segunda-feira, 23 de abril de 2012
Avaliação
Cada vez mais estimulado pelo recém-chegado senador Clésio Andrade, o PMDB só espera a segunda quinzena de maio para iniciar uma série de reuniões destinadas à avaliação do quadro eleitoral nos principais municípios em que estará disputando a prefeitura. É importante, porque, segundo entende o senador, o quadro político que se construir nos 50 maiores municípios terá influência na eleição do governador em 2014.
Não apenas o PMDB, mas outros partidos também se fixaram nos 50 principais entre os 853 municípios mineiros. É que eles representam metade do eleitorado. Portanto, resolvem.
Quanto valem?
Outro objeto de avaliação, esta de particular interesse para Juiz de Fora, é o peso das obras no destino da eleição, considerando-se que elas serão o carro-chefe da campanha do prefeito Custódio Mattos. O PSDB e seus aliados devem esperar tudo das obras ou cuidar preferencialmente das articulações políticas?
Há uma fundada razão para o administrador público não jogar tudo nos dividendos eleitorais das obras estruturais na zona urbana, pois sobre elas também pesa um triplo desdém: critica-se o prefeito ou o governador por não realizá-las; critica-se quando estão sendo realizadas, por causa dos inevitáveis incômodos; e continuarão sendo criticados depois, porque demoraram a tirá-las do papel...
Eufemismo
O presidente do PSDB mineiro, deputado Marcus Pestana, estuda o comportamento da sociedade brasileira frente à avalancha de corrupção que se vê no País. Na verdade, os brasileiros ainda se mostram mais interessados em questões objetivas, principalmente os salários. Quando se trata da moral pública relegada, ele até vê um exemplo na própria presidente Dilma, que prefere definir a roubalheira como ”malfeitos”, segundo sua própria expressão.
A maior
O governador Anastasia, que tem passado dias de preocupação, por causa das dívidas do estado, pelo menos começou a semana com motivo para grande contentamento. A Cemig foi eleita por especialistas como a maior empresa de energia elétrica da América Latina, com valor de mercado superior a 16 bilhões de dólares. A companhia presidida por Djalma Morais superou a Endesa, do Chile, e a Eletrobras.
Pena capital
Basta surgir um maluco para que se reacenda a discussão sobre pena de morte. É o que certamente volta a acontecer agora, por causa do nordestino que fazia empadinhas com carne humana. A pena de morte ainda não teve a sustentá-la um argumento imbatível, mas são vários os que recomendam a prisão perpétua.
No caso presente, o criminoso pode chegar, teoricamente, a 100 anos, que na verdade serão 30, pois é o castigo máximo permitido pelo Código. Se tiver bom comportamento e conseguir sobreviver à degradação dos nossos presídios, dentro de mais uns dez anos estará em liberdade. Coisa inconcebível, segundo opinião manifesta de juristas.
Provisórias e intocáveis
As medidas provisórias, que são o instrumento do Executivo para passar por cima do Congresso Nacional, e legislar segundo seus interesses, já foram objeto de dezenas de tentativas de senadores para conter o ímpeto dos presidentes da República. Hélio Costa tentou quando esteve por lá. Mais recententemente, Aécio Neves propôs soluções conciliatórias entre os dois poderes. E José Sarney prometeu atuar para remover a grave distorção, antes de 2014, quando promete deixa o vida pública em paz.
Essas tentativas fracassaram, e vão fracassar sempre, porque o Congresso não consegue dar a desejada compensação ao Executivo, que são os instrumentos de agilização do trâmite dos processos. Deputados e senadores consomem meses, até anos para votar determinadas matérias, deixando o governo imobilizado. O Congresso, para se queixar das medidas provisórias, tem de vencer sua própria morosidade.
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“Os governos têm um braço longo e um braço curto. O longo serve para tomar, e chega a qualquer lugar. O curto serve para dar, e só chega aos mais próximos” (Ignacio Silone, socialista italiano)
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Memória
Antigo investigador de polícia, Lage das Neves dedicou boa parte de sua vida a registrar em traços muito cuidadosos os prédios mais importantes da cidade, que ficou devendo a ele a imagem de muitos casarões que já foram demolidos. É o caso da primeira sede da Quarta Região Militar, na Rua Espírito Santo, onde o artista serviu, ainda no tempo do Primeiro Regimento de Infantaria.
(( publicado na edição desta terça-feira do TER NOTÍCIAS ))
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