Eleição 2024 em pauta ( LXXX)
FALTA PROBIDADE
O Brasil, em se tratando de política, traz algumas esquisitices. Tomando-se por base o recente episódio do ex-ministro dos Direitos Humanos, defenestrado, para o resto da vida, por denúncia de abuso sexual contra a ministra de Igualdade Racial, com o detalhe de que ambos são negros, e, então, era para defenderem a mesma causa... Pois, nesse mesmo governo entra uma ministra, Macaé Evaristo, com processos de improbidade administrativa em cargos públicos de outras esferas de governo. Em Minas. Há outro ministro com igual vida pregressa.
Em seu primeiro governo, Lula já tivera escolha idêntica, com seu ministro mineiro Ânderson Adauto, acusado de improbidade.
O que se percebe é que a improbidade administrativa não é condenável, da mesma forma que o crime de assédio sexual. Já se disse que na terra de Macunaíma há crime com pena, e outro sem pena. Que pena!
SEM O CHICO
As relações do jornalista Francisco Andrade com Juiz de Fora foram poucas. Conhecido e identificado na história da ditadura como Chico Bomba, era um dos mais atuante nos movimentos de esquerda de 64, ano em que pretendeu ajudar na organização do famoso comício de Miguel Arraes, no Cinema Popular, esperando encontrar aqui Carlos Marighella. Militou no grupo de Dilma Rousseff, encarregado de produzir material explosivo, empregado contra empresas acusadas de colaborar com os militares. Chico morreu, na semana passada, em Petrópolis. Sua especialidade revolucionária foi que lhe valeu o apelido. Esteve preso durante nove anos em São Paulo. Nas raras vezes em que concordava em falar sobre seu passado de militância, lembrava do julgamento, na Auditoria de Guerra local, de companheiros processados e condenados por subversão.
PESQUISAS
Leitores percebem, e alguns comentam, o pouco interesse da coluna em analisar as pesquisas que têm sido divulgadas sobre a eleição em Juiz de Fora. Cabe uma explicação: são gritantes as diferenças dos números que elas mostram, o que desestimula e dá insegurança a comentários. Na verdade, essas pesquisas só coincidem em um ponto, ao darem à prefeita Margarida Salomão a liderança nas intenções de voto. Discrepam quanto ao resto.
PREFERÊNCIA
A campanha releva que é dispersa a preferência, pelos partidos, das mulheres que estão disputando as prefeituras, sem que se possa afirmar que, vencendo, poderão ser úteis às legendas que as abrigaram. Em todo o Brasil, elas são 2.333, o que significa apenas 15% dos concorrentes. Mais 52% delas estão disputando pelo MDB, PT, PSD, PL e União Brasil.
FOGO DE PALHA
É como experiente político da cidade analisa o recente esforço do Ministério Público para impugnar as candidaturas de Ione Barbosa e Charlles Evangelista, por causa de irregularidades no registro dos vices em suas respectivas chapas. Tanto Manfrini como o pastor Gilmar foram confirmados, depois de serem contornados os defeitos processuais aventados.
Como se comentou, à época da tentativa de impugnação dos candidatos já lançados em convenções, a Justiça só dá provimento se a irregularidade for incontornável.
TURNO FRIO
A agitação da política mineira para novembro fica restrita aos oito municípios onde, certamente, haverá segundo turno. Neles, o colégio eleitoral conta com mais de 200 mil títulos. Nada menos 845 prefeituras terão seu futuro definido já no dia 8 de outubro.
PRIORIDADE
Diz a deputada Ione Barbosa, candidata à prefeitura, que os desafios da segurança pública precisam subir à condição de prioridade absoluta em Juiz de Fora. Fala-se da presença de agentes do crime organizado em bairros da periferia. O que é verdade, mas não é novidade. Já há algum tempo, em algumas localidades a polícia não pode chegar.
Os primórdios. Em nossa primeira experiência eleitoral, meados do século 16, eram escolhidos oficiais do Conselho da Câmara, ou Senado da Câmara, em Salvador. Em março de 1821 elegem-se deputados à Corte de Lisboa, em quatro graus. O povo indicava os representantes da paróquia para eleger deputados: no dia marcado para a eleição, o povo ouvia missa na matriz, e, a seguir, era colocada uma mesa no centro da igreja, com um presidente, o pároco e dois escrutinadores. Entregues os votos, eram lidos e proclamados os resultados”.
Em março de 1824 a eleição foi para senadores e deputados, em dois graus: os cidadãos que ganhavam até 100 mil réis estavam no primeiro grau; os de 200 mil réis no segundo. As mulheres ausentes.
Em agosto de 1846, foi a vez de senadores, deputados e membros das Assembleias Provinciais. Exclusão de mulheres, escravos, praças de pré, o que constituía exemplo das primeiras inelegibilidades.
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