quarta-feira, 4 de outubro de 2023

 

Eleição 2024 em pauta (XL)

Pré-campanha

Sem festas e sem badalações, entrou em vigência a Lei 24 466, para coibir a violência política contra a mulher; lei mineira, aprovada pela Assembleia Legislativa, que torna o Estado pioneiro nesse campo. Mas é matéria que, tendo importância permanente, devia merecer destaque e ampla discussão, já antecedendo a campanha eleitoral. Tudo a ver, porque é sob o calor das disputas eleitorais que as agressões contra ela tornam-se mais frequentes. Os partidos podiam tomar a iniciativa e abrir debates sobre essa lei, e com a garantir sua efetiva aplicação.

Diz o texto legal que se entende como violência política contra a mulher ”qualquer ação, comportamento ou omissão individual ou coletiva, com a finalidade de impedir ou restrigir o exercício do direito político da mulher”.

Fala-se na desejada iniciativa dos partidos, mas vale considerar que tem sido inspirado por eles um tipo de violência cada vez mais frequente: as ciladas para não conferir à representação feminina os espaços a ela destinados na elaboração das chapas de candidatos.

Tutelares

A eleição dos 25 conselheiros tutelares de JF, no domingo, registrou participação recorde, com mais de 16 mil votantes. Chamou atenção a recondução de mais da metade dos conselheiros, que eram 15 na composição que encerra o mandato. Foi o caso de Elenita de Paulo, reeleita com a maior votação.

Informações de bastidores sobre esse processo dão conta de que houve intensa ação de partidos políticos, religiões e organizações em favor de candidaturas relacionadas com aqueles segmentos. Afinal, os conselheiros tutelares são agentes políticos nos territórios que atuam. E no ano que vem terá eleições.

Minirreforma

A minirreforma eleitoral, aprovada na Câmara dos Deputados, ficou sem relator no Senado Federal, e fora da pauta da Comissão de Constituição e Justiça. De forma que, não sendo aprovada até o dia 6, amanhã, exato um ano antes do próximo pleito, a minirreforma não teria como ser aplicada nas eleições municipais do ano que vem.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, já havia antecipado que não havia pressa para a tramitação, demonstrando contrariedade com o rápido processo do projeto na Câmara dos Deputados.

Os acenos

Prospera, no MDB, o esforço para atrair, em tempo hábil, a filiação de dois vereadores com mandato, que, sendo candidatos à reeleição, certamente fortaleceriam a chapa. Pela primeira vez, nas últimas legislaturas, o partido não tem representação na vereança, embora, na eleição passada conseguisse quatro cadeiras, mas logo depois os titulares desembarcariam em outras legendas.

Os emedebistas também, com outras intenções, assediam o presidente da Câmara, José Márcio Garotinho.

Mulheres

A ex-primeira dama Michelle Bolsonaro (PL), presidente do PL Mulher, estará em Belo Horizonte amanhã, para falar no Expominas. Desde que assumiu a presidência, ela vem participando de diversos eventos. Em Minas, a presidente do PL estadual é Sheila Oliveira, que foi vereadora na cidade, e está no segundo mandato de deputada estadual.

O evento em BH visa a estimular a participação feminina na política, principalmente nas eleições municipais de 2024.

A curiosidade, nesse caso, é a desistência da deputada de novamente concorrer àprefeitura, mas anunciar apoio ao ex-deputado federal Charles Evangelista, abrindo mão do protagonismo feminino na política, que seu partido pretende fortalecer.

Marlon alerta

O vereador Marlon Siqueira (PP) postou em suas redes sociais alerta sobre as finanças municipais, lembrando que em 2023, na primeira avaliação trimestral, a Controladoria Geral do Município demonstrou que o Executivo gastou acima do limite prudencial de 95% do que arrecadou - isso considerando o início do ano, quando os impostos chegam de forma mais robusta.

Em tom pessimista, o vereador diz que isso pode comprometer serviços e até salários.

Marlon foi o primeiro líder do governo atual na Câmara, em 2021. Agora adota postura mais crítica em relação à administração.

Reeleição

Juiz de Fora, em sete décadas, teve vários prefeitos reconduzidos: Olavo Costa, Adhemar Andrade, Itamar Franco, Tarcísio Delgado, Alberto Bejani, Custódio Mattos e Bruno Siqueira. A reeleição de um prefeito, já estando no cargo, passou a existir nas eleições municipais de 2000, quando havia legislação disciplinando os processos eleitorais em todos os níveis.

Desde então, foram reeleitos Tarcísio Delgado ( 2000, três mandato) e Bruno Siqueira (2016). E reconduzidos para segundo mandato, nesse intervalo, Alberto Bejani (2004,que não concluiu o segundo mandato) e Custódio Mattos (2008).

Em roda de conversa de veteranos políticos, em fins de setembro, comentava-se sobre esse costume de Juiz de Fora reconduzir os prefeitos para mais um mandato. Tarcísio foi além, sendo eleito para três. O assunto surgiu após a lembrança, por um dos participantes da conversa, que daqui a um ano haverá eleição municipal. Mantida a tradição, a prefeita Margarida seria reconduzida para mais um mandato.

Logo depois de chegar à praça da Estação, em 1960, para comício em Juiz de Fora, Jânio Quadros, candidato da UDN à Presidência da República, visivelmente cansado, manifestou desejo de falar assentado, o que foi logo comunicado ao público pelo locutor de uma emissora local, também no palanque. Assentou-se, ia começar a falar, enquanto um enfermeiro, arregimentado em farmácia próxima, preparava injeção de Frutoplex para animar o orador. Jânio fez um segundo comício na cidade, dessa vez no Largo Riachuelo, mas já então animado pelas pesquisas, que lhe garantiam a vitória próxima.

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