quinta-feira, 12 de abril de 2012

A arte de ser amigo do rei

Michel Temer, presidente licenciado do PMDB, e por isso vice-presidente da República, não podia mesmo dizer outra coisa. Na festa dos 46 anos do partido quis defendê-lo da acusação de ser adesista; gente que se calejou para, afinal, aprender que melhores são as sombras e as águas frescas de Pasárgada, onde não é preciso ser rei, mas amigo dele.
Recusada a crítica, é preciso recorrer à história para confirmar a consagrada tendência adesista. Desde o início da ‘Nova República’ (1985) com a chegada de José Sarney à presidência da República, após a morte de Tancredo Neves, o PMDB esteve sempre no poder do País.
Com uma pujante bancada de parlamentares no Congresso Nacional deu sustentação aos governos de crises, com Collor e depois Itamar, e, em seguida, possibilitou a Fernando Henrique ficar no poder por oito anos, aprovando a reeleição. E quando Ulysses e Itamar quiseram ser candidatos? O primeiro, abandonado; o segundo, nem aceito. Na sequência, o partido socorreu o governo Lula desde o início do ‘mensalão’, escândalo que poderá ser julgado agora pelo STF. Com isto,. o PMDB adquiriu a condição de participar do consórcio de poder com a eleição da presidente Dilma.
Se esta não é uma história de adesismo, o que é então?


Proximidade

Fala-se que o DEM, como a velha Tereza Batista, cansado de tanta guerra, realmente pensa em se aposentar como partido, passando de armas e bagagens para o PSDB. Sem problemas, porque são velhos conhecidos, de forma que a fusão não resultaria em transtornos. Nem em Juiz de Fora, onde o partido (antigo PFL) apoia a atual administração tucana e apoiará a próxima, se houver.


Lista fatal
Eis um fim de semana corrido nas secretarias dos partidos, que têm prazo até segunda-feira para encaminhar ao Tribunal Regional Eleitoral a lista final e oficial dos seus filiados, já agora sem tempo para ajustes. São milhares de nomes, mas o que realmente interessa ao TRE são os dos candidatos a vereador, e identificar os casos de dupla filiação.
Há dois problemas no PV, que vem trabalhando para resolvê-los.


Excelsior

A pedido do vereador Flávio Cheker, a Câmara promove audiência pública no dia 23, às 15h, para tratar do destino do Cinema Excelsior. Esse imóvel é um caso interessante. A Comissão de Patrimônio negou, por duas vezes, que fosse considerado espaço cultural. Em duas outras tentativas foi negado o seu tombamento. Em outra vez, era considerado infundada a proposta de tombamento das paredes e do teto. E nisso já vão uns dez anos.
Baseados em tais decisões, os proprietários obtiveram alvarás para dar outra destinação ao imóvel. Quem paga o prejuízo?


Pé atrás

Foi um aceno à oposição: a presidente Dilma não participará da campanha eleitoral deste ano. É bom não confiar plenamente nessa garantia, porque sua ausência física só se dará nos casos em que haja conflito incontornável entre candidatos da base de apoio. Como as previsões indicam que serão raros esses conflitos, a expectativa é que ela desembarque em muitos lugares.


Previsão

Muitos entre os médios e pequenos partidos se darão por satisfeitos se conseguirem eleger um vereador. Poucos ousam disputar duas cadeiras, e mais que isso (três vereadores) só mesmo o PSDB, PT e PMDB.


LANÇAMENTO

Amanhã, o PT lança a pré-candidatura de Margarida Salomão à prefeitura de Juiz de Fora. A plenária vai acontecer no Sindicato dos Bancários, às 17h, e terá a presença do presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, Rui Falcão, que também visitará Contagem, Montes Claros e Governador Valadares. O lançamento oficial da candidatura da ex-reitora vai acontecer na convenção do partido, mas a presença do presidente nacional do partido já mostra que o PT dará forte apoio a ela.

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De Memória

Velhas obras

Em junho de 1975, a revista Momento, editada por José Carlos de Lery Guimarães, quis saber o que os cartunistas achavam da promessa da prefeitura de realizar algumas obras de reforma da Avenida Rio Branco, quando cometeu o equívoco de garantir que seriam poucas e rápidas as intervenções. Mas, o pouco que se fez já foi suficiente para tumultuar bastante a vida do pedestre. O militar Sebastião Vicente, que trabalhava no setor de estatística da PM, também contribuiu. Tinha
um traço rico, que se destacava pelo detalhismo, como se vê ao lado.

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(( publicado na edição desta sexta-feira do TER NOTÍCIAS ))

Um comentário:

  1. Ainda sobre o PMDB, ouvi ontem, na fala de Alexandre Garcia para a Rádio Colonial, de Congonhas, que ao ser abordado por Fernando Henrique, Tasso Jereissati, Alvaro Dias, José Serra, etc. que o procuraram para oficializar suas saídas do PMDB, para aderirem ao PSDB, Doutor Ulysses, resignado e abatido, afirmou: o PMDB está perdendo, hoje, a sua própria alma.... realmente, só ficou o corpo físico...e o fisiologismo !!!!
    Carlos Alberto Vilhena, de Ouro Preto.

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