terça-feira, 3 de abril de 2012

Presos que votam

Não são todos os estados que julgam ser o voto direito do cidadão que cometeu delito, e por isso encontra-se preso. Em pleitos passados ocorreram resistências, só removidas após a interferência do Tribunal Superior Eleitoral. Em Minas, o exercício desse voto não apenas foi acatado, como estimulado.
Ontem, o TRE determinou que comecem a ser tomadas as providências para a instalação de seções eleitorais nos estabelecimentos penais em que se encontrem pessoas que aguardam julgamento ou que estão detidas para investigações, desde que inscritos até 9 de maio. Não votarão os condenados que tiveram sentença transitado em julgado.
Em Juiz de Fora, a previsão é de 80 desses eleitores, se incluídos jovens de 16 e 17 anos recolhidos ao centro de recuperação de Santa Lúcia.



Jogos de azar
A comissão de juristas que estuda mudanças no Código Penal para subsidiar o Senado Federal quer criminalizar os jogos de azar, que hoje são uma contravenção penal. A pena seria de, no máximo, dois anos de prisão. Mas a pena não desestimula os praticantes de crimes dessa natureza. É mais uma medida para ter efeito político na sociedade, mas de pouca eficácia, porque hoje o jogo de bicho não representa muito para a contravenção devido à concorrência dos sorteios oficiais da Caixa Econômica, por exemplo.
Pode ser que a iniciativa da comissão seja conjuntural, devido à volta do nome do contraventor Cachoeira, no caso do senador Demóstenes Torres. Os especialistas em segurança pública, se forem ouvidos, terão opinião um pouco diferenciada. Alguns consideram que a rede do jogo foi sendo gradativamente substituída pelos ramos que o sucederam, tais como o tráfico de drogas, os assaltos a bancos, os sequestros etc. Há uma migração natural das máfias para negócios mais lucrativos.



Maldades

Desde o final do ano passado está com a representante do Brasil no Subcomitê para Prevenção da Tortura da ONU, Margarida Pressburger, um manifesto do Conselho Federal de Psicologia, em que a entidade denuncia maus tratos a pacientes internados em clínicas e hospitais psiquiátricos. Relatam-se casos de maus tratos e morte de pacientes e usuários de drogas atendidos em comunidades terapêuticas e outros espaços de internação.
Ainda não se conhece qualquer manifestação do governo.



Cilada vizinha

As Ilhas Malvinas foram usadas no passado por governo militar argentino como uma dissimulação. Fizeram uma guerra para despistar a opinião pública argentina de graves problemas internos. Agora, a história se repete em governo civil, com a possibilidade de ter a mesma intenção do passado: desviar o olhar dos argentinos dos seus problemas. O Brasil não devia 'meter a colher neste angu de caroço'. Pelo que se sabe, os habitantes da ilha em disputa preferem ser de território da Grã-Bretanha. A ONU deverá fazer uma consulta. É possível que rejeitem a subordinação aos argentinos. Então, o Brasil deve deve ficar fora dessa disputa, ainda que a História advirta que o modelo inglês de colonização seja o mais cruel de todos.



Dois tempos

Nos tempos da ditadura, alguns ministros mais conscientes do Tribunal Superior Eleitoral criticavam a imposição do governo pelo bipartidarismo, o que lhe dava melhores condições para coagir e policiar. Agora, como os tempos mudaram, o quase ex-presidente do TSE, Ricardo Levandowisk, deplora o excesso de partidos, que já são 32. Como expressão de desencanto, recentemente ele disse, na televisão, que já não estamos mais no pluripartidarismo, mas no hiperpartidarismo.



Definição

Algumas senhoras da cidade mandaram imprimir e começam a distribuir adesivos para carros em alusão à vergonha nacional que representada pelo Congresso, que enfrenta o nível mais baixo que atingiu o conceito dos parlamentares. Não falta quem lembre que não é de hoje que se questiona o prestígio das duas Casas. Carlos Lacerda lamentava constatar: contrabandistas deputados e deputados contrabandistas. Meio século atrás, Jânio Quadros o definia como “Clube de Ociosos”. Quase à mesma época, mais comedido, Gustavo Capanema disse que via ali uns 10% de idiotas. E Lula, que pouco depois faria parte dele, admitia que o Congresso era a casa de ”uns trezentos picaretas”.


Ecologistas

Defensores persistentes da natureza, os ecologistas não conseguiram, no final do ano passado, descobrir um partido em que pudessem instalar seus projetos políticos. Queriam o PEN – Partido Ecológico Nacional, ganharam do TSE um prazo de tolerância para coletar 118 mil assinaturas de eleitores e completar as 491.641 em abono à causa. Fracassaram, mas vão retomar os planos logo após a eleição de outubro.

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de Memória

Autismo

No Seminário sobre Transtornos Mentais na Infância, realizado em agosto de 1987, na Sociedade de Medicina e Cirurgia, o médico Chritian Gaudner, que se especializou no tratamento do autismo, atribuiu a uma novela, “ A Indomada”, o mérito de ter ajudado o Brasil a despertar para o problema. Ele se referia ao papel do ator Selton Melo,que interpretou Emanuel, um jovem portador de atraso de desenvolvimento. Na sua palestra, o médico se deteve na questão do diagnóstico poliaxial, o que do chamou de “pulo do gato” no tratamento do autismo. Nesse mesmo seminário, escolas de Juiz de Fora mostraram os resultados de atenções especiais para 30 crianças com dificuldade de convivência em grupo.

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(( publicado na edição desta quarta-feira do TER NOTÍCIAS ))

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