Nesta terça-feira instala-se o novo ano legislativo, com um detalhe desanimador: entre todas as grandes e médias cidades mineiras Juiz de Fora é que estará representada pelas bancadas numericamente mais modestas. Com cerca de 350 mil eleitores, ficamos com apenas com dois deputados estaduais. Na bancada federal, também dois, mas seria apenas um, não fosse a primeira suplência contemplada de Edmar Moreira.
Escapa desta avaliação Itamar Franco, porque senador não se elege com os votos de uma única região, muito menos de um município.
Com o colégio de eleitores que Juiz de Fora já reuniu poderiam estar em Belo Horizonte seis deputados à Assembleia; federais seriam três no mínimo.
Conserva-se aqui a tradição de apoiar candidatos de outras regiões. Em outubro passado mais de 100 mil votos saíram para ajudá-los, concorrendo para isso, significativamente, o corporativismo evangélico.
Interessante que, mesmo sabendo da importância de uma ampla representação política, a evasão de votos parece não preocupar a sociedade organizada, pois no ano passado apenas a Câmara de Dirigentes Lojistas se levantou em defesa das candidaturas identificadas com a cidade.
segunda-feira, 31 de janeiro de 2011
quinta-feira, 27 de janeiro de 2011
Os jogos na encruzilhada
Depois que grande esforço de malabarismo propôs que o pôquer seja promovido da categoria de jogo a esporte, o Senado já andou consumindo algum tempo para explicar essa novidade. Ele passou a ser considerado uma questão de probabilidade e estratégia, o que seria suficiente para espantar a velha pecha de jogo de azar, desfazedor de fortunas e fonte de misérias.
A nova legislatura, que já vai começar, tal como ocorreu com as anteriores, será logo alvo da campanha pela liberação dos jogos, ainda sob resistência de setores vários da sociedade, já não mais apenas da bancada religiosa, mas também de quantos veem neles a máquina certa para lavagem do dinheiro do tráfico e de outras atividades criminosas. À maioria, contudo, o que continua assustando são os males sociais do vício, salvo, talvez, o jogo do bicho, jamais acusado de causar tragédias e falências. Diferentemente dos demais.
Roger Callois, escrevendo sobre isso em “O jogo e os homens”, entendia que há diferença entre a “alea” e o “agon”. Naquela, o adversário não é uma pessoa ou um time com que se compete. O adversário é o destino, sobre o qual o jogador não exerce qualquer domínio. No “agon!”, ao contrário, preponderam a inteligência, a atenção e a habilidade. É o que se dá no xadrez.
O jogador, em Dostoievsk, sofre da vertigem do ganho e da febre da perda. Nada pode invocar, a não ser o favor ou o desfavor dos deuses. No pôquer, agora esporte, Baudelaire, que escreveu “O Jogo”, já vê dedos convulsos por infernal febre.
Mas em meio a tudo isto, contrapondo-se ao lobby que funciona no Congresso Nacional, há sinais de que o jogo não vai bem das pernas. Dois dados conhecidos em Juiz de Fora, que não devem ser muito diferentes de outros lugares onde inexistem cassinos: o carteados só tem sido praticado por quem tem mais de 50 anos. E as apostas no bicho declinaram em cerca de 40%. A rapaziada e gente da meia idade têm preferido as loterias milionárias que a mentalidade de jogatina do governo criou em profusão nos últimos tempos.
Portanto, num cenário em que se investem milhões para a legalização dos jogos de azar, alguns deles padecem do risco de extinção, e de roldão até mesmo a modesta contravenção do bicho, que João Batista Drumond, de Itabira do Mato, inventou em 1888, como forma de manter os 25 animais de seu zoológico.
Notas
1 - O PR e antigos membros do DEM querem saber como fica seu futuro em Juiz de Fora. Quem tem a palavra é o deputado Edmar Moreira, que na última eleição ganhou a primeira suplência, mas vai assumir, pois o titular, Carlos Melles, saiu para integrar o Secretariado de Anastásia.
2 - Já recuperado de forte resfriado de que foi acometido, o senador eleito Itamar Franco viajou para Brasília, onde, na terça-feira, cumpre um ato que lhe é familiar: assume pela terceira vez na Câmara Alta.
3 - Os colegas de Marcílio Pacheco, prefeito de Mar de Espanha, novo presidente da Associação dos Municípios da Microrregião do Vale do Paraibuna, garantem que ele assume com ânimo de modernizar a entidade, envelhecida nas três últimas décadas.
4- Peemedebistas da cidade perceberam que uma das primeiras audiências da agenda do vice-presidente Michel Temer (PMDB) foi concedida ao deputado Júlio Delgado (PSB). Interessante, porque o deputado pode ser candidato a prefeito e o partido de Temer teria papel decisivo nesse projeto.
5 - Na terça-feira o prefeito Custódio Mattos estará trabalhando com um Secretariado reformado, a começar pelo Demlurb e Secretaria de Assistência Social.
6 - Constatação de quem promove viagens diárias a cidades da região: as rodovias da responsabilidade do governo federal revelam desleixo e péssima conservação, enquanto as estaduais em excelente estado. Herança de Aécio.
7 - Sob dores provocadas por um cálculo renal, na Santa Casa, Bruno Siqueira, vive suas últimas horas como vereador, na esperança de expelir a pedra, e asumir como deputado na terça-feira, em BH.
A nova legislatura, que já vai começar, tal como ocorreu com as anteriores, será logo alvo da campanha pela liberação dos jogos, ainda sob resistência de setores vários da sociedade, já não mais apenas da bancada religiosa, mas também de quantos veem neles a máquina certa para lavagem do dinheiro do tráfico e de outras atividades criminosas. À maioria, contudo, o que continua assustando são os males sociais do vício, salvo, talvez, o jogo do bicho, jamais acusado de causar tragédias e falências. Diferentemente dos demais.
Roger Callois, escrevendo sobre isso em “O jogo e os homens”, entendia que há diferença entre a “alea” e o “agon”. Naquela, o adversário não é uma pessoa ou um time com que se compete. O adversário é o destino, sobre o qual o jogador não exerce qualquer domínio. No “agon!”, ao contrário, preponderam a inteligência, a atenção e a habilidade. É o que se dá no xadrez.
O jogador, em Dostoievsk, sofre da vertigem do ganho e da febre da perda. Nada pode invocar, a não ser o favor ou o desfavor dos deuses. No pôquer, agora esporte, Baudelaire, que escreveu “O Jogo”, já vê dedos convulsos por infernal febre.
Mas em meio a tudo isto, contrapondo-se ao lobby que funciona no Congresso Nacional, há sinais de que o jogo não vai bem das pernas. Dois dados conhecidos em Juiz de Fora, que não devem ser muito diferentes de outros lugares onde inexistem cassinos: o carteados só tem sido praticado por quem tem mais de 50 anos. E as apostas no bicho declinaram em cerca de 40%. A rapaziada e gente da meia idade têm preferido as loterias milionárias que a mentalidade de jogatina do governo criou em profusão nos últimos tempos.
Portanto, num cenário em que se investem milhões para a legalização dos jogos de azar, alguns deles padecem do risco de extinção, e de roldão até mesmo a modesta contravenção do bicho, que João Batista Drumond, de Itabira do Mato, inventou em 1888, como forma de manter os 25 animais de seu zoológico.
Notas
1 - O PR e antigos membros do DEM querem saber como fica seu futuro em Juiz de Fora. Quem tem a palavra é o deputado Edmar Moreira, que na última eleição ganhou a primeira suplência, mas vai assumir, pois o titular, Carlos Melles, saiu para integrar o Secretariado de Anastásia.
2 - Já recuperado de forte resfriado de que foi acometido, o senador eleito Itamar Franco viajou para Brasília, onde, na terça-feira, cumpre um ato que lhe é familiar: assume pela terceira vez na Câmara Alta.
3 - Os colegas de Marcílio Pacheco, prefeito de Mar de Espanha, novo presidente da Associação dos Municípios da Microrregião do Vale do Paraibuna, garantem que ele assume com ânimo de modernizar a entidade, envelhecida nas três últimas décadas.
4- Peemedebistas da cidade perceberam que uma das primeiras audiências da agenda do vice-presidente Michel Temer (PMDB) foi concedida ao deputado Júlio Delgado (PSB). Interessante, porque o deputado pode ser candidato a prefeito e o partido de Temer teria papel decisivo nesse projeto.
5 - Na terça-feira o prefeito Custódio Mattos estará trabalhando com um Secretariado reformado, a começar pelo Demlurb e Secretaria de Assistência Social.
6 - Constatação de quem promove viagens diárias a cidades da região: as rodovias da responsabilidade do governo federal revelam desleixo e péssima conservação, enquanto as estaduais em excelente estado. Herança de Aécio.
7 - Sob dores provocadas por um cálculo renal, na Santa Casa, Bruno Siqueira, vive suas últimas horas como vereador, na esperança de expelir a pedra, e asumir como deputado na terça-feira, em BH.
terça-feira, 25 de janeiro de 2011
Pesquisas sob controle
A poucas horas de se extinguir a legislatura, o Senado Federal deixará a meio caminho o projeto que estabelece controle mais rígido sobre pesquisas eleitorais. É outro projeto que não chega ao fim, mas ganha chance de se fortalecer na Câmara, porque um de seus principais defensores, o senador mineiro Eduardo Azeredo, agora será deputado. Ele entende que é preciso exigir dos institutos pesquisadores um campo de trabalho mais amplo, como forma de se garantirem conclusões próximas do real, ainda que distantes da exatidão; principalmente quando se tratar de pesquisa eleitoral, porque nesse caso está envolvida a mais importante manifestação da cidadania.
O senador Mozarildo Cavalcanti recomenda que dos institutos se cobre, no caso de pesquisa de âmbito nacional, que seja consultado um mínimo de 13 mil pessoas. Hoje são ouvidas 300, o que, no parecer de Azeredo, permite conclusões equivocadas.
Mas, quando se trata de consultar tendência de colégios eleitorais, os problemas não estarão encerrados com a amplitude do campo de trabalho. Considerando-se o significativo número de eleitores que recorrem aos candidatos com maiores chances, pois não gostam de “perder o voto”, a pesquisa exerce influência sobre eles, e isso não é bom para a democracia, sempre dependente dos melhores, não necessariamente de favoritos. Outros países, mesmo os de democracias menos aperfeiçoadas, determinam que números de consultas só sejam divulgados nos dez dias antes da eleição. O Brasil precisa fazer o mesmo.
Notas
1) No Tribunal de Contas, o conselheiro Sebastião Helvécio será empossado, em 8 de fevereiro, como corregedor.
2) O prefeito Custódio Mattos recebe em audiência, amanhã, o superintendente do Museu Mariano Procópio, Douglas Fasolato, que, por exigência do estatuto, deve lhe apresentar, sempre em janeiro, o relatório anual de suas atividades.
3) Francisco Canalli, vereador suplente, que assume na terça-feira a vaga deixada por Bruno Siqueira, diz que tem algumas ideias na cabeça para cumprir o resto do mandato. Mas ainda não fala sobre elas.
O senador Mozarildo Cavalcanti recomenda que dos institutos se cobre, no caso de pesquisa de âmbito nacional, que seja consultado um mínimo de 13 mil pessoas. Hoje são ouvidas 300, o que, no parecer de Azeredo, permite conclusões equivocadas.
Mas, quando se trata de consultar tendência de colégios eleitorais, os problemas não estarão encerrados com a amplitude do campo de trabalho. Considerando-se o significativo número de eleitores que recorrem aos candidatos com maiores chances, pois não gostam de “perder o voto”, a pesquisa exerce influência sobre eles, e isso não é bom para a democracia, sempre dependente dos melhores, não necessariamente de favoritos. Outros países, mesmo os de democracias menos aperfeiçoadas, determinam que números de consultas só sejam divulgados nos dez dias antes da eleição. O Brasil precisa fazer o mesmo.
Notas
1) No Tribunal de Contas, o conselheiro Sebastião Helvécio será empossado, em 8 de fevereiro, como corregedor.
2) O prefeito Custódio Mattos recebe em audiência, amanhã, o superintendente do Museu Mariano Procópio, Douglas Fasolato, que, por exigência do estatuto, deve lhe apresentar, sempre em janeiro, o relatório anual de suas atividades.
3) Francisco Canalli, vereador suplente, que assume na terça-feira a vaga deixada por Bruno Siqueira, diz que tem algumas ideias na cabeça para cumprir o resto do mandato. Mas ainda não fala sobre elas.
sábado, 22 de janeiro de 2011
Notas de fim de semana
Cirurgia
O secretário de Administração, Vítor Valverde, volta de S.Paulo e reassume na terça-feira, depois de se submeter, no Hospital Albert Eistein, a uma cirurgia para remoção de tumor benigno que se situara próximo ao nervo ótico.
Retorno
Depois de longa ausência, reapareceu o ex-vereador Josemar da Silva, um dos mais animados na festa de lançamento do samba-enredo do Bloco do Beco, que neste ano homenageia o compositor Mamão. Amigos apostam no projeto de Josemar de reconquistar uma cadeira na Câmara.
Fogo amigo
Mais cedo do que provavelmente esperasse, a presidente Dilma começa a enfrentar contestações entre seus próprios correligionários. Há casos em que os protestos nem esperaram que ela vencesse o primeiro mês de mandato. Em Juiz de Fora, a CUT já foi ao Calçadão para condená-la com veemenência por não admitir salário mínimo elevado a R$ 580,00.
Sucessão
A sucessão municipal em Juiz de Fora, em 2012, foi assunto presente no encontro que tiveram em Belo Horizonte o deputado Marcus Pestana, o secretário de Saúde, Antônio Jorge, e o chefe da Casa Civil, Danilo de Castro.
Secretariado
No dia 4 de setembro passado, em reunião com membros do PP, o prefeito Custódio Mattos teria admitido a reorganização de parte de seu secretariado após as eleições. Assunto nunca tratado objetivamente. Mas agora algumas mudanças estariam em curso.
Uma novidade seria a entrada do coronel PM Anselmo Fernandes, que está saindo da ativa. Francisco Canalli, assume na Câmara a vaga de Bruno Siqueira, agora deputado estadual, e abre espaço na subsecretaria de Esportes. Ocupariam novas funções a secretária Sueli Reis e o diretor do Demlurb, Aristóteles Farias.
Os Andradas
O ano começa propício para a família Andrada, que tem dois séculos de presença e influência na política brasileira. Lafayette Andrada, além de ser reeleito deputado estadual, é o novo Secretário de Segurança Social; o irmão, Antônio Carlos Andrada, assume no dia 8 a presidência do Tribunal de Contas; o pai, Bonifácio Andrada, sai da suplência de deputado federal e em fevereiro volta a ser titular.
O secretário de Administração, Vítor Valverde, volta de S.Paulo e reassume na terça-feira, depois de se submeter, no Hospital Albert Eistein, a uma cirurgia para remoção de tumor benigno que se situara próximo ao nervo ótico.
Retorno
Depois de longa ausência, reapareceu o ex-vereador Josemar da Silva, um dos mais animados na festa de lançamento do samba-enredo do Bloco do Beco, que neste ano homenageia o compositor Mamão. Amigos apostam no projeto de Josemar de reconquistar uma cadeira na Câmara.
Fogo amigo
Mais cedo do que provavelmente esperasse, a presidente Dilma começa a enfrentar contestações entre seus próprios correligionários. Há casos em que os protestos nem esperaram que ela vencesse o primeiro mês de mandato. Em Juiz de Fora, a CUT já foi ao Calçadão para condená-la com veemenência por não admitir salário mínimo elevado a R$ 580,00.
Sucessão
A sucessão municipal em Juiz de Fora, em 2012, foi assunto presente no encontro que tiveram em Belo Horizonte o deputado Marcus Pestana, o secretário de Saúde, Antônio Jorge, e o chefe da Casa Civil, Danilo de Castro.
Secretariado
No dia 4 de setembro passado, em reunião com membros do PP, o prefeito Custódio Mattos teria admitido a reorganização de parte de seu secretariado após as eleições. Assunto nunca tratado objetivamente. Mas agora algumas mudanças estariam em curso.
Uma novidade seria a entrada do coronel PM Anselmo Fernandes, que está saindo da ativa. Francisco Canalli, assume na Câmara a vaga de Bruno Siqueira, agora deputado estadual, e abre espaço na subsecretaria de Esportes. Ocupariam novas funções a secretária Sueli Reis e o diretor do Demlurb, Aristóteles Farias.
Os Andradas
O ano começa propício para a família Andrada, que tem dois séculos de presença e influência na política brasileira. Lafayette Andrada, além de ser reeleito deputado estadual, é o novo Secretário de Segurança Social; o irmão, Antônio Carlos Andrada, assume no dia 8 a presidência do Tribunal de Contas; o pai, Bonifácio Andrada, sai da suplência de deputado federal e em fevereiro volta a ser titular.
sexta-feira, 21 de janeiro de 2011
Em defesa do idioma
A notícia vem de Americana, no interior de São Paulo. A Promotoria Pública, através de ação civil, pediu a proibição do uso de placas de sinalização com expressões em inglês. Acolhida pelo juiz, a ação começa pela placas de trânsito; até porque não se pode cobrar atenção e obediência a elas, se no Brasil as pessoas têm direito de não conhecer idioma estrangeiro. Não há como cobrar obediência ao que nelas foi inscrito.
Desconhecem-se precedentes no País, salvo a velha Juiz de Fora, que com a Resolução 817, de 28 de julho de 1919, decidiu, como forma de combater os estrangeirismos, cobrar “imposto especial de um conto de réis” das empresas industriais e comerciais que desejassem usar vocábulos em outras línguas nos anúncios, placas, letreiros e tabuletas. Naqueles mesmos tempos já Rui Barbosa advertia que a pátria que perde seu idioma já nada mais tem a perder.
No princípio do século era o francês que dominava. Mas há anos que a macaquice nacional se voltou para inglês. A propósito, o deputado dito comunista Aldo Rebelo, que sonha em voltar a presidir a Câmara, precisa informar em que gavetas adormece projeto de sua autoria que trata da promoção, defesa e proteção da língua portuguesa, antes que ela sucumba de vez na avalancha dos “made in”, “honding”, “recall”, “for sale” “franchise”, “cooffe-break”, “clipping”, “fashion mall”. Até o Banco Brasil, parecendo pretender esconder que é brasileiro, adotou o “personal banking”. Para não se falar na pizza humilhada pelo pedante “delivery”.
A cidade, onde também se leem essas expressões, teve até um caso de abuso do S apostrofado dos americanos. Foi no Vitorino Braga, onde um modestíssimo salão de cabeleireira ostentava na placa “Sebastiana's Hair...
Notas
1- Ainda neste mês a prefeitura publica edital de licitação para contratar a empresa que vai instalar no Morro do Redentor a torre única para todas as emissoras de televisão. Vai ser aproveitada a helicoidal da pioneira TV Industrial.
2 – O prefeito de Maripá, Wagner Fonseca, encontrou uma forma singular de definir a situação de discriminação das prefeituras da região:
“ Elas são como toucinho na linguiça. Primeiro, ocupam os espaços aej deviam ser da carne. Depois, são as primeiras que choram na hora da fritura”...
3 - no TRT de Minas o promotor Marcos Neri conseguiu fazer com que duas empresas readmitissem empregados dispensados por serem alcoólatra. O empregado que faz uso de bebidas alcoólicas, ainda que habitualmente, não é passível de dispensa “por justa causa”. Não se configura o caso de desvio de conduta.
4 – Em Juiz de Fora, o maior caso de ausência no emprego por causa de bebidas fica com o Demlurb. Há época em que o abstencionismo chega a 20%.
5 - Ouve-se nos corredores do Fórum que investigações sobre as atividades de um promotor vão respingar na Câmara e em um vereador amigo.
Desconhecem-se precedentes no País, salvo a velha Juiz de Fora, que com a Resolução 817, de 28 de julho de 1919, decidiu, como forma de combater os estrangeirismos, cobrar “imposto especial de um conto de réis” das empresas industriais e comerciais que desejassem usar vocábulos em outras línguas nos anúncios, placas, letreiros e tabuletas. Naqueles mesmos tempos já Rui Barbosa advertia que a pátria que perde seu idioma já nada mais tem a perder.
No princípio do século era o francês que dominava. Mas há anos que a macaquice nacional se voltou para inglês. A propósito, o deputado dito comunista Aldo Rebelo, que sonha em voltar a presidir a Câmara, precisa informar em que gavetas adormece projeto de sua autoria que trata da promoção, defesa e proteção da língua portuguesa, antes que ela sucumba de vez na avalancha dos “made in”, “honding”, “recall”, “for sale” “franchise”, “cooffe-break”, “clipping”, “fashion mall”. Até o Banco Brasil, parecendo pretender esconder que é brasileiro, adotou o “personal banking”. Para não se falar na pizza humilhada pelo pedante “delivery”.
A cidade, onde também se leem essas expressões, teve até um caso de abuso do S apostrofado dos americanos. Foi no Vitorino Braga, onde um modestíssimo salão de cabeleireira ostentava na placa “Sebastiana's Hair...
Notas
1- Ainda neste mês a prefeitura publica edital de licitação para contratar a empresa que vai instalar no Morro do Redentor a torre única para todas as emissoras de televisão. Vai ser aproveitada a helicoidal da pioneira TV Industrial.
2 – O prefeito de Maripá, Wagner Fonseca, encontrou uma forma singular de definir a situação de discriminação das prefeituras da região:
“ Elas são como toucinho na linguiça. Primeiro, ocupam os espaços aej deviam ser da carne. Depois, são as primeiras que choram na hora da fritura”...
3 - no TRT de Minas o promotor Marcos Neri conseguiu fazer com que duas empresas readmitissem empregados dispensados por serem alcoólatra. O empregado que faz uso de bebidas alcoólicas, ainda que habitualmente, não é passível de dispensa “por justa causa”. Não se configura o caso de desvio de conduta.
4 – Em Juiz de Fora, o maior caso de ausência no emprego por causa de bebidas fica com o Demlurb. Há época em que o abstencionismo chega a 20%.
5 - Ouve-se nos corredores do Fórum que investigações sobre as atividades de um promotor vão respingar na Câmara e em um vereador amigo.
quinta-feira, 20 de janeiro de 2011
Um modelo superado
Amanhã será eleita a nova diretoria da Ampar – Associação dos Municípios da Microrregião do Vale do Paraibuna. Diferentemente do que se deu nos anos anteriores, quando as diretorias se elegiam em chapa única consensual, desta vez a entidade é disputada por duas chapas, encabeçadas por Mar de Espanha e Piau, o que, em rigor, revela certa vitalidade, apesas de estar enfraquecida pela ausência do principal município. Juiz de Fora não faz parte da entidade, embora tenha sua sede aqui. Excluiu-se de um quadro onde estão outras 39 prefeituras.
Mas a questão essencial é que a Ampar precisa ser reciclada e modernizada. O prefeito de Pequeri, Raul Sales, considera que, aqui como em qualquer parte de Minas, esgotou-se o modelo das microrregiões. Para ele, o próprio governador pode se empenhar na revisão do modelo, e com razões para começar pela Mata. Raul se refere ao fato de Anastasia ter vencido a eleição na região, batendo o opositor, que tem aqui sua sede política.
Notas
1 - Setores do PMDB acham que o partido deve iniciar logo os estudos preliminares para a campanha da sucessão municipal, para que não perca espaços. Seu líder municipal, ex-prefeito Tarcísio Delgado, já sinalizou sobre a necessidade de candidatura própria. Mas quem seria o candidato em potencial?
2 – O que se informa em círculos evangélicos é que, na festa de passagem de ano, o ex-prefeito alberto bejani prometeu a amigos que volta à política em 2012.
3 – O superintendente do Museu Mariano Procópio, Douglas Fasolato, entregou ao prefeito, hoje, relatório de suas atividades no ano passado, com a boa notícia de que foram iniciadas as obras de restauração da Villa, parte mais sensível da grande cada histórica.
4 – Ainda em relação ao Mariano Procópio, o Conselho de Amigos do Museu homenageou o professor Almir de Oliveira, que completou 30 anos à frente da entidade curadora do notável acervo doado por Alfredo Ferreira Lage.
5 – As previsões indicam que as chuvas fortes voltam a Juiz de Fora na segunda-feira. Na prefeitura, considera-se que os serviços de dragagem realizados no Paraibuna permitiram que, pela primeira vez nos últimos anos, o Bairro Industrial ficasse livre de alagamentos.
6 – Nesta temporada de chuvas intensas as preocupações continuam voltadas para os trechos iniciais da Rua Olegário Maciel, sob risco de deslizamento de terra e pedras que se desprendem do Morro do Redentor.
Mas a questão essencial é que a Ampar precisa ser reciclada e modernizada. O prefeito de Pequeri, Raul Sales, considera que, aqui como em qualquer parte de Minas, esgotou-se o modelo das microrregiões. Para ele, o próprio governador pode se empenhar na revisão do modelo, e com razões para começar pela Mata. Raul se refere ao fato de Anastasia ter vencido a eleição na região, batendo o opositor, que tem aqui sua sede política.
Notas
1 - Setores do PMDB acham que o partido deve iniciar logo os estudos preliminares para a campanha da sucessão municipal, para que não perca espaços. Seu líder municipal, ex-prefeito Tarcísio Delgado, já sinalizou sobre a necessidade de candidatura própria. Mas quem seria o candidato em potencial?
2 – O que se informa em círculos evangélicos é que, na festa de passagem de ano, o ex-prefeito alberto bejani prometeu a amigos que volta à política em 2012.
3 – O superintendente do Museu Mariano Procópio, Douglas Fasolato, entregou ao prefeito, hoje, relatório de suas atividades no ano passado, com a boa notícia de que foram iniciadas as obras de restauração da Villa, parte mais sensível da grande cada histórica.
4 – Ainda em relação ao Mariano Procópio, o Conselho de Amigos do Museu homenageou o professor Almir de Oliveira, que completou 30 anos à frente da entidade curadora do notável acervo doado por Alfredo Ferreira Lage.
5 – As previsões indicam que as chuvas fortes voltam a Juiz de Fora na segunda-feira. Na prefeitura, considera-se que os serviços de dragagem realizados no Paraibuna permitiram que, pela primeira vez nos últimos anos, o Bairro Industrial ficasse livre de alagamentos.
6 – Nesta temporada de chuvas intensas as preocupações continuam voltadas para os trechos iniciais da Rua Olegário Maciel, sob risco de deslizamento de terra e pedras que se desprendem do Morro do Redentor.
terça-feira, 18 de janeiro de 2011
O que a Zona da Mata quer?
A conclusão das obras de ligação da BR-267 com a BR-040, como forma de descongestionar o tráfego urbano em Juiz de Fora e Matias Barbosa; a construção de uma ponte ligando Rio Preto a Valença, como parte da esperada rodovia que sai de Orvalhos, encurtando em 80 quilômetros a ligação com S. Paulo e contornando Volta Redonda e Barra Mansa; a operacionalização do aeroporto de Goianá e a construção de três contornos em relação a ele.
Estas foram as principais preocupações que prefeitos da Associação dos Municípios da Microrregião do Vale do Paraibuna – Ampar encaminharam, ontem à tarde, ao senador Itamar Franco, em reunião da qual ele não pôde participar, acamado com resfriado, tendo sido representado por seu assessor José Carlos Righetti. Estavam presentes os prefeitos de Pequeri, Descoberto, Chácara, Mar de Espanha, Maripá, Itamarati de Minas, Coronel Pacheco, Piau, Bicas, São João Nepomuceno e Rochedo. Também participou o vice-presidente do INDI, João Vítor Garcia.
Mas nos 90 minutos da reunião, no 5º andar do Credireal, além de muitas queixas, uma questão política essencialmente objetiva foi proposta pelo prefeito de Pequeri, Raul Sales, considerado a melhor revelação das gerações de lideranças mais recentes da Mata. Tomando por base que nada se consegue sem eficiente articulação política, e que há hoje um “vácuo de liderança”, Raul quer que Itamar reedite o seminário de desenvolvimento regional integrado, que promoveu na década de 60, quando prefeito de Juiz de Fora. Desse seminário poderia sair um fórum permanente de lideranças.
Sem investimentos
Mais espertos e perspicazes que seus colegas de outros tempos, os atuais prefeitos, ainda que comandando pequenos municípios, não deixam de denunciar o governo e suas armadilhas. Em próxima reunião vão apresentar detalhes ao senador Itamar Franco. Por exemplo, as enganosas propostas para creches comunitárias, base de uma falsa parceria, porque o governo federal espera que a prefeitura antecipe a contrapartida, mas adia indefinidamente a cota que caberia a Brasília.
Por causa da ausência de verbas federais e estaduais para o interior, e a exaustão dos recursos próprios dos municípios, o prefeito de Maripá, Wagner Fonseca, informou que não passa de 3% a 6% sua capacidade de investimentos em obras.
Outra queixa generalizada é contra a Copasa, que controla os serviços de água na região. Os prefeitos denunciam que a companhia os trata “como cães”.
No governo ainda encontram outros desestímulos, como os gastos com veículos do estado. São obrigados a financiar gasolina e ajudar a manter a Emater.
Para finalizar, e ainda mais grave: os municípios vizinhos nâo têm conseguido vagas nos hospitais de Juiz de Fora de acordo com suas necessidades. Há gente morrendo na região por não conseguir vaga. No caso de ressonância magnética: em Pequeri, uma requisição é atendida por ano. São apenas cinco para nove municípios.
O “anjo” da Mata
A unanimidade dos prefeitos que vieram falar com o senador eleito também levou à mesa uma reivindicação política. Eles querem ter representante no gabinete de Itamar em Brasília, e indicaram Silvana Itamara de Castro, que já serviu nos gabinetes dos ex-deputados Maria Elvira e Marcello Siqueira, e atualmente trabalha para o deputado Vitor Penido. Os prefeitos a definem como “o anjo da Mata”, por causa de sua disponibilidade para resolver problemas das prefeituras no Congresso e nos ministérios. Righetti informou que ainda hoje levará esse pleito ao senador.
Estas foram as principais preocupações que prefeitos da Associação dos Municípios da Microrregião do Vale do Paraibuna – Ampar encaminharam, ontem à tarde, ao senador Itamar Franco, em reunião da qual ele não pôde participar, acamado com resfriado, tendo sido representado por seu assessor José Carlos Righetti. Estavam presentes os prefeitos de Pequeri, Descoberto, Chácara, Mar de Espanha, Maripá, Itamarati de Minas, Coronel Pacheco, Piau, Bicas, São João Nepomuceno e Rochedo. Também participou o vice-presidente do INDI, João Vítor Garcia.
Mas nos 90 minutos da reunião, no 5º andar do Credireal, além de muitas queixas, uma questão política essencialmente objetiva foi proposta pelo prefeito de Pequeri, Raul Sales, considerado a melhor revelação das gerações de lideranças mais recentes da Mata. Tomando por base que nada se consegue sem eficiente articulação política, e que há hoje um “vácuo de liderança”, Raul quer que Itamar reedite o seminário de desenvolvimento regional integrado, que promoveu na década de 60, quando prefeito de Juiz de Fora. Desse seminário poderia sair um fórum permanente de lideranças.
Sem investimentos
Mais espertos e perspicazes que seus colegas de outros tempos, os atuais prefeitos, ainda que comandando pequenos municípios, não deixam de denunciar o governo e suas armadilhas. Em próxima reunião vão apresentar detalhes ao senador Itamar Franco. Por exemplo, as enganosas propostas para creches comunitárias, base de uma falsa parceria, porque o governo federal espera que a prefeitura antecipe a contrapartida, mas adia indefinidamente a cota que caberia a Brasília.
Por causa da ausência de verbas federais e estaduais para o interior, e a exaustão dos recursos próprios dos municípios, o prefeito de Maripá, Wagner Fonseca, informou que não passa de 3% a 6% sua capacidade de investimentos em obras.
Outra queixa generalizada é contra a Copasa, que controla os serviços de água na região. Os prefeitos denunciam que a companhia os trata “como cães”.
No governo ainda encontram outros desestímulos, como os gastos com veículos do estado. São obrigados a financiar gasolina e ajudar a manter a Emater.
Para finalizar, e ainda mais grave: os municípios vizinhos nâo têm conseguido vagas nos hospitais de Juiz de Fora de acordo com suas necessidades. Há gente morrendo na região por não conseguir vaga. No caso de ressonância magnética: em Pequeri, uma requisição é atendida por ano. São apenas cinco para nove municípios.
O “anjo” da Mata
A unanimidade dos prefeitos que vieram falar com o senador eleito também levou à mesa uma reivindicação política. Eles querem ter representante no gabinete de Itamar em Brasília, e indicaram Silvana Itamara de Castro, que já serviu nos gabinetes dos ex-deputados Maria Elvira e Marcello Siqueira, e atualmente trabalha para o deputado Vitor Penido. Os prefeitos a definem como “o anjo da Mata”, por causa de sua disponibilidade para resolver problemas das prefeituras no Congresso e nos ministérios. Righetti informou que ainda hoje levará esse pleito ao senador.
Questões regionais
Nesta terça-feira, às 15 h, o senador eleito Itamar Franco (PPS) vai receber em seu escritório, no edifício Credireal, um grupo de prefeitos da Zona da Mata, no primeiro encontro com lideranças regionais, desde sua eleição, em outubro passado. Não se elaborou uma pauta prévia, nem se sabe o que os prefeitos querem dizer, mas é inevitável que se trate de uma competente articulação política regional, quase sempre deficiente em relação ao poder estadual, mais ainda quanto ao centro de decisões em Brasília.
Itamar pode construir um novo modelo de diálogo da Mata com o governo, e já se disse disposto a assumir essa tarefa.
A reunião de hoje não obedece a parâmetros partidários.
A culpa está no mapa
Nos momentos de grande tragédia, como a que agora se abate sobre a região serrana do estado do Rio, o discurso repetitivo dos governantes versa sobre a necessidade de mapeamento das áreas de risco, como primeiro passo. É o que desrespeita a memória dos informados, e antes deles, agride a dor das famílias enlutadas. Porque os mapeamentos já existem há anos, não apenas nas áreas fluminenses, mas em quase todo o País.
(No caso de Juiz de Fora, para se tomar o exemplo do mapa local: em 1985 já se conhecia o traçado detalhado dos bairros mais vulneráveis, como Jardim Natal, Linhares, Furtado de Menezes, Retiro e JK).
O que tem faltado não é mais o mapear, mas atacar os pontos de deslizamento inevitável, aplicando-se as verbas votadas para obras de contenção. Vale dizer, para que os culpados não fiquem escondidos: nos dois últimos anos apenas 30% dos recursos federais foram aplicados para esse fim. O presidente Lula foi mais generoso com o Haiti e alguns ditradores africanos, pelos quais se encantava.
Itamar pode construir um novo modelo de diálogo da Mata com o governo, e já se disse disposto a assumir essa tarefa.
A reunião de hoje não obedece a parâmetros partidários.
A culpa está no mapa
Nos momentos de grande tragédia, como a que agora se abate sobre a região serrana do estado do Rio, o discurso repetitivo dos governantes versa sobre a necessidade de mapeamento das áreas de risco, como primeiro passo. É o que desrespeita a memória dos informados, e antes deles, agride a dor das famílias enlutadas. Porque os mapeamentos já existem há anos, não apenas nas áreas fluminenses, mas em quase todo o País.
(No caso de Juiz de Fora, para se tomar o exemplo do mapa local: em 1985 já se conhecia o traçado detalhado dos bairros mais vulneráveis, como Jardim Natal, Linhares, Furtado de Menezes, Retiro e JK).
O que tem faltado não é mais o mapear, mas atacar os pontos de deslizamento inevitável, aplicando-se as verbas votadas para obras de contenção. Vale dizer, para que os culpados não fiquem escondidos: nos dois últimos anos apenas 30% dos recursos federais foram aplicados para esse fim. O presidente Lula foi mais generoso com o Haiti e alguns ditradores africanos, pelos quais se encantava.
quinta-feira, 13 de janeiro de 2011
Todo ano é isso...
Chega-se a janeiro, e o drama se repete, cada ano custando mais caro, as chuvas destruindo e matando mais. Agora, contados os óbitos da tragédia da região serrana do Rio de Janeiro, já vamos chegando a meio milhar de mortos.
Se a tragédia se reedita ano a ano, repete-se igualmente o rosário das culpas: as encostas imprudentemente ocupadas, as casas indevidamente construídas, o excesso de asfalto que impermeabiliza o asfalto, os rios mal cuidados, toneladas de lixo que represam as águas e a ineficiente política de prevenção da Defesa Civil.
Da parte do poder público, também repetições. O presidente da República sobrevoa a área destruída pelas chuvas, e, sem molhar os pés, manda liberar recursos emergenciais para o caos que dentro de algumas semanas só será lembrado por quem perdeu vidas ou viu suas casas serem levadas como paus de enchente. No ano que vem a novela vai se repetir, a presidente voltará a praticar a solidariedade do sobrevoo.
Ontem, quando o governo federal liberou R$760 milhões para atenções emergenciais na zona destruída, seus representantes tiveram de confessar uma negligência sinistra: das verbas para contenção de encostas, prometidas desde as chuvas de 2009, foram liberados apenas 30%.
Se a tragédia se reedita ano a ano, repete-se igualmente o rosário das culpas: as encostas imprudentemente ocupadas, as casas indevidamente construídas, o excesso de asfalto que impermeabiliza o asfalto, os rios mal cuidados, toneladas de lixo que represam as águas e a ineficiente política de prevenção da Defesa Civil.
Da parte do poder público, também repetições. O presidente da República sobrevoa a área destruída pelas chuvas, e, sem molhar os pés, manda liberar recursos emergenciais para o caos que dentro de algumas semanas só será lembrado por quem perdeu vidas ou viu suas casas serem levadas como paus de enchente. No ano que vem a novela vai se repetir, a presidente voltará a praticar a solidariedade do sobrevoo.
Ontem, quando o governo federal liberou R$760 milhões para atenções emergenciais na zona destruída, seus representantes tiveram de confessar uma negligência sinistra: das verbas para contenção de encostas, prometidas desde as chuvas de 2009, foram liberados apenas 30%.
quarta-feira, 12 de janeiro de 2011
De volta ao velho Howian
Lá por volta 1895 estava na cidade um engenheiro armênio chamado Gregório Howian, que trazia na mala duas importantes credenciais: foi chefe do Departamento de Obras da prefeitura de Paris e membro da comissão técnica encarregada de definir o local da nova capital de Minas. Aqui, elaborou ambicioso programa de saneamento, que, no capítulo destinado à captação de águas pluviais, sugeria a criação de um cinturão de canais na velha Rua da Serra, hoje Olegário Maciel.
Howian achava que, captada a água das chuvas, ela devia ser levada para galerias que desembocassem no Paraibuna.
Para as primeiras galeria recomendava seu projeto a Avenida Perry e a Rua Barão de Cataguases, onde hoje a prefeitura realiza um trabalho importante, tal como desejou Howian, que pouco pôde fazer por isso, pois seria pivô e vítima de uma feroz briga política entre Francisco Bernardino e João Penido.
Chove no bolso
Desta vez, o rastro destruidor das chuvas não cumpriu escala. Atingiu, indistinta e simultaneamente, as regiões produtoras de legumes e verduras, o que, além do desabastecimento em relação a alguns itens, provocou subida nos preços, em média de 25%. As donas de casa que nesta semana vão aos supermercados esbarram na seguinte contradição: compra-se menos, paga-se mais.
As verduras e legumes que frequentam a mesa do juiz-forano procedem, quase sempre, do interior de São Paulo e de Carandaí, regiões atingidas por chuvas que comprometeram o que estava pronto para ser colhido. Boa parte dos tomates de vez está perdida, e por isso o produto chega mais caro. Entre as folhas, a alface é a que mais sofre.
Dificuldades também virão com o feijão, que “mela” com o excesso de chuvas.
Câmara de casa nova
Há três anos engavetado, o plano de construção de nova casa para os vereadores volta à pauta da Mesa Diretora. Obra para ser executada no chamado Terreirão do Samba, que originalmente seria um parque verde imaginado e assinado por Burle Marx, projeto que o mundo inteiro pegaria a peso de ouro, Juiz de Fora ganhou de graça e depois desdenhou.
A nova sede nunca chegou a ser levada a sério. Primeiro, porque a Câmara esperava que fosse financiada pelo então prefeito alberto bejani, mais preocupado com a sobrevivência pessoal. Depois, dependeu do aval do vereador presidente, Vicente Oliveira, cujo destino revelou-se irmão gêmeo do destino de bejani.
Agora, a Mesa da Câmara mergulha na ilha da fantasia, e propõe que a Caixa Econômica financie a obra, recebendo a atual sede, por compensação e em forma de comodato, onde instalaria um museu bancário. Nesse delírio, esqueceu que o Palácio Barbosa Lima é imóvel tombado, não podendo ser tranferido a uma instituição federal.
(Estas notas são redigidas no momento em que se realiza o programa de abertura do Big Brother Brasil. Ergue-se de novo esse monumento à estupidez humana).
Howian achava que, captada a água das chuvas, ela devia ser levada para galerias que desembocassem no Paraibuna.
Para as primeiras galeria recomendava seu projeto a Avenida Perry e a Rua Barão de Cataguases, onde hoje a prefeitura realiza um trabalho importante, tal como desejou Howian, que pouco pôde fazer por isso, pois seria pivô e vítima de uma feroz briga política entre Francisco Bernardino e João Penido.
Chove no bolso
Desta vez, o rastro destruidor das chuvas não cumpriu escala. Atingiu, indistinta e simultaneamente, as regiões produtoras de legumes e verduras, o que, além do desabastecimento em relação a alguns itens, provocou subida nos preços, em média de 25%. As donas de casa que nesta semana vão aos supermercados esbarram na seguinte contradição: compra-se menos, paga-se mais.
As verduras e legumes que frequentam a mesa do juiz-forano procedem, quase sempre, do interior de São Paulo e de Carandaí, regiões atingidas por chuvas que comprometeram o que estava pronto para ser colhido. Boa parte dos tomates de vez está perdida, e por isso o produto chega mais caro. Entre as folhas, a alface é a que mais sofre.
Dificuldades também virão com o feijão, que “mela” com o excesso de chuvas.
Câmara de casa nova
Há três anos engavetado, o plano de construção de nova casa para os vereadores volta à pauta da Mesa Diretora. Obra para ser executada no chamado Terreirão do Samba, que originalmente seria um parque verde imaginado e assinado por Burle Marx, projeto que o mundo inteiro pegaria a peso de ouro, Juiz de Fora ganhou de graça e depois desdenhou.
A nova sede nunca chegou a ser levada a sério. Primeiro, porque a Câmara esperava que fosse financiada pelo então prefeito alberto bejani, mais preocupado com a sobrevivência pessoal. Depois, dependeu do aval do vereador presidente, Vicente Oliveira, cujo destino revelou-se irmão gêmeo do destino de bejani.
Agora, a Mesa da Câmara mergulha na ilha da fantasia, e propõe que a Caixa Econômica financie a obra, recebendo a atual sede, por compensação e em forma de comodato, onde instalaria um museu bancário. Nesse delírio, esqueceu que o Palácio Barbosa Lima é imóvel tombado, não podendo ser tranferido a uma instituição federal.
(Estas notas são redigidas no momento em que se realiza o programa de abertura do Big Brother Brasil. Ergue-se de novo esse monumento à estupidez humana).
segunda-feira, 10 de janeiro de 2011
Meta é a qualificação
No momento em que predomina a intenção de identificar expectativas para a cidade em 2011, vale considerar a necessidade de a qualificação profissional constituir prioridade. Fala-se, em eepecial, da metalurgia e siderurgia, porque são setores que vão predominar na economia municipal nos próximos anos. E a mão de obra capacitada para ali ser absorvida ainda está distante do ideal. Nem se sabe exatamente quantos operários, notamente jovens de primeiro emprego, estariam sendo preparados para um futuro que certamente será exigente. Afirma-se que nos poucos cursos de qualicação não seriam mais de 12% da demanda esperada.
De imediato, o mercado acena com o aumento de produção da Paraibuna de Metais, que pode absorver cerca de 200 operários. A Arcelor não deixará de crescer e a Mercedes-Benz vai mesmo partir para a montagem de caminhões. Em torno delas, mas sem sair da mesma linha industrial, há outras empresas possíveis, também precisando de gente que saiba trabalhar.
Educar é
preciso
Se as chuvas de janeiro, antecipadas quanto ao volume de precipitação, mostram-se suficientes para causar estragos, não se pode esconder que boa parte dos problemas vem da negligência da população em relação ao lixo atirado exatamente por onde as águas tentam escorrer. Mais uma vez, a realidade expõe a necessidade de uma ampla e persistente campanha de educação. As pessoas, principalmente das famílias mais pobres, que sofrem na pele as consequências, precisam saber que o lixo torna-se mais indesejável e prejudicial quando lançado inadequadamente.
O descuido é assustador. Poucos dias antes do Natal, segundo a prefeitura, foram desobstruídas 1.800 bocas de lobo. Nesse trabalho, encontraram-se coisas incríveis, como pneumáticos e restos de móveis. Como coisas assim podem passar por um bueiro?, a não ser com grande esforço de mãos deseducadas ou criminosas.
Sucessão para
muitos nomes
Há pouco foi dito que a candidatura à reeleição do prefeito Custódio Mattos é, salvo a imponderabilidade, a primeira realidade das urnas em 2012. Está confirmado. Dito também que certamente o PT não jogaria pela janela os números de sua performance em 2008 com Margarida, lançando-a de novo.
O que não significa que se limite a esses dois nomes a disputa pela prefeitura. Porque, paralelamente às candidaturas postas como naturais, há também as que se fazem inevitáveis, ou pelo desejo de vitória ou pela necessidade de o candidato manter “convivência” com as urnas. É o caso do deputado Júlio Delgado, agora no quarto mandato, sendo que o último com cerca de 10 mil votos a menos em Juiz de Fora. Distanciar-se quatro anos do voto seria perigoso. O mesmo risco desse interregno correria o deputado estadual Bruno Siqueira. Há casos em que o político tem de disputar eleição, mesmo sem desejar.
Primeiros dias
do novo governo
Os primeiros dez dias do novo governo já são suficientes para revelar traços do comportamento dos atores em cena. A começar pela presidente Dilma, mais animada com o trabalho que seu antecessor, ela revela o conhecido estopim curto que caracteriza seu relacionamento com escalões inferiores, e, também diferentemente, quer saber por que as coisas custam tanto a acontecer na administração pública.
De outro lado, sem surpresa alguma, o PMDB, que não gosta de ser o ator principal da cena, mas coadjuvante insaciável, já se mostra disposto a não ceder espaços do poder de que se considera donatário. Para Dilma, o perigo está em que aquele partido é um aliado que conversa no atacado, mas negocia no varejo, caso por caso, o que torna seu apoio permanentemente objeto de acertos. A guerra que vem travando com o PT pelo controle das verbas da Saúde nada mais faz que confirmar essa estratégia.
De imediato, o mercado acena com o aumento de produção da Paraibuna de Metais, que pode absorver cerca de 200 operários. A Arcelor não deixará de crescer e a Mercedes-Benz vai mesmo partir para a montagem de caminhões. Em torno delas, mas sem sair da mesma linha industrial, há outras empresas possíveis, também precisando de gente que saiba trabalhar.
Educar é
preciso
Se as chuvas de janeiro, antecipadas quanto ao volume de precipitação, mostram-se suficientes para causar estragos, não se pode esconder que boa parte dos problemas vem da negligência da população em relação ao lixo atirado exatamente por onde as águas tentam escorrer. Mais uma vez, a realidade expõe a necessidade de uma ampla e persistente campanha de educação. As pessoas, principalmente das famílias mais pobres, que sofrem na pele as consequências, precisam saber que o lixo torna-se mais indesejável e prejudicial quando lançado inadequadamente.
O descuido é assustador. Poucos dias antes do Natal, segundo a prefeitura, foram desobstruídas 1.800 bocas de lobo. Nesse trabalho, encontraram-se coisas incríveis, como pneumáticos e restos de móveis. Como coisas assim podem passar por um bueiro?, a não ser com grande esforço de mãos deseducadas ou criminosas.
Sucessão para
muitos nomes
Há pouco foi dito que a candidatura à reeleição do prefeito Custódio Mattos é, salvo a imponderabilidade, a primeira realidade das urnas em 2012. Está confirmado. Dito também que certamente o PT não jogaria pela janela os números de sua performance em 2008 com Margarida, lançando-a de novo.
O que não significa que se limite a esses dois nomes a disputa pela prefeitura. Porque, paralelamente às candidaturas postas como naturais, há também as que se fazem inevitáveis, ou pelo desejo de vitória ou pela necessidade de o candidato manter “convivência” com as urnas. É o caso do deputado Júlio Delgado, agora no quarto mandato, sendo que o último com cerca de 10 mil votos a menos em Juiz de Fora. Distanciar-se quatro anos do voto seria perigoso. O mesmo risco desse interregno correria o deputado estadual Bruno Siqueira. Há casos em que o político tem de disputar eleição, mesmo sem desejar.
Primeiros dias
do novo governo
Os primeiros dez dias do novo governo já são suficientes para revelar traços do comportamento dos atores em cena. A começar pela presidente Dilma, mais animada com o trabalho que seu antecessor, ela revela o conhecido estopim curto que caracteriza seu relacionamento com escalões inferiores, e, também diferentemente, quer saber por que as coisas custam tanto a acontecer na administração pública.
De outro lado, sem surpresa alguma, o PMDB, que não gosta de ser o ator principal da cena, mas coadjuvante insaciável, já se mostra disposto a não ceder espaços do poder de que se considera donatário. Para Dilma, o perigo está em que aquele partido é um aliado que conversa no atacado, mas negocia no varejo, caso por caso, o que torna seu apoio permanentemente objeto de acertos. A guerra que vem travando com o PT pelo controle das verbas da Saúde nada mais faz que confirmar essa estratégia.
Sucessão já se discute
Nem todos admitem, mas nas altas rodas do governo já se discute, ainda que pouco além da linha de consultas, quais os rumos que poderá tomar a sucessão dos prefeitos nos municípios de maior influência política. A eleição vai ocorrer na metade do mandato do governador Anastasia, que também por essa razão terá interesse em influir na campanha e tentar eleger seus favoritos.
Quanto a Juiz de Fora, com a ressalva de que muita coisa nova pode acontecer, há um dado desde agora definitivo: Custódio Mattos disputará a reeleição em 2012, e para esse projeto não faltaria a simpatia do governo do estado. O prefeito ainda não pode confirmar isso, mas desde agora parece disposto a pacificar e rearticular as forças que o ajudaram em 2008, como se sente, por exemplo, na entrevista que deu à “Tribuna de Minas” neste domingo, na qual tece generosas loas ao deputado Marcus Pestana, que não apoiou na recente eleição e de quem anda afastado. Antes, Custódio já havia dado apoio explícito à permanência de Antônio Jorge na Secretaria de Estado da Saúde. Pestana e Antônio Jorge, ambos de antecedentes no tucanato, podem ter desempenho importante na eleição de 2012.
Ouvi mais em Belo Horizonte no fim de semana: sendo certa a candidatura de Custódio, bem provável também é que o PT queira aproveitar o bom desempenho de outubro passado e lance de novo Margarida Salomão. Reeditando-se a dupla do embate final de 2008, reedita-de também o jogo de influência dos palácios sobre Juiz de Fora. Antes, Aécio e Lula; agora, Anastasia e Dilma.
Quanto a Juiz de Fora, com a ressalva de que muita coisa nova pode acontecer, há um dado desde agora definitivo: Custódio Mattos disputará a reeleição em 2012, e para esse projeto não faltaria a simpatia do governo do estado. O prefeito ainda não pode confirmar isso, mas desde agora parece disposto a pacificar e rearticular as forças que o ajudaram em 2008, como se sente, por exemplo, na entrevista que deu à “Tribuna de Minas” neste domingo, na qual tece generosas loas ao deputado Marcus Pestana, que não apoiou na recente eleição e de quem anda afastado. Antes, Custódio já havia dado apoio explícito à permanência de Antônio Jorge na Secretaria de Estado da Saúde. Pestana e Antônio Jorge, ambos de antecedentes no tucanato, podem ter desempenho importante na eleição de 2012.
Ouvi mais em Belo Horizonte no fim de semana: sendo certa a candidatura de Custódio, bem provável também é que o PT queira aproveitar o bom desempenho de outubro passado e lance de novo Margarida Salomão. Reeditando-se a dupla do embate final de 2008, reedita-de também o jogo de influência dos palácios sobre Juiz de Fora. Antes, Aécio e Lula; agora, Anastasia e Dilma.
sexta-feira, 7 de janeiro de 2011
Notas
Retratos
Na quinta-feira, às 16h, a Cesama promove solenidade para ampliar a galeria de seus ex-presidentes. Nela vão entrar Itamar Franco, que dirigiu o antigo DAE, do qual se originou a companhia, e Marcello Siqueira também ex-presidente.
Nova sede
Na segunda-feira seguinte Itamar viajará para Brasília, onde toma providências para sua posse, no Senado, dia 1º de fevereiro. Detalhe: será a primeira vez, desde 92, que se defrontará com Fernando Collor, a quem sucedeu, num dos momentos mais conturbados da política nacional.
Diretório
Dirigentes nacionais do PTdoB retomam contatos com o ex-deputado Amílcar Padovani, consultando-o sobre a possibilidade de reativação do diretório municipal.
Santa Casa
A Santa Casa, comandada pelo médico Renato Loures, vai vencendo a fase de dificuldades maiores. Pela primeira vez, em muitos anos, não teve de recorrer a financiamento bancário para pagar o 13º aos funcionários, enriqueceu seu patrimônio, adquirindo a CROE, ao mesmo tempo em que parte para a utilização de energia solar, economizando R$ 90 mil mensais. E mantém reserva de R$ 4 milhões.
Dona Lily
Dona Lily Marinho, sepultada no Rio de Janeiro, foi madrinha da notável exposição de objetos da França pertencentes ao acervo do Museu Mariano Procópio Procópío. A mostra se encerrou no dia 31.
Para assistir às exéquias esteve no Rio o diretor do Museu, Douglas Fasolato, a quem dona Lily distinguia com frequentes convites para as festas que promovia no Cosme Velho.
Congestionamento
As grandes facilidades, agora contidas pelo governo, para a aquisição de carros de passeio, contribuíram para congestionar ruas e avenidas, tal como se observa também em Juiz de Fora. Facilitadas pelo apetite dos donos de estacioanamentos, criam-se novas situações para a vida urbana. Por exemplo: para quem tem carro e está no centro, e vai gastar duas horas em um jantar no Alto dos Passos, submetendo-se à vaga para estacionar, fica mais barato recorrer ao táxi. Desde que consiga um...
Na quinta-feira, às 16h, a Cesama promove solenidade para ampliar a galeria de seus ex-presidentes. Nela vão entrar Itamar Franco, que dirigiu o antigo DAE, do qual se originou a companhia, e Marcello Siqueira também ex-presidente.
Nova sede
Na segunda-feira seguinte Itamar viajará para Brasília, onde toma providências para sua posse, no Senado, dia 1º de fevereiro. Detalhe: será a primeira vez, desde 92, que se defrontará com Fernando Collor, a quem sucedeu, num dos momentos mais conturbados da política nacional.
Diretório
Dirigentes nacionais do PTdoB retomam contatos com o ex-deputado Amílcar Padovani, consultando-o sobre a possibilidade de reativação do diretório municipal.
Santa Casa
A Santa Casa, comandada pelo médico Renato Loures, vai vencendo a fase de dificuldades maiores. Pela primeira vez, em muitos anos, não teve de recorrer a financiamento bancário para pagar o 13º aos funcionários, enriqueceu seu patrimônio, adquirindo a CROE, ao mesmo tempo em que parte para a utilização de energia solar, economizando R$ 90 mil mensais. E mantém reserva de R$ 4 milhões.
Dona Lily
Dona Lily Marinho, sepultada no Rio de Janeiro, foi madrinha da notável exposição de objetos da França pertencentes ao acervo do Museu Mariano Procópio Procópío. A mostra se encerrou no dia 31.
Para assistir às exéquias esteve no Rio o diretor do Museu, Douglas Fasolato, a quem dona Lily distinguia com frequentes convites para as festas que promovia no Cosme Velho.
Congestionamento
As grandes facilidades, agora contidas pelo governo, para a aquisição de carros de passeio, contribuíram para congestionar ruas e avenidas, tal como se observa também em Juiz de Fora. Facilitadas pelo apetite dos donos de estacioanamentos, criam-se novas situações para a vida urbana. Por exemplo: para quem tem carro e está no centro, e vai gastar duas horas em um jantar no Alto dos Passos, submetendo-se à vaga para estacionar, fica mais barato recorrer ao táxi. Desde que consiga um...
quarta-feira, 5 de janeiro de 2011
A política e as nuvens
É pela capacidade que tem a política de gerar fatos novos, quando menos são esperados, que se costuma dizer que ela é como as nuvens: olha-se para o céu, agora são uma coisa, daqui a pouco já mudou tudo. A frase é atribuída ao ex-governador Magalhães Pinto, mas quem a pronunciou pela primeira vez foi Raul Soares. Não importa, porque o que vale é a versão, não o fato, como disse José Maria Alkmin, que também copiou de Gustavo Capanema a famosa frase...
Mas a imagem veio à lembrança nesta semana, quando a morte do senador Eliseu Resende criou o primeiro fato-surpresa para a política mineira. O suplente que assume sua vaga é Clésio Andrade, e por isso desde agora, sob os holofotes da mídia, candidato certo em 2014 à sucessão de Anastasia, que estará impedido de disputar uma nova reeleição. Clésio foi vice-governador no primeiro mandato de Aécio, já tentou disputar o Palácio da Liberdade e controla a mais poderosa confederação brasileira, que reúne empresas de transporte. Com quatro anos para executar seu projeto, é evidente que não deixará escapar a oportunidade, por mais que sejam muitas as nuvens que ainda possam passar.
Sobre Eliseu, que padecia de câncer, dias antes de sua morte ele havia conversado brevissimamente com um jornalista da cidade, lamentando o fato de a mesma doença haver atropelado o destino do ex-prefeito Mello Reis, com quem gostaria de ter conversado. Os dois ficaram com o nome ligado a uma das mais importantes obras de Juiz de Fora na segunda metade do século passado, a passagem de nível inferior da Rio Branco, conhecida como Mergulhão.
Faltou dizer
Tirante a inevitável formalidade de um discurso de posse presidencial, que é sempre a pregação de boas intenções, o pronunciamento inicial da presidente Dilma não deixou de sofrer reparos, principalmente da parte de quem observou que nem sempre suas palavras confirmaram o que se prometia. O jornalista Dionísio Silva, em seu artigo “Primeiros Silêncios”, lembra que ela prometeu não alimentar ressentimentos e rancores, mas só fez elogios a Lula, “não reconhecendo os méritos de Itamar e FHC, que arrumaram o País que Sarney e Collor, aliados dela e de Lula, esculhambaram”.
Mas a imagem veio à lembrança nesta semana, quando a morte do senador Eliseu Resende criou o primeiro fato-surpresa para a política mineira. O suplente que assume sua vaga é Clésio Andrade, e por isso desde agora, sob os holofotes da mídia, candidato certo em 2014 à sucessão de Anastasia, que estará impedido de disputar uma nova reeleição. Clésio foi vice-governador no primeiro mandato de Aécio, já tentou disputar o Palácio da Liberdade e controla a mais poderosa confederação brasileira, que reúne empresas de transporte. Com quatro anos para executar seu projeto, é evidente que não deixará escapar a oportunidade, por mais que sejam muitas as nuvens que ainda possam passar.
Sobre Eliseu, que padecia de câncer, dias antes de sua morte ele havia conversado brevissimamente com um jornalista da cidade, lamentando o fato de a mesma doença haver atropelado o destino do ex-prefeito Mello Reis, com quem gostaria de ter conversado. Os dois ficaram com o nome ligado a uma das mais importantes obras de Juiz de Fora na segunda metade do século passado, a passagem de nível inferior da Rio Branco, conhecida como Mergulhão.
Faltou dizer
Tirante a inevitável formalidade de um discurso de posse presidencial, que é sempre a pregação de boas intenções, o pronunciamento inicial da presidente Dilma não deixou de sofrer reparos, principalmente da parte de quem observou que nem sempre suas palavras confirmaram o que se prometia. O jornalista Dionísio Silva, em seu artigo “Primeiros Silêncios”, lembra que ela prometeu não alimentar ressentimentos e rancores, mas só fez elogios a Lula, “não reconhecendo os méritos de Itamar e FHC, que arrumaram o País que Sarney e Collor, aliados dela e de Lula, esculhambaram”.
domingo, 2 de janeiro de 2011
Rios sem dragagem
O governador Antônio Anastasia não foge à tradição indesejada, cumprida por seus antecessores, de abrir o mandato enfrentando graves problemas com as chuvas, que, mal começado o novo ano, já colocaram ao desabrigo milhares de pessoas e causaram destruição material com um volume de prejuízos que ainda não pôde ser calculado. Os janeiros dos novos governadores sempre são assim.
As chuvas caem em excesso. Na verdade, excedem-se em todos os cantos do mundo, sinalizando para a necessidade de se redobrarem os cuidados com a natureza ofendida. Em Minas, onde as coisas não seriam diferentes, as consequências das chuvas talvez fossem minimizadas se tivéssemos mais cuidado com os rios poluídos, cuja capacidade de receber as águas é cada vez menor. Dragagem dos rios é coisa que raramente se faz na bacia hidrográfica do estado.
De olho em Furnas
A presidência de Furnas está entre os cargos cobiçados da lista dos mais influentes do governo federal. Não é para menos, pois ela é responsável por 36% de toda a energia que se produz e se consome no Brasil.
É considerado um cargo certo para o PMDB. E quase sempre, para se cumprir uma tradição que começou com Juscelino, um mineiro é escolhido para ocupá-lo, mas isso corre o risco de não se dar agora. O primeiro nome lembrado foi o do senador Hélio Costa. Depois, falou-se em Marcos Lima.
Diz-se, em Brasília, que o PT não quer Hélio. Depois de cruzar os braços em Minas, deixando a candidatura dele entregue à própria sorte, agora quer inviabilizá-lo para Furnas.
As chuvas caem em excesso. Na verdade, excedem-se em todos os cantos do mundo, sinalizando para a necessidade de se redobrarem os cuidados com a natureza ofendida. Em Minas, onde as coisas não seriam diferentes, as consequências das chuvas talvez fossem minimizadas se tivéssemos mais cuidado com os rios poluídos, cuja capacidade de receber as águas é cada vez menor. Dragagem dos rios é coisa que raramente se faz na bacia hidrográfica do estado.
De olho em Furnas
A presidência de Furnas está entre os cargos cobiçados da lista dos mais influentes do governo federal. Não é para menos, pois ela é responsável por 36% de toda a energia que se produz e se consome no Brasil.
É considerado um cargo certo para o PMDB. E quase sempre, para se cumprir uma tradição que começou com Juscelino, um mineiro é escolhido para ocupá-lo, mas isso corre o risco de não se dar agora. O primeiro nome lembrado foi o do senador Hélio Costa. Depois, falou-se em Marcos Lima.
Diz-se, em Brasília, que o PT não quer Hélio. Depois de cruzar os braços em Minas, deixando a candidatura dele entregue à própria sorte, agora quer inviabilizá-lo para Furnas.
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