Estratégia satânica
Transcrevo, para avaliação dos
leitores. Tudo é possível. O autor é Felipe Schittini.
“Marcelo Odebrecht, presidente
licenciado da empreiteira, montou uma estratégia prodigiosa que pode livrar ele
da cadeia e mais os seus 70 diretores que também fizeram deleção premiada em
troca de penas menores ou do perdão pelos crimes da Lava Jato. Ao denunciar
mais de 200 pessoas, dos quais mais de 100 políticos, como cúmplices da sua
empresa nos atos de corrupção das estatais brasileiras, Marcelo pretende travar
o processo, pois sabe que o STF
vai demorar muito tempo para julgar os acusados.
Ora, se a principal Corte do país
precisa de anos para analisar o processo de apenas um político é de se supor
que outras dezenas de anos deverão ser necessários para que o tribunal comece a
julgar o primeiro da lista dos delatados pela Odebrecht. Desde o dia 31 de
dezembro de 2015, primeiro ano da Lava Jato, já existem na mesa de Teori
Zavascki, 7.423 processos. E em todo tribunal dormem outros 61.962. Os mais de 100 advogados da
empreiteira já entregaram a defesa dos seus executivos aos procuradores em
pendrive. Convertido em outra montanha de papeis, os processos vão se acumular
nos porões do STF.
Ao oferecer ao Ministério Público a
delação premiada de todos os diretores da sua empresa, Marcelo pretende engabelar os
procuradores que não terão como estabelecer o critério de prioridade para ir
fundo nas investigações tal a
quantidade de informações recebidas. Apelidada
de “Delação do fim do mundo”, esse processo da Odebrecht corre o risco de ficar
na gaveta do STF até prescrever e os saqueadores das empresas públicas impunes,
a exemplo de outros que estão por lá até hoje.”
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