Compromisso

A visita de um prefeito ao Museu Mariano Procópio não é habitual, o que foi rompido neste sábado por Bruno Siqueira. Durante 90 minutos ele ouviu e dialogou com membros do Conselho de Amigos, instituição guardiãpara do grande patrimônio doado à cidade por Alfredo Ferreira Lage. Depois de enumerar recursos já contratados ou em vias de contratação para a realização de obras e serviços, o prefeito garantiu que em 2014 a Villa do Museu poderá ser reaberta à visitação pública, baseando-se em verbas do governo do estado e da MRS.

Ele também confirmou que Juiz de Fora, entre duas cidades-sede da Copa do Mundo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, terá para o Museu Mariano Procópio verbas capazes de melhorar sua referência como ponto turístico.

 

Quem ajuda

Na reunião deste sábado com os membros do Conselho de Amigos o prefeito Bruno revelou que está confiante em que as obras do Museu poderão se valer muito das emendas de dois deputados – Marcus Pestana e Margarida Salomão - que têm sido particularmente interessados nos problemas do Mariano Procópio.

Nova eleição

Um município da Zona da Mata, Santana de Cataguases, está entre os cinco do País que escolherão novos prefeitos neste domingo, dez meses depois que os eleitos foram cassados devido a prática de irregularidades. A prefeita eleita, Maria Jucélia Baesso Procaci, e o vice-prefeito, José Eduardo de Lima, acabaram cassados pela Justiça Eleitoral por abuso de poder econômico. Como a chapa havia obtido mais de 50% dos votos, foi determinada a realização de nova eleição no município.

Três candidatos estão concorrendo: Evaldo Milane Matias (PSC), Manoel Luiz Mathias (DEM) e o ex-presidente da Câmara Municipal e prefeito em exercício, Gumercindo Augusto de Resende (PSDB).

Agilização

É preciso que o Tribunal Regional Eleitoral encontre uma forma de agilizar eleições suplementares onde elas se fizerem necessárias. Os eleitos e não diplomados foram aprovados pelas urnas há dez meses, e as prefeituras daqueles cinco municípios estão sob a administração temporária dos presidentes das câmaras.

Prioridade

A Câmara Municipal anuncia a criação de um Fundo Especial destinado a recolher doações e contribuições que permitirão, num futuro ainda sem previsão quanto à sua chegada, construir uma nova sede no espaço conhecido como Terreirão do Samba.

É preciso que se esgotem as discussões sobre essa obra, de difícil realização, como se vê no apelo que fazem os vereadores à contribuição financeira da população. Mais ainda, é preciso explicar o desinteresse pela solução que parece mais racional, mais objetiva e menos onerosa, que é um convênio com o estado, que transferiria à Câmara, para seu funcionamento, a atual sede da Justiça, recebendo do município, em troca, o terreno do Terreirão onde o Tribunal construiria o novo Fórum. Nunca se soube de uma solução que melhor se ajustasse aos interesses do município.

Prazo fatal

No dia 5 de outubro, portanto a pouco mais de um mês, os partidos deverão ter registrada a filiação dos que pretendem disputar cargos eletivos no próximo ano. Pouco se tem falado, mas vale lembrar que naquele dia também expira o prazo para que os futuros candidatos definam seu futuro domicílio eleitoral. Há alguns casos em cogitação de gente que pode se mudar para Juiz de Fora neste mês, habilitando-se.

Pesquisa

Ainda não se sabe de que partido ou candidato partiu a ideia, mas está em campo uma pesquisa sobre preferências, tendências e possibilidades em relação aos candidatos em 2014 no que se refere a deputados. Os números, quando conhecidos, servirão para estimular alguns e o descoroçoamento de muitos.

Curiosidades

O TRE mineiro comemora os 81 anos da Justiça Eleitoral publicando livro sobre casos estranhos e pitorescos recolhidos no interior do estado. Sem que faltem algumas singularidades, como a que ocorreu em 1965 em Juiz de Fora, quando o Tribunal determinou a imediata retiradas das urnas instaladas na Casa D'1talia, por considerar que se tratava de “território estrangeiro”...

Utilidade

Costuma-se dizer que nada pode ganhar o rótulo de inutilidade absoluta. Há sempre o que se aproveitar em qualquer coisa. É o caso do deputado Natan Donadon, que exerceu, ao mesmo tempo, a política e a bandidagem, e por isso acaba de ser levado à cadeia. Porém, mesmo residente numa cela, a Câmara lhe preservou o mandato, para espanto geral.

É nessa decisão corporativa dos colegas que ele revela alguma utilidade, ainda que sem querer, pois, envergonhada no episódio, a Câmara está sendo forçada a admitir o voto aberto. Com isso, os corporativistas teriam de se cuidar em casos como o de Natan.

Revoltado

O deputado Marcus Pestana disse estar “revoltado com a decisão da minoria da Câmara, um desrespeito ao novo Brasil que nasceu das ruas”, referindo-se à decisão da maioria da casa em manter o mandato do deputado Natan Donadon, condenado e já preso para cumprir pena. Pestana não estava em plenário quando se votou a decisão vergonhosa, e informou que não compareceu à sessão que analisou a cassação do deputado Natan “porque estava presente, ao lado de meus familiares, no sepultamento de meu querido cunhado, Wilson Guimarães, que sofreu acidente de carro, em Juiz de Fora”. Voltando a lamentar a ausência nessa importante sessão, o deputado disse que seu lugar era ao lado da irmã e dos sobrinhos, no momento familiar inesperado e doloroso. Se estivesse em Brasília ele teria votando pela cassação.

Renovação

É uma queixa do presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Juiz de Fora, professor Afonso Mendes. Não se conhece um processo de renovação no comando das entidades, quaisquer que sejam as atividades, o que vai se tornando problema sério, pois não há como substituir os veteranos. Trata-se de uma dificuldade que só não se vê nos sindicatos ou associações em que os diretores gozam de mordomias. Nesse caso, até ocorrem disputas ferrenhas.

Com o prefeito

Este sábado, a partir de 10h, o Conselho de Amigos do Museu Mariano Procópio realiza a sua mais importante reunião do ano. Vai receber o prefeito Bruno Siqueira e discutir com ele obras e serviços imediatos para que a Casa de Mariano possa ser reaberta ao público, depois de permanecer fechada nos últimos cinco anos.

Ontem e hoje

“ O Congresso atual é o pior que já tivemos na História, mesmo se contarmos com os que conviveram com a ditadura militar”, disse o jornalista Mauro Santayana em artigo publicado em maio de 2009, sem que tenha de ser retocado, quatro anos depois.

Lulinha perdeu

O filho do ex-presidente Lula, Lulinha, moveu ação contra a revista Veja, pedindo indenização por danos morais pela matéria publicada a respeito do seu enriquecimento milagroso. Perdeu, como se lê em trecho da sentença da juíza Luciana Novakoski Ferreira Alves de Oliveira, de S.Paulo. “...O autor (Lulinha) precisa compreender que é de interesse de toda a população brasileira saber como o filho do Presidente da República obteve tamanha ascensão coincidente ao mandato de seu pai. E há de concordar que uma imprensa livre para investigar tais fatos é fator essencial para que vivamos num Estado Democrático de Direito, ideal outrora defendido por tantos que, agora, ao que se vê, parecem se incomodar com ele."  

“Desse modo, examinando-se o conflito dos interesses constitucionais envolvidos na publicação da matéria, verifica-se que a conduta dos réus não foi abusiva e apenas buscou informar seus leitores sobre assunto de relevante interesse público”

Mancha urbana

Por acaso, faço a leitura de relatório editado em 2004 pela prefeitura, Funalfa e Cesama sobre o novo plano diretor do município. Quase dez anos passados, é possível que alguns números devam ser atualizados, um deles principalmente. É o que se refere à mancha urbana, “que ocupa apenas 93,5 quilômetros aproximadamente, ou seja, pouco mais de 23% da área urbana legal, o que deixa, de alguma forma, desocupados quase 77% do espaço legalmente considerado urbano”. É provável que hoje esse mapa tenha de ser atualizado, a menos que esteja equivocada a impressão de que os espaços se esgotaram exatamente na última década.

pioneirismo

O noticiário da televisão indica que alguns países, a Austrália mais recentemente, têm procurado estimular a educação alimentar entre os meninos da quarta série do ensino fundamental, como passo indispensável para futuras gerações sadias. E trata da questão como uma invenção dos povos mais desenvolvidos, o que, a bem da verdade, não constitui novidade; pelo menos em relação à cidade.

Para não ir tão longe, em dezembro de 1997 a professora Maria José Paes Leme comemorava o primeiro ano de sua experiência bem sucedida na Escola Jesus de Oliveira, onde ajustou às matérias tradicionais a educação alimentar de seus alunos, algo semelhante ao que ela já havia conseguido em escola da zona rural. Na Jesus de Oliveira fez instalar um fogão em que os próprios alunos cuidavam de produzir alimentos, sem que essa atividade perdesse o vínculo com as matérias curriculares. Por exemplo: uma aula de História sempre incluía algum tipo de alimento tradicional dos povos citados. Estudava-se o Além-Mar e logo se experimentava algo da cozinha portuguesa.

Dizia que “temos percebido que ao receber a educação alimentar o aluno começa a encarar seu cardápio de outra forma, mais consciente, mais respeitosa”, exatamente o que, com outras palavras, estão dizem os educadores 16 anos depois.

De presente

A Câmara vai autorizar, provavelmente por unanimidade, o pedido feito pelo prefeito Bruno para contrair empréstimo da ordem de R$ 41 milhões junto ao PAC, destinado a financiar obras de abastecimento de água, tratamento de esgoto e projetos de mobilidade urbana. A informação foi dada pelo presidente Júlio Gasparete na solenidade em que a Cesama comemorou os 50 anos de sua instalação.

Participando da solenidade, na noite de quarta-feira, no Hotel Ritz, o prefeito disse que é de particular importância uma terceira estação de tratamento de esgotos (as duas primeiras funcionam na Mendes Júnior e em Barbosa Lage),como passo decisivo para melhorar a qualidade do rio Paraibuna e dos córregos. É obra para estar concluída em três anos.

Um busto

Será na próxima sexta-feira, em horário ainda não divulgado, a solenidade de instalação do busto do presidente Itamar Franco na confluência da avenida que leva seu nome com a Espírito Santo. Com o mesmo modelo foram fundido três bustos. Os outro dois encontram-se no Clube de Engenharia do Rio de Janeiro no edifício Credireal, onde fica o Instituto Itamar Franco.

O que faltava

Um deputado condenado à prisão pelo Supremo Tribunal Federal por desvio de verbas, Natan Donadon, tem o mandato conservado pela Câmara. Era o empurrão que faltava para o Legislativo despencar no abismo que o separa da credibilidade.

Preso na Papuda, esse Natan não tem como cumprir o mandato. Convoca-se o suplente. Ou, como tudo é possível, pode se optar por um constrangimento: durante o dia o bandido produz e vota leis para a sociedade e à noite se recolhe à cela? Mas e quando as sessões fossem noturnas?

Encruzilhada

No episódio do senador boliviano Molina, pergunta-se na internet: Ao “punir” Antônio Patriota transferindo-o para a representação brasileira na ONU, em Nova York, Dilma lavou o bebê e jogou fora a água do banho. Se não fizer nada com Celso Amorim, superior dos fuzileiros que escoltaram o fugitivo, jogará fora o bebê junto com a água do banho. Se além de Amorim a presidente poupar o petista José Eduardo Cardozo, roçará o inusitado: com bebês demais à sua volta, Dilma se auto-arremessará bem longe. Sem água e sem banho. .

Que fim levou?

Há 40 anos, exatamente em 28 de agosto, a Câmara aprovava, por 15 votos a 3, o projeto que autorizava a criação de fornos crematórios nos cemitérios da cidade. O assunto acabou esquecido, mesmo que em 1973 já fosse uma iniciativa adotada em grandes cidades. Nunca mais surgirem empresários, políticos ou instituições que se dispusessem a ressuscitá-lo.

Recomendava o texto que seria da prefeitura o ônus da instalação e fiscalização do serviço, mas exigindo que a incineração só se praticasse depois de conhecido documento com autorização da família do morto ou que a pessoa ainda em vida tivesse manifestado essa preferência.

Com tão larga aceitação entre os vereadores, sem resistência religiosa e manifesto interesse de empresas da época em explorar os crematórios, é estranho que o tema, ao contrário de seu objetivo, tenha sido sepultado de vez. Além disso, instruíra-se a Câmara em uma pesquisa favorável, principalmente junto a pessoas entre 18 e 25 anos.

Presidente da Comissão de Legislação e Justiça, o vereador Raimundo Hargreaves emitiu pareceu favorável quanto à constitucionalidade da matéria. Consultado, o arcebispo Dom Geraldo Penido explicou que “a cremação de cadáveres não encontra preceito contrário na doutrina da Igreja Católica”. Os espíritas, que naquele ano já contavam com 70 entidades registradas em Juiz de Fora, igualmente não condenaram o projeto, embora reivindicando que a futura lei fixasse prazo de 72 horas entre o desenlace e a incineração, “a fim de que o espírito não venha sofrer através das impressões penosíssímas dos efeitos da cremação”, segundo o então presidente da Aliança Espírita Municipal, Édison Mega, ao lembrar que nem sempre os laços que ligam o corpo físico ao corpo espiritual se desatam imediatamente.

Tudo isso aconteceu há quatro décadas.

Olho no Senado

Pode não ser uma decisão definitiva, mas o governador Antônio Anastasia passou a considerar afastada a candidatura ao Senado, o que permitiria seu retorno às atividades privadas. Não sendo candidato, duas consequências imediatas: ficando até o fim do mandato, sem a desincompatibilização, o vice Alberto Pinto Coelho não assumirá e, como desdobramento, inviabiliza-se seu projeto de disputar o governo estadual. A segunda consequência é que, sem Anastasia, cresce o interesse do PMDB para chegar ao Senado, e nesse passo há natural favoritismo para o ex-ministro Hélio Costa.

Um mistério

A ex-senadora Mirina da Silva passa maus momentos para poder apresentar ao Tribunal Superior Eleitoral as 500 mil adesões necessárias ao registro do Rede Sustentabilidade. Os cartórios andam lerdos na conferência das assinaturas de eleitores que lhe dão apoio.

Interessante é que essa dificuldade não existiu para o desconhecido PROS – Partido Republicano da Ordem Social, sem lideranças expressivas, mas conseguiu ver conferidas 521.881 assinaturas! E já na próxima quinzena vai se tornar o 31º partido do Brasil.

Como se explica isso?

Subindo

O Departamento Intersindical da Assessoria Parlamentar divulgou, como faz todos os anos, a lista dos deputados que mais se destacam na Câmara. Marcus Pestana, presidente do PSDB mineiro, entrou na relação dos que estão em ascensão.

Sessão solene

A Câmara Municipal tem sessão solene dia 4, às 19h30min, para marcar a passagem do centenário de nascimento do professor Moacyr Borges de Mattos.

Duas vezes reitor da Universidade Federal de Juiz de Fora, antes foi professor de Direito Judiciário Civil, diretor da Faculdade de Direito e da Companhia Mineira de Eletricidade e membro do Conselho de Amigos do Museu Mariano Procópio.

Lei da Anistia

Sancionada pelo presidente João Figueiredo e baseada em projeto de seu partido, a Arena, a Lei da Anistia completa 34 anos hoje. Contrariou o MDB, que pretendia dar 120 dias aos anistiados para que requeressem, no caso de servidores civis e militares, seu retorno aos postos de trabalho onde se encontravam no dia da prisão ou da fuga. Mas, o que se deu foi apenas o possível em 1979.

Abriu-se, desde então, uma discussão inconclusa: também os que praticaram tortura deviam ser beneficiados? Tem prevalecido que a tortura é um ato de monstruosidade, inconcebível e imperdoável na sociedade humana.

Velha ameaça

A Cesama promove solenidade, hoje, às 19h30min, no Ritz, para marcar os 50 anos de sua fundação, quando substituiu o antigo Departamento de Água e Esgoto, que vinha do tempo do prefeito Adhemar Andrade. Será uma noite de agraciados com medalha comemorativa e lançamento de selo alusivo.

Quando decidir contar sua história cinquentenária em livro, a companhia terá de dedicar um capítulo especial ao seu organizador, Itamar Franco, e outro ao constante assédio para se deixar incorporar pela Copasa.

Posto privilegiado

O ex-ministro Pimenta da Veiga acaba de assumir a presidência da célula mineira do Instituto Teotônio Vilela, que tem fundamentos culturais, mas conta com instrumentos necessários para fazer política. Um belo e privilegiado posto. Tanto é verdade, que foi prestigiadíssimo pelo PSDB, contado como uma das opções tucanas para disputar o governo do estado, e já vai arrumando as malas para um grande giro pelo interior.

Sem coligação

Causa estranheza o fato de obter modesta repercussão a decisão do PSDB de promove a pré-estreia do fim das coligações, recomendando aos seus aliados que comecem a se preocupar com carreira solo, já a partir de 2014. Estranho, porque o tiro pega em cheio os partidos nanicos, contumazes caroneiros dos costados tucanos.

Trata-se, contudo, de uma restrição limitada à eleição proporcional. Nada a ver com a majoritária, até porque o PSDB é craque nesse particular. Em outubro do ano passado, conseguiu construir uma aliança com 12 partidos em torno da candidatura de Custódio Mattos.

Páginas sinistras

Trabalhando para que a Comissão da Verdade entre logo em ação e apure crimes políticos praticados no estado durante a ditadura militar, a deputada Lisa Prado cita que os relatos sobre aquele tempo negro chegam a 12 mil páginas, com destaque para as violências praticadas nos quartéis de Juiz de Fora.

Pelo atalho

As boas coisas custam a acontecer na Zona da Mata; e muitas vezes, quando acontecem, chegam eivadas de suspeitas. Ainda agora, o ministro da Agricultura, Antônio Andrade, manda contratar, sem licitação, uma entidade de Muriaé, o Instituto de Desenvolvimento Educacional, Cultural e Assistencial, destinada a promover pesquisas para o Ministério, com verba de R$ 5,5 milhões. É na sede desse instituto que o PMDB promove reuniões. Diante dos protestos, é bem provável que o contrato seja cancelado.

Um novo modelo

Depois de lamentar, em seu blog, o fim da seriedade necessária à representação política, que virou “um festival de paixões movidas pelo poder econômico”, o ex-prefeito Tarcísio Delgado acha que chegou o momento de se buscar meios e formas novas de participação cidadã. Transcrevo seu comentário:

“Há, inclusive, necessidade de se encontrar uma forma de participação que seja exclusivamente “múnus público”, sem qualquer remuneração, para se evitar o “profissionalismo” e a ambição na defesa do interesse público. Coisa parecida com o Conselho Comunitário Municipal – CCM – que criamos em Juiz de Fora, em 1983. Foi uma boa experiência. Permaneceria a representação onerosa; mas seria criada uma instância, sem qualquer ônus para o poder público, que ampliasse a representação”.

Bem cotejado

A menos que ocorram mudanças imediatas, o prefeito Bruno passará alguns meses gozando de um triplo cotejo que procede do PMDB, seu partido, do aliado na aliança federal, PT, e o PSDB, onde conta com interlocutores influentes junto ao governador Antônio Anastasia e ao senador Aécio Neves. O fato de ainda recentemente ele ter batido as pretensões de tucanos e petistas para chegar à prefeitura já se tornou água passada, pois o que vale agora são as eleições de 2014. Em política, é enunciado do antigo raposismo, cultivar antigas feridas é o mesmo que ficar doente para sempre.

Querem-no como aliado na eleição do governador e do presidente da República, sem perturbá-lo em suas conveniências para eleger deputados.

Ainda que se torne inevitável o momento em que terá de fazer opção, até lá ele pode desfrutar do incenso e usar o prestígio em benefício da cidade.

Médicos diferentes

Eliane Castanhede adverte em sua coluna na Folha de S.Paulo sobre diferenças de resultados no tratamento que está sendo dado aos médicos importados. Diz ela que “os R$ 10 mil de brasileiros, portugueses e argentinos não valem para os que vierem da ilha de Fidel e Raúl Castro. Seguida a média dos médicos cubanos em outros países, eles só embolsarão de 25% a 40% a que teriam direito, ou R$ 2.500 a R$ 4.000. O resto vai para os cofres de Havana”. “Pode um médico ganhar R$ 10 mil e um outro só R$ 2.500, pelo mesmo trabalho, as mesmas horas e o mesmo contratante? Há controvérsias legais.”

Outro problema que compete à autoridade brasileira refletir, ainda sob a análise da colunista: “Há gritante injustiça moral, com o agravante de que os demais podem trazer as famílias, mas os cubanos não”.

Clero nas eleições

Ainda é cedo para que a Igreja se pronuncie sobre as eleições do próximo ano, mas não se deve esperar que ofereça guinada sensível em relação ao comportamento que adotou no passado. Através da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil vai recomendar que os católicos atentem para condições essenciais que devem ser encontradas no candidato, entre as quais opor-se, sem ódio ou discriminação, ao aborto e ao casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Quanto à preferência pessoal ou paroquial por candidatos e partidos, esta não se pode evitar. Padres há que até procuram ser discretos, como aquele que no ano passado não pediu votos para vereador, mas encaixou um recado em sua homilia dominical: a lista dos poucos bons candidatos podia ser conferida na sacristia...

Balanço na farda

Nos últimos anos, ao embalo de insatisfações nos quartéis de Minas, nada menos de 351 policiais e bombeiros militares disputaram eleições. Pois apenas 32 lograram eleger-se, vários para a Assembleia Legislativa. Duas e meia décadas passadas desde que o sonho eleitoral invadiu a tropa, qual o balanço que se faz? Entidades que congregam esses militares estão promovendo uma avaliação de resultados. Pode ser até que não confessem completa decepção, mas perceberão que vale a pena uma renovação das candidaturas bem sucedidas e pouco produtivas.

Em Juiz de Fora, nas últimas eleições parlamentares os policiais ficaram com cerca de 5% dos votos, e não podem ser acusados de se interessarem pelos problemas locais. Um deles reapareceu este ano para denunciar oficiais envolvidos com banqueiros de bicho, mas o assunto já desmaiou.

Em polvorosa

É como se encontra o estado de espírito de sinceros ambientalistas mineiros com a chegada à Assembleia da proposta do governo para se alterar a Lei 14.309, de 2002, que trata da política florestal do estado. Com as alterações propostas, voltam a ser permitidos o barramento das veredas e o plantio de café nos morros.

Como o barramento vai prejudicar o Rio São Francisco e o café diz respeito ao Sul de Minas, na região de Juiz de Fora nem ambientalistas nem produtores se manifestaram sobre o projeto.

Preconceito ideológico

Quando se fala sobre o futuro partidário do professor Henrique Duque, o que lhe daria condições de disputar a eleição do próximo ano (assunto tratado na página de ontem), alguns militantes asseguram que ele teria ingresso livre no PCdoB, que o lançaria para deputado estadual. O partido tem a vantagem de lhe exigir poucos votos, ao contrário do que ocorreria no PMDB, PT ou PSDB.

O fato de ser legenda comunista abrigando um liberal não tem o menor significado, porque a questão ideológica já ficou restrita ao discurso saudosista de veteranos. O vereador Oliveira Tresse, ligado aos grupos que administram as empresas de ônibus, foi eleito pelo PCdoB, e a Câmara continua sem comunista.

Chumbo trocado

O presidente boliviano Evo Morales sentiu o golpe com a fuga do senador Roger Molina, que há ano e meio encontrava-se asilado na embaixada brasileira. Ensaiou reação diplomática, mas deve ter sido advertido que, em se tratando das relações, ele é mais devedor que credor. Não há como esquecer que há sete anos tropas do seu exército invadiram, para efeito de desapropriação, uma usina da Petrobras naquele país, e o Brasil só não reagiu porque o presidente Lula, generoso, achou que é coisa normal ver feridos os interesses nacionais.

A volta da reforma

Sob a esperança de que não volte logo para a gaveta, o que lamentavelmente sempre aconteceu nos últimos vinte anos, a reforma política está em pauta nesta semana. Os itens a serem tratados pela relatoria do deputado fluminense Alfredo Sirkis praticamente reeditam tudo que está exaustivamente discutido, a não ser o duplo sistema para se votar em deputado: na verdade, o eleitor passaria a dar dois votos, um no sistema proporcional e outro no majoritário.

Fartura perigosa

Questão crucial nas eleições parlamentares em Juiz de Fora tem sido o comprometimento da formação de uma bancada numerosa na Assembleia Legislativa, por contra do excesso de candidatos. Eles promovem a pulverização dos votos. Cada qual recebe sua cota e acaba que apenas um ou dois se elegem.

Tem sido assim. E agora já vão surgindo sinais de que o problema poderá se repetir. São citados dez postulantes. Com a palavra os partidos, que têm como conter candidaturas aventureiras.

O experiente

Diz o deputado Bonifácio Andrada, do PSDB, que nunca presenciou fase tão perturbadora como a que se vive com a crise de hoje no Brasil, sob um clima de descontentamento generalizado. Dá que pensar, pois se trata de parlamentar veterano, que já foi observador privilegiado de alguns dos maiores transes vividos pelo País.

Temperamento

Restando 40 dias para que os futuros candidatos optem por um partido, caso ainda não o tenham, amigos do reitor da UFJF, Henrique Duque, tentam saber, sem êxito, qual seu destino partidário, caso decida mesmo estrear na vida política, disputando provavelmente a Câmara Federal.

Entre esses amigos não falta quem tema pela experiência que Duque teria em casa legislativa. Com temperamento de executivo, ele pode acabar entediado como deputado. Quem viveu a frustração, pelo mesmo motivo, foi Marcello Siqueira.

Asilo político 1

Autoridades brasileiras insinuam estar prevenidas, mas a dúvida vai permanecer: esgotado o contrato de trabalho que está sendo celebrado com médicos de Cuba, o que poderá impedir que vários deles peçam asilo político? Se tal ocorrer, estará criado um problema nas relações entre os dois países, não obstante o antecedente dos pugilistas que o Brasil devolveu a Havana, com uma rapidez que outra coisa não pretendeu além de fazer agrados a Fidel.

Asilo político 2

Uma batata quente para o Itamaraty resolver está no rastro da Jornada Mundial da Juventude, que trouxe o Papa Francisco ao Brasil. Nada menos de 40 estrangeiros que vieram participar do encontro estão encaminhando pedido de asilo, em sua maioria jovens estudantes. Entre eles, alega-se não apenas a perseguição política, mas também intolerância religiosa, como, por exemplo, no Sudão.

Paz interna

Políticos vinculados a outros partidos têm notado o trabalho paciente da deputada Margarida Salomão para aperfeiçoar a convivência interna no diretório do PT de Juiz de Fora. Já se contabiliza algum progresso nessa missão, segundo o testemunho dos próprios petistas.

Por exclusão

Não foi apenas o senador Aécio Neves que criticou a presidente Dilma por sua recente incursão em Minas, quando prometeu, mais uma vez, recursos do PAC para projetos de preservação do patrimônio histórico. Embora merecedoras, por serem grandes referências da memória de Minas, Barbacena e Cataguases se sentem excluídas do prometido benefício.

Os menores De inegável oportunidade para o momento, reproduzo o que nos disse, sete anos já passados, a desembargadora Áurea Pimentel Pereira, do Rio de Janeiro, a propósito da criminalidade entre meninos e adolescentes:

“Esse comportamento criminoso não está ligado, necessariamente, à exclusão social, miséria ou indigência, sendo antes fruto de verdadeiro quadro de decadência moral, que vem, silenciosamente, se instalando no País, sob o olhar indiferente do Estado e de segmentos da própria sociedade. No passado, conduta deformada de menor só era compreendida nos que estivessem relegados ao mais completo abandono, sem lar, sem família. Agora, a situação mudou, há casos em que os delinquentes vivem em companhia dos pais, que aceitam e até se beneficiam das atividades criminosas dos filhos”.

Ela defende claramente a revisão da imputabilidade penal, de modo fixá-la em 16 anos.

Raul presente

Raul Salles, que foi prefeito de Pequeri e justamente celebrado como grande nome da moderna geração de políticos da região, acaba de fazer sua estreia na área de comunicação. Está assinando coluna no Acessa. Hoje, entre outros assuntos, ele fala de recursos para os municípios da Mata.

Polícia criminosa

Houve quem se desse ao trabalho de contar. Nos últimos dias foram registrados, em pontos diversos do País, 30 casos em que assaltantes e traficantes tiveram ajuda de policiais, e por isso mesmo facilitados na prática do crime. Grassa uma certa impunidade nos quartéis. Os envolvidos, quando sua participação é muito escandalosa, são afastado de função, premiados com 60 dias de férias para esperar a prometida e muitas vezes descumprida conclusão de inquérito.

É preciso que sejam tomadas providências seriíssimas, sob pena de a corporação cair no descrédito, e a população repetir aquela patética indagação de Ambrósio de Lemos, antigo comandante de segurança de Luanda: “Se a polícia nos protege dos criminosos, quem nos protege da polícia?

PDT reunido

O PDT abre, neste sábado, um congresso nacional em Brasília, com o objetivo de debater o quadro político nacional. Na primeira parte, uma conferência, seguida de mesas temáticas, uma das quais para tratar da reforma política, e desta vai participar o presidente do diretório municipal, Vitor Valverde.

E o laicato?

Foi noticiado hoje que a Câmara Municipal está sendo desafiada por um projeto que pretende garantir a igrejas (quantas e quais?) participação no Conselho Municipal de Cultura. É preciso que os vereadores considerem que é exatamente na atividade cultural, quando ela é de iniciativa pública, que não se admite a atuação de quem quer defender pontos de vista religiosos. Não é por outra razão que o Congresso está em véspera de votar proposta que veda às igrejas criar novas redes de televisão.

O que se espera é que, passando pela Comissão de Justiça, tal projeto seja contemplado com o arquivo.

No esquecimento

Basta a citação de 24 de agosto para que se desperte na memória uma das grandes tragédias da história republicana. O suicídio de Getúlio Vargas, em 1954, ato extremo a que foi impelido quando sentiu o mar de lama que sufocava seu governo, além das pressões de uma oposição ferrenha, que deixou o presidente acuado.

Getúlio foi o presidente que mais visitou Juiz de Fora. Cinco vezes. Chegou a instalar seu governo durante uma semana na Fazenda São Mateus. Houve tempo em que o 24 de agosto não passava sem a cidade assistir a eventos cívicos. Tempo em que o PTB, que ele criou, era um grande partido.

Má vontade

A ex-senadora Marina Silva chega ao Tribunal Superior Eleitoral carregando 250 mil assinaturas de adesões à criação de seu novo partido, o Rede Sustentabilidade. E chega protestando, porque é visível a má vontade de muitos cartórios na necessária conferência dos títulos eleitorais dos apoiadores.

Como falta a liberação de cerca de 120 mil assinaturas, ela está pedindo ao TSE que releve.

Frustração feminina

Muitos já quiseram dizer, ainda que dissimuladamente, o que disse agora o deputado estadual Ademar Traiano, do PR: nem Marina nem qualquer outra mulher chegará à presidência da República, porque dona Dilma, segundo ele, mostrou que a experiência das saias está sendo um fracasso monumental.

Ademar pode ir preparando os costados, pois as feministas devem estar chegando furiosas.

Os invasores

Figura entre os costumes das lideranças políticas jogar com o tempo sempre que enfrentam uma dificuldade maior. Em 64, quando era visível a conspiração militar, o presidente Jango foi aconselhado a aguardar, pois o tempo se encarregaria de esvaziar descontentamentos e as forças populares se reorganizariam em sua defesa. Como se viu, nem uma coisa nem outra.

Na atual fase de protestos em que vive o País parece que se reedita o remédio, não obstante os perigos conhecidos. As queixas que estão nas ruas são tratadas com promessas que já prenunciam a expectativa do esquecimento. É o caso da reforma política, que chegou a ser prometida nas costas de um plebiscito natimorto. O governo espera que os estudantes se cansem das reuniões de protesto, como também tolera os baderneiros infiltrados, porque pode ser que esgotem seu furor de depredação.

Na mesma linha de ataques e tolerância vêm as invasões de prédios públicos, principalmente casas legislativas. Está virando rotina, para agravar o monumental desgaste da autoridade constituída.

Terceiro nome

Para dividir os votos tucanos em Juiz de Fora, quando chegar a disputa das cadeiras da Assembleia Legislativa, o PSDB já tem dois nomes assegurados: Custódio Mattos e Lafayette Andrada. Pode surgir um terceiro, o atleta Giovane Gávio, que acaba de ser convidado a assinar a ficha de filiação.

Na moratória

Para descontentamento de quem precisa conhecer logo o nome do candidato a governador pelo PSDB, para poder cuidar de suas próprias candidaturas, um jato de água fria. Na melhor das hipóteses, como definiu o partido, o candidato será conhecido em dezembro. Mas também pode ser que fique para o próximo carnaval. Com isso, ficam amarrados os esquemas que dependem das definições que vêm de cima.

Em memória

Nesta quinta-feira, às 11h, o programa Mesa de Debate, da TV Educativa, vai lembrar a passagem do 20º aniversário da posse de Itamar Franco na presidência da República. Como convidado para depor e comentar, o ex-deputado Marcello Siqueira, que leva algumas fotos históricas para ilustrar.

Metas de JF

Os projetos e as metas de Juiz de Fora. Este é o tema da palestra que o prefeito Bruno pronuncia hoje, às 19h, no auditório da prefeitura, como parte de curso da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra. A se pautar pelos pronunciamentos que tem feito, o prefeito vai procurar passar um clima otimista aos seus ouvintes.

Tripé maldito

Constata-se em Juiz de Fora que em 60% dos delitos que resultam em morte, ferimentos ou prejuízos para o patrimônio há envolvimento direto de menores. Tome-se, a propósito, o que diz o juiz José Armando da Silveira: a presença nefasta dos menores no crime deve-se a três fatores que se associam: drogas, gangue de bairros e baile funk. É desse tripé que deve partir qualquer esforço honesto para compreender o problema e atacá-lo.

Muita promessa

Ficou sem resposta convincente do governo a denúncia do senador Aécio Neves a propósito de promessa que a presidente Dilma acaba de fazer em São João Del Rey. Ela anunciou R$ 1,6 bilhão para o patrimônio histórico, com recursos do PAC. Mas é a quinta vez que essa promessa é feita, sem sair do papel.

Sem polêmica?

O senador Pedro Taques, relator do processo do novo Código Penal, disse hoje que, interessado em evitar maiores polêmicas, deixou de tratar temas que poderiam abrir intermináveis discussões. Ainda assim, removeu o consentimento do aborto até a décima segunda semana, repudiou a proposta de eutanásia e estabeleceu novas regras para a progressão das penas. Pois já é mais que suficiente para polemizar.

População de rua

Esta segunda-feira marcou a passagem do Dia Nacional da População em Situação de Rua, criado para se dar memória aos oito mendigos mortos a pauladas em São Paulo por policiais nunca punidos, e também para manter na lembrança da sociedade que o morador de rua é problema que não cessa de desafiar.

Nos últimos anos, em Juiz de Fora, o que as entidades assistenciais costumam explicar é que encontram muita resistência da parte dos mendigos, que preferem a rua ao abrigo que lhes é oferecido.

Com os candidatos

Para uma primeira avaliação das candidaturas que serão apresentadas ao eleitorado mineiro pelo PSDB, os postulantes já conhecidos tiveram reunião hoje, em Belo Horizonte, com o secretário da Casa Civil, Danilo de Castro, e o presidente do partido, Marcus Pestana. Como se esperava, os candidatos foram informados do mote principal da campanha do próximo ano: a candidatura de Aécio Neves à presidência da República.

Pela saúde

Faz parte das previsões do deputado Marcus Pestana: aprovado o orçamento impositivo, as emendas dos parlamentares para programas de saúde no estado poderão chegar a R$ 175 milhões.

Bem geral

Já foi dito que o PMDB, constrangido por ter de trabalhar contra a candidatura de Aécio Neves à presidência contra Dilma, deverá pedir, pelo menos em Minas, um breve desembarque da aliança que o mantém ligado ao Partido dos Trabalhadores. Em Juiz de Fora, tanto no PMDB como entre tucanos, há quem reze para que essa moratória dê certo, evitando-se conflitos municipais em 2014.

Desabono

Depois de superar um processo infeccioso que o levou à Unidade de Terapia Intensiva, em S.Paulo, o senador José Sarney passa, amanhã,pelo incômodo do cateterismo. Saindo dessa, ele devia ver o que se anda dizendo na internet sobre seus problemas de saúde. Nada lisonjeiro.

História

No dia 29, às 19h30min, o Instituto Histórico e Geográfico de Juiz de Fora inicia suas atividades do segundo semestre. Vai inaugurar o retrato de Vitor Valverde na galeria dos presidentes, antes de o professor Marcus Freesz pronunciar palestra sob o tema “Crônica das Cruzadas”.

Pulga na orelha

Sem aparente razão para uma reunião desse tipo, ainda mais regada a um jantar, o ex-governador José Serra encontra-se nesta quarta-feira com os senadores do PMDB. Serra está no PSDB, pode ir para o PPS. Pode ser que os peemedebistas tenham informações importantes sobre os desdobramentos das relações com o governo na base parlamentar e em que isso pode influir no quadro eleitoral de São Paulo.

Novo posto

O deputado Lafayette Andrada, líder do governo na Assembleia, disse que a cidade tem garantida a construção de mais uma unidade de saúde com os R$ 600 mil que o estado acaba de destinar a essa obra.

Em memória

Hoje, Dia do Patrimônio Histórico, o Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural destacou personalidades e entidades que têm prestado serviços nesse campo. O prêmio, concedido anualmente na mesma data, passa a ter o nome de Wilson Jabour Júnior, que foi membro do Conselho e escreveu livro sobre bens culturais da cidade, que ele estudou com grande interesse. Poucos se dedicaram a esse mister tanto como o jovem advogado, que faleceu neste ano.

Contra o tempo

Nota-se uma peculiaridade em relação à ex-senadora Marina Silva. Ela desperta simpatia quase geral, mesmo entre os que não lhe deram nem lhe darão o voto. Há uma torcida para que tenha êxito o esforço que vem empreendendo desde o começo do ano no afã de registrar seu novo partido, o Rede Sustentabilidade.

Não figura entre as tarefas mais fáceis. Para levar o RS ao registro do Tribunal Eleitoral ela precisa ter 500 mil filiações atestadas, e hoje, com menos de dois meses para consegui-las, está nas 189 mil.

Candidato do PTB

O Partido Trabalhista Brasileiro em Minas avalia o quadro eleitoral de 2014 e percebe que precisa ter um candidato a deputado federal capaz de ganhar simpatia do eleitorado da região de Juiz de Fora. O ex-vereador Vanderlei Tomaz, que na eleição passada teve 2.900 votos, recebeu o convite e não vê por que não aceitá-lo.

Longa espera

Petistas que gostariam de ver Lula de novo disputando a presidência da República, mesmo que dona Dilma consiga segundo mandato, acham que o único óbice é que ele estaria muito tempo afastado do poder. Um temor injustificável, porque nunca deixou de estar perto do poder.

E há precedente. Rodrigues Alves, que alguns historiadores consideram o melhor presidente na Velha República, ficou doze anos no ostracismo, foram tirá-lo doente de seu sítio em Guaratinguetá, e ganhou.

Mais 45 dias

O quadro pré-eleitoral, ainda repleto de dúvidas, começa dentro de 45 dias a viver os primeiros lances de avaliações objetivas. A previsão é do secretário de estado da Saúde, Antônio Jorge Marques, que aproveitou o feriado municipal de quinta-feira em Belo Horizonte e veio passar o fim de semana em Juiz de Fora. O prazo previsto tem uma explicação: na primeira semana de outubro os partidos políticos deverão ter filiados todos os que serão candidatos no ano seguinte. Depois disso, ninguém entra, e se sair não disputará em 2014. Aí as coisas começam a entrar nos eixos.

Antônio Jorge já se definiu. Fica no PPS e é candidato a deputado estadual.

Bandidos precoces

O escritor Eduardo Almeida Reis recebeu de um amigo, escandalizado com os bandidos juvenis que vêm tomando o Brasil de assalto, uma desanimada observação:

“Em S. Paulo, ontem, um “de menor”, 17 anos, roubou o carro que soube dirigir em alta velocidade, sequestrou um casal, e desse mesmo casal tirou cartões de crédito, clonou-os, sabendo como utilizá-los no caixa eletrônico do banco. Um inocente?”

“A hipocrisia das leis nacionais, sempre generosas com os bandidos, vai permitir que esse bandido precoce continue praticando crimes, impune pelo fato de faltarem alguns poucos meses para atingir a maioridade. Estamos liquidados!”

Sobre a verdade

No correr da próxima semana deverão ser conhecidos os nomes dos sete mineiros que vão integrar a Comissão da Verdade, criada para apurar responsabilidades por torturas durante a ditadura. As investigações dessa comissão interessam muito a Minas, estado em que, segundo a Associação dos Amigos do Memorial da Anistia, ocorreram 58 assassinatos políticos naquele período.

Não menos importante é que se tome o depoimento da presidente Dilma, que já disse saber que houve tortura nos quartéis de Juiz de Fora.

Pimenta

O ex-ministro Pimenta da Veiga, que está assumindo a presidência do Instituto Teotônio Vilela, e já se tornou uma das opões do PSDB para disputar o governo de Minas, vai percorrer o interior, ouvir e sentir o ânimo dos eleitores. Em outubro, provavelmente na primeira quinzena, estará em Juiz de Fora.

PSDB se definindo

Faltando 15 meses para a eleição do novo governador, tempo suficiente para se reconhecer que quase todas as cartas ainda estão longe da mesa, o PSDB parece caminhar para ser o primeiro partido a definir seu plano de disputa, o que se explicaria por razões várias, uma das quais o fato de não poder adiar muito o traçado do futuro de Antônio Anastasia, que teria de renunciar para disputar uma cadeira no Senado.

Mas quando se conversa com alguns dos nomes do alto tucanato, não falta quem garanta que desde já tem-se como definitivo que o PSDB vem com candidato próprio, rendida a tese de proveitosa aliança com o PSB, do que resultaria apoio tucano à candidatura do socialista Márcio Lacerda, prefeito da capital.

Dois nomes

Em um primeiro passo, sobrevivendo o projeto da candidatura própria ao Palácio da Liberdade, o PSDB teria para disputar o ex-ministro Pimenta da Veiga, e foi para isso que o partido foi tirá-lo do ostracismo voluntário em que se encontrava em Brasília. Se inviabilizado o candidato preferencial, diante dos obstáculos que terá de enfrentar, o partido tomará o rumo da candidatura de Marcus Pestana, seu presidente estadual. Pelo menos por hoje não se joga com outras opções.

Desafio do PMDB

Aliado preferencial e substancial do PT no Congresso Nacional e no governo de vários estados, o PMDB viverá situação delicada em Minas, ao se consolidar a candidatura de Aécio Neves à presidência da República. Não teria como defender um segundo mandato para Dilma diante dos mineiros, dos quais já se espera maioria significativa para o senador. O partido enfrentaria a acusação de trair o interesse do estado.

Como sair do embaraço? É reivindicar que, considerada a peculiaridade mineira, o PMDB seja objeto de ocasional condescendência; o que, vale dizer, apear momentânea e episodicamente da proveitosa aliança.

Cartão limitado

A Serasa, que nesta semana frequentou os jornais, depois de abortado seu plano de obter informações pessoais nos registros do Tribunal Superior Eleitoral, não exclui gente graúda das informações que presta a seus clientes sobre limites de crédito em compras pelo cartão. Renan Calheiros, apesar de tudo que se sabe, pode fazer compras em até R$ 12,7 mil, mais acreditado que Lula, cujo limite está fixado em R$10,8 mil. O pobre nesse time da Serasa é Fernando Henrique, cujo cartão não suporta além de R$ 778,00.

Os jornais informam hoje que há dois meses FHC foi à loja Tiffany e teve de esperar o vendedor conferir seu limite...

De luto

A semana vai fechando em luto, com a morte de Kleinsorge, que teve grande atuação no basquete, e Flávio Biscoto, veterano comentarista esportivo do rádio local.

Citando de memória o Dário de Lúcio Cardoso: “ Podemos não sentir a idade, mas ela se faz presente, através dos mortos que vai espalhando em torno de nós”.

Olho na Assembleia

Já se toma como certa a decisão do ex-prefeito Custódio Mattos de disputar, na eleição de 2014, sua volta à Assembleia Legislativa, onde esteve em 1990. Seria retorno também se disputasse cadeira na Câmara dos Deputados, porque lá esteve em 1998.

Longe a eleição, a cidade tem três nomes assegurados na linha de deputados estaduais: Antônio Jorge Marques, Isauro Calais e Custódio.

Velhos bandalhos

Na sessão de quarta-feira do Supremo Tribunal Federal, quando por maioria de votos foram rejeitados os embargos de declaração no caso dos condenados do Mensalão, embargos que tinham todas as evidências de intenção protelatória, destaque-se o voto do ministro Luiz Roberto Barroso, ao advertir que a atuação da gangue de Zé Dirceu não deve e não pode ser tratada como caso isolado na seara da corrupção brasileira. Os mensaleiros não são atores em cenário novo. O ministro lembrou o escândalo de 93 com os anões do orçamento, os precatórios de 97 e os roubos na construção da sede do TRT de São Paulo. Para citar apenas três em centenas.

Ao desespero

Ainda sobre o voto do ministro Barroso. Ao dizer que diante de tanta podridão o Brasil precisa mudar, ele define como “urgência desesperada” a reforma política, que não pode mais ser adiada. Para ferir apenas um dos muitos vícios eleitorais que o deixam assustado: “a farra das legendas de aluguel”.

Feriadão

O 15 de agosto, vale registrar a título de curiosidade, é recordista na escala dos feriados mineiros. Dedicada a data à Assunção de Nossa Senhora, as atividades ficam paralisadas em 65 dos 853 municípios do estado.

Voto facultativo

Indícios há de que, havendo clima e caminho livre para a tramitação da reforma política, o primeiro item a ter o destino traçado é o que trata do desejado voto facultativo; se não por outras razões, pelo menos por parecer o mais fácil de quebrar resistências.

Em dezembro de 1998, trabalhando para um jornal de Juiz de Fora, conversamos com o senador Sérgio Machado, do Ceará, relator encarregado de juntar nove propostas que tratavam da matéria, resultando dessa fusão que a obrigatoriedade se ativesse apenas ao alistamento eleitoral. O voto é um direito da cidadania, não uma obrigação, disse ele, quase com as mesmas palavras. O comparecimento passaria a ser facultativo. Passados 15 anos, o que os parlamentares pensam sobre isso?

Muito a ser feito

Ficou marcada e confirmada para o dia 31 a reunião que o prefeito Bruno Siqueira terá com os integrantes do Conselho dos Amigos do Museu Mariano Procópio, tendo como ponto único da pauta as responsabilidades da prefeitura em relação ao acervo, vedado à visitação pública há cinco anos. É a primeira vez, desde 2007, que o Conselho recebe a visita de um prefeito.

O Museu precisa de tudo. Não apenas obras físicas internas e externas e a restauração de peças, mas também a recomposição do quadro de servidores, totalmente defasado.

Bom acordo

Fracassado na sua tentativa de empurrar ad perpetuam a tramitação do orçamento impositivo na Câmara dos Deputados, o governo se vê na contingência de seguir a sinistra sugestão do deputado Paulo Maluf no caso do estupro inevitável. É tentar um acordo que satisfaça a ambas as partes. Se cada parlamentar tem direito a R$ 10 milhões para as emendas, que se proponha a metade. Nesta altura dos acontecimentos e diante da formidável incapacidade dos agentes presidenciais de negociar em seara política, o melhor que se faz é conversar sobre concessões bilaterais.

Avaliação

O ex-prefeito Custódio Mattos e seu secretário de Administração não se viam desde dezembro do ano passado, quando Vitor Valverde foi para a Inglaterra participar de um curso de gestão administrativa. Pois se encontraram no fim de semana para uma primeira avaliação do quadro político municipal. Ainda não disseram como pretendem participar do processo com vistas a 2014; mas certamente vão participar.

Valeu

Reconheça-se. O ministro das Relações Exteriores, Antônio Patriota, foi sereno, mas firme; objetivo sem ser deselegante; amistoso sem subserviência no discurso com que recepcionou o secretário de Estado americano, John Kerry. Cobrou explicações claras sobre a invasão de arquivos brasileiros. E insinuou que subterfúgios de Washington podem projetar sombras nas relações entre os dois países.

Pouco polido, Kerry, chegando, foi logo dizendo que os Estados Unidos espionam em nome de sua segurança interna. O que pode ser argumento tolerável, se a prática araponga se limitar aos países com os quais Washington conflita. Não é o nosso caso.

Leitura

Deu hoje no “Estado de Minas”. Juiz de Fora figura entre as cidades do interior onde mais se lê, baseando-se em pesquisa coincidente com uma feira de livros infantis realizada em Belo Horizonte. Aqui, como em Patos e Poços de Caldas, lê-se em média 6,5 livros, o que nos coloca acima do índice nacional.

Bem divididos

Registradas ontem as candidaturas de Odair Cunha e Gleide Andrade à presidência do PT de Minas, dividem-se os grandes eleitores petistas. Odair tem os votos do ministro Fernando Pimentel, e Gleide vem com o apoio dos ex-ministros Luiz Dulci e Patrus Ananias.

Como a presidência será definida em véspera de ano eleitoral, é certo que até o momento final vai se tentar uma chapa única e consensual. Nada de atritos, apregoam desde já os articuladores da candidatura de Pimentel à sucessão de Anastasia.

Proposta da OAB

No texto da proposta de reforma política oferecida ontem pela Ordem dos Advogados do Brasil há dois pontos que se destacam: contribuição para campanha eleitoral só admissível em até R$ 700,00 por pessoa, e fim do “efeito cascata“ na eleição de deputados, o que significa o fim dessa esquisitice de coligação em eleição proporcional.

Por quê?

Para representar o pensamento tucano sobre a polêmica importação de médicos destinados a prestar serviços no interior, o deputado Marcus Pestana foi à tribuna da Câmara, onde deixou a seguinte indagação: se tem mesmo preocupação em melhorar o nível de atendimento, por que razão o governo não permitiu que 10% do orçamento da União ficassem reservados à saúde?

Candidatos

É grande a movimentação entre petistas mineiros neste fim de semana. Na segunda-feira encerra-se o prazo para a inscrição das chapas de candidatos à direção do partido em Minas. Setores mais preocupados com a unidade do diretório estadual passaram a semana tentando evitar a disputa entre as correntes que se formaram em torno dos deputados Odair Cunha e Gleide Andrade. Essa disputa acrescenta um dado a mais: ela põe em choque os grupos de Patrus Ananias e Fernando Pimentel, com sensíveis repercussões num futuro próximo.

Resta pouco tempo para um acordo, possível em uma terceira via. Lembrem-se que o nome da deputada Margarida Salomão figurava como pré-candidata.

O impositivo

A semana fecha com uma espinha atravessada na garganta do governo. Foi a recusa da maioria das bancadas da base de impedir a votação do orçamento impositivo. Razões não faltam para a frustração: o impositivo obriga o Executivo a pagar emendas orçamentárias aos deputados e impede que a liberação sirva de moeda de troca para o apoio dos parlamentares aos projetos de interesse dos ministros. Com a emenda, cada um deles tem R$ 10 milhões para ganhar prestígio e votos em seus redutos eleitorais.

Troca por nada

O deputado Romário, que diferentemente do que se esperou vem se revelando competente e útil na Câmara, sai do PSB para ingressar no PR. Certamente tem motivações pessoais para operar a troca, não por razões programáticas, porque os partidos andam nivelados na falta de substância.

Reparo

A Assembleia mineira prepara-se para restabelecer, simbolicamente, o mandato de Armando Ziller, que foi deputado estadual, cassado nos primeiros meses do golpe militar de 64. A iniciativa é da bancada do PPS. Acusado de defender o comunismo nos meios sindicais, ele foi denunciado em vários processos que tramitaram pela Auditoria da Quarta Região Militar em Juiz de Fora.

Entre os deputados perseguidos pela ditadura em Minas ele é o último a ser desagravado.

Sem tempo

O senador Cristovam Andrade, do PDT, diz que não lhe resta mais tempo para disputar a presidência da República. Já não vai mais pensar nisso. Mas deixa uma crítica aos que seriam seus adversários, que se dizem candidatos, mas não dizem para que querem chegar à presidência.

Elogio

O deputado Isaías Silvestre, do PSB, disse que gostou do que viu em Juiz de Fora: uma importante tentativa de recuperação de jovens desviados da sociedade por causa das drogas. Falando ontem, da tribuna da Câmara, citou, particularmente, o Projeto Pró-Paz, que conheceu na cidade, e atribuiu a ele uma das melhores realizações do gênero em Minas. Para Silvestre, não resta outro caminho, senão a fé religiosa, para garantir a juventude no bom caminho.

Na mosca

Tire-se o chapéu ao jurista Ives Gandra Martins, que definiu muito bem a origem do fantasma da inflação, embora o governo a ignore completamente. Diz ele:“A única forma de combater a inflação com redução de juros seria reduzir as despesas de custeio da máquina administrativa, algo que, no modelo bolivariano, é impossível e, no governo Dilma, inaceitável. Tanto que tem 39 ministérios... Neste quadro — em que o PIB decresce, a inflação cresce, o câmbio se descontrola, a máquina administrativa desperdiça, a balança comercial gera déficits e as contas externas se descompassam — causa espécie que a presidente pretenda manter-se fiel aos ideais dos regimes bolivarianos e continue a não perceber que está levando o país a um fantástico retrocesso”.

Pauta fraca

Os vereadores retomam as sessões ordinárias no dia 19, mas, pelo que se conhece hoje, não há matérias polêmicas a serem tratadas. Interessante observar, a título de colaboração: nas ocasiões em que forem escassos os temas de relevância, o Legislativo podia retomar assuntos que, longamente engavetados, por isso mesmo vão se agravando, com visível possibilidade de um grande impasse. Para citar apenas dois: a previdência dos servidores municipais e a Amac. São problemas que há anos vêm desafiando prefeitos e a Câmara.

Tese superada

Já não se pode mais esperar que o PSDB promova prévias para indicar seu candidato a presidente da República em 2014. É o que se depreende da recente manifestação dos 27 diretórios regionais, que consideram dispensável a consulta às bases. Para os observadores foi um voto de prestígio dado ao senador Aécio Neves, que está na rota de disputa com José Serra.

Com o prefeito

Está agendada para o dia 31 a reunião do prefeito Bruno Siqueira com os membros do Conselho de Amigos do Museu Mariano Procópio, preocupados com os problemas daquela casa histórica, fechada há cinco anos à visitação pública por causa de obras necessárias e não realizadas. É preciso saber o que a prefeitura pode e deve fazer, como responsável pela preservação do acervo doado por Alfredo Ferreira Lage.

Mui amigos

O jornalista Carlos Newton não é o primeiro que faz denúncia tão grave, mas nem por isso os acusados tratam de se defender. Diz ele que está em marcha nas principais capitais do País um plano destinado a esvaziar e complicar o governo da presidente Dilma e, ao mesmo tempo, alimentar a volta de Lula para disputar um terceiro mandato.

São acusadas as Centrais Sindicais, com apoio da União Nacional dos Estudantes e do Movimento dos Sem-Terra. Os envolvidos nesse complô nada declaram, deixando espaço para aquela velha história de que consentem os que calam.

Os primeiros

Está na lembrança de muitos que saiu de Juiz de Fora, em fins de 2011, o primeiro protesto popular contra a chamada “Lei da Palpada”, praticamente arquivada no Congresso, depois da nova obstrução, que ocorreu hoje. Aquele foi um protesto em forma de abaixo-assinado, com apoio de pais de família que transitavam pelo Calçadão da Rua Halfeld.

O projeto comete uma barbaridade ao incluir a palmada entre os castigos ”cruéis e degradantes”, além de permitir ao legislador invadir questão de economia familiar. Nos tempos em que as palmadas andavam solto a garotada respeitava mais os pais e a sociedade.

Pelo menor

Lê-se hoje que o Ministério Público decidiu chamar às falas o ex-prefeito alberto bejani, acusado de irregularidade na compra e utilização de uma unidade móvel, que em seu segundo mandato seria destinada a serviços na área da saúde pública. Vale o registro: trata-se do menor entre os muitos pecados daquele cidadão, principal ator num momento abjeto da história de Juiz de Fora. Enquanto a Justiça cuida das traquinagens de bejani seus grandes crimes vão andando a passos largos para a prescrição.

Privacidade

Gosto de relembrar uma das últimas conversas com o senador Itamar Franco, morto há dois anos. Manifestava ele grande preocupação com os rumos sombrios que tomava o direito dos cidadãos à privacidade. Ora, quando esse direito se dilui é porque todos os demais vão capitular. Ainda agora, o TSE prepara-se para ceder à Serasa dados pessoais referentes a mais de 100 milhões de eleitores,

Especialistas em privacidade e advogados mineiros chamam “terceirização” a essa liberalidade de um órgão público, o que é inconstitucional.

A Serasa é instituição privada para controle de atividades financeiras.

Retorno

O presidente municipal do PDT, Vitor Valverde, que foi secretário de Administração na gestão Custódio´Mattos, está reassumindo nesta terça-feira o comando do partido. Vai receber o cargo do vice, Renato Loures, que exercia a presidência desde janeiro, quando Vitor viajou pra a Inglaterra, onde fez curso sobre gestão administrativa. Sete meses ausente da cidade, o presidente quer reunir o partido para discutir o quadro político municipal.

Fazendo água

Uma nova etapa de negociações com os partidos da base de apoio parlamentar foi iniciada pela presidente Dilma nesta segunda-feira, preocupada com o processo de crescente deterioração da lealdade dos deputados. Não se pode negar a ela o direito de se preocupar, pois quando tomou posse tinha apoio seguro, quase sempre incondicional, de 306 deputados, e hoje conta apenas com 101. Na bancada do principal partido de adesão, o PMDB, 63 só apoiam o governo em circunstâncias especiais.

Novo desafio

Há várias questões que nesta semana podem jogar contra a parede as relações da presidente com a Câmara dos Deputados. A mais delicada está para entrar na pauta na quarta-feira à tarde. É o orçamento impositivo, que faz o governo perder o sono, porque é algo que amarra totalmente a capacidade de o Palácio negociar emendas com os parlamentares.

Nos gabinetes do Executivo muita gente ficou com raiva do presidente da Câmara, Henrique Alves, quando mandou que a matéria figurasse na pauta.

Idosos

A mansão da Rua Benjamin Constant, 936, que é considerada uma das mais belas da região, poderá se transformar em hotelaria para idosos, setenta anos depois de ter sido residência do ex-prefeito José Procópio Teixeira.

O que se diz

Nos grupos políticos onde geralmente fala e opina gente de longas estradas percorridas na política o assunto predominante é o repentino reaparecimento do ex-deputado Pimenta da Veiga no cenário político. Certamente que o PSDB projeta missões muito importantes para ele, que há mais de dez anos vinha se dedicando exclusivamente ao seu escritório de advocacia em Brasília.

Jogo pesado

Por razões diversas, 882 mil brasileiros, dos quais 94 mil mineiros, estão com os direitos políticos suspensos, segundo o Tribunal Superior Eleitoral. Tudo bem que não possam votar nem ser votados e estão impedidos de filiar-se a partido político, exercer cargo público ou em entidade sindical. Mas é um flagrante exagero cassar-lhes até o direito de atuar como diretor ou redator-chefe de jornal.

Só observando

Sete meses e meio da atual administração municipal, os partidos políticos, sejam oposicionistas ou situacionistas, ainda não se dispuseram a promover um balanço das gestões do prefeito e de seus secretários. Pode ser que nem todos tenham intenção de criticar a equipe, mas podem contribuir indicando seus pontos mais vulneráveis.

Prazo fatal

Dentro de dois meses, dia 5, encerra-se o prazo para que os partidos tenham filiados seus candidatos e que estejam aptos a disputar a eleição de 2014. A legislação exige que a filiação se faça com o mínimo de um ano. Na cidade, são improváveis grandes novidades, porque quase todos os que vão disputar já definiram seu domicílio partidário, o que talvez explique o desinteresse pelo prazo que corre. Hoje, em relação a filiações, o reitor Henrique Duque é uma das raras cogitações.

Outro detalhe é que, ausentes as novidades, escasseiam também as possibilidades de renovação na representação parlamentar.

Como dantes

Fracassado o projeto de fusão dos partidos PPS e PMN, para que dela surgisse um terceiro, os dois retornam à situação anterior. O que vale dizer, cada qual cuidando da própria pele. Em Juiz de Fora, significa que terão dois candidatos a deputado estadual, Antônio Jorge e Isauro Calais, agora sem possibilidade de se elaborar um projeto comum.

Nesse particular, já não haverá como manter entrosados os grupos que apoiam o governador e o prefeito.

Palanque amplo

Pode ser que as eleições de 2014 cheguem com uma novidade importante: a liberação das redes sociais, em todo tempo, sem limitações, para que os partidos e os candidatos divulguem seus projetos e ideias. É o que acontecerá se for aprovado o projeto do deputado Cândido Vacarezza, que autoriza a utilização para a política.

Considerando-se que as redes sociais acabam de mostrar sua extraordinária força, promovendo manifestações de rua em todo o País, pode ser que também se opere uma renovação sem precedentes na história das campanhas eleitorais

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Em campanha

Omar Peres, no Rio, assume papel de destaque na campanha que pretende renovação na Firjan – Federação das Indústrias do Rio de Janeiro, que Eduardo Eugênio Gouvea preside há quase 20 anos. O movimento renovador apresenta como candidato à presidência o empresário Areovaldo Santana da Rocha, considerado uma das grandes figuras da indústria fluminense. Diz Omar que é a primeira vez que a oposição reúne reais chances de vitória.

O atual presidente, para se perpetuar fez uma coisa escabrosa: tão logo assumiu, promoveu alteração do estatuto, de forma que, para se registrar, um candidato oposicionista precisa ter o apoio de 49% dos sindicatos do estado.... Algo jamais visto.

Conta misteriosa

Acaba de ser confirmado. Nos primeiros sete meses deste ano o Fundo Partidário distribuiu R$ 171,5 milhões entre as 30 legendas oficialmente registradas no Tribunal Superior Eleitoral. Nada a contestar o fato de o PT ter ficado com a cota maior (R$ 27 milhões), pois detém a bancada mais numerosa do Congresso. O que parece necessário é o Tribunal encontrar instrumentos que lhe ofereçam um mínimo de condições para acompanhar a aplicação desse dinheiro, sem violentar a autonomia dos partidos.

Patrimônio

Na segunda-feira, em sua reunião mensal, o Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural vai discutir alguns projetos de restauração, entre os quais a igreja de Nossa Senhora do Livramento, em Sarandira. Vale qualquer esforço nesse sentido, pois ela deve ser considerada uma das últimas relíquias religiosas da Zona Rural de Juiz de Fora.

De carona

Na onda da campanha quase fracassada para a redução do número de ministérios, que hoje são 40, o governador Antônio Anastasia não perdeu a oportunidade. Fundindo ou extinguindo órgãos da administração estadual, além de limitar despesas, sua decisão resulta neste semestre em economia de R$ 1,5 mi para o erário mineiro. Dilma não quer fazer, ele faz.