Nada de novo?
Quando começam a surgir as primeiras especulações em torno da sucessão municipal, e com elas nomes que podem ser considerados possíveis contendores, a indagação mais frequente reside na possibilidade de algo novo; isto é, o surgimento de candidatos não vinculados a campanhas anteriores. Mesmo que tendam em suas preferências por alguns com passadas experiências eleitorais, sobrepõe-se certa curiosidade sobre o que ainda pode surgir como novidade nas decisões. Antigo assessor do ex-prefeito Custódio Mattos, que destina seus fins de semana a conversas com grupos vários, garante que a cidade tem tudo para ver estreantes na disputa, baseando-se em uma constatação pessoal: o eleitor gosta de inovar.
. No dia 4 de outubro de 2020 acontecerá o primeiro turno da futura eleição municipal. Já encerrado o prazo hábil para a transferência de domicílio eleitoral, significa que, em rigor, começamos agora a contagem regressiva para a festa da democracia, quando o eleitor é chamado a opinar sobre seu candidato a prefeito e a vereador. Trata-se de eleição singular, eis que está ligada aos interesses diretos dos cidadãos, que precisam dessas autoridades para cuidar de sua vida comunitária.
. Em Juiz de Fora, desde agora, ouvem-se especulações sobre eventuais candidaturas a prefeito. Relembrando as de melhor colocação em 2016, tirante o ex-prefeito Bruno Siqueira (MDB ), que não pode concorrer, pois já foi reeleito, há os seguintes nomes: deputada federal Margarida Salomão (PT), deputado estadual Noraldino Júnior (PSC) e o empresário Wilson Rezato (PSB). Com a ausência de Bruno, o atual prefeito, Antônio Almas (PSDB), anteriormente vice-prefeito, concluindo o mandato da chapa vitoriosa em 2016, pode pleitear novo mandato.
. Mas com o resultado que as urnas fizeram conhecer em 2018 podemos ter novos atores políticos, citados como prefeitáveis em conversas isoladas: do PSL a deputada estadual Sheila Oliveira e o deputado federal Charles Evangelista, e o deputado estadual Betão (PT). Betão não desconversa: quer disputar.
.As especulações também apontam a possibilidade de surgir nome fora do espectro político conhecido, um 'outsider', ou seja, aquele que não pertence a um partido determinado. Esse nome poderia ser de pessoa tal como: executivo de sucesso, funcionário público com notoriedade, um religioso com popularidade etc. Sempre há espaço para surpresa capaz de mudar o jogo eleitoral.
. As pesquisas de opinião começam a surgir, e servem para registrar o momento em que as tendências e simpatias acontecem. Vão constituindo uma série histórica de aferição do palpite dos cidadãos.
Noite de Memória
Em concorrida noite de autógrafos, ontem, no Museu Murilo Mendes, o ex-prefeito Tarcísio Delgado lançou “Memórias de um Candeeiro”, livro em 270 páginas onde conta a história de uma vida de 84 anos, que começou no menino pobre de Torreões. Foi a necessidade de estudar que o arrastou para a cidade, o que viria substituir antigas dificuldades vividas na zona rural por outros desafios de sobrevivência que a família teria de enfrentar.
Ao reviver os antigos tempos de Faculdade de Direito, o autor cita suas experiências profissionais no escritório de José de Castro Ferreira, que também o estimulou para a política, fazendo-o candidato a vereador em 1966. Dava os primeiros passos uma carreira política que fez dele deputado estadual e federal; e prefeito com mandatos que somados chegaram a 14 anos.
Na gestão de prefeito Tarcísio relembra a experiência dos mutirões para realizar obras nos bairros. Orgulha-se de terem sido criadas 70 frentes de mutirão. Por que isso aconteceu?,indaga, para responder logo em seguida: “Você precisa ter determinação para fazer. Tem que ter vontade, arregaçar as mangas e trabalhar com a comunidade” .
O que não foi suficiente para tornar realidade algo que tanto desejou e sonhou: a remoção dos trilhos ferroviários da zona urbana. Obra que custaria naquele tempo, como ainda hoje custa, recursos financeiros inacessíveis para o erário.
(A leitura de um livro da memorialística, mais uma vez comprovado, sempre traz novidades. Pois nesse ”Candeeiro”, que ontem mesmo li em boa parte, observo que, lidando há meio século com o autor, só agora fico sabendo que, ambos meninos, sem que nos conhecêssemos, fomos testemunhar, no Maracanã, a aquela tragédia de junho da Copa de 1950: Brasil 1 x 2 Uruguai. Ele pelas mãos de “seu” Jota Formoso, e eu arrastado pelo também generoso Tio Zezé).
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