CILADAS EM ASAS DOURADAS
Nos cafés das galerias, no lanche dos vereadores na
Câmara ou mesmo nas conversas ligeiras dos elevadores e salas de estar um
assunto-especulação que vai ganhando espaço e atenções é a sucessão municipal,
caixa fechada onde o que se tem como certo, até agora, é que o PMDB
lançará a candidatura do prefeito Bruno Siqueira a um segundo mandato. Fora
isto tudo são dúvidas, e assim continuarão nos três meses que antecedem as
convenções.
Mas, quem quer que pretenda se apresentar deve,
para não sair totalmente escalpelado da refrega, considerar alguns desafios e
riscos de ciladas. São condições e cuidados básicos:
1) Ter consciência de sua capacidade de construir
poder político para enfrentar as dificuldades e suficiente competência de
articulador para superá-las.
2) Uma considerável visão dos problemas crônicos e
circunstanciais da cidade, frente a finanças sempre na indigência.
3) Redefinição de prioridades nos setores
onde isso se revelar mais que prudente, necessário.
4) Fortalecer a política agressiva de atração de
investimentos, adotada pela atual Administração, já com resultados
visíveis.
5) Em relação aos de primeira viagem: sentir e
pesquisar bem para saber se – quem sabe? – não estão sendo lembrados apenas
para servirem de candidatos-suicidas, esses que só entram na guerra porque os
líderes não querem colocar a cara na frente, embora tivessem obrigação
partidária de enfrentar as urnas. Imitam hoje aquilo que informa o antigo
folclore do presidente Antônio Carlos: “Preparemo-nos e vão!”...
Têm sido citados para a prefeitura de Juiz de Fora
alguns nomes de pessoas bem sucedidas em seus negócios, com prestígio social,
mas totalmente desconhecidos pela política, mais ainda pelas urnas. Estão sendo
maldosamente arrancados do aconchego pelas vias da mosca azul, que os políticos
matreiros sabem muito bem como usar sobre os incautos. A mosca azul, tirada das
páginas de Machado de Assis, é um bichinho terrível. É azul com asas de ouro, e
ao picar deixa a vítima deslumbrada, sem capacidade de refletir a realidade das
coisas. É o devaneio de subir ao impossível.
Neófitos, cuidado! Não é apenas o mosquito da
dengue que está no ar.
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