quarta-feira, 18 de janeiro de 2023

 


Eleição 2024 entra em pauta (III)


1- Nas eleições municipais do próximo ano as federações partidárias podem se tornar grande problema para os políticos, caso não sejam abolidas ou modificadas, ainda neste ano. Pela lei, as federações que participaram do processo eleitoral de 2022 serão mantidas, obrigatoriamente, até 2026. Num país continental como o nosso, não só aqui, mas em outros 5.654 municípios (conforme o IBGE), elas seriam um estorvo.


Como exemplo, a Federação da Esperança, que terá a segunda maior bancada da Câmara dos Deputados nos próximos quatro anos, com 80 deputados eleitos (PT com 68, PCdoB com seis e PV com seis). Em Juiz de Fora, estariam impedidos de disputar isoladamente a prefeitura o PC do B, que teve candidatura própria em 2020, e o PV. O PV tem hoje o vereador Zé Márcio Garotinho na presidência da Câmara. Em tese, com potencial para se tornar “prefeitável”, mas hoje impedido, por participar de federação com o PT, que terá Margarida Salomão candidata à reeleição.


2 – Há, no eleitorado local, longa experiência com as repetições. Basta lembrar que, entre os sete ex-prefeitos vivos, apenas dois – Saulo Moreira e José Eduardo Araújo - não tentaram um segundo mandato. Ambos haviam assumido para substituir os titulares.


Alternância ou revezamento? Desde a década de 50, Olavo Costa, Adhemar Andrade, Itamar Franco, Custódio Mattos e Alberto Bejani, com dois mandatos cada um; Tarcísio Delgado, com três mandatos.


3 – O empresário Wilson Rezato confirma, em mensagem no Instagram, que não mais entrará na disputa pela prefeitura, depois de ter concorrido duas vezes, e com excelente votação. Contudo, na mesma mensagem de desistência diz que “vamos continuar conversando”…


4 – Considerada a decisão de Rezato, a sucessão municipal pode viver uma singularidade. A direita com dificuldade para lançar candidato, exatamente quando se mostra mais robusta no colégio eleitoral. Se acreditarmos que a deputada Sheila, como diz, também não disputará, a opção seria insistir com a deputada Ione Barbosa para que não saia da luta.


5 - Promessa da prefeita Margarida, desde o início do mandato, é a paridade de gênero no primeiro escalão municipal. Entretanto, segmentos identitários que questionam a falta de espaço na administração para tanto. Mesmo que ela tenha o cuidado de contemplar a diversidade existente na sociedade, alguém sempre se sentirá desprivilegiado. Nas eleições municipais do próximo ano (sendo candidata à reeleição), terá de estar atenta a nuances do processo de inclusão política de certos atores que aspiram serem contemplados concretamente no poder municipal, para não apenas constarem do discurso de campanha.


6 -  O piso nacional do magistério é referência positiva para a valorização profissional dos professores. O governo federal faz, anualmente, a atualização do piso, mas a responsabilidade de pagar é dos estados e municípios... Acontece que nem todos os municípios conseguem bancar a despesa, segundo lamentam vários prefeitos pelo país afora. Mesmo Juiz de Fora, sendo governada por professora, com vontade de cumprir o piso, teria a prefeitura condições? As finanças comportam tal despesa? E, caso seja concedido o aumento, certamente haverá disparidade com outros segmentos do funcionalismo.


A campanha eleitoral de 2024 será impactada por medidas que ampliam direitos dos trabalhadores, considerando que o governo federal é liderado pelo PT, que promete priorizar investimentos sociais, sobretudo para quem mais precisa.


7 - Entreouvido no calçadão da rua Halfeld. A deputada estadual Sheila Oliveira vai apoiar seu marido, deputado federal Charlles Evangelista (não reeleito) para candidato à prefeitura em 2024.


E que a deputada federal (eleita) Ione Barbosa pretenderia, também, que seu marido, Barbosa Júnior (ex-vereador) seja candidato na próxima eleição municipal.

Caso essa “estória” se torne história, teremos uma inflexão na prática política tradicional, pois maridos políticos é que costumam lançar esposas para cargos eletivos...

Inexistindo sucesso eleitoral dos maridos, a iniciativa não seria de todo um insucesso, pois serviria de pré-campanha para as eleições gerais de 2026.

A conferir.



Em janeiro de 1945 ainda faltavam dois anos para que os prefeitos começassem a ser eleitos pelo voto direto, o que aconteceria a partir de Dilermando Cruz. O sistema direto nunca mais seria banido.


Há 80 anos, 19 de janeiro de 1943, tomava posse o penúltimo dos indiretos, pediatra José Celso Valadares Pinto, substituindo Raphael Cirigliano, que, por sua vez, foi ser prefeito em São Lourenço. José Celso administrou a cidade por dois anos, era sobrinho do interventor Benedito Valadares. Tinha o porte quase de adolescente, o que lhe valia o apelido de “Menino Jesus”.



Nenhum comentário:

Postar um comentário