terça-feira, 26 de janeiro de 2016






GUERRA AO CAIXA 2 



Um combate frontal e severo ao Caixa 2, velho alimento das campanhas eleitorais, foi anunciado pela Ordem dos Advogados do Brasil, com apoio da Conferência Nacional dos Bispos, tendo como objetivo conter o vício corruptor, com a esperança de se obter resultado já na campanha deste ano. O primeiro passo, em curso, é orientar as Seccionais para que se organizem e apresentem ideias.

No desenvolvimento desse projeto a Ordem quer atrair o apoio de entidades, empresas e também dos eleitores, pois entende, corretamente, que sem uma ampla adesão, o objetivo ficará distante e difícil, para não dizer inacessível.

A dificuldade, que esperamos seja superada, está em que o exercício do Caixa 2 se inspira e funciona como base de um pacto de interesses e de silêncio. Tanto os que vendem como os que compram se ajustam no período eleitoral. E exatamente por atender a objetivos comuns para resultados a médio e longo prazos torna-se difícil detectar o crime. Porque propriamente não há vítima. No Caixa 2 há investimento sorrateiro, que se faz com discrição, sem alarde.  Glorioso monumento ao compadrio político.  

Talvez, melhor e antes de tudo, as entidades promotoras devessem trabalhar, via Congresso Nacional, um conjunto de normas para que as campanhas eleitorais no Brasil se tornem menos custosas e dependam menos desses aportes financeiros de origem e de intenções sempre suspeitas. E que as dotações formais se façam tão claramente e dentro da lei que os candidatos e partidos possam dispensar ajudas irregulares.


Exatamente por terem substituído o conteúdo pela artificialidade, isto é, a imagem plástica do candidato na televisão e nos impressos torna-se mais importante que suas ideias e propostas, as campanhas eleitorais são mais eficientes na medida em que disponham de muito dinheiro. E porque precisam de muito dinheiro concedem mais.







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