quinta-feira, 31 de outubro de 2024

 


A pauta é política


O CICLO QUE SE FECHA

À medida em que se assentam os pós da eleição da prefeita, decidida em um único turno, o que rompeu a tradição, pois, aqui, só chegava ao Paço quem vencesse no segundo turno, é hora de começar a pensar no futuro, com base nas experiências. Os políticos, agora, sentem-se mais à vontade para medir os reflexos das urnas, seus números e as consequências, imediatas ou distantes.

1 - Um dado visível, que salta logo, é que a eleição deste ano testou e construiu um projeto político, liderado pelo deputado Noraldino Júnior, que levou seu PSB a ganhar a vice-prefeitura na chapa do PT, atropelando metade dos petistas, que repudiavam e contestavam, publicamente, a aliança. Em seguida, o partido elegeu o vereador mais votado da história municipal, que entrou em cena sem qualquer lastro político-partidário, sob o mérito de dar socorro aos cachorrinhos que caíram na orfandade. Noraldino ainda dá sinais de um diálogo proveitoso com o presidente da Câmara, José Márcio Garotinho, a ser reeleito. Piedosos, foram, juntos, a Aparecida agradecer.

2 - Todos negam, a começar pela prefeita, que essa aliança lhe custaria metade do mandato, destinando-se dois anos de poder ao vice Detoni, o que, em compensação, garantiria a ela o apoio do PSB mineiro para disputar cadeira no Senado, com força suficiente para se impor ao PT. Se a prefeita cumpre o que está solenemente prometido, isto é, permanecer nos quatro anos, também aí o projeto dos socialistas pode ganhar espaço na aliança, por carência de aliados. Quando chegar 2028 o PT teria de indicar um candidato. Quem? Hoje não há quem possa responder a essa pergunta. Havendo o vácuo, os socialistas já teriam duas alternativas, o vice e o próprio Noraldino.

3 - Outro dado para os próximos lances é que à prefeita Margarida, não podendo disputar um terceiro mandado, caberá fechar o ciclo das veteranas lideranças políticas da cidade. Basta conferir. Dois ex-prefeitos, Bejani e Tarcísio, despediram-se, sem poderem eleger os filhos, que disputavam, respectivamente, como vereador e prefeito. Custódio Mattos já havia se ausentado, também sem sucessor, e Bruno Siqueira garante que agora só tem ânimo para atividades empresariais. Fecha-se o ciclo veterano, com reflexos poderosos sobre seus partidos. O PSDB associou-se ao MDB, deu a candidata a vice, quase ausente, contribuiu modestamente. Ambos os partidos, de passados gloriosos, estão sem destino definido, sem chefes e sem votos. Além disso, derrotados, ambos devem sofrer futuros desembarques, sob o aceno de legendas mais promissoras.


FEDERAÇÃO PARTIDÁRIA

Após o primeiro turno, a crônica política começou a fazer análise sobre os resultados para prefeitura e Câmara Municipal. Nesta eleição 2024 as federações partidárias foram testadas pela primeira vez. Surgiram em 2022, com mandato de quatro anos.

A eleição de vereadores, com os dados consolidados dos milhares de municípios brasileiros, aponta que partidos hoje federados tiveram menos eleitos em 2024, em comparação com o que tiveram, em separado, em 2020. A exceção foi o PT. Em JF, os resultados são semelhantes ao panorama nacional.

A Federação PT, PC do B e PV ficou com 6 vereadores: o PT com uma cadeira a mais, elege Letícia Delgado, e reelege os três vereadores Cida Oliveira, Juraci Scheffer, Laiz Perrut. O PC do B conquistou uma cadeira, com a reeleição de Cido Reis, neo-comunista, que migrou para este partido. E o PV manteve uma cadeira, com a eleição de Negro Bússola, uma vez que Garotinho saiu para o PDT, deixando o partido, e se reelegeu.

A federação Rede-Psol tinha uma vereadora eleita no Psol, Tallia Sobral, que não se reelegeu. Mas a Rede conquistou uma vaga, com a reeleição de Maurício Delgado.

A federação PSDB-Cidadania tinha um vereador, Tiago Bonecão (Cidadania), que migrou para o PSD, onde se reelege.

Importante lembrar que houve aumento de quatro vagas na Câmara, o que pode ter corroborado para os resultados obtidos pelos partidos a partir de janeiro de 2025.

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