Os problemas políticos não dão trégua à presidente Dilma. Alguns chegam com a maldade de não lhe permitirem condições de enfrentá-los e sair vencedora, como se dá neste momento com a nova carga sobre o ministro Fernando Pimentel. Acusado de se beneficiar de concorrência fraudulenta, quando prefeito de Belo Horizonte, Pimentel apanha agora da Procuradoria-Geral da República, que confirma o fundamento da acusação e recomenda que ele seja processado.
Se não encontrar alternativa e tiver de pedir o cargo ao ministro, que é seu favorito, a presidente sentirá o abalo.
Questão de
reciprocidade
No fim de semana circulava nos meios políticos de Belo Horizonte algo que não chega a ser surpresa, mas tem tudo para apimentar o quadro sucessório em Juiz de Fora. O PT esperou avançar nas negociações de apoio ao PSB na reeleição do prefeito Sérgio Lacerda, para cobrar reciprocidade em municípios considerados estratégicos. Além de Juiz de Fora, Uberlândia, Betim e Contagem são os colégios eleitorais em que será cobrada a ajuda dos socialistas.
Quanto ao acerto local, admite-se que, desistindo o PSB da candidatura própria, o PT seria mesmo o seu caminho natural.
Aliados avaliam
eleição na Mata
O PSDB e os partidos que a ele se aliarem pretendem centralizar em Juiz de Fora, pelo menos na fase que antecede a realização das convenções, o trabalho de avaliação conjunta do processo eleitoral na região. O primeiro encontro com esse objetivo acaba de ser realizado, com a presença do presidente estadual do PSDB, deputado Marcus Pestana, do presidente do diretório municipal, vereador José Laerte e dos presidentes dos diretórios municipais do PPS e do PV, Antônio Jorge Marques e Sidnei Scalioni.
A expectativa é que os três partidos caminhem juntos na maioria das cidades.
Lixo que incomoda
Simão Pereira
A Assembleia mineira dedica sua audiência pública de hoje à tarde ao problema da usina de lixo de Simão Pereira, a 500 metros da BR 040, que as empresas Ecofire Incineração e Truscher Serviços de Esterilização prometem colocar em funcionamento até o final do mês. O vereador Gílson Chapinotti propôs essa audiência, e garante que a usina tem irregularidades capazes de afetar o meio ambiente em vasta região, o que leve ambientalistas de Juiz de Fora a também participar dos trabalhos. O empreendimento já foi vetado e depois liberado pela Justiça.
Afora as questões ambientais, há uma denúncia que amplia a preocupação dos deputados: a usina é um estorvo para o estado do Rio, o que levou as empresas a apostar na tolerância de Minas.
Eleição impede
profissionais
Até agosto, a Justiça Eleitoral vai exigir que estejam fora de suas atividades os profissionais locutores e apresentadores de rádio e televisão que pretendem disputar em outubro. Essa exigência sempre encontrou quem a conteste, porque impede o exercício de determinada atividade da qual os candidatos tiram seu sustento, o que, contudo, não se exige de médicos, dentistas, engenheiros, advogados e jornalistas.
O argumento é que os profissionais impedidos podem se comunicar com o grande público eleitor. Mas a comunicação com objetivo eleitoral pode se dar em qualquer outro campo de atividade.
Suor nas filas
das agências
Há meses está entre as prioridades do programa municipal da promoção dos idosos premiar os bancos que não exigem deles longas e dolorosas esperas nas fila das agências. O jeito é premiar os bons, porque não há como castigar os maus.
Conhece-se em Juiz de Fora o caso do cidadão que, tendo se sacrificado mais de 15 minutos em fila, moveu nada menos de 16 ações contra bancos, e perdeu todas. Queria indenização por danos, mas a Justiça decidiu que ele sofreu apenas desconforto.
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De Memória
Eleitor fantasma
O eleitor fantasma, aquele que vota sem que ninguém saiba de onde veio, é personagem de velhas histórias políticas, que tiveram como cenário não apenas os grotões, mas também grandes cidades. Na década de 60, quando Israel Pinheiro foi eleito governador de oposição em Minas, houve denúncia, nunca suficientemente comprovada, de que políticos que apoiavam a ditadura estariam ”importando” eleitores do estado do Rio. Mas, ainda que fosse verdade, a vitória de Israel foi ampla, e não haveria fantasma que a impedisse.
Naquela e em outra eleições desconfiava-se dos municípios próximos à divisa. Em setembro de 1997 o TRE decidiu recontar os eleitores. E começou por Coronel Pacheco, onde os números davam para desconfiar: eram 3.006 habitantes e 2.490 ”eleitores”.
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(( publicado na edição desta segunda-feira do TER NOTÍCIAS ))
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