Conflito
É antigo o axioma. Nada é tão ruim que
não possa piorar. Para a crise político-econômico-financeiro-ético-moral em que
mergulhou o Brasil o que faltava eram a desavenças entre os poderes, porque, ao
se dar tal infelicidade, os brasileiros ficam sem saber a quem recorrer para
buscar rumos. É um sentimento de orfandade nacional que vai se acentuando a
cada semana.
Os ministros do Supremo Tribunal Federal trocam acusações debochadas,
rompem com o respeito mínimo que deve presidir a mais alta corte de Justiça, e
assumem decisões monocráticas que sabem estarem muito distantes do consenso.
Com isso, sentem-se à vontade para avançar sobre a autonomia dos demais
poderes, abrindo novas fendas para uma crise que já tem suficientes rombos.
Ceticismo
O ex-prefeito Tarcísio Delgado não
esconde seu desgosto com a situação política do País, ao se utilizar das redes
sociais ou nas conversas. Da mesma forma, não esconde certa decepção com o
PMDB, partido em que militou por décadas. Hoje, pelo que se sabe, permanece no
PSB, depois de um período sem filiação partidária.
Ele tem
demonstrado um alinhamento político com os que defendem o ”Fora, Temer”, e faz
o mesmo discurso dos petistas em relação ao impedimento da ex-presidente Dilma.
“Foi golpe”.
O ex-prefeito e ex-deputado, que atuou no grupo dos autênticos do antigo
PMDB, comenta seu ceticismo diante da conjuntura da política brasileira, é um
crítico à forma como o Poder Judiciário tem conduzido a análise dos casos
envolvendo políticos, e critica, ao mesmo tempo, severamente, os arroubos de
certos membros do Ministério Público Federal, sobretudo aqueles da força tarefa
da Operação Lava Jato.
Na última eleição municipal ele se empenhou na campanha do empresário
Wilson da Rezato (PSB). No segundo turno não fez opção entre os dois
finalistas, Bruno e Margarida, mas foi nela que votaram seus correligionários
mais próximos, o que a alguns permitiu a ilação de que também tenha votado na
candidata petista.
Diálogo
Quem
assistiu a uma das últimas transmissões da TV Câmara, e coincidentemente quando
ocupava a tribuna o deputado Marcus Pestana, não teve dificuldade em perceber
nele um semblante de alta preocupação com o momento nacional. O parlamentar
tucano analisou alguns aspectos da crise, sem maior preocupação em revelar
quais são os grandes culpados e pecadores, mas foi enfático ao garantir que não
há salvação além do diálogo com todos os segmentos da sociedade, os partidos e
as lideranças. Só uma ponte dialogal pode nos levar ao fim do túnel; enquanto
há túnel.
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