Falta comunicar
O governo federal, que entre suas dificuldades vem
acrescentando agora certos momentos de insegurança em sua base parlamentar,
ainda não conseguiu mostrar à população a gravidade dos problemas que nos
afligem, o caos que ronda o serviço público de modo geral, a origem da
insegurança nas ruas e nas casas, sem falar no pipocar de delações na copa e
cozinha palacianas. De forma que no elenco de seus desafios inclui-se, na
primeira linha, a deficiência na comunicação. Ignoramos, quase todos, a
extensão do conjunto dos problemas.
A equipe do presidente Temer tem procurado, no máximo,
mostrar que a retomada do desenvolvimento e da empregabilidade depende de
algumas medidas impopulares, e ele próprio insiste nesse discurso, que é
verdadeiro mas insuficiente, porque nos dá ideia de que vamos melhorar com
remédios, quando o que se impõe são cirurgias profundas. Nesse sentido o
desastre dos governos mineiro e fluminense é a melhor referência.
As heranças que nos foram deixadas são de tal dimensão
e profundidade que não é suficiente dizer que o País está doente. O Brasil foi
transferido para uma UTI, de onde só poderá sair com um remédio mais
importante, a conscientização da sociedade quanto à gravidade do momento. Só o
governo, com uma política de comunicação corajosa, sem rodeios e sem
maquiagens, pode levar o povo à total compreensão do abismo que nos ameaça. A população
precisa saber que de nada adianta queimar pneus nas avenidas, depredar, muito
menos matar.
Importa neste momento, igualmente, ajudar a descobrir
caminhos. Quem se interpuser a isso estará contribuindo para o passo final rumo
àquele abismo. Precisamos buscar caminhos, advertência que serve igualmente
para os arautos do “Fora, Temer”, pois cabe a eles mostrar quem seria chamado
para o lugar desse presidente que querem ver afastado. Quem no lugar dele para
essa travessia?
Nenhum comentário:
Postar um comentário