segunda-feira, 8 de abril de 2013
Prefeito mantém ecletismo partidário
No relatório de realizações e dificuldades que apresentou à imprensa, a propósito dos primeiros 100 dias de sua gestão, o prefeito Bruno Siqueira admitiu que a presença em seu secretariado de representantes de partidos diversos ajuda a sustentar a expectativa de diálogo com setores políticos do estado e da União; diálogo que resulte em proveito para a cidade. O objetivo, disse ele após a reunião com os jornalistas, é, tanto quanto possível, manter essa representação partidária diversificada. Certamente sabe que, quando chegar o ano eleitoral, essa convivência pode se tornar um pouco mais difícil.
Nas gestões pessoais, o prefeito tem confirmado o propósito, quando se reúne com senadores e deputados, procurando obter, de cada um, a contribuição que podem dar, via emendas parlamentares, para engordar os recursos financeiros exigidos pelas obras. O que não exclui a deputada Margarida Salomão, com quem Bruno disputou no segundo turno.
A transição e o biquini
Relatórios das comissões de transição, quando o prefeito que sai revela os encargos que vai transmitir a quem vai sucedê-lo, são como o biquini que veste as mulheres nos banhos de mar: mostra muito, mas esconde o essencial. A comissão que em dezembro trabalhou para abrir os caminhos de Bruno não ficou sabendo que estava sendo transferida uma dívida de R$ 34 milhões, em grande parte na área da Saúde, e que os fornecedores batiam à porta, queixosos.
Ontem, segundo membros do secretariado, as mazelas só vieram à tona no dia da posse do novo prefeito, quando já não havia como pedir explicações à administração anterior. Um dos assessores confessou que relatos de transição são mesmo superficiais. O essencial sempre fica escondido. Como no biquini.
Levantamento de projetos
Criada pela presidência da República, a Secretaria da Micro e Pequena Empresa devia merecer das entidades empresariais da cidade, para imediato encaminhamento a Brasília, a atualização das propostas que há anos são discutidas para impulsionar esse setor produtivo, hoje respondendo por algo acima dos 53% da economia local. Propostas antigas sempre escorregaram pelos ouvidos moucos dos órgãos governamentais. Mas não custa tentar.
A Secretaria é a 39a. instituição que neste governo é alçada ao status ministerial, fato suficiente para que se cerque de dúvidas sua capacidade de gerar resultados. Ministérios e secretaria se acotovelam em Brasília.
Aliás, a Secretaria da Micro já existia. Para que ser recriada?
É preciso agilitar
Em dias da semana passada um jornalista da equipe dedicou-se a apurar em que estágio encontra-se a proposta de convênio entre o município e o governo do estado para a permuta de bens imóveis destinada a permitir a construção de um novo fórum. Não se obteve informação além das que se conhecem, e que falam do interesse comum em caminhar para uma solução.
A proposta mais recente que orienta o convênio é o estado receber área suficiente para construir o fórum no chamado Terreirão do Samba, cedendo o Benjamin Colucci para a instalação da Câmara.
Hoje, é visível a saturação dos espaços para a Justiça. A informatização de muitos dos serviços prestados aos jurisdicionados apenas impediu que as limitações se tornassem mais acentuadas.
Na semana passada, mesmo com a parcial desocupação provocada pela greve dos serventuários, notava-se o ambiente apertado num prédio construído na década de 60, e com pequenas ampliações nos anos seguintes.
O escândalo das loterias
Uma única pessoa já ganhou mais de 200 vezes nos jogos das loterias controladas pela Caixa Econômica Federal. Outra pessoa acertou 107 em um mês, concorrendo em jogos diversos. Para o senador Álvaro Dias, líder do PSDB, não há necessidade de outros dados para ficar demonstrado que está havendo uma descarada lavagem do dinheiro que sai do crime organizado.
Desde 2004 Álvaro vem cobrando explicações da Caixa.
Tática que se renova
Pode ser que nem todos os tucanos concordem com o deputado Marcus Pestana, mas tem confirmações antecedentes sua tese de que, quanto maior for o número de candidatos à presidência, melhor para Aécio. Quando os adversários se dividem muito, bom para quem ataca. Pestana, defendendo que em 2014 tenhamos uma eleição plural, não perde oportunidade de estimular a candidatura de Marina Silva, a quem não falta credencial para tanto, pois na última disputa ela carregou 20 milhões de votos.
Pouco se pode esperar
Se nada vier em contrário, o Congresso retoma hoje as discussões, talvez conclusivas, sobre itens preferenciais da reforma política. A expectativa, contudo, sugere que o Poder Legislativo ainda não se deixou contaminar pela real disposição de atacar as estruturas arcaicas de um modelo totalmente superado e eivado de vícios. Parece muito claro que, para a maioria, melhor é deixar ficar como está.
Mas, se a previsão pessimista não se confirmar, e a tramitação da reforma de fato ocorrer, é prudente não apostar em muita coisa; nada além de algumas limitações para as coligações, o financiamento público das campanhas e data única para todas as eleições.
(( publicado também na edição desta terça-feira do FOLHA JF ))
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