quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

De volta ao velho Howian

Lá por volta 1895 estava na cidade um engenheiro armênio chamado Gregório Howian, que trazia na mala duas importantes credenciais: foi chefe do Departamento de Obras da prefeitura de Paris e membro da comissão técnica encarregada de definir o local da nova capital de Minas. Aqui, elaborou ambicioso programa de saneamento, que, no capítulo destinado à captação de águas pluviais, sugeria a criação de um cinturão de canais na velha Rua da Serra, hoje Olegário Maciel.
Howian achava que, captada a água das chuvas, ela devia ser levada para galerias que desembocassem no Paraibuna.
Para as primeiras galeria recomendava seu projeto a Avenida Perry e a Rua Barão de Cataguases, onde hoje a prefeitura realiza um trabalho importante, tal como desejou Howian, que pouco pôde fazer por isso, pois seria pivô e vítima de uma feroz briga política entre Francisco Bernardino e João Penido.


Chove no bolso

Desta vez, o rastro destruidor das chuvas não cumpriu escala. Atingiu, indistinta e simultaneamente, as regiões produtoras de legumes e verduras, o que, além do desabastecimento em relação a alguns itens, provocou subida nos preços, em média de 25%. As donas de casa que nesta semana vão aos supermercados esbarram na seguinte contradição: compra-se menos, paga-se mais.
As verduras e legumes que frequentam a mesa do juiz-forano procedem, quase sempre, do interior de São Paulo e de Carandaí, regiões atingidas por chuvas que comprometeram o que estava pronto para ser colhido. Boa parte dos tomates de vez está perdida, e por isso o produto chega mais caro. Entre as folhas, a alface é a que mais sofre.
Dificuldades também virão com o feijão, que “mela” com o excesso de chuvas.


Câmara de casa nova

Há três anos engavetado, o plano de construção de nova casa para os vereadores volta à pauta da Mesa Diretora. Obra para ser executada no chamado Terreirão do Samba, que originalmente seria um parque verde imaginado e assinado por Burle Marx, projeto que o mundo inteiro pegaria a peso de ouro, Juiz de Fora ganhou de graça e depois desdenhou.
A nova sede nunca chegou a ser levada a sério. Primeiro, porque a Câmara esperava que fosse financiada pelo então prefeito alberto bejani, mais preocupado com a sobrevivência pessoal. Depois, dependeu do aval do vereador presidente, Vicente Oliveira, cujo destino revelou-se irmão gêmeo do destino de bejani.
Agora, a Mesa da Câmara mergulha na ilha da fantasia, e propõe que a Caixa Econômica financie a obra, recebendo a atual sede, por compensação e em forma de comodato, onde instalaria um museu bancário. Nesse delírio, esqueceu que o Palácio Barbosa Lima é imóvel tombado, não podendo ser tranferido a uma instituição federal.



(Estas notas são redigidas no momento em que se realiza o programa de abertura do Big Brother Brasil. Ergue-se de novo esse monumento à estupidez humana).

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