É rara, quase inexistente, a possibilidade de a legislação eleitoral estabelecer limites para a farra das coligações partidárias, mesmo diante de todas as evidências de que elas se transformaram em balcão de negócios, principalmente para a venda de preciosos segundos no rádio e na televisão. As coisas vão ficar como sempre foram.
Já que é assim, o Tribunal Superior Eleitoral podia encontrar uma forma de exigir, pelo menos, que as coligações se restrinjam a partidos com um mínimo de identidade ideológica. É a forma de impedir que o eleitor seja enganado além do tolerável.
Saída honrosa
As relações dos estados com a União, no tange a compromissos acumulados, esbarram num estranho jogo de encenação. Os estados anunciam que vão honrar as dívidas e o governo federal finge acreditar nisso. Só do lado de Minas, os débitos para negociação imediata aproximam-se de R$ 1 bi.
Quando se deve muito, o problema já não é do devedor, passa a ser do credor, diz um ditado meio velhaco.
Ao governo federal, que a todo momento tem governador batendo à porta para pedir, só resta uma saída, aliás capaz de projetar enormemente seu prestígio: aplicar em obras nos estados o equivalente ao que cada um deles deve, estabelecidas prioridades definidas pelos ministérios, sem interferência da política dos governadores.
Além da ressaca
Está dito e visto que a reforma política vai permanecer nos armários e nas gavetas, sem que se saiba quando realmente estará em pauta. Mas, nos próximos dias, procurando mostrar que não está totalmente alheio, o Congresso tentará esconder a omissão com uma capa de verniz. Votará o menos importante de tudo que se tem falado dessa reforma: mudará a posse dos eleitos de 1º para l0 de janeiro.
Apoio geral dos candidatos que se elegem, não os que saem derrotados. Os que vencem se queixam de a posse ocorrer na manhã do um dia em que ainda é imensa a ressaca do revellion. A alegação oficial é um sofisma: alega-se que em 1º de janeiro os presidentes de outros países não podem estar presentes. Mas qual estadista viria para a posse de um prefeito?
Bio em 2018
Nas eleições de 2018, não antes disso mas não muito depois disso, os brasileiros votarão com a impressão deixada pelo dedo, diz o presidente do TSE, Ricardo Lewandowisk, que prevê para aquele ano a biometria estendida a todo o Brasil. Otimista, ele acha que isso será mais uma contribuição para modernizar o sistema eleitoral e, portanto, menos influência dos corruptos e dos “fantasmas” nas votações.
A se confirmar a previsão do ministro, não mais haverá necessidade de aperfeiçoar os títulos, que até lá já serão peça de museu.
Aniversário
do CDDH
O Centro de Defesa dos Direitos Humanos da Arquidiocese de Juiz de Fora está comemorando 31 anos, completados no sábado. “A perenidade desta organização está ligada à contribuição de seus associados contribuintes e voluntários, aos funcionários do presente e do passado, ao patrocínio da ong alemã Misereor, ao apoio da Arquidiocese e aos inúmeros parceiros ao longo desta história”, explica seu secretário, Marcelo Frank do Nascimento.
Para marcar a data está no ar o site www.cddhjf.org.
Segundo Marcelo, “há muito trabalho para os defensores dos direitos humanos, pois as violações acontecem a todo tempo. Embora este tema tenha se tornado política pública, após a Constituição de 88, que veio assegurar direitos ao povo brasileiro, surgiram novos desafios. É necessária a efetivação desses direitos. Surge a necessidade de mais pessoas de boa vontade, para dedicarem parte de seu tempo às frentes de trabalho da entidade”, explica o secretário.
Uma dúvida
de 80 anos
Instituído no Brasil em 1931, depois de experiências permanentes ou momentâneas em vários países, o Horário de Verão nunca deixou de ser polêmico, elogiado por muitos e amaldiçoado por outros. Ontem, quando ao primeiro minuto da madrugada o ponteiro maior avançou 60 minutos, a discussão já havia ressuscitado, como acontece todos os anos neste outubro, geralmente um mês muito sem graça.
O argumento favorável não muda há 80 anos: economizar o consumo de energia e aproveitar mais a luz do dia. Desta vez, os técnicos preveem uma redução em torno de 4% nos gastos domésticos, mas ainda não houve quem pudesse calcular os prejuízos do relógio biológico que funciona em cada um de nós. Opiniões respeitáveis, como a do professor Elías Murad, suspeitam que as perdas são maiores que os ganhos.
Houve casos, na Europa, em que a “hora de economia de luz” se prestou apenas para períodos de guerra. Em outros, essa novidade nunca foi levada a sério.
(( publicado também na edição desta segunda-feira do TER NOTÍCIAS ))
Nenhum comentário:
Postar um comentário