segunda-feira, 25 de julho de 2011

Retroceder ou avançar

A semana parece ser decisiva para a presidente Dilma, depois de se ver empurrada contra a parede pela crise no Ministério dos Transportes. Duas semanas convivendo com esse problema, tendo mandado demitir nada menos de 16 altos funcionários suspeitos de prática de irregularidades, ela se encontra na situação de quem não pode mais retroceder, sob pena de ver o governo desmoralizado. Mas, de outro lado, deve saber que, se mantiver o pulso firme, terá dificuldades políticas.
No PR, partido que transformou aquele ministério em despachante de interesses políticos, já surgem ameaças: a presidente está brincando com fogo, disse um deputado insolente. O ex-presidente Lula sai em defesa do PR e opina que esse partido, apesar de todos os problemas, deve permanecer na base do governo.


Proibir tudo faz
bem à saúde?


Em tempos sombrios da Idade Média radicais malucos pregavam que não devia haver vinho por causa dos bêbados. Talvez não quisessem a noite por causa dos ladrões, nem a luz por causa dos delatores, nem mulheres por causa do adultério.
Na semana passada, em sua meia página do “Estado de Minas”, Eduardo Almeida Reis criticou um vereador de Belo Horizonte, Paulinho Motorista, autor do projeto que proíbe copos e garrafas de vidro nos bares e restaurantes, porque em caso de briga podem servir de arma.

Para Almeida Reis, ironizando, o vereador deveria pensar na proibição de garfos, facas e pratos, também perigosos em caso de briga. E os fogões? Também não, pois podem causar incêndio. Acabemos com a vitrinas, pois os vidros se quebram e ferem.
É incrível como deliram os legisladores despreparados.



De olho
na verba

Vários municípios mineiros que têm verbas pendentes no Ministério dos Transporte colocaram-se em estado de alerta. Sabem que a crise que se abateu sobre esse setor do governo, da qual já resultaram inúmeras demissões, pode evoluir para uma situação de congelamento de recursos, e, em consequência a suspensão de muitos serviços, sobretudo de conservação. Faz sentido, porque Minas detém a mais extensa malha rodoviária do País. Quem tem mais, também sofre mais quando as liberações são suspensas. No caso de Juiz de Fora, no momento, apenas a BR-440, que, no auge de uma crise, pode ter sua prioridade contestada.
O que têm feito os municípios? Na semana passada, suas lideranças começaram a correr atrás dos deputados. Querem vê-lo de plantão na boca do cofre.

Um Conselho
para as drogas


O vereador Flávio Cheker informou ao Fórum Permanente de Direitos Humanos que encaminhou ao Poder Executivo, no dia 14, pedido de informação, protocolado sob nº 0157, sobre as sugestões apresentadas pelo Fórum para a formação do Conselho Municipal de Políticas Integradas sobre Drogas (COMPID). E quis saber ainda quando a prefeitura vai enviar à Câmara um projeto de lei a respeito dessa proposta .
Entre os militantes há uma grande ansiedade, pois admitem que as políticas integradas podem representar um progresso significativo no combate às drogas. Por isso, não compreendem a demora no encaminhamento do projeto. Há dois meses foram pedidas sugestões do Fórum de Direitos Humanos, em caráter de urgência. As entidades analisaram a minuta do projeto em prazo recorde, apontaram sugestões de mudança no texto, e o vereador Cheker fez o encaminhamento imediato ao gabinete do prefeito.

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O patrimônio em ruínas
Faz dez anos, talvez um pouco mais, que entidades culturais de Juiz de Fora e da região se uniram num movimento que tinha como objetivo salvar da destruição total o velho casarão Registro de Paraibuna, na divisa de Minas e Rio de Janeiro. A campanha ruiu, ao contrário casarão histórico, que, mesmo em estado de abandono, está resistindo, com seus ares mal-assombrados, como se quisesse guardar o antigo aspecto da passagens e detenção de escravos e contrabandistas, de quem a polícia da Corte desejava tirar pedras e pepitas sonegadas. Tentou-se, sem êxito, que a prefeitura de Simão Pereira se interessasse pelo restauro e preservação. Depois, em novo fracasso, foi pedido de apoio do Instituto do Patrimônio de Minas. Já citado pelos viajantes desde 1778, e oficialmente chamado de Registro do Paraibuna a partir de 1830, esse imóvel já não terá como resistir por mais muito tempo.


Em nome do Museu

Há dias, referindo-se à sua chegada aos 80 anos, o ex-presidente Fernando Henrique lembrou que, quando nasceu, o País tinha apenas uma estrada pavimentada, a União e Indústria, de Mariano Procópio. A referência foi lembrada na Câmara pelo deputado Marcus Pestana, para dizer que também a Mariano deveu-se o Museu de Juiz de Fora, que o filho, Alfredo, mais tarde, doaria ao município. Pestana aproveitou para pedir do Ministério de Cultura que destine recursos ao Museu, atualmente fechado à visitação pública.



(( publicado também na edição de hoje do TRR NOTÍCIAS ))

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