BELA JOGADA
No
bilhar dá-se o nome de tacada de mestre. Na política, coisas como, por exemplo,
o acerto que o presidente Michel Temer acaba de celebrar com os
governadores, congelando as dívidas dos estados com a União nos próximos seis
meses, após os quais vai se tentar uma solução compatível para o encaminhamento
dos débitos. No caso de Minas, um dos devedores mais encalacrados, isso
significa cerca de R$ 800 milhões mensais. Na contrapartida, os governadores
assumem o compromisso de estabelecer limites para as despesas e poderão
investir mais em obras.
Feito
o ajuste, cabe avaliar seu significado político. Temer amplia e consolida sua
base parlamentar, pois os governadores, que agora respiram, têm grande
influência no Congresso. É oportuno lembrar que a indigência do diálogo com os
parlamentares e governadores fez parte das aflições e derrotas dos presidente
Collor e Dilma, ambos impacientes no lidar com os políticos, que são gente de
difícil trato e insaciáveis nas postulações. É preciso paciência.
Ao
ganhar a simpatia dos estados o presidente Temer, cada dia menos interino,
sabia que as dívidas dos estados são problema para as calendas. Não ia mesmo
receber. A compensação foi faturar politicamente, o que inclui para um futuro
mais distante as bases da repactuação federativa.
SEM REELEIÇÃO
Garante
o presidente Temer que não lhe passa pela cabeça o projeto de disputar a
reeleição, embora a História mostre que isso depende muito mais das
circunstâncias e dos interesses do momento que propriamente da vontade pessoal,
mesmo que sincera. Saindo em janeiro de 2019, Temer poderia disputar uma
cadeira no Senado por São Paulo ou subir a uma vaga no Supremo Tribunal,
jurista que é.
HAVERÁ VAGAS
Dentro
de mais algumas horas o prefeito Bruno Siqueira terá vários cargos vagos na
Administração, deixados pelos comissionados ou ocupantes de funções de
confiança. Resultado da desincompatibilização dos que pretendem disputar as 19
cadeiras de vereador. Ainda não se sabe ao certo quantas serão essas vagas, mas
há quem faça previsão de 20 a 30. Em 2 de julho, três meses antes da eleição,
os candidatos deverão estar fora.
Detalhe
a prevalecer é que para o preenchimento desses cargos vão influir as alianças
partidárias construídas em torno da candidatura de Bruno ao segundo mandato.
MEMÓRIA (VII)
No
dia 28 de outubro de 1891 o Congresso Mineiro, reunido em Barbacena, determinou
que cinco localidades fossem avaliadas para sediar a futura capital do Estado,
substituindo Ouro Preto, que já não comportava mais os encargos oficiais. Cinco
sugestões foram logo indicadas por uma comissão formada e presidida pelo
engenheiro Aarão Reis. O relatório, instruído por várias argumentações, entre
as quais “a capacidade de a futura capital comportar até 200 mil habitantes”,
indicou: 1) Curral del Rei; 2) Paraúna, próximo a Curvelo, no centro
geodésico de Minas; 3) Barbacena; 4) Várzea do Marçal, próximo a São João Del
Rei, e 5) Juiz de Fora. Mas ao final a lista estava reduzida a Juiz de
Fora, Curral Del Rei e Várzea do Marçal.
Em
dezembro de 1893, ainda reunido em Barbacena, o Congresso encaminhou ao
governador Bias Fortes para sanção a Lei Adicional nº 3, definindo a área do
Curral Del Rei, mas exigindo que a nova capital se chamasse Cidade de Minas, o
que Silviano Brandão não cumpriu, determinado, quatro anos depois, que a
capital voltasse a se chamar Belo Horizonte.
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