(( publicada também na edição desta terça-feira do FOLHA JF ))
segunda-feira, 29 de abril de 2013
Vagas bem distribuídas
O ex-prefeito Custódio Mattos foi eleito para integrar o novo diretório estadual do PSDB, ao lado de outros três ex-presidentes – Danilo de Castro, Geraldo Sobrinho e Pimenta da Veiga. Esse diretório, presidido pelo deputado Marcus Pestana, é resultado de um projeto que pretendeu agrupar todas as representações do partido, a começar por acatar decisão do comando nacional de garantir cota às mulheres: 35 delas estão no diretório mineiro. Trinta prefeitos, além de todos os deputados tucanos, também estão participando, de um total de 105 membros.
Ontem, Pestana dizia que o partido quer ter um grande desempenho na Zona da Mata, a partir de Juiz de Fora, como também pretende ampliar conversações com os grandes aliados, como o secretário de estado da Saúde, Antônio Jorge, do MD.
PT vem com
Pimentel
O Partido dos Trabalhadores fixou o mês de maio para intensificar a pré-campanha do ministro Fernando Pimentel ao governo do estado, e o plano inicial é levá-lo a todo o interior. É quase certo que o roteiro de viagem comece por Juiz de Fora, em data a ser estudada com a deputada Margarida Salomão.
Os gargalos
de sempre
Chegando aos 120 dias inaugurais de sua gestão, o prefeito Bruno deve perceber que, acima dos compromissos financeiros transferidos, os dois problemas mais graves que herdou, e que já vinham sendo herdados pelos antecessores recentes, são as deficiências da saúde e o trânsito confuso. Porque, mais que outros desafios, na saúde e na mobilidade urbana os recursos sempre estão aquém das demandas.
Vale o registro: são os dois problemas que mais afetam igualmente a capital e as dez principais cidades do estado.
Remoção
de nomes
Está para ser votado na Assembleia o projeto que proíbe que aos próprios públicos seja dado de nome de quem praticou ou ajudou a praticar tortura durante o regime militar. Como se revela tarefa difícil identificar os torturadores, a propositura pode acabar alterada, de forma que a pretendida proibição se estenda a todos os logradouros de Minas que tenham sido batizados com nomes de personalidades ligadas aos governos militares, bem como a alteração dos nomes já existentes.
Em Juiz de Fora, onde a mudança atingiria a Avenida Costa e Silva e a Praça Presidente Médici, a Câmara Municipal chegou a ensaiar algo parecido, mas acabou desistindo.
Coronel Adelmir
sepultado hoje
O coronel Adelmir Romualdo, ex-presidente do diretório municipal do PMDB, será sepultado nesta terça-feira, às 11h, no Parque da Saudade, onde o corpo é velado desde a tarde de ontem. Ele estava internado no hospital da Asconcer, depois de uma luta longa contra o câncer.
Já padecendo da doença, ele teve atuação destacada na campanha do partido no ano passado. Durante seis meses dedicou-se ao projeto de levar o PMDB a ter candidato próprio à prefeitura, e foi importante na aprovação, pelo diretório, da candidatura de Bruno Siqueira. “Foi a vitória da obstinação, do amor e do respeito aos ideais do PMDB. Uma luta incansável pela ética e fidelidade partidária”, disse ele, em outubro passado, ao agradecer o apoio dado pelo eleitorado majoritário da cidade.
Na vida militar, com toda a carreira dedicada à PM, o coronel foi comandante da 4a. RPM, o mais alto posto regional.
Saulo e o perfil
dos mineiros
Outro que desce à sepultura hoje, no interior de São Paulo, é o ex-ministro Saulo Ramos, 83, que passou a vida defendendo José Sarney, mas se redimiu ao escrever o excelente “Código da Vida”, onde analisou uma peculiaridade do político mineiro, que ele tinha na conta de alta inteligência. Lê-se na página 88 de seu livro:
“O mineiro diz, mas não diz exatamente o que quer dizer. De tal forma, que somos levados a afirmar que disse. A ciência está em aferir o que o mineiro não diz quando está dizendo, e entender a outra coisa que está querendo que você saiba.”
Conflito
inevitável
Observou e escreveu um habitual leitor da coluna:
“O Brasil, no que tange à política, tem sempre fatos novos para a crônica diária da imprensa. O conflito recente entre Supremo Tribunal Federal e a Câmara fornece assunto suficiente para longo debate. Em verdade, quando iniciativa do parlamento pretende invadir o âmbito das prerrogativas constitucionais da mais alta corte do País não há como evitar o conflito”.
Segurança
e uma ideia
Pode ser que o governo dê atenção, ainda este ano, a uma sugestão levada no ano passado a Brasília pelos secretários das áreas de segurança pública, entre eles o mineiro Lafayette Andrada, para quem as questões ligadas ao policiamento estadual deviam ter o mesmo tratamento que a Constituição confere à educação e à saúde; isto é, sólidos recursos orçamentários e verbas carimbadas. Lafayette, que defendeu a ideia, lembrava na ocasião que a segurança é hoje uma pauta privilegiada da população.
Aliança só
dentro da lei
Dezoito meses antes da eleição, alguns partidos começam a colocar como preocupação as possíveis alianças com que pretendem eleger seus candidatos, e nem por isso dão maior importância ao que a legislação eleitoral exige para que tenham validade os acordos. No ano passado, Anis José Leão, considerado em Minas grande autoridade em Código Eleitoral, já tinha críticas sobre o procedimento de partidos no estado, vendo como equívoco a chamada “aliança informal”.
Ele ensinava que as exigências para qualquer projeto aliancista estão bem definidas e não comportam a faixa da informalidade. Porque “ aliança é o mesmo que coligação. E coligação, de direito, é tema que o artigo 6º da Lei 9.504/97 disciplina claramente”, a começar pelo fato de que tem de ser aprovada em convenção pelos partidos participantes.
Mais força
na base
A base política do prefeito Bruno pode ser ampliada proximamente com a chegada do PR, onde uma corrente vem considerando essa possibilidade. Assunto para ser tratado com o ex-deputado Edmar Moreira, que na semana passada informava não estar essa questão na agenda para definição imediata.
Na eleição de outubro o PR estava praticamente acertado para dar apoio a Bruno, mas foi instado pelo governo do estado a ficar com a candidatura de Custódio.
domingo, 28 de abril de 2013
Radiografia da criminalidade
Titular de Vara Criminal e observador da gênese da violência urbana, o juiz José Armando da Silveira identifica três fatores que têm contribuído para aumentar a criminalidade em Juiz de Fora; fatores que são graves em si mesmos, mas preocupantes também pelo fato de se darem simultaneamente. O primeiro é o aumento populacional, que ele calcula em torno de 700 mil habitantes. O segundo fator é de natureza geográfica, que coloca a cidade num ponto favorável para o suprimento de drogas a três grandes centros consumidores – Rio, S. Paulo e Belo Horizonte.
O terceiro fator, o juiz acredita ser mais modismo que propriamente fenômeno social. É a guerra entre as gangues dos bairros. Neste ponto, então, o problema se subdivide em três constatações: a disputa pelos pontos de tráfico, hoje mais atuantes que os pontos do jogo de bicho; a predominância de um sinistro código de honra entre traficantes, e os que roubam e matam para sustentar o vício das drogas.
Na elaboração de uma estatística sobre a criminalidade em Juiz de Fora, doutor José Armando considera, com base nos processos que vão à sua mesa, que 40% dos casos estão ligados diretamente ao tráfico de drogas; outros 40% creditam-se às disputas entre gangues nos bairros; os restantes 20% seriam dos homicídios que poderiam ser chamados de “esperados”, embora indesejados. São os crimes resultantes do próprio crescimento da cidade, com suas tensões e os estresses do cotidiano.
Tem lembrado o juiz, nas entrevistas e palestras em que figura como convidado, que, se esses problemas intranquilizam a cidade, afetam igualmente a Justiça, a começar porque funcionam seis Varas Criminais e a comarca tem necessidade de 12.
O fim da
reeleição?
Não por falta de um bom assunto que a semana passaria morna, graças ao senador Aécio Neves, que desengavetou a velha discussão sobre a conveniência de se cassar ao presidente, governadores e prefeitos o direito à reeleição, prerrogativa que se reconheceria apenas aos agentes do Legislativo. Mesmo que logo depois Aécio tenha reconsiderado a oportunidade de o tema prosperar de imediato, ficou no ar a alternativa geralmente aceita: os executivos não se reelegeriam, mas teriam mandato ampliado de quatro para cinco anos.
O que se tem percebido, desde a experiência com Fernando Henrique, é que o instituto da reeleição trouxe mais problemas que virtudes, estas raríssimas, como a desejável continuidade administrativa. Entre os males é que, no começo do primeiro mandato, presidente, governadores e prefeitos já começam a trabalhar para ganhar o mandato seguinte, quase sempre condenado a ser pouco criativo e insosso. E nisso vai uma avalancha de concessões, favores e tolerâncias.
Um mandato de cinco anos é o suficiente.
Pestana fica
no comando
O deputado Marcus Pestana foi reeleito, no sábado, para a presidência do diretório estadual do PSDB, com mandato de dois anos, o que significa que caberá a ele conduzir o partido na eleição do próximo ano. Sua recondução não causou surpresa; já era esperada, como resultado de consenso.
Mesmo apontado como uma das opções dos tucanos para disputar o governo de Minas em 2014, Pestana tem entre suas tarefas administrar o apelo do senador Aécio Neves para que o partido não precipite disputas internas com vistas à sucessão de Anastasia.
Minas satisfaz
plano de Marina
Em sua passagem por Belo Horizonte, no fim de semana, a ex-senadora Marina Silva considerou bom o resultado de sua primeira incursão em Minas para obter adesões ao seu novo partido, o Rede da Sustentabilidade. Já conseguiu 17 mil assinaturas de mineiros, das quais 3 mil obtidas em Juiz de Fora.
A previsão dela é que ainda no primeiro semestre atinja 500 mil assinaturas.
Campanha em
duas etapas
Dados de hoje conferem à presidente Dilma condições favoráveis para ganhar um segundo mandato, a começar pela importância da força da máquina de poder, que ela controla. Mas nem por isso devem ser desconsiderados os sinais do cerco que a oposição procura construir, tomando por base a abertura de frentes que teriam como objetivo forçá-la a disputar no segundo turno, e para isso contribuiria a pluralidade das candidaturas de oposição, com Aécio Neves, Eduardo Campos e Marina Silva.
Não é fácil, mas também não é impossível.
Os gargalos
de sempre
Chegando aos 120 dias inaugurais de sua gestão, o prefeito Bruno deve perceber que, acima dos compromissos financeiros transferidos, os dois problemas mais graves que herdou, e que já vinham sendo herdados pelos antecessores recentes, são as deficiências da saúde e o trânsito confuso. Porque, mais que outros desafios, na saúde e na mobilidade urbana os recursos sempre estão aquém das demandas.
Vale o registro: são os dois problemas que mais afetam igualmente a capital e as dez principais cidades do estado.
O desafio
dos ausentes
Estava escrito que não assustava os eleitores ausentes dos três últimos pleitos o prazo final de 24 horas dado pela Justiça para que regularizassem sua situação nos cartórios. De fato, no balanço final constatou-se que 1,2 milhão continuam devedores.
Já se sabe que os principais partidos políticos vão entrar em cena para propor vasta anistia. É um belo contingente de votos que não pode ser banido das urnas de 2014.
Experiência
necessária
Os embates travados entre o Congresso e o Supremo Tribunal, que medem forças e competências, passaram a inibir debates importantes, um dos quais proposto pelo senador Aloysio Nunes, que quer transformar em majoritária a atual eleição proporcional dos vereadores, em municípios com mais de 200 mil eleitores, como o caso de Juiz de Fora.
Diante das dúvidas em relação a uma reforma eleitoral mais profunda, o senador propõe que, já em 2016, sejam eleitos os vereadores mais votados, independentemente das tramas montadas pelas coligações. Os resultados de tal experiência com os vereadores contribuiriam para uma avaliação da representação política. Primeiro, no município; depois, se for o caso, na próxima composição da Câmara dos Deputados.
A razão em
mão dupla
Quando vê deflagrada a greve dos médicos, o prefeito Bruno poderia se valer do que disse seu antecessor, Custódio Mattos, em 4 de maio de 2011, quando enfrentava o mesmo problema. Em um ato público, ao analisar a paralisação dos médicos, o ex-prefeito confessou: “Eles têm toda razão, estão certos. Os salários são injustos, mas a prefeitura não tem dinheiro para torná-los justos”.
(( publicado também na edição desta segunda-feira do FOLHA JF ))
quinta-feira, 25 de abril de 2013
Os eleitores sem interesse
Ontem, prazo fatal para que os ausentes nos três últimos pleitos acertassem sua vida com a Justiça, o Tribunal Superior Eleitoral informava que nada menos de 1,4 milhão não haviam procurado os cartórios. É claro que em 24 horas essa multidão não procuraria se ajustar, depois de quatro meses para a regularização, sob ameaça de título cancelado, entre outras dificuldades. A grande maioria continua não dando bolas para ameaças.
Ideal que não se tentasse resolver esse problema com aplicação de multas e restrições. Quem sabe os faltosos estão manifestando, com sua ausência, um veto aos maus políticos ou aos que, não sendo corruptos, são incapazes de fazer este País melhor?
Símbolo mais que adequado
Nestas últimas horas,quando os contribuintes estão correndo atrás de contadores, para fechar as declarações do imposto de renda, sobreviventes no País que detém a segunda entre as cargas tributárias mais pesadas do mundo, vale lembrar o que disse o jurista Miguel Reale sobre o leão, que simboliza o IR:
“A maior prova do estado catatônico em que mergulhou a sociedade brasileira é o próprio fato de aceitar como símbolo do Fisco Federal o rei das feras, aquele que reserva para si mesmo, sem a menor cerimônia, o naco mais suculento na mais injusta divisão”.
PR mais atuante
O deputado suplente Edmar Moreira, que comanda o PR em Juiz de Fora, tem plano de agilizar o partido e sua comissão provisória municipal. Ontem na cidade, ele confirmou essa disposição, mas ainda sem ter dados sobre a conduta que se adotará em relação à administração municipal. O que tem como decidido é que em 2014 disputará sua volta à Câmara, onde já esteve por vinte anos.
Mas, antes disso, na cabeça da suplência de sua coligação, Edmar pode retornar à Câmara, como resultado de convite a um titular para fazer parte no governo.
Denúncia para ser apurada
O Centro de Defesa dos Direitos Humanos da Arquidiocese de Juiz de Fora recebeu denúncia, desde ontem em análise no Escritório Jurídico de Direitos Humanos, sobre a situação em que se encontra o HPS.
O texto analisado diz, entre outras preocupações, o seguinte: “ O que acontece no Hospital Pronto Socorro se tornou verdadeiro absurdo: falta de estrutura, camas enferrujadas, médicos fazendo procedimentos em pacientes juntos uns dos outros, e presos com problemas psiquiátricos se revezando nas camas”.
Cusparada na sociedade
Jornais de ontem mostraram uma cena que está gritando por reação, antes que a política perca o que lhe resta de pudor e o pouco que ainda tem na capacidade de indignar-se. Trata-se da foto em que os deputados José Genoíno e João Paulo Cunha votam com a PEC que tem propósito de limitar poderes ou atribuições do Supremo Tribunal Federal. Como aceitar que contra a Corte votem dois deputados por ela condenados como corruptos?
Se continuarem como membros do Congresso já é um espanto, o que dizer da audácia de legislar contra o Tribunal que os mandou para a cadeia?
Medo que surpreende
Já se detectou que na montagem de seu esquema para dificultar a criação de novos partidos o governo esforça-se para impedir que a ex-senador Marina Silva levante voos mais altos com o seu Rede da Sustentabilidade. O que ainda não teria sido possível identificar é onde os assessores políticos da presidente Dilma veem tanto perigo. A própria Marina se surpreende.
Talvez a preocupação esteja na certeza de que, sendo muitos os partidos disputando a presidência da República, dona Dilma vê caminhando rumo ao brejo seu projeto de se reeleger no primeiro turno.
PSDB incensa Marina
O PSDB acredita que seu candidato à presidência, sendo ou não Aécio, vai se beneficiar, se com esse mesmo objetivo forem várias as opções para o eleitorado em 2014, pois admite que a divisão de votos prejudica mais a candidatura de Dilma, antes de qualquer outra.
Em Minas, a ideia de uma disputa plural começou a ser defendida pelo presidente tucano, Marcus Pestana, e vem encontrando manifestações simpáticas.
No comando do tucanato
Na convenção estadual, que instala amanhã às 9h, na Assembleia, o PSDB vai ouvir o senador Aécio Neves anunciar que em maio será eleito presidente nacional do partido, o que muitos de seus correligionários entendem como ponto de partida para disputar a presidência da República. Diante dos 1.500 convencionais esperados em Belo Horizonte, o senador dirá também que começará agora, sem prazo para terminar,uma caminhada por todo o País, a fim de promover diálogo nacional sobre o futuro da sociedade brasileira.
Para a sistematização
Criada há mais de dois anos, a Comissão do TSE para propor nova sistematização do Código Eleitoral realizou as primeiras audiências, mais faltou concluir muita coisa, mesmo com a expectativa de que as propostas têm de estar prontas para a eleição presidencial de 2014. São muitas as ideias, e uma delas, entre as que precisam de aprovação imediata, é a que trata de critérios e controle das pesquisas eleitorais, que, divulgadas até horas antes das eleições, influenciam os votos mais vulneráveis e inseguros. O Brasil figura entre as poucas democracias ocidentais em que essas pesquisas gozam de total liberalidade.
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quarta-feira, 24 de abril de 2013
Futuro do MD ainda incerto
Há duas frentes, originárias do PPS e do PMN, que estão cuidando de se situar em relação ao Mobilização Democrática, que resultou da fusão daqueles dois partidos. Quanto ao PPS, seu secretário, o ex-vereador Marcos Pinto, segue neste fim de semana para Belo Horizonte, onde terá reunião com o comando estadual e traçar providências para que a fusão se opere no município.
Quanto ao PMN, o vereador Isauro Calais tem presidido reuniões de militantes e colaboradores, com o objetivo de estudar o rumo a ser tomado pelo grupo, o que também significa definir sua candidatura a deputado estadual em 2014. Indagado sobre ficar no MD ou ingressar em outro partido, ele diz que esta é a principal interrogação do momento, mas, em princípio, não o atrai a ideia de se transferir para uma das grandes siglas.
Sem as bases
O PMN de Juiz de Fora se ressentiu, assim como muitos outros diretórios, da forma como se processa a fusão com o PPS. Não houve consulta aos diretórios, nem mesmo aos deputados, o que serviu para confirmar, mais uma vez, que a organização partidária brasileira tem como seu maior pecado o fato de não conferir um mínimo de importância às bases. Todas as decisões foram tomadas apenas em Brasília.
O vereador Calais, que analisou a fusão em discurso na Câmara, comunicou sua estranheza à direção nacional do PMN.
Tucanos se
mobilizam
Esta quinta-feira está movimentada para os tucanos mineiros. Nos principais municípios do interior, onde os diretórios estão em pleno funcionamento, há um trabalho de mobilização dos delegados eleitores para que estejam em Belo Horizonte no sábado, quando o partido se reúne em convenção regional.
De Juiz de Fora tinha-se, ontem, assegurada a presença de cinco eleitores, mas a delegação pode ser ampliada, depois de ser confirmado que o deputado Marcus Pestana será reconduzido à presidência do partido.
Queixa contra
as omissões
Para aproveitar a mobilização tucana, as militantes do PSDB Mulher vão se reunir na Assembleia, no mesmo dia, a partir de 14h, para debater a situação da violência contra a população feminina no Brasil e “apurar denúncias de omissão por parte do poder público com relação à aplicação de instrumentos instituídos em lei para proteger as mulheres em situação de violência”.
Elas querem oferecer subsídios à CPI que vem se dedicando a avaliar a extensão desse problema.
Importante
é o veto
Desdobramento de uma nota publicada ontem, estranhando o silêncio da comunidade técnica em relação à proposta de alteração dos dispositivos de ocupação do solo e edificações, uma discussão que vem se restringindo apenas aos vereadores. Alguns engenheiros, poucos mas influentes, prometem sugerir ao prefeito que vete qualquer ou quaisquer interferências que agridam os interesses coletivos.
União também
é responsável
Nas capitais e em grandes cidades os professores estão mobilizados para cobrar o piso salarial, que lhes é devido por justiça e indiscutível merecimento. Mas é preciso que a cobrança se estenda ao governo federal. Nos oito anos de Lula e nos dois da presidente Dilma não se tomou conhecimento do benefício. Nos três meses dos novos prefeitos o piso deve ser cobrado, mas com uma dose de tolerância com os que acabam de assumir.
PMDB atento ao
plano de Lula
O PMDB esperava que seu posicionamento em relação à campanha pelo governo de Minas se orientasse, basicamente, pelos interesses internos; quando muito, preparado para sofrer o impacto do projeto presidencial do senador Aécio Neves. Mas acabou surpreendido pela decisão do ex-presidente Lula de desembarcar aqui, trazendo no bolso o projeto de filiar ao partido o empresário Josué Alencar, de olho em duas possibilidades, para definição em um passo seguinte. Josué seria candidato ao Senado ou a vice-governador na chapa de Fernando Pimentel.
Na defensiva
Diante dessa novidade, o PMDB se coloca na defensiva. Com a incursão do ex-presidente, que é suficientemente forte para não ser desconsiderado, o propósito é esperar que ele dê o próximo passo e mostre onde realmente quer situar seu projeto.
O partido vinha caminhando para desembocar em dois projetos simultâneos: Clésio Andrade candidato a governador e Hélio Costa para o Senado. Devem estar aguardando que Lula ponha na mesa suas próximas cartas, e ver que estratégia deve ser adotada.
Um projeto antigo
Sobre Clésio e o Palácio da Liberdade, diga-se que se trata de um projeto antigo, como se publicou na coluna em janeiro de 2011. “Com a morte do senador Eliseu Resende criou-se o primeiro fato-surpresa para a política mineira. O suplente é Clésio Andrade, e por isso desde agora, sob os holofotes da mídia, é candidato certo em 2014 à sucessão de Anastasia, que estará impedido de disputar uma nova reeleição. Clésio foi vice-governador no primeiro mandato de Aécio, já tentou disputar o governo e com quatro anos para executar seu projeto, é evidente que não deixará escapar a oportunidade”.
Nos mapas
os culpados
Finda a temporada das grandes chuvas, como as que se abateram sobre a região serrana do Rio, o discurso repetitivo dos governantes versa sobre a necessidade de mapeamento de áreas de risco, como primeiro passo. É o que desrespeita a memória nacional, e, antes, agride as famílias enlutadas. Porque os mapeamentos já existem há anos, não apenas nas áreas fluminenses, mas em quase todo o País.
(No caso de Juiz de Fora, para se tomar o exemplo do mapa local: em 1985 já se conhecia o traçado detalhado dos bairros mais vulneráveis, como Jardim Natal, Linhares, Furtado de Menezes, Retiro e JK).
Para que os culpados não fiquem escondidos: nos dois últimos anos foram aplicados apenas 30% dos recursos federais destinados a esse fim.
(( publicado também na edição desta quinta-feira do FOLHA JF)
terça-feira, 23 de abril de 2013
O risco e a advertência
Não tem cabimento ficar apenas sujeita à Câmara Municipal a proposta de mudança nos textos que tratam da ocupação do solo e edificações, porque é matéria que transcende interesses imediatos e empresariais. Toda a comunidade tem de tomar parte.
As discussões entre vereadores – por que apenas entre eles? - precisam considerar que a realidade urbana impõe que as construções se façam menos na verticalidade. Principalmente o centro da cidade já chegou ao ponto máximo para tolerar o adensamento. Em muitas ruas o sol já não bate nem venta, o que significa viver, alternadamente, com muito frio e muito calor.
A primeira responsabilidade de interferir nessa questão cabe ao Clube de Engenharia e ao Instituto dos Arquitetos. Logo depois, mas não menos importante, cabe a todas as entidades de representação comunitária.
E aos vereadores, o que cabe? Cabe votar de acordo com o interesse coletivo, sem cederem aos interesses empresariais.
Começo de
conversa
O PMDB já abriu conversações sobre os rumos que o diretório municipal deve tomar em 2014, com uma série de preliminares que serão tratadas objetivamente a partir do segundo semestre, que se aproxima. O assunto tem prosperado nas reuniões das segundas-feiras, mas ainda não envolvem diretamente o prefeito.
Em relação a Bruno, o partido terá de observar um detalhe importante: não se pode cobrar dele posições imediatas e preferências antecipadas em relação a candidatos, porque isso conduziria a dificuldades para a administração.
PPS já estuda
o rito da fusão
No sábado, em Belo Horizonte, vai se realizar uma reunião de representantes do PPS, para uma primeira discussão sobre a fusão com o PMN, da qual resultou o Mobilização Democrática. O diretório municipal será representado pelo secretário Marcos Pinto, que poderá trazer, já na próxima semana, uma relação das primeiras providências para que o processo de fusão se estenda à cidade.
Uma primeira
dificuldade
Em Minas, talvez mais que em outros estados, a criação do Mobilização Democrática nasce com uma dúvida. Se realmente o novo partido foi criado para dar sustentação ao projeto presidencial do governador Eduardo Campos, do Pernambuco, aqui a dificuldade logo despontará, porque os planos mineiros estão voltados para um projeto idêntico, mas com Aécio Neves no centro.
Quem chega
e quem sai
Quando se fala sobre o futuro imediato do MD em Juiz de Fora a primeira indagação se refere ao prazo que será dado para filiação dos que vão aderir e de quem, estando no PPS ou no PMN, pretende sair. Aos que têm planos de disputar em 2014 dá-se prazo de 30 dias para a nova filiação, contados a partir da data da homologação do novo partido. Seria o caso do vereador Isauro Calais, candidato a deputado estadual, que pode se transferir para o PMDB.
PT cercando os
peemedebistas
Sem medo de que as campanhas eleitorais muito cedo iniciadas tendem a cair na fadiga e na falta de criatividade, o PT abriu uma nova etapa da campanha de Fernando Pimentel ao governo de Minas. É a tentativa de atrair o PMDB para o seu projeto. Pimentel já não esconde mais esse objetivo, sem fazer muito caso do poder de setores que propõem candidatura própria; setores que são liderados pelo senador Clésio Andrade, a quem se pode negar muita coisa, menos sua capacidade de persuasão; persuasão, segundo a Wikipédia, como “estratégia de comunicação que consiste em utilizar recursos lógico-racionais ou simbólicos para induzir alguém a aceitar uma ideia, uma atitude, ou realizar uma ação”.
O alvo da
campanha
Ontem, conversando com jornalistas, quando saía para o almoço, o prefeito Bruno dizia que é otimista em relação aos resultados da próxima campanha do lixo urbano, que terá como ponto central e objeto-alvo a participação direta da população. Sem isso, garante, nada será possível conseguir.
Ainda se assiste a cenas dolorosas. Há pouco, pessoas que se dirigiam a Manoel Honório viram nas águas do Paraibuna um velho sofá, que o dono, já desinteressado dele, achou mais fácil entregá-lo ao rio.
Em busca de
um tribunal
Já se falou sobre o desabafo do ex-ministro José Dirceu, que pretende recorrer a organismos internacionais para desautorizar o Supremo Tribunal, que o condenou a dez anos de cadeia, por chefiar a quadrilha do mensalão. Mas ele precisa fazer a releitura da repercussão internacional do julgamento nos mesmos organismos, que exaltaram o Judiciário brasileiro no episódio. O "Financial Times" diz que "a condenação de Dirceu é um grande passo para o Brasil, onde as cortes têm sido tradicionalmente tímidas em punir corrupção".
Condenado
ao fracasso
Mais uma vez o deputado Tiririca é citado entre os mais operosos da Câmara, o que se explica pela eficiência da equipe que o assessora nas comissões técnicas. Contudo, esse sucesso é exatamente o que vai condená-lo ao fracasso num segundo mandato, pois não foi para ser um parlamentar sério que recebeu 1,3 milhão de votos. Esses eleitores queriam-no apenas para debochar e humilhar o Congresso.
Viu-se em Juiz de Fora algo parecido. O vereador chamado Tico-Tico, homem simples, que ganhou com o bordão “Me ajude, me ajude”, foi cumprir mandato com seriedade e saiu derrotadíssimo na reeleição.
(( publicado também na edição desta quarta-feira do FOLHA JF ))
segunda-feira, 22 de abril de 2013
Detalhe que preocupa
No sábado, quando pretende promover audiência em Juiz de Fora, para avaliar e atualizar os quadros da violência urbana, a Assembleia deve trazer números capazes de ampliar as preocupações. Por exemplo: se o índice de crimes em Belo Horizonte é maior, até porque se trata de capital e centro metropolitano, em Juiz de Fora a situação não é menos grave e intranquiliza, porque (um dado que precisa ser confirmado) aqui a participação de menores de idade, como agentes ou vítimas, é maior que em qualquer outra cidade de Minas.
Alegrias e sofrimento
Dados confirmados pela Associação Mineira dos Municípios revelam que 70% dos prefeitos que estavam em primeiro mandato disputaram a reeleição no ano passado, apesar de saberem das muitas dificuldades que teriam de enfrentar, se saíssem vitoriosos das urnas. O professor Leopoldo Braz, pesquisador em matéria eleitoral, acaba de publicar estudo a respeito, e conclui que “pesou para eles, principalmente, a convicção de que aprenderam muito com o primeiro mandato, e, portanto, haveriam de se dar bem no segundo”.
Hoje, quase quatro meses depois de empossados, os eleitos percebem que os problemas tendem ser maiores que a experiência.
Uma força retomada
Uma linha de reflexão que tem feito parte de reuniões isoladas de peemedebistas da cidade é a necessidade de o partido aproveitar a reconquista da prefeitura e a proximidade da eleição de deputados em 2014 para reorganizar suas forças. Num primeiro passo, garantir a unidade interna, como têm proposto alguns, entre eles o vereador Júlio Gasparete.
Tese que vem prosperando é que, bem sucedido na eleição do próximo ano, o PMDB se fortaleceria para apoiar a segunda metade do mandato do prefeito Bruno.
Em busca de definições
O segundo semestre tem sido apontado como marco de preocupações objetivas em relação ao processo eleitoral de 2014; e num primeiro passo, as candidaturas a deputado, porque é nesse ponto que podem ocorrer os maiores conflitos de postulações no município. No PSDB, sob a expectativa de que o presidente estadual, Marcus Pestana, poderia disputar a governadoria ou a vice, pergunta-se quem no diretório municipal, além de Lafayette Andrada, estaria em condições de se tornar candidato a deputado federal, com chance de bom desempenho.
Definição sobre filiação partidária é o que também se espera do reitor Henrique Duque, aguardado no PMDB e em outros partidos.
. . .
Correndo o segundo semestre, vai ser preciso saber se Tarcísio Delgado realmente considera encerrada sua carreira como candidato. Ele já disse que está afastado, mas no caso de ex-prefeitos sempre há espaço para retorno, principalmente quando se trata de uma vaga na Assembleia.
Para começar a se posicionar, o segundo semestre também pesará para o esquema político que gravita em torno do prefeito Bruno. E disso vão depender muitos outros desdobramentos.
O PT conta com a candidatura da deputada Margarida para um segundo mandato, mas terá de iniciar avaliações em relação a um nome para a Assembleia.
Na mira do Judiciário
Uma advertência antecipada: quem tiver contas a ajustar com a Justiça em Minas vai se dar mal e sobre ele a principal preocupação é impedir que seja candidato a deputado. A procuradoria-geral em Minas do Ministério Público Federal já manifestou disposição de agir com rigor, e considera que a Lei da Ficha Limpa é instrumento importante e suficiente para conter o avanço dos maus.
Primeiro desafio para os partidos
Estava na conversa de políticos com jornalistas, na manhã de ontem: se em 2014 a preocupação dos partidos estiver centrada na necessidade de Juiz de Fora ampliar sua representação parlamentar, o primeiro passo haverá de ser o entendimento entre eles, para que se atenham a duas questões: o controle do número de pretendentes, evitando-se a pulverização dos votos, e o banimento de aventureiros.
Disso já se sabe desde eleições passadas. O problema é fazer que os dirigentes entendam.
Copa ainda corre risco
No Congresso, há muitas preocupações quanto ao risco de as obras financiadas pelo governo não estarem concluídas para a Copa do Mundo. É o que também afirmava ontem o deputado mineiro Eduardo Azeredo. Na opinião dele o governo federal gasta muito tempo fazendo propaganda. “É preocupante a situação das obras e os prazos estão começando a vencer. Temos, portanto, uma ação que exige maior explicação do Planalto. O Brasil não pode passar vexame pela falta de planejamento”.
Fartura de ministros
Correm o mundo, via internet, duas fotos, ambas oficiais, mostrando reunião ministerial nos Estados Unidos e no Brasil. A diferença, que tanto pode ser motivo de perplexidade como de deboche, é que lá o ministério tem 15; aqui são 35!
Eleitorado em estimativa
Em outubro do próximo ano, quando serão escolhidos presidente da República, governador e deputados, Juiz de Fora terá 435 mil eleitores, segundo trabalho realizado pelos professores Dalmo Diliesi e Randolfo Paes Trigo, ambos de Belo Horizonte. Não revelaram para qual partido realizaram o levantamento, a não ser que o objetivo é a próxima eleição.
A previsão toma por base as médias do crescimento dos colégios eleitorais nos cinco últimos pleitos.
(( publicado também na edição desta terça-feira do FOLHA JF ))
domingo, 21 de abril de 2013
PMDB em hora de cogitações
Partido tradicionalmente forte na política municipal, com capacidade de influir, mesmo quando não saiu favorito das urnas, o PMDB terá grande responsabilidade em 2014. Além de ter o prefeito, que surgiu das urnas como resultado de uma liderança indiscutível, o partido sabe que será cotejado por grupos empenhados em ganhar o governo do estado e a presidência da República.
Mas, antes de enfrentar o desafio das definições, contra ou a favor dos candidatos que virão de Brasília e Belo Horizonte, o diretório municipal terá de tratar das candidaturas a deputados, gente de casa. Há quem já se simpatize com uma chapa Henrique Duque – Sérgio Rodrigues disputando a Câmara e a Assembleia. Como também os que esperam a filiação de Isauro Calais, hoje MD, que tem lastro como candidato a deputado estadual.
Prazo para
o voo livre
Correm trinta dias para que deputados filiados do PPS e do PMN, agora incorporados como Mobilização Democrática, façam oficialmente a opção pela nova legenda. É o que impedirá que sejam atingidos, no futuro, pela legislação da fidelidade partidária.
Por via das dúvidas, muitos que não têm mandato, mas alimentam pretensões de disputar, vão cuidando de andar nos conformes. Não faltam casos assim nos dois antigos partidos.
Remendos
no tráfego
A expectativa gerada pala prefeitura, desde a administração anterior, é que as obras viárias projetadas poderão corrigir alguns dos sérios problemas de mobilidade urbana. Mas o que as ruas têm cobrado é o que o prefeito Bruno pretende fazer para adotar medidas emergenciais, de forma que a população possa vencer o caos dos fins de semana e poder esperar as obras prometidas.
Enquanto não se pratica a grande cirurgia, prevista para terminar dentro de dois anos, alguns curativos têm de ser feitos.
Interpretação
ao pé da letra
O deputado evangélico Marco Feliciano, que inspirou a grande celeuma em torno da Comissão de Direitos Humanos, tem recomendado que, para se entender seu desprezo por homossexuais e africanos, é preciso interpretar e seguir radicalmente o Velho Testamento. Nem as alegorias lhe escapam.
Se é assim, alguém na internet questiona: “Em Levíticos 25:44 eu posso possuir escravos, tanto homens quanto mulheres, se eles forem comprados de nações vizinhas; a Argentina, por exemplo. Você pode esclarecer isso?” E mais: “Tenho um vizinho que insiste em trabalhar aos sábados. Êxodo 35:2 claramente afirma que ele deve ser morto. Eu sou moralmente obrigado a matá-lo mesmo?”
Convenção do
PSDB no sábado
Será na Assembleia Legislativa, no sábado, entre 9h e 14h, a convenção estadual do PSDB, com a presença do presidente do diretório nacional do partido, Sérgio Guerra.
Terão direito a voto 1.500 convencionais, entre membros do atual diretório, parlamentares tucanos e delegados que representam os municípios mineiros. Serão eleitos 104 membros efetivos e 35 suplentes, numa chapa de consenso para compor o diretório estadual, além de cinco integrantes do Conselho Estadual de Ética e Disciplina Partidária, e 60 delegados à convenção nacional, dia 18 de maio.
Ainda no sábado, os tucanos mineiros formam sua nova executiva, mas mantêm na presidência o deputado federal Marcus Pestana para o biênio 2013-2015.
Alívios em
ano eleitoral
O esquema da campanha da presidente Dilma, já agora sem se preocupar com sutilezas, recomenda que as notícias desagradáveis sejam antecipadas para este ano, pois em 2014 ela tentará se reeleger, e é bom estar nas graças da população. É a razão da antecipação para este ano do novo aumento da gasolina.
Recurso em
lugar errado
Causou estranheza geral a declaração do ex-ministro José Dirceu de que recorreria a organismos internacionais, tão logo o Supremo Tribunal Federal desse a conhecer o acórdão do julgamento em que foi condenado como chefe do mensalão. Talvez esteja querendo saltar da frigideira para o fogo, pois em tribunais de Justiça de países sérios ele já estaria preso há anos.
Maioridade
sem exagero
O deputado sergipano André Moura, defendendo a revisão da maioridade penal, quer que a rapaziada responda por atos penais quando atingir 12 anos, não 16, como pretendem os mais sensatos. A proposta parece incorrer em dois equívocos: o primeiro é que a redução de 18 para 12 anos seria um passo perigoso. Segundo, é que seu projeto fala em plebiscito, para que os eleitores se manifestem sobre a redução, quando já estamos cansados de saber que 90% dos brasileiros são simpáticos à ideia.
Alto preço da
desinformação
Já se conhece muito sobre fatos, pessoas e tramas que antecederam o golpe de 46 e a consequente derrubada do governo João Goulart; e ainda recentemente, com a liberação de velhos relatórios do Departamento de Estado, removeram-se as últimas dúvidas quanto à participação dos Estados Unidos naqueles episódios. Mas sempre fica a estranheza de historiadores sobre a incapacidade dos ministros de Jango de perceber que havia uma conspiração em marcha, parte dela tendo Juiz de Fora como cenário. O pecado da desinformação e da falta de “desconfiômetro”.
Um fato recente para corroborar: descobriu-se que em 11 de abril de 63, um ano antes do golpe, na liderança do Comando Geral dos Trabalhadores, Clodesmidt Riani distribuiu comunicado interno denunciando a sublevação em curso, “por civis e militares, do tipo gorilista da Argentina”.
O governo se recusava a tomar conhecimento de evidências.
Harmonizar
é necessário
Tem importância que vai além de uma reunião de amigos e correligionários fieis o encontro que o senador Aécio Neves teve com os quatro de seu grupo – Marcus Pestana, Alberto Pinto Coelho, Nárcio Rodrigues e Dinis Pinheiro - pré-candidatos a governador. Quer agir para que, correndo em raias diferentes, as pretensões não comprometam a harmonia do grupo e dificultem o projeto maior, que é o próprio Aécio disputando a presidência da República, a partir de um cenário de coesão em Minas. Deduz-se que os quatro, desinteressados em se afastar logo das cogitações, terão de acertar seus planos no segundo semestre.
Porque é evidente que os adversários estão em campo. O ex-presidente Lula trabalha para se entranhar no PMDB e filiar Josué, filho de José de Alencar, e impô-lo como vice na chapa de Fernando Pimentel.
Um bom lugar
para o busto
Um busto de Itamar Franco vai ser instalado no ponto em que se cruzam as ruas Batista de Oliveira e Espírito Santo com a Independência, avenida que agora tem o nome do ex-presidente. Para isso, vai se remover dali o monumento à água. A solenidade está prevista para 28 de junho, dia em que Itamar completaria 83 anos.
(( publicado também na edição desta segunda-feira do FOLHA JF ))
sexta-feira, 19 de abril de 2013
Wilson Jabour Júnior
A morte prematura de Wilson Jabour Júnior foi motivo de geral consternação na cidade, para confirmar a alta estima de que desfrutava em todos os campos da sociedade.
Ontem, na celebração da Missa da Ressurreição, às 19h, na igreja do Bom Pastor, pediram-me que, em nome dos amigos, dissesse algumas palavras de despedida. Para confirmar aquela estima, recebo, pela internet, pelo telefone e nos casuais encontros de rua, muitos pedidos para publicar o texto da ocasião, o que faço agora, como renovação da homenagem:
“Nossa Fé está a indicar que a celebração da Eucaristia é momento adequado para que, diante da verdadeira presença do Cristo, mostremos a Ele como dói e como machuca o vácuo causado pela ausência de Wilsinho; e mais: esse jeito precipitado de partir, numa hora em que a vida mais lhe parecia longa e feliz. Não foi outra a imagem que deixou, há dias, rezando no mosteiro de sua querência, quando disse ao amigo próximo que era preciso dar infinitas graças, porque a existência lhe abria caminhos com aquela mesma suavidade do canto gregoriano que as monjas entoavam na missa dominical.
Mas partiu. O que fazer? Antes de tudo, faça-se a vontade de Deus, que acaba de enriquecer seus campos verdejantes, de águas tranquilas, com a chegada de um homem bom, cuja vida inteira – todos nós testemunhamos – foi uma ânsia incontida de servir, como profissional da Justiça, como funcionário público, como arauto da preservação da História e do patrimônio cultural. E sempre inspirado numa imensa capacidade de amar, como filho, irmão, cidadão e amigo.
Ora, mesmo carregado de tanta bondade e tanto amor, a gente não desconfiava que num dia tão cedo seu coração não suportaria. E assim se fez, se não mais para servir, mas para se derramar nesse rio de saudades em que já vamos nos afogando.
E antes que as palavras também se afoguem na emoção, digamos que nosso apelo, ao pé do altar e sob a presença de Cristo, é que Ele nos console de duas formas: a primeira, é contemplando Wilsinho com a paz que passou meio século por merecer; o segundo pedido, Senhor, é que todos nós, agora e para sempre, aprendamos a nos consolar, a vencer o vazio e fortalecer a Fé, para compreender que a vida é mesmo esse sopro transitório, e que possamos, como aquele grande amigo mereceu, caminhar rumo à eternidade prometida.
E também nessa esperança os amigos se resignam, porque, ainda que a dor desta hora um dia se ponha a caminho e desapareça no tempo, é certo que ficará para sempre a saudade. Eterna saudade de quem foi muito bom. Porque nosso amigo, como todos os bons, entra na morte e vive, estando morto.
A última palavra de nós todos, que nos enriquecemos com aquela amizade, é destinada à família, na hora dessa sinistra inversão da orfandade. Vai o filho, ficam os pais. Particularmente, os amigos querem falar a Maria, que, como a outra Maria, a lacrimosa - Stabat Mater – teve de passar pelo transe de ver o coração do filho para sempre adormecido, ao lado do seu, aberto em chagas. Que Aquela santa Maria ensine a você como vencer.
Enfim, Wilsinho nos uniu para sempre”.
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wilson cid - Missa da Ressurreição de Wilson Jabour Júnior - igreja do Bom Pastor
quinta-feira, 18 de abril de 2013
Segunda sugestão
Foi sugerido à Câmara que, a exemplo do que fez o Executivo, publicasse alguma coisa sobre a experiência da legislatura nos primeiros cem dias. Já se sabe que isso não vai acontecer. Mas, diante do fracasso da primeira sugestão, faça-se uma segunda, esta dirigida isoladamente aos vereadores que julgam ter feito alguma coisa. Mostrem-se à opinião pública, nem que seja para denunciar limitações que sofrem como membros de um poder que vem se esvaziando politicamente.
Um líder esquecido
Invoque-se o testemunho de antigos trabalhistas. No passado, o 19 de abril, data do nascimento de seu líder, Getúlio Vargas, não passava sem flores, discursos e sessões cívicas. Nada mais se faz, até porque o partido que ele fundou, PTB, tem agora outras preocupações.
Getúlio foi o presidente que mais visitou Juiz de Fora. Por cinco vezes, ele veio, e em uma delas permaneceu sete dias, instalando o governo na Fazenda São Mateus.
Vereador na majoritária
Foi remarcada para o dia 24, na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, a discussão do projeto que pretende transferir para o regime de votação majoritária os candidatos a vereador em municípios com mais de 200 mil eleitores, como o caso de Juiz de Fora. O projeto é do senador Aloysio Nunes, que ainda não teve como aferir a possibilidade de aceitação da matéria, quando for a plenário.
Atualmente, o vereador se elege pelo regime proporcional, o que, não raro, impõe injustiças, ganhando quem tem menos votos, em detrimento de outros, mais votados.
Para conter o vandalismo
A utilização dos espaços públicos por traficantes e vândalos está levando os responsáveis a apelar para as cercas metálicas. Preocupada em evitar que se consumam novas depredações, no mês passado a Congregação do Verbo Divino pediu aprovação do Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural para o projeto de gradeamento do adro da igreja de São Sebastião, tal como se fez com o jardim da Catedral.
Depois de ter sido parcialmente destruído, o monumento da Praça da República também terá de ser cercado, tão logo restaurado.
Posições ajustadas
Pode ocorrer na segunda quinzena de maio a reunião entre as comissões municipais executivas do PPS e PMN para tratar do funcionamento em Juiz de Fora do Mobilização Democrática, novo partido que resulta da fusão daqueles dois. O primeiro critério estabelecido pelo presidente Roberto Freire é que cargos e funções anteriores sejam respeitados, mas não fala de pretensões que já vinham sendo desenhadas. Pode haver dificuldades no caso em que PMN e PPS planejavam disputar cargos em 2014.
Numa primeira disputa – a prevalência do número - o PMN sai ganhando, pois impôs o seu 33 ao MD.
. . .
Valeria lembrar que Roberto Freire sempre acompanhou a política municipal, até porque, quando disputou a presidência da República, foi aqui que obteve, proporcionalmente, sua maior votação. Já como presidente nacional do PPS, em novembro de 2011 ele insistiu em que o secretário de estado da Saúde, Antônio Jorge Marques, disputasse a prefeitura de Juiz de Fora no ano seguinte. O secretário anunciava que, de imediato, isso não fazia parte de seus planos.
Acordo com endividados
Seis meses depois de ter ficado quase esquecida, está de novo em pauta, e não apenas em Minas, mas em quase todos os estados da Federação, a questão das dívidas com a União. O assunto é antigo, com a diferença de que agora tanto devedores como credor sabem que estão conversando sobre o impagável.
No caso de Minas, os compromissos acumulados ficam em torno de R$ 398 bilhões, um volume que autoriza o governador Anastasia, antes de seus colegas, a afirmar que não há como honrá-lo; nem mesmos os custos da dívida.
...
Conhecida a extensão do impasse - não há como pagar e não há como deixar de receber – é preciso buscar soluções alternativas, que existem e não são poucas. Uma, entre as que se ajustam ao razoável, e talvez por isso mesmo estados e União não lhe dão importância, é que o dinheiro devido passe a ser convertido em obras, polo governo federal financiadas e fiscalizadas, cabendo aos governadores nada mais que elaborar a escala de prioridades.
Dupla lição do Tribunal
Há uma ideia junto a influentes ministros do Tribunal Superior Eleitoral para que na campanha do próximo ano a preocupação não se concentre apenas na orientação aos eleitores, mas também nos candidatos. Ideal é que a proposta seja aceita, porque há candidatos que se mostram mais desinformados que as pessoas a quem pedem voto.
Essa carência se acentua quando se sabe que em 2014 vão disputar candidatos a presidente, governador e deputado.
Avaliação para 2014
Os maiores partidos, entre eles PT, PSDB e PMDB, vão promover, a partir do segundo semestre, avaliações periódicas sobre seus prováveis candidatos a governador e deputado, não apenas em relação à capacidade de cada um, mas também suas reais chances na disputa com os principais adversários, estes também objeto de avaliação.
CPIs que não funcionam
Sem ter como resposta reações do governo frente às denúncias de corrupção, líderes de partidos oposicionistas passaram a avaliar a possibilidade de constituição de uma CPI conjunta para mergulhar fundo na questão. Mas, para tanto, seria necessário pesquisar como anda o prestígio dessas comissões junto à opinião pública.
As CPIs ganharam fama, nem sempre justa, de que para nada servem, além de tempo perdido para o Congresso. Encenam demais, e não seria por causa delas que alguém iria parar na cadeia. Mas não são tão imprestáveis assim, como demonstrou o caso recente do mensalão. Foi uma CPI, é bom lembrar, que expôs à sociedade o maior escândalo de todos os tempos, e, não menos importante, desmentiu o presidente Lula, que dava garantias de que o mensalão não passava de invencionice.
(( publicado também na edição desta sexta-feira do FOLHA JF ))
quarta-feira, 17 de abril de 2013
Um acordo necessário
Cansada de ouvir de autoridades responsáveis que “os índices de criminalidade em Juiz de Fora continuam sob padrões toleráveis”, a população se sente agora no direito de cobrar coerência entre elas. Esteve aqui o delegado Jeferson Botelho, superintendente de Investigação e Polícia Judiciária, que analisou a situação sob uma ótica diferente: a criminalidade cresce, a violência prospera, as drogas tomam conta e avançam na destruição da juventude.
Com quem está a realidade dos fatos?
Assembleia
vem debater
No dia 27 de maio a Assembleia Legislativa promove audiência pública em Juiz de Fora, para debater a violência urbana, certamente com prioridade para as peculiaridades locais. A informação foi transmitida pelo deputado João Leite ao vereador Wandeson Castelar, que participou, em Belo Horizonte, da sétima reunião ordinária da Comissão de Segurança Pública da Assembleia.
. . .
Citando estatísticas recentes, Castelar manifestou preocupação pelo fato de Juiz de Fora registrar aumento significativo do número de homicídios. Segundo ele, “ao longo de 2012, foram 100 casos, sendo 70 deles de pessoas com idade de 13 a 30 anos. Nos cem primeiros dias de 2013, já foram registrados mais 50, seguindo o mesmo padrão etário. A grande maioria, cerca de 80%, foi morta por arma de fogo, o que demonstra a força desse vetor para a escalada da violência na cidade”.
Ponto a favor
do governador
Nem todos admitem a revisão da maioridade penal, mas não há como negar aplauso à iniciativa do governador Geraldo Alckmin ao propor tratamento mais rígido à rapaziada que anda se aproveitando da “idade inocente” para cometer barbaridades. Ele foi ao Congresso e deixou, como subsídio, um projeto que propõe, entre outras inovações, o aumento da penalidade máxima, que passaria de três para oito anos de internação. Tal punição só valeria para reincidências em infrações análogas a crimes hediondos, como estupro.
Com o aumento do período de internação, a segunda mudança sugere regime especial de atendimento, para que o jovem seguisse cumprindo a pena, mesmo depois de completados os 21 anos, idade na qual hoje ele é obrigatoriamente solto.
Escritório serve
a Direitos Humanos
O Centro de Defesa dos Direitos Humanos da Arquidiocese iniciou a estruturação do Escritório Jurídico de Direitos Humanos, com o objetivo de encaminhar as demandas dos movimentos sociais, conselhos e entidades que trabalham por direitos. Esse serviço pretender levar representações ao Ministério Público, por ausência ou insuficiência de políticas públicas.
O contato no CDDH é com o Alan Rossi, a partir de 14h, ou pelo telefone 3329.5485.
Aécio de novo
faz cobranças
A propósito do aniversário do PT, o senador Aécio Neves denunciou que a presidente Dilma Rousseff “chegou à metade de seu mandato longe de cumprir as promessas da campanha de 2010. Há uma infinidade de compromissos simplesmente sublimados.
A incapacidade da gestão se adensou, as dificuldades aumentaram e o Brasil parou”.
O senador se detém principalmente no fato de que “os pilares da economia estão em rápida deterioração, colocando em risco conquistas que a sociedade brasileira logrou anos para alcançar, como a estabilidade da moeda”.
Medalha vai trazer
vice-governador
O vice-governador Alberto Pinto Coelho deverá estar em Juiz de Fora no dia 25. Ele é convidado da Câmara como uma das personalidades agraciadas com a Medalha do Mérito Legislativo.
Se confirmar a viagem, lideranças políticas da região deverão se concentrar aqui, pois o vice começa a ser alvo de maior atração, anunciado candidato a governador.
MD assume
a oposição
O Mobilização Democrática, que acaba de ser criado, com a fusão do PPS e PMN, chega, segundo seu presidente, Roberto Freire, com o vigor de quem quer bater firme nos pontos vulneráveis do poder petista. Se for assim, a tendência é que obscureça os tucanos.
Porque os partidos que não se compuseram com o governo, principalmente o PSDB, sempre foram acusados de vacilar, tanto na forma como na disposição de assumir os encargos da oposição. Pela perseverança, o senador paranaense Álvaro Dias faz parte das raras exceções.
Plano tenta
motivação
O TSE não vai esperar a proximidade das eleições, mas logo no começo do segundo semestre deve insistir em uma campanha destinada a sensibilizar os jovens, a partir de 16 anos, para atuação mais frequente e mais interessada na vida eleitoral do País.
A campanha, desta vez com a participação de entidades não necessariamente ligadas à Justiça, seria planejada em linguagem acessível, como convém ao público a que se destina. E, ao mesmo tempo, deverá insinuar que é preciso que os políticos, em particular os candidatos, deem sua contribuição: levantar a bandeira de uma política voltada para o interesse comum.
Uma lei sem
aplicação
Há cerca de dois anos foi anunciada, entre as prioridades do programa municipal da promoção dos idosos, a instituição de prêmio aos bancos que não exigem deles longas esperas nas filas das agências. Já então, chegava-se à conclusão que é mais fácil premiar os bons, porque não há como castigar os maus.
A realidade, contudo, mostra que, objetivamente, nada aconteceu. Não vale alegar que a distribuição de senha é o começo de atendimento.
(( publicado também na edição desta quinta-feira do FOLHA JF ))
terça-feira, 16 de abril de 2013
MD já nasce com oito cadeiras na Assembleia
Esta quarta-feira pode definir a fusão do PPS o do PMN, resultando no surgimento do MD – Mobilização Democrática. É um fato que pode resultar importante para a política mineira, pois o novo partido já começaria constituído por oito deputados com assento na Assembleia Legislativa, como previu ontem o secretário de estado da Saúde, Antônio Jorge, hoje filiado ao PPS. Os entendimentos conclusivos vão se processar em Brasília entre os dirigentes das siglas fundidas.
Para Antônio Jorge, as vantagens são evidentes e beneficiam tanto o PPS como o PMN, pois o novo partido ganha mais força e amplia seu tempo na TV para a campanha eleitoral que se aproxima.
...
A previsão do secretário de Saúde de que o MD começa fortalecido inclui, além da bancada mineira, a certeza de que na Câmara dos Deputados serão tomadas, de imediato, entre vinte e vinte e cinco cadeiras, expectativa que se explica pelos muitos casos em que parlamentares estão em situação desconfortável nos partidos em que se encontram hoje.
Outra questão que Antônio Jorge define como virtude do MD é sua oposição ao governo federal, além de se posicionar, em Minas, a favor da candidatura de Aécio Neves à presidência da República.
. . . .
Para outras lideranças políticas, o Mobilização Democrática nasce sob a suspeita de que vem só com o propósito de apoiar a candidatura de Eduardo Campos à sucessão da presidente Dilma, e por isso preferem jogar com mais cautela. Em Juiz de Fora, líder do PMN, o vereador Isauro Calais também acha que é preciso aguardar um pouco, para análise mais cuidadosa. Há uma série de questionamentos, a começar quais os deputados que sairão do PPS e do PMN, e quais os que vão chegar.
Outras indagações, segundo o vereador, dizem respeito à situação das comissões provisórias e diretórios, porque quanto ao futuro destes nada de antecipou.
Pescando uma
explicação
Há um ano, o governo se esforçava para convencer a opinião pública de que a indicação do ”bispo” Marcelo Crivella para o Ministério da Pesca nada tinha a ver com sua liderança nos meios evangélicos. Mas a presidente Dilma também não se sentiu suficientemente corajosa para atribuir ao ministro conhecimentos na área da aquicultura. Seria demais.
Mas, se, como garantiu a presidente, a nomeação não foi resultado de composição com os “pastores”, passado um ano da posse, está na hora de Crivella mostrar o que fez, se é que fez, pelo desenvolvimento da pesca no País.
Reforma mantém
velhas dúvidas
A primeira dúvida, na verdade reeditada, no momento em que se ensaia a reforma política, é a escala de prioridades entre os itens propostos. Deputados dividem opiniões em relação à importância dos temas, como o sistema proporcional de lista flexível e o modelo de financiamento público de campanha eleitoral.
Nos últimos dias ampliaram-se as possibilidades de aprovação menos acidentada das matérias, diante da garantia de que, quaisquer que sejam as decisões, elas seriam submetidas a um plebiscito, antes de terem valor para as eleições de 2014.
Comenda
vai para 22
Divulgada ontem oficialmente a relação das personalidades e instituições agraciadas pela prefeitura com a Comenda Henrique Halfeld. A entrega será no dia 27 de maio, às 19h, no Pró-Música.
Compõem a lista: Alexandre Ank, mesatenista paralímpico; Ministro da Agricultura, Antônio Andrade: Associação Brasil-Alemanha;
Conselho de Pastores de Juiz de Fora; Darcy Pontes, sócia-fundadora e diretora-presidente do Colégio Cave; Hélio Lourenço da Silva, funcionário da Prefeitura há 30 anos, encarregado de obras da rede física das escolas municipais; João Carlos Amaral, presidente da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo – Minas; João César Novais, médico ortopedista e traumatologista;
Joaquim Castellões, ex-diretor da Faculdade de Direito e assessor de negócios jurídicos da Prefeitura; José Henrique Paim Fernandes, economista, foi presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação e subsecretário da Secretaria Especial do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da Presidência da República;
Padre José Leles da Silva, pároco da Capela Nosso Senhor dos Passos e diretor-secretário do Conselho de Administração da Santa Casa; José Manoel da Silva, superintendente das regionais da União Juiz-forana de Associações Comunitárias de Bairros e Distritos;
José Maurício Arantes Braga, engenheiro civil, chefe de Gabinete na Câmara dos Deputados; José de Barros, radialista;
Jorge Berg de Mendonça, desembargador federal do Trabalho; Luciana Ferreira Gagliardi, defensora pública;
Coronel Márcio Martins Sant’anna, comandante-geral da Polícia Militar de Minas Gerais; Murílio Hingel – ex-ministro da Educação; Nely Falabella, pedagoga, atua na Associação dos Amigos e no Instituto Humana; Neusa Mitterhoff, diretora administrativa do Instituto Itamar Franco; Paulo Roberto Lopes, empresário, sócio do Bahamas, e Rogério Nery, superintendente da TV Integração.
TSE ressuscita
a velha censura
A semana começou sob a perplexidade da imprensa e de juristas ante a decisão do Tribunal Superior Eleitoral de proibir, atendendo a pedido do ex-presidente Lula, a veiculação de um site de Arnaldo Jabor na CBN, em que ele faz denúncia sobre a corrupção em alta escala que se espalhou pelo governo. Escreveu o jornalista que “no Brasil, estamos diante de acontecimentos inexplicáveis, ou melhor, explicáveis demais.
Toda a verdade já foi descoberta, todos os crimes provados, todas as mentiras percebidas”.
. . . .
E acrescenta Jabor no comentário censurado: “Com a eleição de Lula, uma quadrilha se enfiou no governo e desviou bilhões de dinheiro público para tomar o Estado e ficar no poder 20 anos!!
Os culpados são todos conhecidos, tudo está decifrado, os cheques assinados, as contas no estrangeiro, os tapes, as provas irrefutáveis, mas o governo psicopata de Lula nega e ignora tudo!”
Os sindicatos
e a política
Os sindicatos de trabalhadores e suas confederações passam calados e ausentes desde o primeiro ano do governo Lula, salvo brevíssimas exceções. Ausentes não por lhes faltar motivos, mas porque se ajustaram aos novos tempos do poder.
Sindicato cuidando de política é coisa que não dá certo, disse o jurista Miguel Reale, presidente do Instituto Brasileiro de Filosofia, quando veio a Juiz de Fora, em março de 1982, para pronunciar a aula inaugural da Faculdade de Direito. Os anos seguintes mostrariam que o fator partidário mais importante seria exatamente o atrelamento do sindicalismo à organização política, do qual resultaria a ascensão do PT ao poder. Reale supunha o contrário, ao analisar que “o Partido dos Trabalhadores se endeusou, mas não tem identificação nacional, mas apenas com uma classe específica”.
(( publicado também na edição desta quarta-feira do FOLHA JF ))
segunda-feira, 15 de abril de 2013
Unidade no Blocão
Um ano depois de ser criado na Assembleia Legislativa para dar apoio ao governo Anastasia, o Blocão, liderado pelo deputado Lafayette Andrada, ganhou status para ter desempenho no processo sucessório de 2014. Pelo menos foi o que se comentou em Muriaé, no final da semana, num encontro de prefeitos com deputados.
Além do PSDB, o Bloco chamado Transparência e Resultado é composto pelo PSD, PTB, PPS, PR, PRP, PRTB e PT do B. Em ano eleitoral, as relações interpartidárias da base do governo tendem a ampliar sua importância.
Metas para o
centenário
Sede de alguns dos mais importantes acontecimentos políticos e sociais da cidade, o Clube Juiz de Fora está entrando na reta para comemorar seu centenário. Quem se anima com a grande marca, que virá dentro de quatro anos, é o presidente José Márcio Ferreira, que no fim de semana recepcionou os associados com coquetel para marcar os 96 anos da entidade.
O Clube tem muitas histórias para contar.
Mais uma
tentativa
São muitos, lamentavelmente sempre fracassados, os esforços para inibir o hábito de fumar. Nesta semana, mais uma tentativa: a Câmara analisa o Projeto de Lei 5292/13, de autoria do deputado Paulo Wagner (PV-RN), que proíbe a venda de produtos derivados do tabaco nos estabelecimentos comerciais que não sejam específicos para esse fim. De acordo com a proposta, bares e lanchonetes estariam proibidos de vender o produto.
Pensava-se que as terríveis imagens de vítimas de câncer impressas nos próprios maços de cigarros inibiriam o consumo, mas isso não aconteceu.
O outro
balanço
O prefeito Bruno marcou os 100 primeiros dias de sua administração para mostrar o que foi feito e o que está por ser feito. Bom seria que a Câmara também elaborasse o seu relatório e mostrasse o trabalho dos vereadores nesse período, mesmo sabendo que alguns estão recolhidos a demorados descansos.
Quanto à Mesa, é justo esperar que diga se pretende adotar um modelo capaz de agilitar os trabalhos. Mais ainda: precisa informar se há inchaço no quadro de servidores. É a curiosidade de muitos.
Uma questão
intocável
Bastou que a Câmara dos Deputados anunciasse a retomada das discussões em torno da reforma política para que se levantassem os interessados em impedir a extinção das coligações, que servem mais aos partidos chamados ”nanicos”. As bancadas evangélicas também se empenham, pois em grande parte são produto daqueles acordos.
Outro item previsto, o financiamento público das campanhas, não sofre maiores agressões.
Na linha de
prioridades
Em conversa com jornalistas, o prefeito Bruno tem asseverado que o lixo urbano constitui grande desafio, e sua disposição é enfrentá-lo. Ainda não indicou qual o conjunto de inciativas a serem tomadas, mas sua campanha estará centralizada num insistente apelo para que a população colabore, de forma a reduzir o problema a um nível tolerável.
Admitem ambientalistas que uma pessoa é suficiente para produzir, diariamente, quilo e meio de resídios, o que autoriza, num cálculo simples, considerar que o município produz mais de meio milhão de quilos, com agravante de que parte desses indesejáveis é deixada em terrenos, jogada em córregos ou no Paraibuna.
. . .
Há dias, foi denunciado que municípios vizinhos têm se aproveitado do aterro sanitário de Juiz de Fora para despejar o lixo que os importuna. Não se cuidou de apurar se há fundamento na denúncia, mas, a ser confirmada, não haveria novidade, porque abuso idêntico foi constatado em março do ano passado, quando se recomendou estudo sobre criação de consórcios entre municípios vizinhos, para que ao lixo se confira um tratamento conjunto.
Uma auditoria
para resolver
O vereador Wanderson Castelar, entrando na discussão sobre dívidas que o prefeito denuncia como herança pesada, acha que é preciso sair em busca do que chama de “esclarecimentos cabais”. Nesse sentido, sugere “a realização de auditoria interna ou a instalação de Comissão Parlamentar de Inquérito, permitindo que todos entendam o que verdadeiramente se passa com as contas públicas.”
Sem maiores expectativas em relação à atual administração, o vereador petista diz que prefere ser contrariado e ver o prefeito apresentar “elementos para a apuração de responsabilidades”.
Justiça consegue
ser mais lenta
A greve de reivindicações dos serventuários, que anda pelo trigésimo dia mergulhada num impasse, já produziu consequências. Há caso em que o juiz titular de Vara está remarcando audiências pra o próximo ano. O tribunal do júri, pelo mesmo motivo, não pôde se reunir este mês, e o acúmulo dos processos faz prever que julgamentos agendados para os próximos meses também serão transferidos para 2014.
Uma cota dos servidores ficou destacada para atuar nos cartórios durante o período de paralisação, mas é insuficiente.
Estado laico de
novo ameaçado
No Congresso Nacional sobrevivem tantas esquisitices, que valeria criar comissão insuspeita com a missão de promover um saneamento em regra, a fim de que o Congresso não perca tempo com tolices. Fosse assim,já teria espaço reservado nas degolas o projeto que propõe o uso de recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço para a construção de templos religiosos, ideia que o deputado Aguinaldo Ribeiro havia deixado para trás quando foi ser ministros das Cidades.
Afinal, vivemos ou não sob um estado laico? Mas novos deputados, sem se interessar por isso, nada mais desejam se não fazer agrados aos evangélicos, porque não passa um dia sem que improvisem um galpão e inventem um nome qualquer para atrair os crentes.
(( publicado também na edição desta terça-feira do FOLHA JF ))
domingo, 14 de abril de 2013
A campanha está aberta
No final de semana, ao mesmo tempo em que o ministro Pimentel, virtual candidato do PT ao governo de Minas, garantia que é muito cedo para falar de eleição, que só virá dentro de 17 meses, o vice-governador Alberto Pinto Coelho parecia ter outro entendimento sobre o uso do tempo. Desejado pelo PP na sucessão de Anastasia, ele foi a Muriaé para o lançamento do programa Pró-Município, que tem todos os indícios de uma campanha eleitoral já em curso.
Esse programa prevê a próxima destinação de R$ 350 mil a cada município, para que o prefeito aplique da forma que achar mais conveniente. Para uma pequena prefeitura, isso é um presentão.
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Mesmo com seu candidato em campanha, o PP sabe ser insuficiente a disposição pessoal de Pinto Coelho, que, segundo o presidente estadual do PSDB, Marcus Pestana, também na disputa, tem apoio de segmentos do PP, não de todo o partido.
Há duas barreiras para o PP superar. A primeira é remover os tucanos do desejo de continuar no Palácio da Liberdade. A segunda é conciliar sua pretensão com o projeto presidencial do senador Aécio Neves.
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Por falar em campanha eleitoral, o ex-presidente Lula está desembarcando em Minas, onde criou um constrangimento que exige solução imediata, sob pena de causar dificuldades futuras. Empenhado em abrir a carreira política de Josué, filho do ex-vice-presidente José Alencar, ele está forçando para que o rico empresário seja candidato ao governo de Minas. O alvo do projeto é o PMDB, que se ressente. Lula já havia tentado o PT, mas o partido recusou logo, segundo informou ontem o jornalista Cláudio Humberto.
Quando o tiro
sai pela culatra
Os deputados tiveram a boa intenção de ampliar direitos e garantias dos empregados domésticos, mas correm o risco de terem desconsiderado que a lei, de tão generosa, pode acabar em prejuízo para quem ela pretende atingir. Precisam refletir sobre o que escreveu José Pastore, considerado autoridade nacional em relações do trabalho, citando outro especialista, Osmani Teixeira:
“Em médio prazo, vai sobrar empregada doméstica, porque muitos empregadores não terão condições de cumprir a nova lei. Na empresa, quando há um aumento de custo, o empresário o repassa ao preço ou o retira do lucro. O empregador doméstico não tem como fazer isso, porque geralmente é empregado e vive de salário, que não é elástico”.
Uma vitória
sobre a morte
A reunião de hoje à tarde do Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural terá uma cadeira vazia. A mesma em que, por quase uma década sem ausências, sentou-se Wilson Jabour Júnior, insuperável no ânimo de defender pessoas, fatos e obras que a cidade tem obrigação de guardar do seu passado para exemplo de todas as gerações futuras. Essa vida breve, que um infarto impiedoso interrompeu no exato momento em que acenava mais promissora do que nunca, fica como a vitória sobre o destino cruel, porque foi uma vida plena de realizações; muitas e notáveis realizações. A morte, que o poeta Bandeira disse ser a indesejada das gentes, no caso de Wilsinho sai humilhada no projeto sinistro de correr contra o tempo e antecipar seu fim. A morte apressada fracassou, porque nele os cinquenta anos foram suficientes para fazer o que outros só fariam em um século.
Na manhã desolada de sábado, quando o corpo se foi para sempre, os amigos só tinham a consolá-los a certeza de que ele não partiu sozinho, porque se deixou muito de si também levou muito de nós.
Nasce proposta
para os jovens
Dimas Fagundes, do primeiro ano do ensino médio, foi eleito presidente do Grêmio Estudantil do Colégio dos Jesuítas. Sua chapa, “Inove”, uma das três concorrentes, venceu por 450 votos contra 383, quando a disputa foi para o segundo turno. Nasceu aí um projeto que se propõe a desenvolver atividades para a conscientização dos jovens em relação ao meio ambiente, à atualidade política e sua valorização, com base no estudo e na discussão acadêmica.
O engajamento da juventude no aperfeiçoamento das instituições é o que de melhor se pode desejar ao Brasil.
Valorizar a
prata da casa
Não faltará quem seja capaz de instar a direção nacional do PMDB a acolher e ampliar proposta de setores do partido em Minas empenhados, desde agora, em forçá-lo a entrar em 2014 com o propósito de disputar com seus candidatos, abandonando a tendência de praticar acordos que o levem a abrir mão de correr em raia doméstica. Mas é um movimento que terá êxito, no máximo, em Minas e alguns outros poucos estados, porque, quanto à presidência da República, Michel Temer já definiu apoio a Dilma e à sua própria permanência como vice. Os peemedebistas mineiros podem se ver absorvidos pelo esquema nacional.
Desde a chegada de José Sarney à presidência da República, após a morte de Tancredo Neves, o PMDB esteve no poder, sem ter de enfrentar grandes testes de urna.
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O partido, sempre com uma poderosa bancada de parlamentares no Congresso, deu sustentação aos governos nas crises, com Collor e depois Itamar, e, em seguida, ajudou Fernando Henrique a ficar no poder por oito anos, aprovando sua reeleição.
Quando Ulysses Guimarães e Itamar Franco quiseram ser candidatos, a preferência pela adesão ficou clara. O primeiro, abandonado; o segundo, nem aceito. Na sequência, o partido socorreu o governo Lula desde o início do mensalão. E adquiriu a condição de participar do consórcio de poder com a eleição da presidente Dilma.
Dívidas que
dividem
No fim de semana, em uma entrevista radiofônica, o ex-prefeito Custódio Mattos deixou o silêncio, para se defender da acusação de que legou dívidas ao seu sucessor, afirmando que os recursos para honrar compromissos foram passados em ordem, o que inclui a primeira parcela para o novo prefeito tocar as obras viárias. A administração anterior, através de seus colaboradores, tem alegado que, tanto o problema da dívida não existiu, que assessores responsáveis e ex-vereadores do PSDB foram convidados a integrar a nova equipe, até com poderes ampliados, o que seria um aval das responsabilidades transferidas.
Em defesa de Bruno levantou-se o ex-prefeito Tarcísio Delgado, ao comentar em seu blog, com a ressalva de estar “bastante afastado das atividades da administração”, que imagina que o novo prefeito realmente tem enfrentado dificuldades com a situação financeira da Prefeitura, “porque já conhecia, desde 1977, a forma como o ex-prefeito Custódio deixa a Prefeitura, em péssimas condições financeiras”.
(( publicado também na edição desta segunda-feira do FOLHA JF ))
quinta-feira, 11 de abril de 2013
Duplo desafio para os partidos
A partida para as eleições de 2014 será dada dentro de seis meses, quando se cumprirá a primeira exigência da legislação, isto é, os candidatos deverão estar com filiação partidária definida, o que terá de ser cumprido tanto pelos novatos como os já filiados e que pretendem mudar de sigla. Em relação a Juiz de Fora, tomando-se por base as previsões até agora conhecidas, não haverá mudanças significativas pois os deputados que tentarão a reeleição e os que disputarão pela primeira vez já estão em seus devidos lugares. Surpresa, se houver, será mínima, talvez no PMDB, onde o grande atrativo é a esperança de ganhar cobertura do prestígio do prefeito.
Logo depois,
outro desafio
O segundo desafio partidário, este independentemente de serem novos ou veteranos os candidatos a deputado, é procurar sensibilizar o eleitorado para que prestigie os que têm domicílio eleitoral em Juiz de Fora ou na microrregião. O município e seis vizinhos têm nos seus colégios eleitorais a tradição de contemplar candidatos de lugares distantes. Em Juiz de Fora, mais que em qualquer município da Zona da Mata, os chamados “paraquedistas” levam muita vantagem: nos últimos dez anos eles abiscoitaram cerca de 30% dos votos. Todos desapareceram depois de eleitos.
Deputados
podem ajudar
Num modelo político como o atual, em que os deputados não conseguem legislar, mas têm poder de pressão junto ao governo, o município com parlamentares em sua base pode encontrar maior facilidade para levar avante suas postulações. Diferentemente do que ocorre com o prefeito Bruno, que representa população de 600 mil, e quando trata com o governo estadual tem apenas um deputado estadual e um federal para ajudá-lo.
Responsabilidade
dos partidos
Um movimento que pretendesse favorecer os candidatos mais identificados com a microrregião de Juiz de Fora não excluiria – pelo contrário exigiria - o total engajamento dos partidos, começando por apresentar ao eleitorado nomes qualificados. Nem sempre seus dirigentes se deixaram pautar pelo interesse coletivo. Em ocasiões anteriores ocorreu de alguns partidos, em sua maioria os chamados ”nanicos”, darem apoio a aventureiros em troca de interesses que não eram os mesmos da população.
Somados os indesejáveis à sua inviabilidade eleitoral, eles ajudaram a diluir os votos e comprometer a representação parlamentar. Não se elegeram e ajudaram outros a não se eleger.
Entidades
são chamadas
Se os partidos não podem ser excluídos de uma responsabilidade desse vulto, não menos as entidades de representação classista, supondo-se que conheçam questões que afetam suas áreas respectivas, e que refletem interesses coletivos. Tanto como os partidos, as entidades de trabalhadores ou patronais, as culturais e sociais, podem exercer papel corporativista e municipalista, como forma de ampliar a bancada de deputados. Os evangélicos são a prova do corporativismo bem sucedido a serviço da política, e suas bancadas o atestam.
Antiga e sempre
esquecida lição
Descoberta num sebo da cidade a coleção de artigos que Paulino de Oliveira publicou no velho “Diário Mercantil”, deles fazendo parte um decálogo atribuído ao prefeito Menelick de Carvalho sobre os assessores. É textual:
“O mal em nomear assessores só por causa de reciprocidades e acordos políticos é que eles passam todo o tempo trabalhando para ganhar na eleição seguinte. Mas, se em meio do caminho são destituídos ou substituídos, passam a trabalhar contra o prefeito, ainda que a ele tenham jurado lealdade”.
Mulheres tucanas
entram em portal
Na quarta-feira, as militantes do PSDB vão inaugurar, com portal na internet, um novo instrumento de luta que condena a discriminação, preconceito e violência sofrida pela mulher. Mais que a política, o que se pretende é discutir a situação feminina na sociedade brasileira, suas ideias e propostas.
O partido quer estimular o novo portal, pois considera que já tem uma história de pronunciamentos contra os modelos de uma sociedade machista.
Nova onda de
privatização
Não tinham razão os que queriam crucificar o PT pelo fato de seu governo reagir à iniciativa privada, mesmo que a ela fossem confiados três dos mais importantes aeroportos do País; e mesmo que muitos ainda estejam engolindo seco o mesmo caroço que repugnavam nos tempos de Fernando Henrique. Agora, com os prenúncios de uma nova onda privativista, petistas e tucanos se aliam no pragmatismo, para confirmar o economista Gilberto Ramos: a esquerda nada mais é que a direita quando está fora do poder. Delfim Neto (quatro vezes recebido por Dilma) ro não via de outra maneira: “nada é mais parecido com o governo do que a oposição no governo”.
Seria impossível, dizem deputados do PT, cobrar da presidente que deixe de fazer o que a sensatez recomenda, sem apelos à ideologização, mas com pés e mãos na realidade.
Mais tempo
na cadeia
Sete décadas atrás, o Código Penal estabeleceu em 30 anos o tempo máximo para que alguém cumprisse pena por crime praticado, não faltando quem observasse que, em rigor, aplicava-se a prisão perpétua. É que naquele tempo a expectativa de vida do brasileiro era de 45 anos. Se o criminoso fosse condenado a ficar preso dois terço da vida provável, quando tinha mais de 18 pelo delito, a contabilidade de sua tragédia acabava levando à prisão perpétua.
Hoje, se o brasileiro goza de expectativa de 70 anos, a pena máxima deve seguir a ordem do tempo. Deve subir para 50 anos. É o que propõem quatro projetos que estão na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, um deles herança de Demóstenes Torres, pouco antes de deixar Congresso sob severas suspeitas. Mas, com ele ou sem ele, a revisão da pena merece ser discutida.
(( publicado também na edição desta sexta-feira do FOLHA JF ))
quarta-feira, 10 de abril de 2013
Dívida invadiu o Orçamento
Não é equivocada a informação de que a atual administração já conseguiu pagar 40% da dívida de R$ 34 milhões que recebeu de herança, mas é preciso ficar claro que o dinheiro foi tirado do orçamento de 2013. O que significa que as receitas deste ano ficaram com um rombo superior a R$16 milhões, como explica a assessoria do prefeito, ao confirmar que ele realmente foi surpreendido, no dia 1º de janeiro, ao saber do volume da carga que estava recebendo.
Mas a questão de dívidas transferidas de um executivo para o sucessor não se limita a Juiz de Fora. Há queixas em vários municípios, o que pode suscitar uma nova discussão sobre responsabilidades em fim de mandato.
Transição
é o segredo
Se depender de alguns assessores do prefeito, a discussão deve estar centrada nas comissões de transição, através da criação de instrumentos e expedientes que tornem mais claros e imunes a maquiagens as informações sobre as responsabilidades transferidas. No caso recente, a queixa se refere a dados que foram sonegados, distorcidos ou longamente adiados para a avaliação da equipe que representou Bruno nesse transe. Atualmente, o que se informa ou deixa de ser informado fica à mercê do humor de quem está deixando o poder.
DEM pode
não resistir
O Democratas nunca se firmou definitivamente como partido, por causa de sucessivas suspeitas de que se encontrava em fase de extinção ou fusão. Volta a ser falado com insistência um projeto de agrupamento com outra sigla, como caminho para retomar as antigas forças.
Sua origem estava na antiga Arena, partido do governo durante a ditadura militar. Depois, graças a cisões ou adaptação à realidade, foi PDS e PFL. Finalmente, DEM, que tem enfrentado desgastes, o mais recente dos quais completa um ano: o envolvimento do senador Demóstenes com o crime de tráfico de influência, decepcionando a crônica política.
Uma fase para
reformulação
A contar de agora, os candidatos a deputado em 2014 terão seis meses para definir sua filiação partidária, e é também o prazo para que os partidos se reorganizem e se ajustem rumo à eleição.
Mas, independentemente de candidaturas próprias, os diretórios municipais têm de se ajustar. Poucos estão tratando disso. O PTB vem se reunindo para conversar.
Sigilo para
ter sucesso
Sem ser diferente de seus antecessores, o prefeito Bruno esforça-se para cercar de sigilo as negociações realizadas com a Secretaria de Estado do Desenvolvimento, visando a atrair projetos empresariais para o município, mas evitando a concorrência de outros postulantes. Além de um novo shopping, há dois investimentos industriais previstos, um deles na área de metalurgia.
Uma crítica
de Aécio
“Estamos vivendo uma equação extremamente perversa. Inflação saindo do controle, crescimento extremamente baixo e ineficiência do governo nas obras de infraestrutura. Essas sim, poderiam estar trazendo maior competitividade para a economia brasileira. Vamos comemorar uma safra recorde, 180 milhões de toneladas de grãos, e pelo menos 30% dessa safra não vão sair do território brasileiro porque há um gargalo de infraestrutura nas ferrovias, nas hidrovias, nas rodovias, nos portos e nos aeroportos. Essa é a herança maldita do governo do PT para o próprio PT”.
Os números
e os negros
É preciso que o Congresso Nacional e todas as autoridades executivas dediquem reflexão séria sobre dados levantados pelo Ministério da Saúde, revelando desigualdade racial no seu contexto mais cruel. Vale citar que, respeitada a proporcionalidade, é um quadro já confirmado também pelas estatísticas de Juiz de Fora.
Segundo o Ministério, 53% dos homicídios registrados no Brasil atingem pessoas jovens, das quais mais de 75% são jovens negros (as), de baixa escolaridade, sendo a grande maioria do sexo masculino. Além disso, ao longo da última década, é cada vez maior a diferença entre o número de homicídios praticados contra jovens brancos e negros. Enquanto a morte de jovens brancos caiu de 9.248, em 2000, para 7.065 em 2010, a morte de jovens negros cresceu de 14.055 para 19.255 no mesmo período.
Presença de
empresários
Está para acontecer, talvez mesmo neste primeiro semestre, um esboço de movimento entre empresários, à revelia das entidades que os representam, destinado a aferir possíveis vocações para ingressar na política e disputar os votos dos eleitores em 2014. Foi assunto, em meio a informalidades, durante recepção de casamento no último fim de semana.
Os empresários ainda não entraram com ânimo total em movimento dessa natureza, e, quando entram, retiram-se tão logo cessa a campanha eleitoral. Luiz Soranço foi a mais recente experiência que não teve prosseguimento.
Ainda sobre a conversa no encontro social: empresários, não tendo nome de área, passariam a considerar simpática a candidatura do reitor Henrique Duque.
(( publicado também na edição desta quinta-feira do FOLHA JF ))
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