prefeituras em grandes centros. Tanto PT como PL lançaram pré-candidaturas em 15 capitais, e aparecem inicialmente solitários em grande parte delas. Já prefeitos de outras legendas, que controlam a máquina pública, levam vantagem para buscar novo mandato.
Hoje, 12 dos 18 postulantes à reeleição jencaminham acordos com siglas que têm bancadas no Congresso. Assim, terão acesso a mais verba pública e tempo de rádio e TV para a campanha do pleito que ocorrerá no dia 6 de outubro do ano que vem.
No caso do PT, que governa nenhuma capital, os petistas devem liderar alianças em quatro cidades – Porto Alegre, Natal, Teresina e Goiânia, com partidos de esquerda.
Já no PL o fato de Bolsonaro ter sido vitorioso em 15 capitais no pleito de 2022 pode virar um valor para atrair aliados, sobretudo no Sudeste e no Norte. Em capitais como São Paulo e Porto Alegre, o partido apoiará a reeleição de Ricardo Nunes e Sebastião Melo, respectivamente, ambos do MDB, segundo o jornal O Globo.
Retorno
Absolvido no rumoroso caso JBS, acusado de corrupção, o deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) está de volta ao protagonismo político;nem afastada a possibilidade de ele disputar o governo de Minas em 2026. Ou assumir a presidência da executiva nacional do partido, ainda mais que o atual presidente, governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, não consegue alinhar as demandas do partido com as do governo do Estado.
O jornal O Tempo ouviu, a propósito, o ex-governador Eduardo Azeredo. Diz ele que Aécio Neves “é um nome nacional, foi nosso candidato à Presidência da República (em 2014) e por muito pouco não se elegeu. Ele está agindo como uma liderança, como realmente é. Então ele pode vir a ter posições na liderança do partido, como já teve”.
A propósito
Alguns políticos têm indagado dos tucanos da cidade se, com alguma percepção da realidade, já procuraram ouvir Aécio sobre os caminhos que podem se abrir para o PSDB em Minas, particularmente em Juiz de Fora.
Meta mínima
Ainda é cedo, muito cedo, para se saber em que águas terão de navegar os candidatos em 2024. O que não impede que aos cogitáveis para disputar a vereança procurem, desde já, conhecer as condições em que vão entrar na disputa. É o caso, por exemplo, do cociente eleitoral que se exigirá do partido para que alcance uma cadeira na Câmara. Calcula-se que não menos de 12.500 legendas.
Vereadores
Vai completar o segundo mês de inauguração de sede, em Juiz de Fora, a Associação dos Poderes Legislativos da Zona da Mata, presidida pelo vereador Juraci Scheffer. Criada em 2021, a Apolegis pretende “atuar em favor dos parlamentos municipais, e capacitar vereadores e servidores para fortalecer a prática legislativa”. Juraci lembra que “precisamos refletir que todo o cotidiano das cidades passa antes pelos parlamentos. Então, precisamos de leis fortes que vão ter impacto direto no desenvolvimento econômico, social e político das cidades”.
Nos bairros
A deputada Ione Barbosa publicou na rede social que esteve em uma localidade denominada Ribeirão, visitando comunidade muito vulnerável do bairro Náutico, que precisa de olhar especial. Aproveitou para afirmar que está percorrendo a cidade, e dar voz a esses bairros que vivem numa condição de imensa falta de acesso à saúde, educação e transporte público.
Nos bastidores, a notícia é que Ione está em pré-campanha para a prefeitura, priorizando locais onde a administração atual não chegou.
A 10 de novembro de 1937 o então presidente da República, Getúlio Vargas, resolveu restabelecer o regime ditatorial. Deu o golpe de estado, suspendendo as atividades da câmara legislativa federal, as estaduais e municipais. Cada estado estava sob a direção de interventores, exceção de Minas, que continuou com governador. Os municípios voltaram a ser administrados por prefeitos nomeados. Em Juiz de Fora foram os seguintes: Rafael Cirigliano (1938-42), José Celso Valadares (1943-45), José Batista de Oliveira (1945), Álvaro Braga de Araújo 1946), José Procópio Teixeira Filho ( 1947).
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