segunda-feira, 7 de outubro de 2019


 Partidos em falência 


As organizações partidárias de hoje, toleradas exceções que não chegam ao quinto dedo da mão, não têm mais como se apresentar como intérpretes e guardiães dos sentimentos nacionais. E nem parecem preocupadas com a falência da representação, porque pouco ou nada articulam para tentar restaurar o que se perdeu. Ao adverso, procuram aprofundar a descaracterização pela via de estranhas alianças, do que resultam, em alguns casos, corpos deformados na política, obra similar a essas cirurgias plásticas mal sucedidas que deformam antes belas atrizes. 

Perceba-se como têm se avolumado nas redes sociais propostas que advogam junto à Justiça Eleitoral a admissão de candidaturas avulsas, que independam de aprovação de convenções partidárias, com o que, aliás, sonhara o presidente Itamar Franco, ele mesmo desacorçoados ante a realidade estrutural e ideológica entre os partidos, depois de andar peregrinando por vários deles.



Novos voos 

Candidatos à prefeitura, certos, prováveis (ou os nem uma coisa nem outra, porém disponíveis), dispõem de alguns meses para dar cumprimento à primeira exigência da legislação eleitoral: a filiação partidária. Mas, sem quererem perder tempo, já vão tomando o primeiro passo para se situarem no processo. Deslocam-se de onde estavam. É o caso de Eduardo Lucas, que contaria com a simpatia do grupo político do governador. Estava no REDE e acaba de ingressar no PSC. O presidente da Santa Casa, Renato Loures, garante que não em decisões sobre seu futuro político, mas cuidou de antecipar seu desembarque do PDT, onde talvez sua jornada pudesse não ser das mais fáceis.



Uma tarefa 

O novo presidente do diretório do PSDB, Lúcio Sá Fortes, tem muito o que fazer para rearrumar o tucanato na cidade, sabendo-se que o partido tem dificuldades, certas hostilidades internas, além de um detalhe singular: tem um filiado como prefeito municipal, mas não tem vereadores… Como resultado dessa singularidade, sua gestão certamente terá de enfrentar uma corrida de candidatos à Câmara. Os novatos se sentirão estimulados a disputar, pois os grandes adversários são os vereadores que buscam a releição e, estando na cadeira, gozam de grande vantagem.



O contraste 

Não há quem desconheça: os partidos políticos sempre enfrentaram imensas dificuldades na elaboração de chapas de candidatos a vereador, diante do dispositivos de lei que exige nelas um mínimo de 30% de mulheres. Tradicionalmente desinteressadas, muitas vezes as convenções são obrigadas a se recorrer a artifícios, como as “laranjas”, que permitem a inclusão de seus nomes - candidatas pró-forma - que não disputam e se contentam com algum benefício compensatório.
Interessante notar que se desde agora começam a garimpar nomes de mulheres para a vereança, os partidos, ao contrário, podem dispor de fartura feminina quando forem escolher candidatos à prefeitura. Por hora já são quatro: as delegadas Sheila e Ione, a deputada Margarida Salomão e a vereadora Ana do Padre Frederico.


Um comentário:

  1. Melhor seria, como era depois de Figueiredo: dois partidos somente. E para acomodar nos dias atuais, candidaturas avulsas.
    Mas para isso, Bolsonaro teria que acabar com a farra dos inúmeros partidos de aluguel...

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