A assessoria da presidente Dilma estuda, em caráter emergencial, algumas iniciativas governamentais positivas, como forma de apagar a crise no Ministério dos Transportes. Há um reconhecimento geral em relação à demissão de todos os envolvidos em irregularidades naquela pasta, mas já se sente também que isso não é suficiente. Dilma acredita nos resultados do PAC e vai apostar mais algumas fichas nele.
Os culpados
Não faltam exemplos para confirmar que boa parte da proliferação dos corruptos na política é da responsabilidade do eleitor, que não avalia corretamente os candidatos; e, quando avalia, é condescendente com os maus. Ainda agora, a Justiça descobre mais uma do deputado mineiro Jaime Martins, do PR, que fez viagem de recreio a Fernando de Noronha, com a família, utilizando-se de verba da Câmara.
Pois esse deputado, já exercendo o quinto mandato, foi reeleito com 180 mil votos, no mesmo momento em que a Justiça denunciava suas malandragens.
Ao abandono
PMDB e PT promovem há nove meses a gestação de algo que possa redimi-los da derrota que seus desacordos impuseram a Hélio Costa na disputa do governo de Minas. Já se falou muito sobre o destino do ex-ministro e sua convocação para o govnerno. Mas só se fala.
No arrocho
O deputado mineiro Lincoln Portela vive momentos delicados como líder da bancada do PR - Partido da República. Seu partido é mais ou menos dono do Ministério dos Transportes, onde se descobriu o maior foco de corrupção do governo. Ele é um homem honrado, campeão de frequência às reuniões da Câmara, mas no recente episódio fica entre a cruz e a espada. Não pode compactuar com a corrupção, mas tem deveres com o partido.
Com esse papel somado à assiduidade, ele teria tudo para gozar de grande influência no Palácio do Planalto.
Há o bastante
Analisa-se a disposição de ministros e técnicos do Tribunal Superior Eleitoral e não se percebe disposição ou simpatia em relação à criação de novos partidos, não apenas pelo fato de as atuais legendas parecerem suficientes para acolher ideias e projetos de todos os segmentos políticos, mas também porque as novas propostas conhecidas se mostram eivadas de vícios e oportunismos. O caso mais recente é patrocinado por alguns deputados do PR, temerosos dos desgastes da legenda no Ministério dos Transportes. Querem criar o PDN Partido do Desenvolvimento Nacional e nele desembarcar antes da eleição.
Tentativa como essa são inúmeras. No TSE estão protocolados nada menos de 19 pedidos de registro de partidos.
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Dividem-se os amigos do ex-presidente Lula sobre o comportamento que deve adotar em relação à atualidade política. Para uns, sendo o maior patrocinador da vitória de Dilma, ele tem direito de opinar a até interferir; outros, ao contrário, recomendam que se afaste e viva dos louros do prestígio pessoal. Quer dizer, sair de cena para evitar a desintegração do mito.
Nada mais difícil que o momento da retirada. É preciso ser grande. Churchill e De Gaulle saíram da vida pública para chega em boas condições à História.
(( publicado também na edição de hoje do TER NOTÍCIAS ))
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