terça-feira, 7 de junho de 2016






HÉLIO GARCIA


Não seria exagero dizer que ontem, ao ser incinerado o corpo do ex-governador Hélio Garcia, também tornou cinzas um jeito muito mineiro de fazer política, hoje praticamente desaparecido. Hélio, que morre aos 85 anos,depois de longuíssima enfermidade, pontificava na competência para articular com correligionários e adversários, sem deixar rastos e arranhões quando ocorriam inevitáveis descontentamentos. Em Juiz de Fora, onde veio buscar Mello Reis para integrar seu secretariado, foram raros os políticos que com ele conviveram, muito vezes tidos por Hélio como sérios mas impacientes. Discreto, ajudou Tancredo Neves a montar em Minas as bases que levariam à transição democrática em 1985.Nisso revelou singular competência para aparar arestas.

Em relação ao ex-governador fica um detalhe de que quase foi protagonista, e nisso talvez tivesse mudado a história recente do País. Em 1989, através de agentes competentes, ele procurou mostrar a Leonel Brizola, candidato à presidência da República, que se Minas lhe desse o vice a vitória seria certa. Mas Brizola optou por Fernando Lyra, excelente figura, mas sem capacidade de  garantir votos necessários no Nordeste. Pois naquele ano Lula teve 16,08% dos votos e Brizola 15,4%. Essa pequena diferença, revertida em cerca de 500 mil votos, Minas teria dado seguramente, com Hélio na vice. Passados os anos, velho e reflexivo, o populista gaúcho chorou o leite derramado.







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