Eleições 2024 em pauta (XXII)
1- Na quinta-feira passada, reunido com amigos e antigos colaboradores ( o que faz habitualmente nesse dia), na Casa de Memórias que tem seu nome, o ex-prefeito Tarcísio Delgado disse que é total sua disposição de participar ativamente da campanha eleitoral do próximo ano. Coincidentemente, na mesma noite, a TV Câmara reapresentava antiga entrevista com ele, quando dizia a mesma coisa: nunca deixar de exercer a política, mesmo quando não se é candidato.
Não se fala em nomes para a prefeitura, além de meras especulações, como também apenas se especula sobre o papel dos partidos; mas Tarcísio mantém vínculos com expressivas figuras do MDB, sem que faltem convites para que se reinscreva.
2- ( A família Delgado é a mais longeva na política de Juiz de Fora. Começou há 57 anos, quando Tarcísio se elegeu para a vereança, que hoje é exercida por Maurício, seu sobrinho).
3 - Três vezes prefeito, ele reconhece que os tempos são outros, se comparados com aqueles em que esteve no cargo. Nesse sentido, acha que a próxima campanha para a prefeitura tem de ampliar o debate sobre a vocação econômica e social do município. Com o detalhe do gigantesco crescimento da mendicância, a tragédia social e o envolvimento de crianças na miséria das ruas.
4 - O MDB espera melhorar o desempenho eleitoral em 2024, com vistas a resultados expressivos nas eleições legislativas de 2026. O partido também trabalha para o surgimento de uma nova geração que possa participar, com competitividade, da disputa de governos estaduais.
Em JF, segundo uma fonte, a expectativa dos emedebistas seria a filiação de Tarcísio, Júlio e do vereador Maurício Delgado. Esperam com isto voltar ao protagonismo da política local.
5 - O ex-deputado Edmar Moreira, morto na semana passada, aos 83 anos, dizia que seu único arrependimento, em três décadas de dedicação à política, foi não ter priorizado, nos primeiros passos da vida pública, um projeto definitivo para disputar a prefeitura. O Legislativo nunca o atraiu.
6 - É tempo de apenas olhar e esperar, para ver as coisas acontecerem, diz o vereador José Márcio Garotinho, presidente da Câmara, a propósito do ano eleitoral que se avizinha. Ele entende que, por hora, tudo que se diz sobre eleição é mera conjectura.
7 - O ex-presidente Bolsonaro retorna ao Brasil, e fará motociatas pelo Nordeste do país, conforme se noticia nas redes sociais. O PL está elaborando um plano para que o ex-chefe do Executivo viaje pelo ao lado da ex-primeira-dama, Michelle, e fortalecer o partido de olho nas eleições municipais de 2024.
8 - -Segundo a última pesquisa IPEC, no início deste mês, 57% aprovam o jeito de o presidente Lula governar o país. Aos poucos o presidente vai tentando ampliar o apoio popular. A militância petista tem a expectativa de que a boa avaliação presidencial se reflita nas eleições municipais.
É interessante a evolução do processo eleitoral que, mesmo ainda hoje exigindo aperfeiçoamentos, não se pode negar que tenha se tornado cada vez menos elitizado. Observe-se que em 1846, quatro anos antes de Juiz de Fora ganhar autonomia, uma das exigências impostas ao eleitor é que devia ter renda anual mínima de 200 mil réis; mesmo assim eram impedidos de votar mulheres, escravos e praças do Exército e da polícia. Em 1881 mantinha-se outra dolorosa exclusão: só podiam votar os que soubessem ler e escrever, e disso dessem prova junto ao tabelião.
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