quarta-feira, 31 de julho de 2024

 Eleição 2024 em pauta ( LXXIV)



O QUE DEBATER?
Não há quem possa responder com segurança: até que ponto o eleitorado teria disposição de relegar o debate sobre questões eminentemente locais, temas de interesse do município, e mergulhar nas discussões políticas nacionais. Certo, contudo, é que, ocorrendo essa “nacionalização”, terá sido consequência das divergências do PT e PL, que teriam capacidade para tanto, sem que lhes seja negada capacidade para atrair e afagar legendas menores para essa conduta.
Quando veio à cidade, recentemente, para a inauguração de um viaduto, o presidente Lula não deu sinais de que poderia estimular a cidade, chegadas as urnas, a priorizar as questões políticas de âmbito federal. Talvez o fizesse, em uma segunda visita, o que parece pouco provável.
Tal expectativa, contudo, não é a mesma em relação ao PL, que em setembro traz à cidade o ex-presidente Jair Bolsonaro. Bastará sua presença física para acentuar conflitos ideológicos e programáticos. Nesse caso, o eleitorado pode se interessar mais pelos embates Lula-Bolsonaro, menos pelas propostas de Margarida e Charlles Evangelista.

IDENTIDADE
Discursando na convenção municipal do PDT, quando recebeu apoio do partido à sua reeleição, a prefeita Margarida Salomão acentuou a identidade de ideias e propósitos dos pedetistas com o PT. Garantiu: já havia testemunhado isso durante os mandatos que exerceu como deputada federal.

GASTO MÁXIMO
O União Brasil manifesta preocupação com os candidatos a vereador, no que se refere aos gastos com a campanha. Para evitar abusos e, posteriormente, problemas com a Justiça Eleitoral, estabeleceu que cada um gaste, no máximo, R$ 150 mil. Considerando-se o volume da campanha o limite é bem razoável.

VOTO IMPRESSO
Corre, nas redes sociais, um apelo, sem que se saiba de quem a autoria, propondo que os eleitores de outubro exijam compromisso dos candidatos de darem apoio à introdução do voto impresso nos pleitos seguintes. Quem decide é o Congresso, mas prefeitos e vereadores podem pressionar parlamentares de sua confiança.

COMO FICA?
Depois de decidir que as federações partidárias não respondem por eventuais deslises de um de seus integrantes, o ministro André Mendonça, do Supremo, reformulou a decisão. De forma que há solidariedade entre os entes que as compõem. O ministro cedeu ao argumento dos técnicos do TSE, com base nos sistemas informacionais, que temiam que, suspenso o vínculo, a Justiça teria dificuldades operacionais.
Pelo que se sabe, em Juiz de Fora os partidos federados ainda não atentaram para isso.

ÚLTIMA HORA
O PL quase esgota a prazo dado para a realização das convenções. Será no sábado, para homologar a candidatura do ex-deputado Charlles Evangelista à prefeitura, bem como a chapa de candidatos à vereança. A decisão será logo comunicada ao ex-presidente Jair Bolsonaro, e confirma sua vinda no dia 6 de setembro, para o lançamento dos candidatos em comício.

SOBE A VIOLÊNCIA
Notícia desagradável é que têm aumentado, em Minas, os casos de violência, por causa de divergências políticas. Comparados os dias atuais com a campanha de 2020, o recrudescimento chega a 50%, com destaque para a Zona da Mata. Em Orizânia, um ex-vereador foi assassinado, e em Matipó o pré-candidato a prefeito Gabriel Melo, do PL, agredido por adversário, quando gravava peça publicitária de sua campanha.
Em Formiga, o prefeito Eugênio Vilela foi agredido por um homem irritado com a qualidade do calçamento das ruas, e, em Engenheiro Caldas, o prefeito Juninho Dutra viu-se ameaçado com arma na cabeça.

LIÇÃO EM CONVENÇÃO
“A temporada das convenções partidárias, que está em curso, tem sido lembrada, não por muitos, sobre o grande abismo que afasta essas organizações políticas de suas bases, só chamadas no momento em que têm de homologar candidaturas e dar aprovação a alianças que já não podem evitar. Tirante essa tarefa, os convencionais são abandonados, à espera de uma nova participação, o que raramente acontece, porque permanecem esquecidos até o próximo pleito. Interessante observar que a legislação brasileira, no artigo 87 do Código Eleitoral, dispõe de claros dispositivos para dar aos filiados esse dever de escolher os candidatos, e considera ilegítima a convenção que não obtiver quórum. Mas, estranhamente, a mesma legislação não cobra dos dirigentes partidários um calendário de reuniões e estudos programáticos. Esse desleixo é antigo, mas agravou-se com a ditadura dos anos 60, quando as legendas nada mais eram que reféns de conveniências, em nome da segurança nacional. As bases, onde estão os verdadeiros representantes, ficam permanentemente esquecidas.” (Jornal do Brasil, 30 de julho )
Na eleição de 1934 experimentou-se candidatura sem legenda, chamada de “avulso”. Não foi do agrado das lideranças, e a novidade logo esquecida. Para se ver como a filiação é, como sempre foi, indispensável.

CONTRA E A FAVOR
Dado curioso, revelado em recente pesquisa realizada pelo Instituto Paraná, mostra que os três candidatos a prefeito apontado com os maiores índices de rejeição – Margarida Salomão, Charlles Evangelista e Ione Barbosa - são exatamente os que aparecem em primeiro lugar na preferência do eleitorado para 6 de outubro, quando estimulados pelos pesquisadores…


O nome Trabalhismo faz parte de vários partidos, embora não se possa dizer que têm atuação clara em torno das questões que mais interessam ao operariado. Interessante observar que, na cidade, ele era calorosamente levantado antes do surgimento dos partidos; antes mesmo do histórico PTB, que não existe mais, depois de ter passagem história em Juiz de Fora.

Voltando ao passado, talvez seja permitido afirmar que, em oposição aos políticos da época, a origem do trabalhismo local remonte a 1880, ano em que o comércio funcionava todos os dias, até 9 da noite. Francisco Jenz, nosso primeiro trabalhista, liderou vigorosa campanha, e conseguiu abreviar o expediente: aos domingos, as lojas passaram a fechar as portas às 4 da tarde…


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