segunda-feira, 9 de abril de 2012

Contra a parede

O governador Antônio Anastasia começou a semana desafiado pela bancada da oposição, que reage ao pedido de autorização para que o estado contraia empréstimo de R$ 600 milhões, destinado
a custeios diversos; e ele precisa muito disso. O que os contrários alegam é que esse novo compromisso agravaria a dívida mineira, que já anda pela casa dos R$ 60 bilhões. Na contrariedade dos argumentos, o governador se sente sitiado.
Desde ontem, o trabalho dos deputados governistas é tentar convencer a oposição sobre a importância operacional do empréstimo.



Nada feito


O governo federal ainda não disse quais são seus planos para conter as importações predatórias. Queixam-se vários estados. Há seis meses o governador Antônio Anastasia denunciou que estamos importando 3 milhões de litros/dia de leite do Uruguai e da Argentina, exatamente dois países que não têm feito concessões aos produtos brasileiros. No caso do leite, fez-se um apelo à Câmara dos Deputados para que legisle limites na importação do produto, pois essa compra predatória não encontra justificativa, nem mesmo sob pretexto de regular o mercado interno.



JF no debate

Começa amanhã, em Governador Valadares, a jornada da debates promovidos pela Assembleia Legislativa sobre o problema da dívida do estado com a União, e tentar saber o que os mineiros sugerem como solução para esse impasse. Depois, em datas ainda não marcadas, os deputados, com o apoio da Associação dos Municípios Mineiros, vão estender os debates a outros municípios que são referência regional. Em maio será a vez de a jornada chegar a Juiz de Fora.
Ideal é que essa iniciativa não se torne um acontecimento meramente político, mas que sejam apresentadas propostas e ideias sobre os caminhos para quem quer escapar de uma dívida de R$ 60 bilhões. Para tanto, as entidades deviam promover reuniões preliminares, preparando sua participação.


Risco de morte


O DEM pode ser um partido em vias de extinção. Teve sua origem na antiga Arena, partido do governo durante a ditadura militar; depois, graças a cisões ou adaptação à realidade, recebeu as denominações PDS e PFL. Para se livrar da imagem política ruim, após oito anos de FHC, e algumas situações de desgastes políticos devido a escândalos de alguns membros preeminentes, virou DEM (Partido dos Democratas). Desde o início a sigla foi alvo de críticas do PT, sendo que Lula os denominou de 'demo', demonizando a legenda. Com isto, a revelação do episódio envolvendo ex-governador do DF, Arruda, e agora o episódio do senador Demóstenes, que decepcionou até a crônica política, fazem imaginar que o fim da sigla pode estar mais próxima do que nunca.
A possibilidade de incorporação ao PSDB é uma tendência. Mas o senador Aécio Neves, pré-candidato à presidência, quereria tais companheiros em momento de desgraça política?



Fé na campanha

A Arquidiocese de S.Paulo dá o passo inicial, mas em breve, por sugestão da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, o clero de todo o País deverá receber recomendação para que evite ter participação direta na campanha eleitoral. Essa orientação já existia nas eleições de 2008, mas desrespeitada em algumas igrejas da arquidiocese. Houve casos em que os padres apenas recomendavam que os fiéis se dirigissem às sacristias para conhecer a lista dos candidatos católicos. Em outras, trabalhou-se abertamente para os preferenciais.
Uma sugestão do arcebispo dom Odílio Scherer, que também não seria novidade em Juiz de Fora, é a promoção de debates públicos entre os candidatos, mas sem discriminações.


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Tal qual o pior defeito do presidencialismo, tais quais as práticas que vêm da República Velha, muitas candidaturas a prefeito estão sendo construídas em gabinetes, inspiradas em tramas ou conveniências. Vão chegar ao eleitor como produto pronto e acabado.

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De Memória

Os médicos

Fala-se muito do poder das profissões, sobretudo as liberais, em se fazerem representar no poder Legislativo. Pela própria natureza do trabalho parlamentar, houve época em que os advogados constituíam maioria em qualquer Câmara, como também em Juiz de Fora. Ocorre que aqui o recorde histórico de presença profissional escapou dos bacharéis, pois ficou com os médicos. Em outubro de 1997, entre 21 vereadores, seis eram médicos: Antônio Zaidan, Sebastião Ferreira da Silva, João Carlos Arantes, Eduardo Freitas, Antônio Almas e Laurindo Neto. Quase todos atribuíam o fenômeno ao interesse da população pelas questões da saúde.

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((publicado na edição desta terça-feira do TER NOTÍCIAS ))

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