sexta-feira, 16 de dezembro de 2016




Conflito
 

É antigo o axioma. Nada é tão ruim que não possa piorar. Para a crise político-econômico-financeiro-ético-moral em que mergulhou o Brasil o que faltava eram a desavenças entre os poderes, porque, ao se dar tal infelicidade, os brasileiros ficam sem saber a quem recorrer para buscar rumos. É um sentimento de orfandade nacional que vai se acentuando a cada semana.

Os ministros do Supremo Tribunal Federal trocam acusações debochadas, rompem com o respeito mínimo que deve presidir a mais alta corte de Justiça, e assumem decisões monocráticas que sabem estarem muito distantes do consenso. Com isso, sentem-se à vontade para avançar sobre a autonomia dos demais poderes, abrindo novas fendas para uma crise que já tem suficientes rombos.


Ceticismo


O ex-prefeito Tarcísio Delgado não esconde seu desgosto com a situação política do País, ao se utilizar das redes sociais ou nas conversas. Da mesma forma, não esconde certa decepção com o PMDB, partido em que militou por décadas. Hoje, pelo que se sabe, permanece no PSB, depois de um período sem filiação partidária.

Ele tem demonstrado um alinhamento político com os que defendem o ”Fora, Temer”, e faz o mesmo discurso dos petistas em relação ao impedimento da ex-presidente Dilma. “Foi golpe”.

O ex-prefeito e ex-deputado, que atuou no grupo dos autênticos do antigo PMDB, comenta seu ceticismo diante da conjuntura da política brasileira, é um crítico à forma como o Poder Judiciário tem conduzido a análise dos casos envolvendo políticos, e critica, ao mesmo tempo, severamente, os arroubos de certos membros do Ministério Público Federal, sobretudo aqueles da força tarefa da Operação Lava Jato.   
  
Na última eleição municipal ele se empenhou na campanha do empresário Wilson da Rezato (PSB). No segundo turno não fez opção entre os dois finalistas, Bruno e Margarida, mas foi nela que votaram seus correligionários mais próximos, o que a alguns permitiu a ilação de que também tenha votado na candidata petista.


Diálogo



Quem assistiu a uma das últimas transmissões da TV Câmara, e coincidentemente quando ocupava a tribuna o deputado Marcus Pestana, não teve dificuldade em perceber nele um semblante de alta preocupação com o momento nacional. O parlamentar tucano analisou alguns aspectos da crise, sem maior preocupação em revelar quais são os grandes culpados e pecadores, mas foi enfático ao garantir que não há salvação além do diálogo com todos os segmentos da sociedade, os partidos e as lideranças. Só uma ponte dialogal pode nos levar ao fim do túnel; enquanto há túnel.





Nenhum comentário:

Postar um comentário