COMEÇOU CEDO
As preocupações em relação a 2016 não esperaram
para se confirmar, mesmo que as tensões políticas tenham sido transferidas para
fevereiro, quando estarão retomando as atenções os processos de corrupção e
impeachment da presidente. Em Minas, para citar o exemplo de casa, os serviços
estão sendo cancelados e servidores dispensados em volume preocupante. No resto
do Brasil, atrasos na liberação de pagamentos e salários, o que, além dos reflexos
sociais, denuncia o risco de a máquina administrativa parar de vez.
Como fator a mais para ampliar as preocupações, vem
o caso das commodities, que sofreram o primeiro solavanco do ano, repercutindo
a retração do mercado chinês. A interdependência da economia mundial se
confirma de novo: não basta estarmos bem ou mal; dependemos também do que vai
pelo resto do mundo.
OLHO NOS CHAPAS
Os principais partidos, mas principalmente o PSB e
PMDB, começam a cuidar de um assunto que às vezes deixa arranhões, queixas e
frustrações: a elaboração das chapas de candidatos a vereador. Os dirigentes
têm de se exercitar entre interesses atendidos e aspirações recusadas, estas
muitas vezes superiores àqueles.
Os atuais vereadores são candidatos naturais à
reeleição, e os partidos lhes concedem vagas cativas nas chapas. Muitas vezes
funciona um esquema matreiro: novas candidaturas são aceitas na medida em que
possam contribuir para a legenda, isto é, as que levam determinado número de
votos capazes de ajudar os candidatos preferenciais a se elegerem, mas sem o
risco de os ”ajudantes” irem além do papel que estarão desempenhando, uma
cilada que nem sempre suas ilusões conseguem identificar a tempo.
SEM ESTOQUE
A presidente e seus ministros, se se tomar por base
o balanço do segundo semestre do ano passado, praticamente esgotaram seus
estoques de manobras e negociações políticas para superar dificuldades. Basta
lembrar que entraram em 2016 confiando seu oxigênio à perspicácia e aos poderes
do senador Renan Calheiros, que, por sua vez, também está sob a mira do juiz
Moro a da Polícia Federal. São escassos os recursos de que dispõem hoje para
uma sustentação política mínima.
Não há mais coelhos para tirar da cartola mágica.
FEVEREIRO NEGRO
A expectativa sombria vem dos Estados Unidos,
precisamente de Washington. Em fevereiro a Justiça começar a tratar dos
interesses dos investidores americanos junto à Petrobras, frente ao escândalo
da estatal, já denunciado pelos especialistas como o maior do Ocidente em todos
os tempos. O que se diz lá é que as revelações decorrentes do processo serão
algo de deixar o Brasil humilhado perante o mundo.
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