Sempre as nuvens
Sabem todos que os fatos políticos têm a forma e a duração das nuvens.Quando se olha para o céu vê-se uma coisa, daqui a pouco tudo diferente ( famosa frase atribuída a Magalhães Pinto, mas dita muito antes por Raul Soares ). Ainda agora, quando dispara seus fogos contra o PSL, partido que liderou sua campanha no ano passado, o presidente Bolsonaro lança um jato de água fria em muitos que pretendiam aproveitar-se do mesmo curso para chegar às prefeituras em 2020. Em Juiz de Fora também, onde a legenda se verá obrigada a enrolar a bandeira ou, engolindo seco, seguir o novo rumo que o líder escolher.Sepultar também o projeto de cavalgar o atentado de 6 de setembro para chegar à prefeitura…
No cenário municipal, independentemente dos humores do presidente, as nuvens ganham contornos diferentes daqueles de meses passados. Trata-se da crescente dificuldade de PSDB e MDB, reeditando a campanha de 2016, permanecerem junto. Contribuiu para ampliar tal previsão a queixa pública do ex-prefeito Bruno Siqueira contra seu sucessor, o tucano Antônio Almas, a quem atribuidescumprimento de acordos. No desfecho, pode ser que se sintam ainda mais animados os emedebistas a partir para candidatura própria no ano que vem. Nomes não faltariam. Um deles, o vereador Antônio Aguiar.
Para que tucanos e emedebistas se distanciem em definitivo torcem e rezam, penitentes, os candidatos da oposição, que se verão levados a disputar com adversários fracionados. Nada melhor que inimigos divididos, como, aliás, também preferia Napoleão. Se a união faz a força, a divisão é anêmica.
Puxador de votos
Na eleição municipal de 2020 a candidatura a prefeito passa a ser de fundamental importância para os partidos, pois induz voto de legenda para os candidatos à vereança. Esta novidade é uma decorrência da proibição de coligação de partidos para a eleição dos vereadores; a chamada coligação proporcional não mais ocorrerá. Os partidos, além de precisarem de um esforço maior aocompor a chapa para a Câmara Municipal, com cerca de 29 candidatos, considerando-se a manutenção das atuais 19 cadeiras no caso de JF, precisarão de candidatos a prefeito para, quantitativamente, puxar votos para a legenda.
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