quinta-feira, 9 de maio de 2013
Oposição adiada
Os partidos que fizeram oposição ao prefeito Bruno na campanha eleitoral, e agora estão representados na Câmara, ainda não traçaram um plano de ação para contestar a Administração no que consideram passível de crítica. Vai um dado para avaliação: a oposição mais ostensiva talvez só comece a ser praticada depois de conhecidos os rumos das alianças para 2014. Como são vários os partidos, a começar pelo PT e PSDB, que gostariam de ter o apoio dele, seria prudente não hostilizá-lo, pelo menos até que as definições para o ano eleitoral estejam na mesa.
Dilema no mensalão
Na história do mensalão, que custou a condenar e agora custa a mandar prender, surge um novo dilema, tendo como protagonistas o procurador-geral e alguns ministros do Supremo Tribunal Federal, quanto aos recursos dos réus da ação penal. Será possível modificar o que foi julgado? Aos olhos do observador atento às notícias, esse processo pode acabar produzindo grande frustração naqueles que gostariam de ver punidos políticos e parceiros acusados de corrupção. A conferir.
Advertência muito séria
Está para circular, ainda neste semestre, um relatório federal sobre dificuldades dos grandes municípios brasileiros, nas próximas décadas, quanto ao abastecimento de água potável. Mas, antes mesmo da divulgação, é fácil antecipar que o País está distante do ideal quanto aos centros maiores, e pior ainda, nos pequenos. Vai ser preciso investir muito dinheiro.
Juiz de Fora sai pela tangente no relatório, porque em 2014, mesmo com desafios técnicos e financeiros, não haverá problemas em relação a esse serviço, com a chegada da água da Barragem de Chapéu D'Uvas. Abastecimento garantido por vinte anos. A água vem por força de gravidade em 17 quilômetros, o que também reduz o custo da obra.
Excesso que compromete
Recentemente, um estudo da Universidade de Cornell, nos Estados Unidos, realizado com base em dados de mais de 170 lugares do mundo, mostrou que os países mais bem administrados são aqueles que têm entre 19 e 22 ministérios; e o governo brasileiro, desde ontem, passa a concorrer com o Gabão, o único que também tem 39!
Maluquice desmedida
Esse deputado Nazareno Fonteles (PT-PI), que diz que mandaria prender os ministros do Supremo Tribunal Federal, se fosse presidente do Congresso, goza de velha intimidade com as sandices. Em novembro de 2011 ele figurou na lista dos autores de projetos malucos, ao pretender limitar os gastos da pessoa física, para que ela deposite, compulsoriamente, o que exceder do indispensável, a título de empréstimo ao governo, num grande projeto de distribuição de riqueza. A restituição viria 14 anos depois, segundo ele. Um delírio.
A lição de Tiradentes
Como os assaltos estão na ordem do dia, com a população assustada, cite-se, a título de curiosidade, um registro do Arquivo Mineiro, sobre fato que neste mês está completando 230 anos. Ele nos dá conta como agia Tiradentes em 1783, encarregado, antes da Inconfidência, de dar fim nos bandidos que assaltavam na margem esquerda do Rio Paraibuna, principalmente na região que hoje vai de Vitorino Braga até Matias Barbosa. Sobre isso, o historiador Sinval Santiago deixou detalhes curiosos no Instituto Histórico.
Se os alferes de hoje seguissem o exemplo de seu patrono, os bandidos não teriam chance...
FHC ganha revogação
No dia 10 de maio de 1996 o presidente Fernando Henrique sancionou a Lei 9.278, baseada em dispositivo constitucional, que os costumes estão cuidando de revogar. Diz o texto:
“ Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º É reconhecida como entidade familiar a convivência duradoura, pública e contínua, de um homem e uma mulher, estabelecida com objetivo de constituição de família.
Art. 2° São direitos e deveres iguais dos conviventes:
I - respeito e consideração mútuos;
II - assistência moral e material recíproca;
III - guarda, sustento e educação dos filhos comuns.”
Relatórios perpétuos
A Câmara Municipal está destacando vereadores para visitas a todos os estabelecimentos prisionais, com o objetivo de conhecer a situação de cada um deles, mas certamente já sabendo que, se há problemas em todos esses lugares, a origem comum das deficiências está na superlotação. Se tomarem o cuidado de pesquisar os arquivos, aos visitantes ficará claro que foram dezenas as incursões realizadas com o mesmo propósito, e sempre as conclusões denunciaram o amontoamento de presos nas celas.
O estado não consegue ver prioridade na ampliação dos espaços destinados aos apenados. E se estão cada vez mais abarrotados, a multiplicação do crime pela promiscuidade passa a ser o resultado indesejável. Nada de novo.
(( publicado também na edição desta sexta-feira do FOLHA JF ))
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