sexta-feira, 19 de abril de 2013
Wilson Jabour Júnior
A morte prematura de Wilson Jabour Júnior foi motivo de geral consternação na cidade, para confirmar a alta estima de que desfrutava em todos os campos da sociedade.
Ontem, na celebração da Missa da Ressurreição, às 19h, na igreja do Bom Pastor, pediram-me que, em nome dos amigos, dissesse algumas palavras de despedida. Para confirmar aquela estima, recebo, pela internet, pelo telefone e nos casuais encontros de rua, muitos pedidos para publicar o texto da ocasião, o que faço agora, como renovação da homenagem:
“Nossa Fé está a indicar que a celebração da Eucaristia é momento adequado para que, diante da verdadeira presença do Cristo, mostremos a Ele como dói e como machuca o vácuo causado pela ausência de Wilsinho; e mais: esse jeito precipitado de partir, numa hora em que a vida mais lhe parecia longa e feliz. Não foi outra a imagem que deixou, há dias, rezando no mosteiro de sua querência, quando disse ao amigo próximo que era preciso dar infinitas graças, porque a existência lhe abria caminhos com aquela mesma suavidade do canto gregoriano que as monjas entoavam na missa dominical.
Mas partiu. O que fazer? Antes de tudo, faça-se a vontade de Deus, que acaba de enriquecer seus campos verdejantes, de águas tranquilas, com a chegada de um homem bom, cuja vida inteira – todos nós testemunhamos – foi uma ânsia incontida de servir, como profissional da Justiça, como funcionário público, como arauto da preservação da História e do patrimônio cultural. E sempre inspirado numa imensa capacidade de amar, como filho, irmão, cidadão e amigo.
Ora, mesmo carregado de tanta bondade e tanto amor, a gente não desconfiava que num dia tão cedo seu coração não suportaria. E assim se fez, se não mais para servir, mas para se derramar nesse rio de saudades em que já vamos nos afogando.
E antes que as palavras também se afoguem na emoção, digamos que nosso apelo, ao pé do altar e sob a presença de Cristo, é que Ele nos console de duas formas: a primeira, é contemplando Wilsinho com a paz que passou meio século por merecer; o segundo pedido, Senhor, é que todos nós, agora e para sempre, aprendamos a nos consolar, a vencer o vazio e fortalecer a Fé, para compreender que a vida é mesmo esse sopro transitório, e que possamos, como aquele grande amigo mereceu, caminhar rumo à eternidade prometida.
E também nessa esperança os amigos se resignam, porque, ainda que a dor desta hora um dia se ponha a caminho e desapareça no tempo, é certo que ficará para sempre a saudade. Eterna saudade de quem foi muito bom. Porque nosso amigo, como todos os bons, entra na morte e vive, estando morto.
A última palavra de nós todos, que nos enriquecemos com aquela amizade, é destinada à família, na hora dessa sinistra inversão da orfandade. Vai o filho, ficam os pais. Particularmente, os amigos querem falar a Maria, que, como a outra Maria, a lacrimosa - Stabat Mater – teve de passar pelo transe de ver o coração do filho para sempre adormecido, ao lado do seu, aberto em chagas. Que Aquela santa Maria ensine a você como vencer.
Enfim, Wilsinho nos uniu para sempre”.
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wilson cid - Missa da Ressurreição de Wilson Jabour Júnior - igreja do Bom Pastor
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