Que fim levou?

Há 40 anos, exatamente em 28 de agosto, a Câmara aprovava, por 15 votos a 3, o projeto que autorizava a criação de fornos crematórios nos cemitérios da cidade. O assunto acabou esquecido, mesmo que em 1973 já fosse uma iniciativa adotada em grandes cidades. Nunca mais surgirem empresários, políticos ou instituições que se dispusessem a ressuscitá-lo.

Recomendava o texto que seria da prefeitura o ônus da instalação e fiscalização do serviço, mas exigindo que a incineração só se praticasse depois de conhecido documento com autorização da família do morto ou que a pessoa ainda em vida tivesse manifestado essa preferência.

Com tão larga aceitação entre os vereadores, sem resistência religiosa e manifesto interesse de empresas da época em explorar os crematórios, é estranho que o tema, ao contrário de seu objetivo, tenha sido sepultado de vez. Além disso, instruíra-se a Câmara em uma pesquisa favorável, principalmente junto a pessoas entre 18 e 25 anos.

Presidente da Comissão de Legislação e Justiça, o vereador Raimundo Hargreaves emitiu pareceu favorável quanto à constitucionalidade da matéria. Consultado, o arcebispo Dom Geraldo Penido explicou que “a cremação de cadáveres não encontra preceito contrário na doutrina da Igreja Católica”. Os espíritas, que naquele ano já contavam com 70 entidades registradas em Juiz de Fora, igualmente não condenaram o projeto, embora reivindicando que a futura lei fixasse prazo de 72 horas entre o desenlace e a incineração, “a fim de que o espírito não venha sofrer através das impressões penosíssímas dos efeitos da cremação”, segundo o então presidente da Aliança Espírita Municipal, Édison Mega, ao lembrar que nem sempre os laços que ligam o corpo físico ao corpo espiritual se desatam imediatamente.

Tudo isso aconteceu há quatro décadas.

Olho no Senado

Pode não ser uma decisão definitiva, mas o governador Antônio Anastasia passou a considerar afastada a candidatura ao Senado, o que permitiria seu retorno às atividades privadas. Não sendo candidato, duas consequências imediatas: ficando até o fim do mandato, sem a desincompatibilização, o vice Alberto Pinto Coelho não assumirá e, como desdobramento, inviabiliza-se seu projeto de disputar o governo estadual. A segunda consequência é que, sem Anastasia, cresce o interesse do PMDB para chegar ao Senado, e nesse passo há natural favoritismo para o ex-ministro Hélio Costa.

Um mistério

A ex-senadora Mirina da Silva passa maus momentos para poder apresentar ao Tribunal Superior Eleitoral as 500 mil adesões necessárias ao registro do Rede Sustentabilidade. Os cartórios andam lerdos na conferência das assinaturas de eleitores que lhe dão apoio.

Interessante é que essa dificuldade não existiu para o desconhecido PROS – Partido Republicano da Ordem Social, sem lideranças expressivas, mas conseguiu ver conferidas 521.881 assinaturas! E já na próxima quinzena vai se tornar o 31º partido do Brasil.

Como se explica isso?

Subindo

O Departamento Intersindical da Assessoria Parlamentar divulgou, como faz todos os anos, a lista dos deputados que mais se destacam na Câmara. Marcus Pestana, presidente do PSDB mineiro, entrou na relação dos que estão em ascensão.

Sessão solene

A Câmara Municipal tem sessão solene dia 4, às 19h30min, para marcar a passagem do centenário de nascimento do professor Moacyr Borges de Mattos.

Duas vezes reitor da Universidade Federal de Juiz de Fora, antes foi professor de Direito Judiciário Civil, diretor da Faculdade de Direito e da Companhia Mineira de Eletricidade e membro do Conselho de Amigos do Museu Mariano Procópio.