quarta-feira, 1 de maio de 2013

Um esboço de aliança

No dizer do reeleito presidente estadual do PSDB, Marcus Pestana, a expectativa é que, com as eleições do próximo ano, os partidos comecem, em breve, a conversar sobre as alianças possíveis para 2014. Os tucanos mineiros têm se revelado eficientes nesse particular.
Um primeiro exemplo que ele cita é o grupo do secretário de Saúde, Antônio Jorge, o que significa, por extensão, contar também com o Mobilização Democrática e o Partido Verde.
Tucanos em
casa nova
O PSDB de Minas inaugura sua nova sede social, dia 6, na Rua Ouro Preto, 846, na Capital. Para marcar a festa, além de insistir nos avanços sociais em Minas que considera de sua responsabilidade, o partido anuncia que já vai começar a fortalecer sua chapa de candidatos a deputado estadual e federal.
Segundo turno
é intocável
Pode ser que um passo à frente na reforma política leve ao fim da reeleição, como recentemente sugeriu o senador Aécio Neves, mas não aconteceria o mesmo com o segundo turno, porque este já se consagrou como uma garantia de maioria para o mandato de presidente, governador e prefeito. É outra eleição, aberta democraticamente a uma vastidão de votos.
Tome-se por base o primeiro turno da eleição de 2010: 24,7 milhões de eleitores não compareceram; 3,4 milhões preferiram dar o voto em branco; 6,1 milhões o anularam; 19,6 milhões de votos foram para Marina Silva. A soma revela 53.9 milhões foram chamados ao segundo turno. Pois naquele ano os ausentes e os eleitores da candidata que não iria para o segundo teste formavam uma população eleitoral acima da votação de Dilma, que se elegeu... Vê-se como é importante a segunda votação.
Para conter
a violência
Em meio aos muitos comentários sobre a recente entrevista que o juiz José Armando da Silveira deu sobre a radiografia da violência na cidade, perguntou-se, com frequência, sobre o que fazer para enfrentar e tentar resolver o problema. O próprio juiz, que cita as disputas entre gangues como um dos fatores da criminalidade, diz que, na qualidade de membro da Comissão Permanente de Combate ao Crime, tem recomendado a realização de olimpíadas entre os bairros, como forma de atrair para o esporte a energia que muitas vezes a juventude desvia para a violência.
A bala
chinesa
O Tribunal Superior Eleitoral decidiu que deve ser cobrado aos prefeitos eleitos e cassados por corrupção o que foi gasto com eleições suplementares para os cargos que eles não puderam ocupar. Desde 2008, foram realizadas 179 segundas eleições em municípios onde ocorreu cassação.
Essa decisão é algo semelhante ao que fazem os tribunais chineses, que mandam cobrar das famílias dos fuzilados a bala usada na execução.
Recriando
expectativa
A presidente Dilma fala em investir na educação com os recursos provenientes do pré-sal, o que considera compromisso inarredável para o futuro. E, para demonstrar que será insistente, eleva a expectativa da nação sobre um tema tão necessário. A única forma de o País se superar é pela educação, e a revolução que se espera virá daí. Já caminha para o quarto mandato o Partido dos Trabalhadores no poder central, e não se viu uma mudança vigorosa em relação à educação.
As alianças para governar fazem com que medidas governamentais aconteçam de forma mitigada, diferentemente da concepção original petista. Mas, alguém poderia tergiversar, lembrando que o PT está com pouco tempo no poder, e que as mudanças estruturais são lentas. Entretanto, com uma década no poder o partido de Lula demonstrou pouco, em termos de eficácia revolucionária.
Qual é a
punição?
Na terça-feira, às 18h, terminou o prazo dado pela Justiça Eleitoral para que os partidos fizessem a prestação de suas contas relativas ao ano passado. Pois apenas sete dos 30 oficialmente reconhecidos encaminharam a papelada. A pergunta é o que vai acontecer com os faltosos, habituados aos muitos recursos que levam à impunidade.
Aspirações
são poucas
Quantos são os vereadores que estariam dispostos a enfrentar nova campanha, já em 2014, no sonhado salto da Câmara Municipal para a Assembleia ou Câmara Federal? Não há conversas objetivas a esse respeito, a não ser quando se trata do vereador Isauro Calais, hoje suplente de deputado estadual, confirmado na disputa. No PSDB, Rodrigo Mattos, também suplente de estadual, pode estar em cogitação para uma nova tentativa.
No PMDB, estimulado pela experiência que traz de 2010, o vereador Júlio Gasparete tentaria de novo uma cadeira em Brasília, mas nada tem dito a respeito.
Mais um
partido?
O Primeiro de Maio foi aproveitado pela Força Sindical para chegar às ruas mais uma proposta de formação de partido político. Em São Paulo, o sindicalista Paulo Pereira da Silva pediu que os trabalhadores presentes assinassem pedido de registro do Solidariedade, mesmo nome e mesma ideia de Lech Valech na Polônia, país que o sindicalista presidiu de 1990 a 1995.
Já foi dito e não custa repetir: antes de abarrotar o Brasil de novos partidos, as lideranças deviam examinar se esse é realmente o caminho que interessa à nossa democracia.
Espaço para
o bairrismo
Na terça-feira, neste jornal, Antônio Braga abriu o jogo e fez um apelo ao bairrismo, quando daqui a 18 meses os juiz-foranos se defrontarem com as urnas. Dizia que é importante conferir o voto a candidatos claramente identificados com a cidade e seus anseios, porque fora disso não teremos tantas vozes necessárias nos parlamentos.
A representação parlamentar local vem se esgotando, de eleição para eleição. Na última vez em que votamos para deputado, um detalhe desanimador: entre todas as grandes e médias cidades mineiras, Juiz de Fora é que estava representada pelas bancadas numericamente mais modestas. Então com cerca de 350 mil eleitores, ficamos com apenas dois deputados estaduais. Na bancada federal, também dois, mas seria apenas um, não fosse a primeira suplência contemplada a Edmar Moreira.
Com o colégio de eleitores que Juiz de Fora já reuniu poderiam estar em Belo Horizonte com seis deputados à Assembleia; federais, seriam três no mínimo.
Conserva-se aqui a tradição de apoiar candidatos de outras regiões. Em outubro de 2011 mais de 100 mil votos saíram para ajudá-los.
(( publicado também na edição desta quinta-feira do FOLHA JF ))

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