Eleição 2024 em pauta ( LXXXI)
CÂMARA MUNICIPAL (2025-2028)
Restando poucos dias de campanha aos atuais dezenove vereadores, eles aumentam os esforços para conquistar uma das vinte e três vagas na Câmara, a partir de janeiro de 2025.
Uma curiosidade a verificar: apenas cinco vereadores dentre os dezenove, que iniciaram legislatura em 2021, estão concorrendo pelo mesmo partido. São eles Cida Oliveira, Juraci Scheffer, Laíz Perrut, pelo PT, André Luiz, pelo Republicanos e Tallia Sobral (Psol). Outros quatorze vereadores mudaram de legenda, devido a fusões partidárias ao nível nacional, ou procuraram condição melhor de concorrer por outra legenda.
Pelo que se ouve, nas rodas de pessoas que lidam no cotidiano da política local, nem todos serão reeleitos. As federações surgidas em 2022 trouxeram perdas e ganhos para os vereadores que por elas concorrem. O MDB obteve quatro vereadores na janela partidária, mas nem todos retornarão.
Os analistas de bastidores concluem que os partidos (e também a federação Psol-Rede) representados hoje na Câmara deverão eleger um vereador; e, dependendo da sobra de votação partidária, poderão eleger mais um. A exceção pode ser o PT, que elegeria dois vereadores; e, na sobra, contribuir para eleição de outros da federação.
Assim, provavelmente haverá a continuidade da representação dos seguintes partidos: PT, PC do B, PP, PL, PSB, PDT, PSD, MDB, União Brasil, Republicanos e Rede.
Consideradas as performances das campanhas dos candidatos à reeleição, um analista arrisca escrever a lista de doze vereadores com potencial de reeleição: Cida Oliveira e Juraci Scheffer (PT), Cido Reis (PC do B), Julinho Rossignoli (PP), Sargento Mello (PL), Bejani Júnior (PSB), José Márcio Garotinho (PDT), Tiago Bonecão (PSD), Marlon Siqueira (MDB), Dr. Antônio Aguiar (União Brasil), André Luiz (Republicanos) e Maurício Delgado (Rede).
VICE, O DISCRETO
Faltando apenas dez dias para a eleição, os organizadores de debates, principalmente as emissoras de rádio e televisão, ficaram devendo um encontro público entre os candidatos a vice-prefeito, o que teria dado ao eleitorado oportunidade de conhecer melhor os que podem, diante de eventualidades, assumir os encargos administrativos. Sempre se se indaga sobre esse desinteresse, sobretudo porque, no modelo político-partidário que temos, a composição das chapas em eleição majoritária se faz, quase exclusivamente, com base no interesse de alianças. O vice torna-se imposição das conveniências da ocasião. Na atual campanha o quadro não é diferente, e não será exagero afirmar que há casos de candidatos a vice cujos nomes só agora são trazidos ao conhecimento público, embora conhecidos em suas respectivas áreas de atuação.
Não devia ser assim. Nunca se sabe o que o futuro reservas para esses atores. O município tem uma longa história em que o vice-prefeito foi chamado a assumir a administração. Desde o primeiro prefeito eleito pelo voto direto, Dilermando Cruz, o vice foi, muitas vezes, convocado a assumir. Depois, o mesmo ocorreu na gestão dos prefeitos Olavo Costa, Ademar Andrade, Itamar Franco e Bruno Siqueira.
A mesma estranheza faria sentido se estivesse em discussão a sucessão presidencial. Porque metade da história republicana foi escrita pelos vices.
RETA FINAL
Pode ser que nestas próximas horas a campanha ganhe mais calor, sem a tepidez das últimas semanas. Os debates, pouco atraentes, entre os candidatos a prefeito, teriam contribuído para isso.
O clima de frouxidão se dá, igualmente, entre os candidatos à vereança. Um deles, José Sóter Figueirôa, chegou a afirmar, na semana passada, que 90% dos eleitores ainda não tinham candidatos definidos.
OS AUSENTES
Há um dado, trazido pelo TRE mineiro, indicando que 452 mil eleitores não poderão votar, no dia 6, porque ficaram devendo a revisão biométrica. A esse número somam-se outros 366 mil, suspensos pelo fato de terem se ausentado, sem justificativa, em três pleitos seguidos.
Preocupa, porque são mais de 800 mil fora do processo eleitoral. Em torno de 5% de um eleitorado que no Estado está em 16,4 milhões.
OS IDOSOS
Há dias, a coluna publicou e comentou a preocupação de José Anísio (Pitico) sobre a participação de idosos nas eleições, porque são fundamentais para o aperfeiçoamento da democracia representativa. Ele é um veterano líder dos movimentos da valorização da população idosa de Juiz de Fora. Pois, logo depois, para dar sustentação a esse ideal, o TSE informou que o Brasil tem, hoje, 14 milhões de eleitores com mais de 70 anos de idade, num colégio eleitoral de 156 milhões. Em Minas, com título pronto para votar, a população da terceira idade soma 1.87 milhão.
Detalhe à parte: 1,17 milhão no Brasil, têm mais de 90 anos…
Em 1934, acautelando-se da hegemonia política dos mineiros e paulistas, o ditador Getúlio Vargas tentou, e fracassou, criar a representação classista na Câmara dos Deputados, inovação que não havia sido experimentada por qualquer outro país. Tentou depois as representações profissionais, mais inviáveis ainda, porque faltava a elas necessária personalidade jurídica, como explicou Antônio Carlos, contrário à manobra getulista. No ardil do governo argumentava-se que era preciso tirar o poder dos currais eleitorais do interior. E nisso tinha alguma razão. Mesmo com vida efêmera, a classista chegou a ter seus representantes votados. De Juiz de Fora, entre os 11 mineiros, um dos escolhidos, Alberto Surek, promoveu o primeiro congresso proletário do estado e ajudou a fundar o Sindicato dos Bancários.
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