Eleição 2024 em pauta ( LXXVI)
A LIÇÃO DOS NÚMEROS
Interessante observar que dirigentes partidários, como também candidatos que estão entrando em campanha e seus assessores, não têm se preocupado, pelo que se sabe, em pesquisar e estudar os números da eleição de 2020; e em que ponto, sob quais aspectos, eles podem trazer luzes para os que vão jogar sua sorte no pleito que chega dentro de 45 dias. A experiência passada deve ensinar alguma coisa. Talvez, estudando o passado, pudessem os interessados encontrar forma de estimular mais o eleitorado a caminhar rumo às urnas.
Poucos se dão conta de avaliar, mas há quatro anos, quando se defrontaram os candidatos a prefeito, 12.532 eleitores preferiram votar em branco. Pior, para preocupar mais, é que, naquele mesmo ano, 25.912 foram à urna para anular o voto.
O que significa: somada a abstenção, 152.431 juiz-foranos não participaram da escolha do prefeito. Um quadro que assusta, mesmo com a ressalva de que o voto nulo e o voto em branco não são a mesma coisa. O nulo é rancoroso, odeia, rasga um direito de cidadania; o branco não deixa de ser voto ativo, porque confere ao cidadão o direito de não fazer opção.
Aqueles ausentes, ou, ao menos, uma grande parte deles à espera de um discurso que os estimule a sair do ostracismo. Quem se habilita?
DESINTERESSE
Informa o Tribunal Superior Eleitoral que são 451.988 os cidadãos inscritos para disputar as eleições, dos quais 15.341 tentam ganhar as prefeituras brasileiras. Uma novidade é que, desta vez, esse colégio é agora bem menor: cerca de 100.000 a menos.
Essa queda não acontecia desde 2008.
As explicações não são muitas sobre o desinteresse. Uma delas é o custo das campanhas, que vão se tornando artigo de luxo. Há os que buscam explicação no desencanto, cada vez maior, com a política.
SÍLVIO PRESENTE
A disputa pela prefeitura de Juiz de Fora, que sente a ausência de conhecidas figuras políticas, também fica sem a participação do ex-deputado Sílvio Abreu, que foi secretário de Justiça no governo Tancredo Neves, e, durante duas décadas, teve imensa influência no MDB municipal.
Neste ano, Sílvio está empenhado na eleição do prefeito de Belmiro Braga, onde tem propriedade e poder político, à frente de uma aliança liderada pelo PDT.
VISITA DECISIVA
Ronaldo Caiado, governador de Goiás, visitou Juiz de Fora, na segunda-feira, para participar de evento da campanha de Ione Barbosa, candidata à prefeitura pelo Avante, tendo como vice Manfrini (filiado ao União). A visita foi registrada nas redes sociais da candidata.
O gesto de Caiado, presente neste momento, significa o endosso da direção nacional do União à indicação do candidato a vice. Sinaliza, politicamente, a ratificação, na cidade, da aliança eleitoral de seu partido com o Avante.
QUOCIENTE
Os candidatos a vereador ainda não dispõem de dados precisos sobre o volume das legendas necessárias para que o partido garanta uma cadeira na Câmara. Mas, com base na comparação com pleitos anteriores e novas projeções do eleitorado, a prudência recomenda não fazer estimativas abaixo de 12.500 votos.
OS PERCENTUAIS
O TSE concluiu, ontem, o levantamento dos percentuais de candidatas e dos candidatos negros, com o fim de fixar e policiar a participação deles nos recursos do Fundo Eleitoral, mas já com todas as evidências de que os dois segmentos sairão prejudicados, sem que os partidos políticos sofram penalidades.
Viu-se agora: o Senado aprovou perdão aos partidos políticos que vivem em irregularidades, não pagam suas contas e, pior, na eleição de 2022 descumpriram dispositivos legais que mandavam garantir espaço e vagas para mulheres e negros na elaboração das chapas de candidatos. Os criminosos foram perdoados, como também caladas e recolhidas ficaram as entidades que gostam de falar grossos quando os menos poderosos pisam nos calos femininos e fazem pouco da cor da pele.
DELEGADAS
A campanha eleitoral faz com que cruzem os caminhos duas delegadas de polícia, que acabaram dedicadas à política. A deputada Sheila preside o diretório municipal do PL, partido que tem seu marido, Charlles, candidato a prefeito, enquanto a deputada Ione Barbosa concorre ao mesmo cargo, pelo Avante. Não se davam, na profissão, não se dão na política. Como costumam sugerir os colunistas sociais, não convém chamar as duas à única mesa.
GETÚLIO
No sábado, dia 24, os 70 anos da morte de Getúlio Vargas. Nada se programou na cidade para marcar a data, mesmo em tempo de campanha eleitoral. Houve época em que os trabalhistas e o PTB celebravam intensamente.
Hoje, os trabalhistas estão dispersos e o PTB não existe mais.
PRIMEIRO CASO
Caiu nos braços da deputada Ione Barbosa, candidata a prefeita pelo Avante, o primeiro embate na Justiça. O Ministério Público acha que sua candidatura tornou-se irregular, e, portanto, tem de ser impugnada. A questão gira em torno da indicação do vice, Francisco Manfrini, porque a decisão do União Brasil de indicá-lo para a aliança ocorreu 24 horas depois de esgotado o prazo legal para as convenções. Mas, como o pedido de impugnação também chegou fora do prazo, é pouco provável que prospere.
O cancelamento de uma candidatura majoritária é coisa séria. Precisa se basear em graves evidências.
SÓ UM VOTO
Entre os 214 municípios brasileiros que terão candidato único a prefeito, três estão na área de influência de Juiz de Fora: Maripá, Pedro Teixeira e Pequeri. Basta que, nessas condições, o candidato tenha um voto (o próprio) para se considerar eleito…
Na tarde de 22 de agosto de 1889 – 135 anos passados – a Câmara e a população receberam a notícia de que, na noite do dia seguinte, Bernardo Mascarenhas traria, da usina de Marmelos, os primeiros sinais de energia elétrica, para alimentar umas poucas lâmpadas da sede da Maçonaria Fidelidade Mineira. O mais importante entre os pioneirismos da cidade, que foram muitos. Havia um clima de incredulidade, mesmo numa época em que viviam aqui vários empreendedores; mas as pessoas preferiam desconfiar. A desconfiança só foi vencida no dia 5 de setembro, quando, então, muitas luzes se acenderam na Rua Direita.
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