quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017





 Velha corrupção


Nestes tempos de corrupção escancarada vale a releitura de "A Coroa, A Cruz e a Espada", onde Eduardo Bueno nos conta os primeiros tempos dos portugueses em Salvador, um cenário de grande escândalos dos quais nem os jesuítas conseguiram escapar, ainda que condenassem os desvarios de seus patrícios e  dos gentios.

Lê-se que a construção da capital baiana, quando o Brasil tinha apenas meio século, custou certa de 400 milhões de reais, um terço do tesouro da Coroa. Onde foi parar tanto dinheiro? Ora, boa parte a corrupção comeu, principalmente pelos poderosos, os dois homens mais influentes logo abaixo de Tomé de Souza: o provedor Antônio Cardoso de Barros e o ouvidor-geral Pedro Borges.

Mas, por que revirar essas velhas cinzas, se desvio de verbas e propinas são artigos tão fartos em nossos dias? A razão reside numa fácil constatação: ao contrário dos bandidos da atualidade, os antigos não abriam mão de uma certa dose de compostura. Eis a diferença. Roubavam, mas discretamente, nunca deixando sinais de sua perversão. Em geral roubavam apenas o suficiente para uma vida confortável ou, quando muito, para construir a poupança para o dia em que pudessem rever Portugal.

Nos nossos dias não há medidas no assalto aos cofres públicos. Assalta-se
delirantemente, e só por isso é possível compreender um Sérgio Cabral comprando R$ 125 mil em ternos italianos ou guardando R$ 12 milhões em diamante num saco plástico, fora os milhões escondidos no Exterior. Mesmo em passado mais recente, sem sair do Brasil, os assaltos eram praticados com um mínimo de comedimento.

Coisa que hoje não faz parte do breviário dos nossos homens maus.

Talvez por se acharem intocáveis, impunes. É o que certamente explica o clamoroso descuido de um Eike Batista, que com tanto dinheiro, dos  mais ricos do mundo, não pensou em comprar um diploma de curso superior numa dessas faculdades de fim de semana, o que hoje lhe teria garantido cela especial em Bangu. Soma-se a tudo isso um outro castigo, que caminha ao lado do dinheiro bandido: a arrogância.

Como eram arrogantes esses nossos corruptos.


 Previsão


Neste blog foi anunciado previamente, em 29 de dezembro, sobre a possível influência do Grupo Odebrecht na eleição do Senado, e as possibilidades de Renan Calheiros de continuar influente na Câmara Alta, Aquela nota vai transcrita abaixo:

A eleição no Senado


O empreiteiro Marcelo Odebrecht (mesmo encarcerado) deverá indicar o novo presidente e o novo líder do PMDB no Senado, segundo especulações de bastidores da política em Brasília. De acordo com estas fontes (não oficiais) a bancada do Grupo Odebrecht no Senado é formada pelos senadores Renan Calheiros, Romero Jucá e Eunício Oliveira; senadores peemedebistas que foram citados em depoimentos de colaboração premiada, por executivos da citada empreiteira, conforme vazamentos de informações à imprensa. Eles foram acusados de comercializar leis e medidas provisórias (os 'jabotis') e de receber propinas em nome do correligionário e presidente Michel Temer.

Quem fez o comentário (por rede social) foi o senador Roberto Requião (PMDB-PR), que também pleiteia a presidência do Senado. A eleição será no dia 1º de fevereiro.


O senador Renan Calheiros (AL), por exemplo, luta para ficar com a poderosa CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) e, na pior das hipóteses, com a liderança do PMDB. O Senador Eunício Oliveira sonha com a presidência do Senado, mas está nas listas oficiosas de envolvidos com a corrupção na Petrobrás."





Nenhum comentário:

Postar um comentário