sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

Consultor

Não tendo sido reeleito, embora mais votado que nove que estarão assumindo em fevereiro, graças à proporcionalidade, o deputado Marcus Pestana não voltará a ser professor de Economia na Universidade Federal. Seu projeto é criar, sem sair de Brasília, uma empresa de consultoria política e empresarial.


Para novela 

Nosso livro ”À Margem do Paraibuna”, que acaba de ser lançado, versando, basicamente sobre temas do passado de Juiz de Fora, já se tornou assunto da crítica. Uma especial referência ao capítulo “A multifacetada etnia dos italianos”. Revelou-se tamanha garra dessa colônia na cidade, que, para alguns, mereceria documentário televisivo.
O livro está à venda nas bancas de jornais e livrarias.

Ânimo

Para compensar, ainda que apenas em parte, as dificuldades financeiras enfrentadas pela administração do prefeito Antônio Almas, os correligionários tucanos aplaudiram o convite ao ex-prefeito Custódio Mattos para assumir a Secretaria de Governo de Romeu Zema. Acham que o partido tem aí um espaço para respirar.

Generalização 

Em seu editorial de quarta-feira, dia 26, o “Jornal do Brasil” condenou, por ser injusto, o ato de se considerar imprestáveis todos os políticos, tal como vem acontecendo. E explicou, em determinado trecho:
“ Passado o ano em revista, com a natural e preferencial preocupação de identificar o que andou errado, e nesse passo pouca atenção se dedica ao que caminhou bem – nem tudo era tragédia e lágrima – o que mais frequentemente se observou foi a condenação da classe política. Um sentimento coletivo cuidou de enviar ao patíbulo todos os seus agentes e representantes, sem distinção, tenham ou não engordado as algibeiras com o dinheiro das propinas e dos contratos obscuros da Petrobras. No conceito popular, notadamente nos dias que antecederam o processo eleitoral, o agente político ficou como sendo originalmente membro de uma categoria suspeita. Eis o que se precisava para a condenação sumária. Assim, foi possível assistir, neste ano, a uma condenação sumária e coletiva. Político não presta, eis a sentença que dispensa ponderações”.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

Bons tratos

O fato de ter sugerido um nome para compor o secretariado, e sendo atendido, parece deixar o prefeito Antônio Almas em posição privilegiada para levar os problemas da cidade ao governo Zema, que começa em janeiro. Esses problemas – quase todos - resultam do descaso do estado em manter em dia seus compromissos com as obrigações municipais.


Novos rumos

O diretório municipal do MDB espera que sejam concluídas as negociações para a eleição do novo presidente da Câmara, a fim de retomar conversas sobre o futuro do partido em Juiz de Fora, depois de ter o domínio da prefeitura por seis anos. São boas as relações com o prefeito Almas e com os tucanos de modo geral, mas alguma coisa muda.



Abono da corrupção”

Com este título, o ”Jornal do Brasil” publica hoje, em editorial:

Em distantes pontos do país, não apenas em capitais e cidades médias, consta, como fato desagradável, que muitas empresas e principalmente prefeituras, estão impossibilitadas de liberar as folhas do décimo terceiro salário, sendo que em Minas a polícia ameaça greve, se não receber no prazo legal. Esse mesmo risco é objeto de temores em outros estados, todos ombreados na mesma linha de dificuldades financeiras. Há casos em que tal indigência chega neste mês para se juntar à inadimplência que vinha de novembro. Mais desagradável ainda saber de casos, não tão raros, em que o benefício natalino do ano passado foi para as calendas.

O que justifica lembrar tal situação, além do lamentável transtorno causado a trabalhadores e funcionários, é o terrível contraste, um capricho da crise financeira moral que se hospeda no Brasil nos últimos tempos: ao tempo em que faltam recursos para empresários e prefeitos honrarem o compromisso de fim de ano, dirigentes de órgãos públicos estaduais e federais não se vexam de colocar seus poderes a serviço da corrupção e dos interesses pessoais. As dificuldades que correm o país em todas as direções, e disso o Rio de Janeiro não escapa, permitem lembrar o que recentemente foi descoberto pela Polícia Federal em relação ao governador Pezão. Com ele e para ele a desfaçatez ultrapassou os próprios limites, pois, além de um alto salário mensal pago pelas fontes corruptoras, recebia décimo terceiro e bônus anuais...”


Centenário 

A Funalfa abre, amanhã, às 18 horas, em sua sede, no Parque Halfeld, uma exposição de fotos, documentos e telas retratando seu prédio, para comemorar a passagem dos 100 anos de sua construção, o velho Paço Municipal (foto). Obra do agente executivo José Procópio Teixeira, em 1918, ele é uma das principais referências históricas e arquitetônicas de Juiz de Fora.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

Alívio

O prefeito Antônio Almas, como se percebe nas solenidades públicas que preside, tem pronunciado discursos menos retraídos, o que parece indicar que está superando as dificuldades financeiras do município. Em torno dele percebe-se um clima mais otimista.
Paralelamente, ampliam-se as expectativas sobre a prometida reforma na estrutura administrativa.


Livro

À Margem do Paraibuna” é o livro que acabamos de lançar, contendo palestras, matérias jornalísticas e estudos sobre alguns aspectos da história de Juiz de Fora. Aos que o adquirirem espero que tenham uma leitura agradável.

Guarda 

José Figueirôa, que deixou aSecretaria de Governo, ocupa agora a Segurança, tendo entre suasatribuições administrar a Guarda Municipal. Chega com vários planos para tentar melhorar as condições de vida dos pedestres no centro da cidade, onde os espaços são cada dia menores, ocupados por um comércio que já foi ambulante, e agora é fixo.

Na tela

Amontoam-se críticas à qualidade da programação das emissoras de televisão. O domingo, salvo raras exceções, é algo doloroso. Metade dos canais é com gente ensinando a fazer comida; outra metade são pastores oferecendo milagres por atacado ou a granel. Enfim, se uma TV é a cabo, a outra acabou.


Diz o JB

Tomo parte do texto do editorial de ontem do Jornal do Brasil, intitulado “Ditadura de prioridades”; 

A todo governo que se vê frente a escassos recursos financeiros, e esta é a realidade a que quase todos estão condenados, o destino é implacável ao impor o regime das prioridades; estas, mesmo assim, sujeitas ao rigor de uma escala de urgências e emergências. Estaria o mandato do presidente Bolsonaro a salvo desse destino? Certamente que não, por exigência da situação financeira dos cofres da União, onde o dinheiro, que já era pouco, menos ainda ficou com a devastadora marcha da corrupção pantagruélica. Terá ele, portanto, que jogar na peneira os serviços e obras, iniciados ou apenas projetados, para que sobrevivam apenas as necessidades imediatas. Selecionar e escolher. Governar é optar, como definiu o primeiro-ministro Mendés-France, uma das expressões políticas do século passado”. 

sábado, 24 de novembro de 2018

Guerra santa


O prestígio que as igrejas evangélicas vêm conquistando junto ao governo de Bolsonaro, antes mesmo de ele desembarcar em definitivo em Brasília, leva preocupação aos que consideram que o estado laico é uma conquista da sociedade brasileira. É preciso reagir, antes que setores mais radicais se animem a transformar o país numa república teocrática.
Em seu editorial deste sábado, o “Jornal do Brasil” dá o tom da preocupação, e já recebeu muitos aplausos pela internet. O blog transcreve “ipsis literis”:


Um sagrado dever dos homens que se responsabilizam pelo poder, bem entendido como a responsabilidade do “poder sobre os que não podem”, é, antes de todos, saber ser indulgente com ideias e sentimentos contrários, estejam eles na política, na ideologia ou nas crenças religiosas. Toda vez que se romperam relações respeitosas nesse campo o mundo tendeu para grandes conflitos. Um deles, interminável, tem mantido o Oriente Médio sob tensões e imensos sacrifícios. Considera-se, então, que em nenhuma circunstância são admissíveis ações excludentes e preconceituosas, porque nesse caso os direitos das pessoas e das sociedades sucumbem.

O excessivo envolvimento de convicções religiosas na política, ou vice-versa, pode criar imensas complicações, além de condenar grupos e facções a constrangimentos e intolerância. Exemplos, por este mundo a fora, mostram que a incapacidade de manter respeito mútuo também pode levar os países ao desgoverno e ao desmando. Nesse propósito os maus políticos confundem laicismo com ateísmo; e, de sua parte, muitos líderes de seitas não hesitam e pecam em dar à onipotência o mesmo tratamento dispensado a produtos descartáveis. O santo nome em vão.

Os excessos que aí se praticam são perfeitamente visíveis nos países subjugados à ditadura dos regimes teocráticos, onde em geral se conciliam a limitação de direitos e intolerância religiosa. Na Ásia situações dessa natureza são comuns, com restrições à liberdade. O mundo sabe, há séculos, que isso não dá certo, além de concorrer para involuções sociais.

O futuro ministro da Justiça, despiciendo lembrar, chega incensado por seu presidente como portador de carta branca e poder intocável para fazer com que prevaleçam a lei e a ordem neste país. O que permite confiar em que a Constituição também será intocada quanto à preservação do estado laico; assim sendo para que sejam protegidos todos os pontos de vista e tendências confessionais. Desejando-se que todos os religiosos e suas igrejas sejam respeitados, é preciso que os governos não tenham preferências sobre aras e púlpitos, sem que se exclua o direito de os governantes crerem no que lhes parecer melhor. O doutor Sérgio Moro sabe tudo sobre isso. Estima-se que sua autoridade leve o governo a impedir ofensas ao estado laico, porque já se perdeu na poeira do tempo monárquico a influência religiosa na condução dos interesses do império.

O modelo que prenuncia o governo do presidente Bolsonaro tem autorizado que se levante essa questão, porque, segundo setores da sociedade brasileira e na opinião de observadores do Exterior, sua viagem rumo ao Planalto levará duas tendências extraídas dos discursos que pronunciou; ambas perigosas, se tomarem o rumo da radicalização. A primeira são suas indisfarçáveis simpatias por métodos direitistas, o que nem constitui novidade, pois são antigas as restrições que faz à esquerda, na qual vieram se inspirando os presidentes petistas. A incursão pela direita será breve ou se prolongará, dependendo dos resultados.

O segundo corte no modelo da próxima gestão recomenda policiar a excessiva influência de alguns setores religiosos, que já se têm feito presentes antes mesmo de o governo começar. Não que lhes seja cassado o direito de sugerir condutas, porque isso a todos é permitido. O que não se espera que aconteça é que esse direito resulte na elaboração de vetos a decisões de natureza política. Reconheça-se, é questão sensível, pois pode ser tomada como preferência a segmentos de fé mais distantes do presidente. Contudo, só com amplo exercício de más vontades para confundir a defesa dos poderes constitucionalmente laicificados com a exclusão da manifestação de convicções religiosas.

Vejamos que no Brasil a Constituição não é teocrática, e o presidente não é exatamente um aitolá.


Memória

Os ambientalistas e as instituições públicas e privadas que atuam no setor podiam ter aproveitado a passagem do centenário de nascimento do professor Ekdorni Cunha (foto), e homenagear o homem que foi um dos pioneiros nas preocupações com o meio ambiente em Juiz de Fora. Em 1988, nutrindo um grande amor pelas árvores, promoveu ampla campanha de divulgação e preservação do pau-basil. Naquele ano, dizia a um jornalista amigo estar horrorizado com o fato de crianças e adultos jamais terem visto a árvore que está ligada ao primeiro momento da nacionalidade. Saiu por aí, em companhia do amigo, plantando e pedindo que se plantasse o pau-brasil, e se visitasse as duas existentes ( uma no Parque Halfeld e outra no Grupo Fernando Lobo). Também pedia que outras fossem plantadas, principalmente as que pudessem dar sementes aos pássaros.
Militar por profissão, ecologista por vocação, ele ajudou a fundar a Associação Juizforana de Defesa do Ambiente e contribuiu nos estudos sobre poluição do Rio Paraibuna.
Ekdorni nasceu em 1918 morreu em 2009.

quarta-feira, 14 de novembro de 2018

A República

No dia em que vê passar seus 129 anos de vida, a República brasileira pede, como vem pedindo há tempos, um reajuste em suas bases, não só para corrigir os defeitos acumulados, mas também para adaptá-la aos novos tempos. Tal adaptação consistiria, basicamente, em dois remédios poderosos: a adoção do parlamentarismo e a reformulação do pacto federativo. Entendem os estudiosos que não há outros caminhos.
É preciso salvar a República de suas mazelas e dos graves acidentes de percurso, como comenta em sua edição de hoje o “Jornal do Brasil”:
“De tal forma acidentada – sete dissoluções do Congresso, quatro governos provisórios, duas renúncias, dois presidentes impedidos de tomar posse, cinco presidentes depostos, oito governos autoritários, 19 rebeliões militares – o que poderia sanar, ou, pelo menos, reduzir as enfermidades republicanas são duas profundas cirurgias, que a cada dia mais confirmam sua necessidade: o parlamentarismo e o pacto federativo, associados ou introduzidos separadamente. Nada mais eficaz que isso para imunizá-la contra os males que a contemplam em períodos diversos, como o afogamento dos valores institucionais, sendo mais recente exemplo o que sobreveio em 64”.

Novo caminho

O comentário é de José Padilha, em “O Globo” sob o futuro do petismo:
O que a esquerda precisa fazer para resistir a um possível autoritarismo de Bolsonaro? Primeiro, abandonar de vez o PT, irremediavelmente maculado pela corrupção e pelo PMDB. Depois, pôr a honestidade antes da ideologia, assim como fez o eleitor. E, finalmente, se opor a qualquer autoritarismo, incluindo o de países socialistas. Se isto não acontecer, mais uma vez, como disse Espinosa, a esquerda lutará pela escravidão pensando que está lutando pela liberdade”.

Memória

Centro das principais articulações político-militares, das quais resultaria a Revolução de 30, as apreensões em Juiz de Fora anteciparam-se, pois em maio, na residência de Batista de Oliveira, ocorreram reuniões do alto comando do Partido Republicano Mineiro, em franca hostilidade ao governo central. O assassinato de João Pessoa, em julho, levou a Polícia Militar a entrar em prontidão, e a imprensa já sob censura. O principal confronto entre a PM e as forças do governo federal ocorreu em Grama.
Duas figuras políticas da cidade se destacaram no episódio: Antônio Carlos e Odilon Braga.


na foto, soldados movimentando-se diante da estação ferroviária





segunda-feira, 5 de novembro de 2018

Fusões 

Sob a imposição de uma economia quase de guerra, tanto em Brasília como em Juiz de Fora a fusão é remédio adequado, com a incorporação de órgãos que podem ter seus serviços agregados. O prefeito Antônio Almas segue o mesmo caminho, devendo anunciar, até o final do mês, os primeiros passos para a concretização dessa medida. 
É o assunto político do momento, dividindo atenções e especulações com a eleição do novo presidente da Câmara.


Sacrifício 

As regras do jogo, ainda que injustas e discutíveis, devem ser cumprida. Enquanto perdurar a ditadura das alianças, o eleitorado muitas vezes terá de assistir a discrepâncias. Um exemplo está em casa, e foi produzido na última eleição: o deputado Marcus Pestaana, secretário nacional do PSDB, não se reelegeu, mas teve mais votos que nove deputados que ganharam mandato.
Resultado lei do quociente eleitoral. 


O novo 

O governador eleito, Romeu Zema, autor de uma das grandes surpresas eleitorais deste ano, ainda não sinalizou sobre pessoas ou grupos de Juiz de Fora que seriam ouvidos, tanto na indicação de nomes para os cargos administrativos como para opinar sobre as linha que o governo adotará. Seu partido, o Novo, não tem quadros locais para ajudá-lo.
O melhor que Zema faz é eleger o prefeito Antônio Almas como seu oráculo regional. A Mata acima dos partidos.


Os Bracher 

Carlos e Paulo, membros da fantástica família Bracher, presentearam o redator com o primeiro exemplar de “O Castelinho Solitário no Alto do Morro”, onde reúnem informações sobre a casa histórica da Rua Antônio Dais. A grande e excelente notícia é que o castelinho está sendo transformado em casa de memórias, para reunir testemunhos e depoimentos de quem tiver alguma coisa a izer sobre o passado da cidade.


É o caminho 

O que há dias se escreveu aqui sobre o futuro imediato da política municipal, é a mesma proposta que o ex-presidente Fernando Henrique recomenda para os partidos neste pós-Bolsonaro: a fusão de PSDB e MDB em uma nova sigla, fortalecida, criada em cima das cinzas do recente fracasso que as duas grandes legendas sofreram nas urnas. 

terça-feira, 30 de outubro de 2018

Nossa maior tragédia

Em 1918 a nossa cidade viveu a maior tragedia de sua história. Naquele outubro ela estava contando o preço sinistro da vida assanhem da gripe espanhola por Juiz de Fora, matando 556 pessoas, sem contar com as muitas vítimas que tombaram na zona rural, onde a pressa para o sepultamento descontrolou a comunicação dos óbitos. Mas é certo que a gripe eliminou 6% da população. Foram 400 milhões de infectados no mundo, sendo 300 mil no Brasil, onde a vítima ilustre foi o presidente Rodrigues Alves.

Os sintomas anunciavam a fatalidade. As pessoas acordavam febris, inapetentes, o mal-estar distribuído pelo corpo, sobrevinham os vômitos. E começavam a morrer aos poucos. Os médicos e práticos pouco puderam fazer num mundo sem antibióticos. 


Nunca se chegou a uma conclusão definitiva sobre as origens daquela pandemia, também conhecida como pneumônica, que ganhou o apelido de espanhola porque foi naquela região europeia que fez o maior número de vítimas. Em Juiz de Fora também ficou um mistério: por que a febre matava mais na Rua Paula Lima que em qualquer outro lugar na cidade?


A Câmara foi preparada com salas para recolher os doentes que não podiam ficar em casa, onde já eram numerosos os infectados.

segunda-feira, 29 de outubro de 2018

Religião


Há quem veja sectarismo em Bolsonaro ao rezar com evangélicos, em ação de graças, tão logo se confirmou sua vitória na corrida para a Presidência da República. Tinha que ser mesmo com os evangélicos, porque foi deles que recebeu apoio explícito durante a campanha. Outros segmentos cristãos torceram veladamente, mas preferiram adotar que a Igreja não tem partido. Os evangélicos, diferentemente, têm partido, abraçam as candidaturas indicadas por seus pastores; têm fé no que vem de cima.
   A manifestação de fé é um sagrado direito que todos têm de acatar e respeitar. É uma liberdade que não permite discussão, ainda que para muitos a fé de muitos tem se prestado aos interesses de poucos. Para se reagir a isso, não à liberdade de fé mas sua instrumentalização  política, só se ela avançar para a criação de um estado com sintomas de teocracia,  o fim do estado laico, porque nesse caso o governo estaria rasgando a Constituição em um de seus dispositivos básicos.
  A religião, na contramão de sua explicação original -  religar -  no fundo divide, quando descamba para a intolerância, que gera terror. Afora isso, que cada um reze segundo sua cartilha.

Ao túmulo

  Para o deputado Marcus Pestana, que participou, com o redator destas notas, de um debate na Rádio Globo sobre a política no pós-lulismo, o tsunami que varreu o Brasil pode estar sinalizando para o fim da V República.  Fossem vivos, estariam frustrados Tancredo Neves, Ulysses, Covas, entre outros que tanto sonharam com ela. O deputado,que é secretário nacional o PSDB, acredita que as urnas decretaram a falência total dos grandes partidos. A política e os partidos têm de ser repensados.

sexta-feira, 26 de outubro de 2018

O futuro de JF

A menos que fatos novos interrompam o curso das previsões, o futuro político da cidade está se delineando: o PSL vai logo pretender se organizar à sombra do presidente Bolsonaro; o Partido dos Trabalhadores, depois de sacudir a poeira de uma campanha em que foi acusado de, com seus tropeços, construir o caminho da direita rumo às urnas, também tentará reorganizar suas bases, já então contando com os naturais desgastes do novo governo. São duas forças político-partidárias que logo se delinearão. 
Uma terceira via certamente surgirá, esta sob a liderança do prefeito Antônio Almas, que terá de cuidar, com rapidez, da montagem de uma nova força, que, ao que tudo indica, insistirá na aliança PSDB-MDB. Neste momento, nada sinaliza que possam caminhar isolados. 
Esses projetos são o caminho natural para a disputa da prefeitura dentro de dois anos. Para os tucanos, certamente a coisa seria mais fácil se Anastasia voltasse ao governo de Minas.


Clima de expectativa

Do editorial desta sexta-feira do “Jornal do Brasil” extraio o trecho abaixo, que tem tudo a ver com o momento:

Nesta sexta-feira, com todas as cartas jogadas, aos contendores parece nada mais caber, se não esperar improváveis fatos novos e sensacionais, para ajudar ou prejudicar. É a expectativa contra o cronômetro imperturbável”. 

Afora o aguardo do pouco provável, ideal seria que neste fim de semana os ânimos se recolhessem, os discursos fossem mais tolerantes; se possível corteses. Que se ponha fim às fake news, com os estragos que já causaram. Tudo para emoldurar a alta responsabilidade dos eleitores, pois soou a hora em que devem se dedicar à avaliação desapaixonada dos currículos e dos programas dos dois candidatos; os dois que, tendo rompido o teste do primeiro turno, estão agora expostos à sentença final a ser prolatada pelo eleitor, o único juiz da hora”.

quinta-feira, 18 de outubro de 2018

Choro e ranger

   Nesta tarde, ao presidir festa de entrega de “kits” esportivos à entidades de bairros, o prefeito  Antônio Almas, referindo-se ao Dia do Médico, profissão dele, comparou as dinâmicas da prefeitura a um corpo com câncer grave. Diagnóstico a exigir cirurgia profunda, sem escapar do extremo quimioterápico, “para salvar o paciente”.

   Almas lembrou que muitos dos que ali o ouviam, entre eles funcionários, naquele momento o aplaudiam, mas pode ser que estejam protestando dentro de um ou dois meses. Sinal de demissões e, talvez, fusão de secretarias.


Antecedente 

  Certamente que os números das pesquisas aborrecem os ninhos do tucanato. Depois da fragorosa derrota na disputa da Presidência da República, em Minas nada favoráveis a Anastasia, distante de Zema, que cresce. Mas sem desesperar. Veja-se o recente desastre de Dilma, sempre  em primeiro lugar nas pesquisas, e acabou em minguado quarto lugar.  


Indiciado 

  A Polícia Federal indiciou o presidente Michel Temer (MDB)no inquérito que investiga pagamento de propinas em troca de favorecimento de empresas que atuam no porto de Santos. O Ministério Público decide se denuncia ou não o presidente. O emedebista já foi alvo de duas acusações formais em seu mandato, barradas pelo Congresso. Agora não há tempo hábil para tramitação de uma terceira denúncia na Câmara dos Deputados.
  Temer deverá concluir melancolicamente o mandato. Teme pelo seu futuro sem foro privilegiado. Mas, conseguirá terminar seu mandato, a despeito do fracassado movimento "Fora Temer".


Em avaliação 

 A proposta de Bolsonaro encerrar sua campanha em Juiz de Fora, como contraponto à tentativa de homicídio de que foi vítima aqui, dia 6 de setembro, tem opiniões favoráveis e contrárias entre os integrantes do grupo político que pensa com ele.  Mas  a tendência é não vir.   


Mágoa cearense 

   Ex-governador do Ceará e senador eleito Cid Gomes (PDT), ao discursar  no inicio desta semana para militantes da campanha de Fernando Haddad (PT) disse que o PT tinha que “pedir desculpas” porque “tinha feito muita besteira”. E disse, sem' mea culpa', o partido perderá a eleição presidencial. Ontem,  Cid afirmou estar ao lado do petista, mas insistiu na necessidade de uma “profunda autocrítica” pelos petistas.
   O destempero dos irmão Gomes já é sobejamente conhecido por todos. Cid e Ciro são parecidos na verboragia. Parece que o episódio foi devidamente calculado. Ciro Gomes e o PDT se posicionam contra Bolsonaro, mas não apoiam claramente Haddad. Ciro foi passear na Europa com sua esposa, e deixou o irmão mostrar o tamanho da mágoa com os petistas.


Cheque branco 

   O deputado federal Jair Bolsonaro (PSL) já havia admitido não ir a debates por uma questão estratégica. Disse que não aceita debater com um “poste”, numa referência ao fato de Lula ter indicado Fernando Haddad (PT), para presidente da República. Alguns especialistas dizem que a ausência de debates seria algo ainda não visto em segundos turnos até então.
   Esse ato do presidenciável do PSL demonstra  excesso de confiança na sua eleição em 28 de outubro. Significa pouco caso com a audiência. E a preferência pelas propostas vagas que pretende implementar caso seja eleito. Fica a impressão que os eleitores estão dando um cheque em branco para o futuro presidente, caso ele seja eleito.

segunda-feira, 15 de outubro de 2018

Sigla Nova


O PSL, que surgiu do quase total desconhecimento para assumir a novidade Jair Bolsonaro, mostra-se disposto a estender raízes pelos grandes centros do país. Em Juiz de Fora, de onde saem dois deputados eleitos pela sigla, já estão sendo realizadas consultas com esse propósito.


Gratidão

O ex-prefeito Bruno Siqueira voltou a alimenta seu blog, para agradecer os votos que a cidade lhe deu, na disputa de uma cadeira na Assembleia Legislativa. Por enquanto, trata apenas da gratidão, sem falar de novos planos políticos.


Sem entender

O candidato a governador Romeu Zema, que surpreendeu nas urnas, partindo na frente para o segundo turno, cria certa perplexidade ao desconsiderar a classe política, ao mesmo tempo em que promete endurecer com o funcionalismo. Esse sempre foi um jeito de perder votos.


Ciladas

Trecho oportuno do editorial do ”Jornal do Brasil”, edição do do dia 13 passado:
Cuidado recomendável, ante o risco das ciladas, comuns em tempo eleitoral, é o tipo de candidato que costuma se aproveitar das ondas de popularidade fabricada, e nelas, se muitos gostam de surfar, surfam principalmente os aventureiros. O primeiro turno eleitoral não escapou disso. Sob permanente validade, é neste ponto que tem sido mostrado, não apenas ao eleitor individual, mas aos colégios eleitorais em sua totalidade, o perigo de se tornarem meros coadjuvantes de projetos suspeitos, que procuram atingir, muitas vezes, a religiosidade, um patrimônio da pessoa, quase sempre sensível e generosa na credulidade”.

quarta-feira, 3 de outubro de 2018

Voto Nulo



Ao participar de um debate promovido pela CBN, o juiz Mauro Pitelli chamou a atenção dos eleitores que ainda alimentam desejo de anular o voto: a anulação, qualquer que seja o volume dos votos válidos, não leva ao risco de a eleição ser anulada. O voto nulo, quando muito, só ajuda a eleger o menos votado.

Os Bispos

Adélio Bispo ganhou triste notoriedade ao agredir, com facada, o candidato a presidente Jair Bolsonaro, que nem por isso deixou de liderar as pesquisas. Melhor sorte teve que o ministro Machado Bitencourt, que em 1897 entrou na frente para proteger Prudente de Morais, e levou a facada fatal que era endereçada ao presidente por outro Bispo, Marcelino. 


Deu no JB


Extraio do editorial de ontem do “Jornal do Brasil” o trecho seguinte, pela oportunidade que enseja:

O fenômeno é um velho conhecido do processo eleitoral. À medida em que as urnas vão se ajeitando em seus lugares, como se acenassem e convidassem, os índices do abstencionismo caem, cedem espaço para as preferências e definições, mesmo que tal não se opere nas proporções desejadas. Ideal é que fosse mínima a ausência dos eleitores, pois, como é sabido, quanto mais expressiva a participação maior autenticidade haverá de se conferir aos mandados seguintes. Vistos os pleitos que se feriram nas últimas décadas, as abstenções e os votos nulos ficaram, em média, abaixo de trinta por cento. Uma proporcionalidade ainda expressiva e indesejável; mas previsões recentes mostravam-se bem piores, verdadeiramente sinistras, quando a campanha dos candidatos dava os primeiros passos. Há indícios de que, na pior das hipóteses, ficaremos na média habitual, a ostentar um desafio ainda a ser enfrentado.”

terça-feira, 25 de setembro de 2018

Falecimento (1)
Os meios monárquicos de Minas, em particular de Juiz de Fora, estão de luto com a morte de um de seus líderes, Ohannes Kabderian Júnior. Ele estava no Rio de Janeiro e faleceu hoje, no Hospital Pró-Cardíaco. O sepultamento ocorrerá nesta terça-feira, no Cemitério São João Batista. Há meses ele vinha lutndo com um câncer no pulmão.
Ohannes nasceu em 1950, em Juiz de Fora, onde presidia a célula local do Círculo Monárquico. Formado em Economia pela PUC-Rio, mas o que o tornou mais conhecido em todo o Brasil foi sua paixão pelo projeto de restauração da monarquia. Por diversas vezes foi chanceler da instituição no Rio e em Juiz de Fora.


Falecimento (2)
Nos anos 50, o rádio de Juiz de Fora acostumou-se a ouvir, na antiga Difusora, a voz de Vicente Luiz Araújo, que acaba de falecer, aos 77 anos, outra vítima do câncer. Sabendo lidar bem com as finanças, foi também secretário da Fazenda na administração do prefeito Mello Reis.
Ainda no rádio, Vicente Luiz tornou-se professor de muitos locutores profissionais, que lhe são gratos. Inclusive o ator destas linhas.

domingo, 23 de setembro de 2018

A Moda do Assédio


   Tema que passou a figurar entre os mais frequentes na imprensa americana e europeia, o assédio sexual vem ampliando preocupações, pelo fato em si, mas também graças a muitas tramas e excessos que o cercam. Tem-se dito, no auge da febre de denuncismo, que não recomenda às mulheres vítimas de assédio o longo prazo que elas guardam em segredo, desde o momento da inconveniência até a decisão de denunciar. Por que deveriam esperar dez, quinze, vinte anos para reclamar providências contra a ofensa, quando, em rigor, deviam fazê-lo no exato momento em que se sentiram vítimas? E logo em seguida reclamar punições cabíveis, o que serviria, igualmente, para alertar possíveis outras vítimas.A longa morosidade em protestar faz supor que o diabo não era tão grave como muitas delas hoje querem pintar. A suspeita é que o assédio, que não pode deixar de ser condenado, tem sido, em muitos casos, alegado para algum proveito.

   Nos Estados Unidos, onde estão os casos mais numerosos, uma parte das suspeitas se revela comprometida, não apenas por causa do longo tempo que decorre da agressão à denúncia, mas por focarem personalidades famosas e muito ricas. Não se tem notícia de pedido de indenização contra conquistadores pobretões.

   O presidente Donald Trump, mais frequentemente, tem sido apontado como assediador; em episódio recente é denunciado com base em torpe atentado à sua privacidade, sem que a denunciante vulgar tenha cuidado da sua própria. Uma senhora de suspeita compostura.

   Detalhes que enojam, capazes de expor e humilhar qualquer cidadão, muito mais um presidente, num tempo em que o que fez estava longe de assumir as responsabilidades que tem hoje.

   O assédio deve ser combatido, por se tratar de ofensa à mulher, mormente quando se constata que é pessoa mais vulnerável, física ou socialmente. As pressões tornam-se instrumento de persuasão contra quem pleiteia emprego ou pretende superar dificuldades momentâneas. É uma crueldade desmedida aproveitar-se disso. Mas não faltam aproveitadoras na onda de condenações e indenizações astronômicas.

   No cinema, atividade capaz de produzir assédios falsos e verdadeiros, são conhecidas as façanhas de muitas atrizes sem maiores brilhos, que se insinuam aos diretores e produtores para alçar o estrelato. Muitos desses são os que agora, passadas décadas, são chamados a responder por antigos e já esquecidos momentos de prazer; e pagando o vexame de ver-se retalhado para a avidez do público, sobretudo quando a delatante enriquece o escândalo com detalhes anatômicos e hábitos privados, como acaba de ocorrer com o presidente dos Estados Unidos.

   Transformou-se em negócio rendoso essa prática adotada por mulheres que viveram breves aventuras com gente famosa, políticos de expressão e magnatas. Não vão aos tribunais reclamar reparos morais; vão para cobrar por serviços horizontais prestados em tempos idos.

   No Brasil não tem prosperado atividade dessa natureza, salvo poucos casos, todos incapazes de provocar grandes emoções. Pode ser que continue se revelando indústria rendosa em países diferentes do nosso. Mas, interessante notar, já aqui o assédio a donzelas era algo nunca tolerado nos tempos da monarquia e da Primeira República. Não raro pagava-se com a vida, ainda que muitas vezes tudo não fossem meros e inocentes galanteios. Mas facilmente confundidos com intenções mais graves.

   Por isso, no velho sertão dos Buritis, onde se morria facilmente por causa disso, o tropeiro Tertuliano, que a literatura roseana celebrizou, recomendava: não ficar na frente do boi, atrás do burro e ao lado de mulher. É perigoso.

sexta-feira, 21 de setembro de 2018

Interesses Paulistas



O ex- presidente Fernando Henrique Cardoso  (PSDB) divulgou, na quinta-feira, uma carta onde pede união “para deter a marcha da insensatez”, numa referência à eleição presidencial cuja liderança é do deputado federal Bolsonaro (PSL) e à polarização que se projeta com Haddad, considerando-se os recentes resultados das pesquisas  de intenção de voto de todos os institutos. O ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB ),  com fraco desempenho nas pesquisas, mesmo com o maior tempo de rádio e TV, antes tão cordato, agora muda de estratégia, e passa a ser o mais contundente nas críticas aos líderes das atuais pesquisas.

Mesmo com a maior utilização da internet nesta campanha eleitoral,  as cartas têm sido os instrumentos usados pelos ex-presidentes Lula e FHC tentando influir no pleito de 7 de outubro. Lula, tangido pelo cárcere, precisa das cartas por ele manuscritas, no silêncio da cela, para orientar seus fiéis devotos. FHC, recolhido no conforto de sua moradia, redige, também, uma carta (imitando Lula) para o público em geral, com amplo espaço na imprensa, procurando devotos para sua causa, talvez já perdida.

Ao contrário da tradição norte-americana, onde os ex-presidentes se condenam a um silêncio obsequioso sobre a condução dos destinos do país pelos sucessores, nossos ex-presidentes se pronunciam desbragadamente. No caso de FHC, ocorre o cacoete do sociólogo que procura interferir na sucessão presidencial. Sugere uma convergência de candidaturas mais de centro para apoiar um candidato desse espectro político, que seria, não por acaso, Geraldo Alckmin. Mas, parece uma intervenção em dois tempos, conforme os turnos da eleição presidencial, pois está já visando ao segundo turno, que poderá ter outro político paulista na disputa: Haddad. Afinal de contas, um candidato paulista (mesmo que adversário) tem prioridade, quando se têm dois disputando o mais importante cargo da República.

quarta-feira, 19 de setembro de 2018

Dezessete


Número para muitos aziago, os partidários de Jair Bolsonaro apostam muito nele. Em Juiz de Fora aproveitaram o dia 17 e, às 17 horas, no centro, promoveram carreata e foguetório. 
   Aqui, como em qualquer outro lugar, torcem para que a disputa, no segundo turno, seja com Haddad, confiantes na ajuda do anti-PT.

Fiscalização

   Nos bairros, principalmente Bom Pastor e São Mateus, acumulam-se queixas contra o excesso de barulho de som alto nos veículos, altas horas, para não se falar no desrespeito aos semáforos.
    No Calçadão, o que se lamenta é o abuso de ciclistas, que continuam atropelando pedestres em suas piruetas e malabarismo.  

Escaldados

  Nesta quarta-feira, confirmada a vinda de Geraldo Alkmin, a segurança do candidato será reforçada. Nada sugere que possíveis hostilidades resultem em maiores problemas. Mas, depois do atentado contra Jair Bolsonaro, não custa prevenir. Candidato prevenido pode valer por dois. 

Deu no JB  

     “A campanha eleitoral vai deixando, igualmente exposta, uma outra intenção, que se revela boníssima na sua essência: o combate à tragédia da cruel concentração da renda nacional. O que só se poderá superar em decorrência de um farto elenco de profundas iniciativas estruturais, para as quais qualquer presidente revela raquitismo, se opta pelo ímpeto. Suas dificuldades já começariam com os partidos aliados, porque estes sempre lutam para preservar o status quo. Os candidatos mais audaciosos, insinuando-se versão nacional do lendário Robin Wood, acenam com a vingança dos pobres: tirar do ricos. O que, comprovadamente, não resolve, porque quem se dispusesse a tal empresa estaria apenas nivelando a riqueza por baixo, aumentando a pobreza”. (Edição 17 setembro).