segunda-feira, 7 de outubro de 2024

 

Eleição 2024 em pauta ( LXXXIII)


Última página


1 - A não realização do segundo turno para prefeito, o que rompeu com a tradição do eleitorado da cidade, é algo que a gratidão do PT deve, entre outros fatores, à deputada Ione Barbosa, que disputou pelo Avante, e ficou em terceiro lugar. Mesmo com todos os sinais de que vinha trilhando um caminho muito diferente daquele que, há quatro anos, quase a levou à disputa final, a expectativa era de que Ione teria votação muito mais expressiva; talvez pudesse ameaçar os 3% de Margarida, que colocou o PT acima da metade dos votos válidos.


2 - Certamente, grandes mudanças nunca foram da vocação do colégio eleitoral da cidade. A começar pelo fato de aos prefeitos, desde Tarcísio Delgado, sempre se confiou um segundo mandato. Tradição agora confirmada. Um detalhe que, espera-se, não se repita: o segundo mandato sempre foi inferior ao primeiro.


3 – Sobre essa vocação para o continuísmo, observe-se que 75% reelegeram-se para a Câmara Municipal e dois ex-vereadores foram reconduzidos. Não obstante, na eleição proporcional de domingo, 130 mil juiz-foranos abstiveram-se, votaram em branco ou anularam. O Legislativo precisa trabalhar a imagem.

4 – Aumentou, discretamente, a bancada feminina. Três novatas: Kátia Franco, do PSB, Letícia Delgado, do PT, e Roberta Lopes, do PL.


5 - Para os bolsonaristas, os números, se podiam ter sido melhores, deixaram visíveis sinais de que a direita prospera em Juiz de Fora. Colocou Charles Evangelista em segundo lugar entre seis candidatos a prefeito, além de eleger os três vereadores, que somaram 18.924 votos.


6 – É sabido que algumas candidaturas, tidas como inviáveis, serviriam, entretanto, de trampolim para se tentar, dentro de dois anos, uma cadeira na Câmara dos Deputados ou na Assembleia. Mas, para tanto, será preciso mostrar mais fôlego.


7 - Dos seis ex-prefeitos, apenas dois – Tarcísio Delgado e Alberto Bejani – participaram diretamente da campanha, tentando eleger os filhos, a prefeito e a vereador. Sem êxito.

Por fim,


8 - A campanha e a eleição passaram, sem que a maioria não percebesse um detalhe instigador: o papel do deputado Noraldino Júnior, presidente do PSB de Minas. Discreto, com raras aparições, palavras econômicas, ele desempenhou papel muito importante neste 2024. Primeiro, construiu uma difícil aliança com o PT, e, para tanto, teve de vencer a resistência de uma corrente expressiva dos petistas. Em seguida, patrocinou a candidatura de Marcelo Detoni a vice-prefeito de Margarida; e também aí foi outra luta feroz.

O PSB de Noraldino elegeu o mais votado entre os candidatos a vereador, Vitinho, com quase 15 mil votos; e, nas pegadas e sobras dele, mais dois se elegeram. Não é pouco, tratando-se de um partido de reduzida expressão na cidade. Os três novos vereadores, tal como o deputado, sempre trabalham a sensibilidade de uma população que se preocupa com a saúde e a vida dos animais. Kátia Franco dedica-se aos cães. João do Joaninho, o terceiro, já havia se tornado conhecido pela caça às capivaras…

O vice Detoni não deixa de ter ligação com a área animal, não propriamente pela proteção, mas o abate, como dono de frigorífico.



(( Depois de 83 edições semanais, dedicadas às eleições deste ano, a coluna encerra as atividades. Não sem, antes, registrar sua gratidão aos leitores que a acompanharam e aos que, direta ou indiretamente, colaboraram com informações e comentários )).




Nenhum comentário:

Postar um comentário