segunda-feira, 26 de agosto de 2013
Bem cotejado
A menos que ocorram mudanças imediatas, o prefeito Bruno passará alguns meses gozando de um triplo cotejo que procede do PMDB, seu partido, do aliado na aliança federal, PT, e o PSDB, onde conta com interlocutores influentes junto ao governador Antônio Anastasia e ao senador Aécio Neves. O fato de ainda recentemente ele ter batido as pretensões de tucanos e petistas para chegar à prefeitura já se tornou água passada, pois o que vale agora são as eleições de 2014. Em política, é enunciado do antigo raposismo, cultivar antigas feridas é o mesmo que ficar doente para sempre.
Querem-no como aliado na eleição do governador e do presidente da República, sem perturbá-lo em suas conveniências para eleger deputados.
Ainda que se torne inevitável o momento em que terá de fazer opção, até lá ele pode desfrutar do incenso e usar o prestígio em benefício da cidade.
Médicos diferentes
Eliane Castanhede adverte em sua coluna na Folha de S.Paulo sobre diferenças de resultados no tratamento que está sendo dado aos médicos importados. Diz ela que “os R$ 10 mil de brasileiros, portugueses e argentinos não valem para os que vierem da ilha de Fidel e Raúl Castro. Seguida a média dos médicos cubanos em outros países, eles só embolsarão de 25% a 40% a que teriam direito, ou R$ 2.500 a R$ 4.000. O resto vai para os cofres de Havana”.
“Pode um médico ganhar R$ 10 mil e um outro só R$ 2.500, pelo mesmo trabalho, as mesmas horas e o mesmo contratante? Há controvérsias legais.”
Outro problema que compete à autoridade brasileira refletir, ainda sob a análise da colunista: “Há gritante injustiça moral, com o agravante de que os demais podem trazer as famílias, mas os cubanos não”.
Clero nas eleições
Ainda é cedo para que a Igreja se pronuncie sobre as eleições do próximo ano, mas não se deve esperar que ofereça guinada sensível em relação ao comportamento que adotou no passado. Através da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil vai recomendar que os católicos atentem para condições essenciais que devem ser encontradas no candidato, entre as quais opor-se, sem ódio ou discriminação, ao aborto e ao casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Quanto à preferência pessoal ou paroquial por candidatos e partidos, esta não se pode evitar. Padres há que até procuram ser discretos, como aquele que no ano passado não pediu votos para vereador, mas encaixou um recado em sua homilia dominical: a lista dos poucos bons candidatos podia ser conferida na sacristia...
Balanço na farda
Nos últimos anos, ao embalo de insatisfações nos quartéis de Minas, nada menos de 351 policiais e bombeiros militares disputaram eleições. Pois apenas 32 lograram eleger-se, vários para a Assembleia Legislativa. Duas e meia décadas passadas desde que o sonho eleitoral invadiu a tropa, qual o balanço que se faz? Entidades que congregam esses militares estão promovendo uma avaliação de resultados. Pode ser até que não confessem completa decepção, mas perceberão que vale a pena uma renovação das candidaturas bem sucedidas e pouco produtivas.
Em Juiz de Fora, nas últimas eleições parlamentares os policiais ficaram com cerca de 5% dos votos, e não podem ser acusados de se interessarem pelos problemas locais. Um deles reapareceu este ano para denunciar oficiais envolvidos com banqueiros de bicho, mas o assunto já desmaiou.
Em polvorosa
É como se encontra o estado de espírito de sinceros ambientalistas mineiros com a chegada à Assembleia da proposta do governo para se alterar a Lei 14.309, de 2002, que trata da política florestal do estado. Com as alterações propostas, voltam a ser permitidos o barramento das veredas e o plantio de café nos morros.
Como o barramento vai prejudicar o Rio São Francisco e o café diz respeito ao Sul de Minas, na região de Juiz de Fora nem ambientalistas nem produtores se manifestaram sobre o projeto.
Preconceito ideológico
Quando se fala sobre o futuro partidário do professor Henrique Duque, o que lhe daria condições de disputar a eleição do próximo ano (assunto tratado na página de ontem), alguns militantes asseguram que ele teria ingresso livre no PCdoB, que o lançaria para deputado estadual. O partido tem a vantagem de lhe exigir poucos votos, ao contrário do que ocorreria no PMDB, PT ou PSDB.
O fato de ser legenda comunista abrigando um liberal não tem o menor significado, porque a questão ideológica já ficou restrita ao discurso saudosista de veteranos. O vereador Oliveira Tresse, ligado aos grupos que administram as empresas de ônibus, foi eleito pelo PCdoB, e a Câmara continua sem comunista.
Chumbo trocado
O presidente boliviano Evo Morales sentiu o golpe com a fuga do senador Roger Molina, que há ano e meio encontrava-se asilado na embaixada brasileira. Ensaiou reação diplomática, mas deve ter sido advertido que, em se tratando das relações, ele é mais devedor que credor. Não há como esquecer que há sete anos tropas do seu exército invadiram, para efeito de desapropriação, uma usina da Petrobras naquele país, e o Brasil só não reagiu porque o presidente Lula, generoso, achou que é coisa normal ver feridos os interesses nacionais.
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