Eleição 2024 em pauta ( LXXI)
LONGO PRAZO
Há uma explicação, sob ótica estratégica, para a resistência que importante facção do PT vem criando, em relação a um candidato a vice-prefeito que não seja de suas fileiras; sobretudo se for nome do PSB, porque nesse caso mais nítida ainda seria a carência de afinidade. Quem explica é veterano conhecido do partido: o projeto do PT não se esgota no pretendido novo mandato da prefeita Margarida. Vai mais longe, envolve gente da intimidade petista, a começar pela deputada federal Ana Pimentel. A propósito: o ex-deputado José Dirceu insiste em afirmar que um projeto de poder não pode pensar em menos de 12 anos.
Uma composição com vice “estrangeiro” das hostes do partido, diante da eventualidade de assumir metade do próximo mandato da prefeita, resultaria prejudicial para os planos,em benefício da direita.
SOBRE PROMESSAS
Chegando as convenções partidárias, conhecidos os candidatos, aberta a campanha, os eleitores passarão a conviver, diariamente, com promessas de campanha. Cabe lembrar que a responsabilidade não é apenas de quem faz a promessa, mas também quem acredita nela. Sobre o assunto, anteontem, o “Jornal do Brasil”, comentou:
“Para que o eleitor não se deixe enganar, conveniente é ter em mente que o pronunciamento de candidato sempre foi, e sempre será, uma proposta de ideal, do desejável. Muitas vezes o intangível, pouco tem a ver com o real. Ele fala em coisas com que sonha e com que sonham os eleitores. A propósito, cabe, por oportuno, uma palavra em defesa do presidente, muito criticado nas redes sociais, porque, em campanha, propôs, a todos os brasileiros, “uma picanha passada na farinha, com uma cervejinha gelada no fim de semana”. Idiota foi quem acreditou nisso, porque Lula apenas prometia o ideal; e o ideal não tem compromisso íntimo com a realidade. Aqui e em qualquer lugar do mundo. De Gaulle, por exemplo, advertia que promessa de campanha só compromete quem ouve”.
CARTILHA
O comando nacional do PT elaborou uma cartilha, destinada a orientar seus candidatos a prefeito. Uma das sugestões é que aperfeiçoem a aplicação do IPTU, como forma de valorizar os espaços urbanos. Da mesma forma, que os candidatos atentem para a importância da aplicação do ISS, seguramente o campeão entre os mais sonegados.
PALAVRA DE BISPO
Bispos da Baixada Fluminenses, antecipando-se aos seus irmãos de fé, divulgaram carta aos |eleitores católicos, chamando atenção para as responsabilidades, entre as quais votar em candidatos identificados com questões básicas da Igreja. Como “a defesa da concepção até a morte natural”, o que é uma convocação a não votar em que aceita o aborto. Reconhecem os bispos, integrantes da Regional Leste 1, um clima de frustração e pessimismo precedendo o processo eleitoral, mas apelam para o passo concreto rumo à “superação das divergências e das inimizades”.
ESPERANÇA
O MDB, que já foi a força política mais expressiva da cidade, liderou o quadro de filiações na movimentação da troca de siglas, para quem vai disputar em outubro. Soma-se a isso o fato de ter ampliado, consideravelmente, suas bancadas legislativas. É o que tem animado os dirigentes em Minas. As 159 prefeituras conquistadas em 2016 caíram para 100 em 2020.
ALÍVIO
Havia uma ideia de que a federação partidária tornava-se, automaticamente, solidária com uma de suas siglas que descumprisse obrigações com a Justiça Eleitoral, como, por exemplo, a prestação de contas. Nada disso. Definiu e decidiu o ministro André Mendonça, do TSE. Cada partido que cuide de suas obrigações. Se descuidado, os demais integrantes da federação nada têm a ver.
DESLIGADO
Cumprindo o que determina a legislação eleitoral, em relação aos candidatos, o ex-deputado Isauro Calais desligou-se da assessoria técnica do deputado Leonídio Bouças (PSDB) na Assembleia Legislativa. Não agisse assim, desincompatibilizando-se, estaria impedido de disputar a prefeitura.
AUSENTES
São muitas as razões levantadas pelas mulheres para lamentar sua pálida participação nos destinos políticos do país. Por exemplo, entre 5.600 municípios brasileiros, nas câmaras de 1.800 deles não há uma única vereadora. Fruto da antiga lógica machista.
No nosso diário político, o 11 de julho, 1937, marcou um incidente que, anos seguidos, resultaria em prejuízos para a cidade. Naquele dia, subindo a rua Halfeld, em campanha para José Américo, candidato à Presidência da República, o governador Benedito Valadares foi alvo de uma barulhenta hostilidade por parte dos defensores da candidatura de Armando Sales, que tinha um comitê funcionando no sobrado de número 758. Foi manifestação isolada, mas criou um clima de desprestígio para os interesses da cidade na capital.
Nenhum comentário:
Postar um comentário