quarta-feira, 4 de setembro de 2024

 


Eleição 2024 em pauta ( LXXVIII)



SEXTA COM BOLSONARO


A primeira grande agitação da campanha eleitoral deste ano, na cidade, vai acontecer na sexta-feira, com a chegada do ex-presidente Jair Bolsonaro, parte de um périplo por grandes centros mineiros, onde o PL pretende bom desempenho nas urnas de outubro. Ao meio-dia, ele comanda uma carreata, que se estenderá pela avenida Rio Branco. Às 14 horas, na confluência das ruas Halfeld e Batista de Oliveira, estará numa concentração de apoio à candidatura de Charlles Evangelista (PL) à prefeitura.

A concentração podia ser realizada em local mais amplo. Mas decidiu-se pela esquina fatídica, onde em setembro, quatro anos atrás, Bolsonaro foi ali esfaqueado por um militante esquerdista. Um apelo à memória e ao voto.

Evangelista tem um mês para encarnar o bolsonarismo, a direita radical, a direita temperada, os contrários ao PT e os inimigos do lulismo; e com essas forças tentar chegar à prefeitura. É uma aposta.


NOVA PESQUISA

O Instituto Veritá registrou-se no Tribunal Eleitoral para, obediente à legislação, credenciar-se para realizar pesquisa em Juiz de Fora, e conhecer as possibilidades dos seis candidatos a prefeito. Trata-se de levantar preferências em um universo de 810 eleitores, com a promessa de publicar os resultados no domingo.

Há quem considere que dois fatores podem influenciar nos números da Veritá: a entrada de Bolsonaro na campanha de Juiz de Fora e as manifestações da direita contra o ministro Alexandre de Morais, sábado, em S.Paulo.


TODO CUIDADO

Não diferentemente de qualquer campanha anterior, a que foi aberta no último fim de semana fez chover sobre o eleitor um rosário de candidatos repletos de boas intenções, pouco modestos quanto à sua capacidade de solucionar velhos e graves problemas. Uma realidade que se agrava com alguns candidatos à reeleição, que assumem o compromisso de fazer o que já revelaram não saber fazer.

Promete-se demais. Em alguns casos, sem o mínimo de pudor, como em 2022, quando o candidato Lula prometeu democratizar o consumo de picanha e cervejas nos fins de semana...

O primeiro cuidado do eleitor é identificar o candidato que promete o que não pode ou não sabe fazer. Pratica o embuste, mente miseravelmente. Outro cuidado, este a exigir mais acuidade, é sentir que aquele que lhe pede o voto não vai vencer, e está menos preocupado com o voto de hoje, porque seu verdadeiro plano é ganhar experiência, fazer o trampolim para tentar ser deputado dentro de dois anos. É visível esse tipo de safadeza eleitoral.


MENOS O RIDÍCULO

Nem sempre os Tribunais Regionais Eleitorais mostram-se zelosos para cobrar dos candidatos respeito ao dispositivo que trata da identificação deles na campanha que pretendem empreender. Sob a premissa de que é preciso fazer tudo, ou quase tudo, para facilitar sua identificação pelo eleitor, tolera-se muito; para não se falar na proibição do mau gosto, porque para isso nenhuma lei é suficientemente forte. Em Minas, os casos mais agressivos têm sido raros, mas a Justiça aceita, por exemplo, que candidatos a vereador se identifiquem como Manezim do Cemitério, Ritoca da Curva do Morro, Joãozinho que entrega o gás. Tolerados, porque não chegam a ofender o pudor, embora passem raspando pelo ridículo.

Os impedimentos referem-se a candidatos que ocupavam função pública ou são de carreira militar.


BAIXO NÍVEL

Os candidatos à prefeitura de S.Paulo dão péssimo exemplo para o resto do país. Baixíssimo o nível dos debates de que participam nos programas de rádio e televisão. Se, no maior e mais desenvolvido centro urbano, as discussões debandaram para algo parecido com conversa de botequim e briga de comadres, imagine-se o que pode estar acontecendo por esse Brasil afora.


E A SOLUÇÃO?

Juiz de Fora tem, na zona urbana, cerca de 800 moradores de rua, como informou o presidente da Câmara, José Márcio Garotinho, em palestra que proferiu, semana passada, no Instituto Histórico e Geográfico. Mas há quem aposte que esse número é bem maior. O problema é de tal complexidade, segundo ele, que não se pode dizer que o poder público tenha uma solução.

O vereador falava sobre os principais problemas da cidade, baseando-se em pesquisa que se promoveu junto a várias camadas da população. Os principais anseios ficam na saúde e na educação, mas a grande queixa (45% da população) está no péssimo serviço dos ônibus urbanos.


SEM VERBA

Até a semana passada, o MDB não havia recebido recursos do fundo eleitoral para movimentar sua campanha em Juiz de Fora. Não é por falta de dinheiro, porque o fundo é particularmente generoso com o partido: R$ 400 milhões.

Um detalhe curioso na história recente do partido: na eleição de 2020 o MDB fez quatro vereadores. Logo depois, perdeu todos. Agora,voltou a ter quatro na Câmara...


QUOCIENTE

Continuam as incertezas sobre o quociente eleitoral, base para que os partidos possam calcular suas cadeiras na Câmara. Os mais pessimistas, para segurança, falam em 13.100 votos, contrariando os otimistas que, pautando-se no aumento do número de cadeiras no Legislativo municipal (23), elaboram seus cálculos em 12.500.


FÉ NA UNIDADE

O pastor Silas Malafaia, um dos três mais influentes líderes evangélicos do país, gravou mensagem de apoio à candidatura de Ione Barbosa à prefeitura, com apelo aos valores cristãos da família. O pretendido resultado político-eleitoral de seu pronunciamento é a unidade evangélica no processo, detalhe que pode influir favoravelmente à candidata, já simpática às lideranças dos Batistas e Testemunhas de Jeová.


PESO FEMININO

Em recente programa de Ricardo Ribeiro, na Rádio Cidade, participando a jornalista Gilze Bara, especialista em marketing, foi levantado um ponto significativo para ampliar o debate político na cidade: pela primeira vez, o número de mulheres disputando a prefeitura é o mesmo dos homens: 3 a 3. Entende-se que seja um dado a mais para pesar o voto feminino. Aqui, como na maioria dos médios e grandes centros urbanos, as mulheres são 52% do eleitorado.


AUDIÊNCIA

A Promotoria Eleitoral já tomou depoimentos para instruir o pedido de impugnação da chapa liderada por Ione Barbosa, onde viu irregularidades na indicação do candidato a vice-prefeito. A Justiça promete dar a conhecer a sentença nos próximos dias.


Apenas cinco vezes, a partir de Luiz Eugênio Horta Barbosa, em 1887, uma personalidade de Juiz de Fora ocupou a presidência ou a governadoria de Minas, o que geralmente causa espanto aos historiadores, considerando o fato de estar aqui, durante décadas, a principal referência política, social e econômica do estado. Em setembro de 1930, depois de Antônio Carlos, dois fatos coincidentes ajudaram a retomar o prestígio de lideranças locais, quando o ex-prefeito Pedro Marques foi eleito vice-governador, e o vereador Luiz Pena chamado a ser prefeito de Belo Horizonte.



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