quarta-feira, 15 de março de 2023

 

1- A deputada Ione Barbosa, em seu primeiro mandato, considerada possível candidata à PJF em 2024, já vê surgirem notícias desairosas ao seu perfil político, quando se noticia que o marido e o filho foram empregados em gabinetes de deputados estaduais aliados. Seria uma espécie de nepotismo cruzado, caso se verifique que no gabinete dela, em Brasília, estejam lotados assessores de deputados estaduais aliados. A notícia, desgastante do ponto de vista político, segundo alguns observadores pode ser o início de um processo de desconstrução da imagem da futura candidata. Considerada tal hipótese, é necessário observar os próximos episódios, para se avaliar a movimentação das forças políticas locais.

2 - Ione é, potencialmente, forte candidata à prefeitura, pois, em curta trajetória eleitoral, foi em 2020 a terceira colocada na disputa municipal (quase chegou ao segundo turno), e em 2022 elegeu-se deputada federal, em primeira eleição. Caso queira investir no novo projeto, em breve estará estruturando um grupo capaz de buscar alianças à direita, outro grupo a formular uma proposta de gestão municipal. E contratar uma assessoria especializada no marketing eleitoral.

 

3 – A desistência de Wilson Rezato (segundo mas votado em 2020) e da deputada estadual Sheila Oliveira (quarta mais votada) amplia possibilidades para a candidatura de Ione. Mas vai depender de duas questões prioritárias. Uma, de natureza partidária, pois o Avante precisa dar todo apoio a essa candidatura. Outra será conquistar o apoio de Wilson Rezato e Sheila Oliveira.

 

 

4 – O senador Carlos Viana, que se elegeu apoiado pelos 54.066 votos que obteve em Juiz de Fora, deve assumir, hoje à tarde, a liderança da bancada evangélica, que tem a pretensão de estender sua influência junto aos deputados irmãos de fé.

 

5- Um dado a merecer maiores estudos vem de recente matéria publicada pelo jornal “Estado de Minas”, para mostrar que estamos suficientemente maduros para debater a introdução do voto distrital. Diz o jornal mineiro que, dos 77 deputados que chegaram à Assembleia, 57 elegeram-se com os votos de uma única região. Quanto à Câmara dos Deputados, o quadro é pouco diferente: 24 da bancada mineira também tiveram votação altamente concentrada.

 

6 - Entramos em um ano de definições partidárias, pois haverá, dentro de doze meses, aquela famosa"janela" para vereadores escolherem novas siglas. Alguns mudarão, com o interesse voltado para a eleição do novo prefeito.

 

7 - Disputando a reeleição, a prefeita Margarida (PT), parecendo hoje imbatível, é possível que venha de cima (de Brasília) a ordem para os partidos que estão no governo federal entrem em aliança. Assim, partidos mais de esquerda, tais como PSB, PDT, REDE e PV provavelmente estarão coligados.

Os partidos à direita teriam um ano para escolher nome competitivo, capaz de levar a eleição municipal para o segundo turno.

 

8 - Março traz oportunidade para os movimentos em defesa dos direitos femininos darem visibilidade às pautas principais do segmento, a partir das manifestações do DiaInternacional da Mulher, em 8 passado. Elas, embora sejam maioria da população (e do eleitorado) ainda não ocupam, quantitativamente, os cargos políticos. E para concorrerem às vagas da vereança nas eleições de 2024 precisam ser anunciadas com antecedência pelos partidos. O mesmo quanto às candidatas àprefeitura ou vice.

 

9 - Não se deve deixar para a última hora, quando se colocam nomes somente para compor a chapa, conforme prescreve a lei. Em Juiz de Fora, na eleição passada, houve um avanço histórico na participação feminina, ao se elegerem a primeira prefeita e quatro vereadoras. Em 2024 serão 23 vagas no Legislativo municipal; e a expectativa é que mais mulheres ocupem espaços de poder no município, pois a atual prefeita procurou montar um secretariado com participação equitativa, no tocante à questão de gênero.

 

10 - Reunidoseunidos na terça-feira, os representantes das legendas PDT, PSB e Solidariedade definiram um cronograma para a formação da federação nas eleições municipais de 2024 e as nacionais de 2026 ( federação tem prazo de quatro anos). Há divergências para serem resolvidas em torno dos pré-candidatos já colocados nas eleições municipais, em cidades estratégicas. As possibilidades de acontecerem as federações esbarram em projetos paroquiais, que podem inviabilizar interesses nacionais.

 

A federação partidária é uma gambiarra recém-criada para tentar substituir a indecorosa coligação para eleições proporcionais (deputados e vereadores).

 

Caso se viabilizem este ano, com vistas às próximas eleições, será uma surpresa.

 

 

Em maio de 1930, na casa do presidente Antônio Carlos, na rua do Espírito Santo, reuniram-se homens de grande expressão política, como Artur Bernardes, Wenceslau Braz, Afonso Pena Júnior, entre outros. Estavam protestando, em nome do Partido Republicano Mineiro, pois não aceitavam o resultado da eleição para presidente da República. Fraude! Selava-se ali a Aliança Liberal, que desembocaria na Revolução de Outubro. Nessa reunião, pela primeira vez, aventou-se o nome do gaúcho Getúlio Vargas para presidir um futuro governo provisório.

 

 

 

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