quinta-feira, 8 de março de 2012

O voto da fé e da internet

Os especialistas têm chamado a atenção dos partidos e dos candidatos que serão por eles lançados, sobre dois aspectos que não podem passar despercebidos, pelo potencial decisivo que incorporam. O primeiro é a internet como instrumento de propagação de ideias, fenômeno já sensível na eleição de 2010. É o que certamente voltará a ocorrer.
Mas na linha dos grandes pesos, outro desafio para ser encarado pelos partidos e marqueteiros é o voto evangélico, e para tanto há um dado bem recente: na eleição anterior às igrejas foram apresentados 32 candidatos a deputado, elegendo-se 75%. Comparando com o PT: 334 candidatos e 26% eleitos. Vê-se, pois, a força de comando com base na exploração da fé.
O apelo que se faz ao voto do crente é em nome de Deus, e não acompanhar a orientação do pastor seria, por muitos, uma blasfêmia.



Tudo como antes

A Comissão de Justiça do Senado conseguiu reverter ao nada as recentes e custosas conquistas para que chegássemos ao mínimo necessário no instituto da fidelidade partidária. A proposta é que o parlamentar não vai perder o mandato quando ocorrer fusão ou incorporação de partidos; quando se criar novo partido e a ele pretender filiar-se o deputado ou senador; no caso de ”mudança substancial” ou desvio no programa partidário ou, ainda, quando o parlamentar se julgar vítima de discriminação pessoal. Como logo se sente, ideia de José Sarney...
Trocando em miúdos: não há mais necessidade de fidelidade, e o pouco que havia vai para o espaço. O que é mais grave, quando se tem definido pelo Supremo Tribunal Federal que o mandato de um deputado ou senador pertence aos partidos, que já agonizavam, agora vão lhes tirar os poucos tubos que os mantinham vivos.



Solução pela metade

Outra meia decisão no campo da reforma política foi proposta pela comissão especial que vem tratando da matéria: a suplência de senador, que devia ser extinta pura e simplesmente, ficará restrita a apenas um suplente, que assumirá temporariamente nos impedimentos do titular. Mas, se ocorrer a vacância em definitivo, a bancada do estado fica reduzida a apenas duas cadeiras até a eleição seguinte, estadual ou nacional, quando se elegerá novo senador para completar o período interrompido. Um exemplo com base em caso mais recente: com o falecimento de Itamar Franco em pleno exercício do mandato, a vaga aberta seria preenchida em outubro próximo.
A proposta pode ter valor pelo que significa um passo à frente rumo à eliminação da suplência de senador, mas ela ofende um dos dispositivos republicanos mais antigos, que garante três senadores permanentes para cada estado.



Cármen e o voto feminino

Já com sua posse na presidência do Tribunal Superior Eleitoral marcada para abril, quando estará completando 58 anos, a ministra Cármen Lúcia lembra que, 80 anos depois de conquistar o direito de votar, à mulher ainda cabe um papel mais relevante na política brasileira. Ela representa hoje 52% da população, mas sua participação nas decisões está muito aquém, lembrou a ministra, que vai dirigir o TSE nos próximos dois anos.



Noiva do momento

O que se observa, cada dia com maior segurança, é que o PSB tornou-se a noiva cobiçada tanto pelo PSDB quanto pelo PT. A preliminar do relacionamento maior, a presidência da República, são as eleições municipais de 2012. Entretanto, o PSB não terá como viver por muito tempo essa dualidade. Vai precisar tomar posição, por mais dolorosa que seja a escolha. Caso não opte por um dos dois partidos que o cobiçam, i viverá um comportamento dúbio com o comprometimento de seu futuro. O papel de principal partido coadjuvante no poder já está ocupado pelo PMDB; não ficaria bem para o PSB aspirar disputa tão desconfortável.


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Comentário nas hostes do PSB da cidade:

AÉCIO ESTÁ PREDESTINADO AO PODER DA REPÚBLICA, DIRIA ITAMAR FRANCO. PARECE QUE OS FATOS CONTRIBUEM PARA A FALA PREMONITÓRIA DO FALECIDO POLÍTICO JUIZ-FORANO. UM DELES É A CANDIDATURA de SERRA A PREFEITO DE S. PAULO.

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De memória


Velha promessa

Há quarenta anos, nesses primeiros dias de março, o governo federal prometia ao Instituto Histórico e Geográfico de Juiz de Fora o tombamento, como patrimônio nacional, dos pontos originais da velha União e Indústria, inaugurada em junho de 1861 por Dom Pedro II. A relação havia sido organizada pelo professor Wilson de Lima Bastos. O assunto caiu no esquecimento, exceção para a ponte de Santana, em Alberto Torres, que foi restaurada. Mas são do mesmo tempo a ponte das Garças, em Três Rios, a Estação de Paraibuna, em Comendador Levy Gasparian, que é a mais antiga e precedeu a estrada, pois servia para a troca das mulas das diligências. De toda a obra remanescente, a de melhor conservação é o chalé de estilo francês, onde está o Museu Rodoviário.

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(( publicado na edição desta sexta-feira do TER NOTÍCIAS ))

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